A versão Intermediate Draft 1.3 da proposta de padrão para formatos de documentos que está sendo desenvolvida pela Microsoft foi apresentada pela ECMA, organização européia de padrões. COm mais de 4000 páginas em um documento Word de 6,7MB, este novo
rascunho do padrão descreve de forma extremamente detalhada como o OpenXML pode ser usado para representar quase qualquer documento possível do Microsoft Office.
Veja o texto completo em
Microsoft's draft Open XML straitjacket arrives.
Enquanto a Microsoft insiste em seu próprio padrão OpenXML (que ainda demorará um bom tempo para ser finalizado), o padrão ODF (já suportado pelo OpenOffice.org e pelo KOffice) já foi oficializado pela ISO e na semana passada foi
adotado pela IBM. Curiosamente, o justificado interesse na interoperabilidade e suporte a padrões abertos existentes, neste caso, não alcançou ainda a Microsoft - mas os seus consumidores resolveram não esperar, e
estão desenvolvendo um plugin de suporte ao ODF para o Microsoft Office.
Gartner: aprovação do OpenXML pela ISO é improvável: Segundo o Gartner, há 70% de chance de o OpenXML ser rejeitado pela ISO, agora que ela já aprovou o ODF como padrão para documentos representados em XML. O Gartner também prevé que em 4 anos o ODF vai ser exigido por 50% do mercado governamental e 20% das organizações comerciais.
Microsoft: código aberto não é confiável: Enquanto isso, talvez em um
timing infeliz, a BBC levou ao ar um documentário em que um executivo da Microsoft, ao mesmo tempo em que afirma que o código aberto não é anti-Microsoft e que oferece aos usuários a possibilidade de escolha, contrapõe a isto a afirmação de que é o código fechado (que ele chama de 'comercial') a escolha de quem precisa de confiabilidade. O documentário The Code Breakers traz depoimentos de diversas figuras conhecidas da comunidade de código aberto e
também foi exibido no Brasil. Talvez você ainda consiga assistir a uma reprise!
Só falta a MS perceber isso e dar um passo real para a interoperabilidade: Adotando o ODF como padrão principal e gerando um conversor dos formatos proprietários para o aberto. Sem nenhuma cordinha embutida, sem "mutretas".
Aí vamos ver o que é interoperabilidade mesmo.
Vinícius Medina
Usuário Linux 383765. É um também? Mostre a sua cara!