A poeira do FISL 7.0 baixou, finalmente. Fui ao evento, que realizou-se pela primeira vez na FIERGS, teve participação da Microsoft e nem sinal da IBM. Helio Castro falou sobre essas coisas e apontou muito bem algumas críticas que precisavam ser feitas. Mas tem um ponto sobre o qual eu gostaria de continuar discutindo.
Fala-se muito sobre o quanto a comunidade de software livre precisa amadurecer, aprender a discutir e conseguir dialogar normalmente com o resto do mercado. E boa parte das críticas é verdadeira. Em geral os usuários de software livre, e principalmente os de Linux, não conseguem desenhar um diálogo saudável com usuários de outros tipos de software e outros sistemas operacionais. Durante o FISL 7.0 conversei sobre isso com o Paulo "kretcheu" e a melhor conclusão que chegamos sobre o assunto é que os usuários de Linux podem tornar-se tão intolerantes a outros usuários que acabam por desenvolver repulsa até por outros usuários de Linux, de outras Distros. Triste, mas é verdade, olhar para a já apertada seção comunitária do FISL 7.0 e ver que os usuários vão separando-se por grupos, definidos pelos softwares que usam. Pior ainda quando uma discussão do tipo Gnome x KDE começa. É um comportamento imaturo, que me lembra muito a época do ginásio, que não deveria mais ter espaço depois que saímos da puberdade. Se os usuários tem problemas para aceitar outros militantes do software livre, que dirá sobre aqueles que usam software proprietário.
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A Microsoft apareceu no stand da Infomedia no FISL 7.0, debatendo sobre interoperabilidade e outros assuntos que são interesse de todos. Impressionei-me com o número de pessoas que queriam jogar bolas de papel e outros objetos menos inocentes nos funcionários da MS que estavam por lá trabalhando. Não é assim que deve ser. Mas não acho que um stand sobre Linux em um evento voltado para o público Windows receberia tratamento diferente (está aí o forum do Baboo que não me deixa mentir).
A Microsoft quer interoperar, deseja fazer o Linux rodar bem sobre sua máquina virtual proprietária, que mal há nisso? Não vejo problema em "dialogar" com a Microsoft, desde que ela também abra mão de suas imaturidades. Steve Ballmer pulando como um orangotanto gritando que o Linux não é integrável como o Windows não é minha idéia de diálogo. Mas só porque eles comportam-se assim não significa que devemos fazer o mesmo. Podemos ser mais adultos, civilizados e buscar cooperar, por que não? E então quando a Microsoft parar com essa história de Get the Facts poderemos todos conversar como adultos. Sim, porque se nós devemos ser mais maduros e participar do diálogo, eles também precisam de algum preparo para isso.
Suas observações sobre a MS no final são muito importantes. Promover um diálogo inteligente e inteligente é muito bom, porém só pode ocorrer se houver respeito pelas partes. De nada adianta a MS falar que quer interoperabilidade e continuar com a get the facts.
Realmente, as coisas eram mais inteligentes quando era o Bill Gates na direção da MS.
[]s!
Vinícius Medina
Usuário Linux 383765. É um também? Mostre a sua cara!