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Linux Daily Log analisa conseqüencias da evolução de organizações livres

“O site ZDNet Australia traz um artigo sobre a situação atual da Linux Australia (LA), instituição que, entre outras atividades, organiza a Linux.conf.au, anualmente. A LA é uma organização sem fins lucrativos, voltada para fomento do Software Livre e de Código Aberto na Austrália, e que é mantida por voluntários. De acordo com o blog do atual presidente, Jon Oxer, a LA está passando por uma fase na qual as atividades desenvolvidas exigem mais recursos humanos e materiais do que a instituição pode prover. Dessa forma, a situação se converte em um quadro no qual, de acordo com Oxer, o funcionamento da LA acabar por exaurir os administradores e passa necessitar sempre de gente nova para tocar a organização. (...) A partir desta constatação, fruto de diversas discussões, o comitê da LA vem pensando em uma variedade de saídas possíveis para a situação, incluindo extremos como voltar apenas a organizar a Linux.conf.au, caso no qual a LA deixaria de promover ativamente o Software Livre e de Código Aberto, até pensar na contratação de um executivo para administrar a organização, o que traria um custo tão alto que faria a LA trabalhar duro para manter a estrutura administrativa.

O artigo e os blogs dos envolvidos nesta discussão merecem uma leitura atenta e uma reflexão a respeito da situação. Nas listas e grupos dos quais participo, tenho testemunhado situações semelhantes às da Linux Australia e creio que precisamos descobrir saídas para estes dilemas. O Linux e o Software Livre e de Código Aberto estão alcançando a maturidade no Brasil, graças, em grande parte, ao trabalho voluntário da comunidade. Esta maturidade vai nos exigir mais e precisaremos descobrir formas sustentáveis de responder à altura.


Comentários dos leitores

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Comentário de Andre Moraes
Mastigando e cuspindo fora os nossos líderes: O artigo do Advogato é excelente e retrata bem a situação que a maioria do pessoal envolvido em projetos de SL passa.

A leitura lembrou-me outro artigo, este publicado no e-Week, semana passada, sobre outro aspecto desta situação: sobrevivência. O artigo trata da situação pessoal de um desenvolvedor de SL e de determinadas conseqüências das escolhas deste desenvolvedor em particular. O artigo está disponível em http://www.eweek.com/article2/0,1759,1833612,00.asp.

André Moraes
andrelmoraes at gmail dot com
Salvador - Bahia - Brasil
http://www.linuxdailylog.com/
Comentário de renmacpin
Open Source é free !: Estes dias passou aqui um artigo sobre a falta de desenvolvedores para o OpenOffice. Aqui também passou sobre a critica sobre a propaganda da Microsoft na LinuxMagazine. Será que estamos sendo ideológicos demais e estamos esquecendo de que tudo é movido a dinheiro ? É algo grave, é uma falha grotesca nossa ao achar que tudo que é open source é de graça. Muitos dizem que open source não é free, mas estas mesmas pessoas o tratam como tal. Vi quando iniciaram o Xavante, que quando necessitavam de gente para ajudar, todos queriam ser beta-testers. Isto é fácil ! E quando botam a mão na massa, sempre tem um infeliz para criticar, o mesmo que diz que open source não é free. É melhor olharmos para este lado, começar a contribuir ou se organizar. Senão, o open source terá uma vida breve.
Comentário de Luiz Rocha
Uau, eu estava pensando nesse: Uau, eu estava pensando nesse assunto a alguns dias e estava escrevendo um post para o meu blog sobre ele.

Não acho que é uma questão de apenas moer os líderes, mas de sustentar uma iniciativa inteira. O software pode ser livre, mas manter a operação de um projeto sempre implica em custos. O desgaste, a meu ver, é uma consequencia.

Enfim, cito o texto que o André linkou:

But, open-source is a software development model, [...] not a business model.

Eu, particularmente, vejo as coisas dessa maneira. E acredito que um modelo de operação irá surgir em cima das necessidades do open-source. Como o próprio texto cita, empresas como a Red Hat já encontraram saídas e existem aqueles projetos que estão sobre o guarda-chuva de fundações que conseguem capitalizar em cima de vários projetos e canalizar esses recurso (exemplo, Apache Software Foundation), mas hoje eles são pontos fora da reta.

Existe a necessidade de um modelo para que pequenos e médios projetos sejam capazes de se sustentar. Buscar apenas doações, fazer propaganda e etc aparentemente não está funcionando.

Ao meu ver, acho que a coisa deve evoluir a partir de parcerias com empresas cujo foco são soluções open-source. Ou que projetos pequenos, no momento que atingem uma certa massa crítica, tomem iniciativas como a da Red Hat, citada na entrevista com o ESR que rondou por aqui (estou sem o link), registrem suas marcas e, enquanto mantém o desenvolvimento e a filosofia por trás do open-source, criam alguns desvios para possibilitar aporte financeiro que ajude a manter essas iniciativas. Posso estar redondamente enganado nos dois chutes acima, claro.

De qualquer forma, o fato desse problema estar acontecendo com maior frequencia significa que cada vez mais projetos atingem essa massa crítica. Isso é bom, o modelo de desenvolvimento está vingando, como todos os entusiastas previram e os detratores não acreditavam ser possível. Pela lógica "scratch a itch", uma solução (ou várias) e/ou um modelo decente deverá se apresentar num futuro próximo.

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Luiz Rocha (lsdr.net)
Comentário de Marco Carvalho
Posso estar viajando...: Mas acredito que uma possível saída para esse dilema seja a criação de cooperativas, vinculadas á essas instituições, que ofereçam contratos de suporte in-site e outros serviços como instalação, customização, etc, bem como cursos e certificações.
Como essa cooperativa não teria como foco o lucro, mas sim atender bem sem custos geralmente altos para pequenas e médias empresas, seria uma prestação de serviço relativamente barata e que sustentaria os projetos da instituição e daria remuneração aos cooperados, que por sua vez continuariam sendo voluntários nos projetos.

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Marco Carvalho
http://marcocarvalho.homelinux.net:15080
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Comentário de gojava
Muitas destas coisas acontece: Muitas destas coisas acontecem também devido a individualismo e disperção de forças.
Veja o exemplo do xavante, porque criar outra distribuição? porque não fomentar esta mão de obra com outra distro mais implacada? ajudem no desenvolvimento do kurumin por exemplo.
O que acontece é que a cada 10 minutos alguêm cria um novo site sobre linux, uma nova distribuição baseada no knopix, e tudo vira aquele circulo vicioso e sem frutos.

Comentário de Renato
Lucro não é imoral!: O problema está em que muita gente acha que lucro é imoral. Não, não é. É necessário dinheiro para empreender alguma coisa. Claro que no início são apenas as idéias que movem o negócio, mas o dia de pagar as contas sempre chega.
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