O consumidor brasileiro paga pelo que não leva quando compra um computador do programa PC para Todos, do governo federal. Testes feitos pelo Correio Braziliense entre os dias 4 e 6 de maio em quatro desses equipamentos comprovaram o que se suspeitava no mercado: três de quatro PCs identificados com o selo PC para Todos são anêmicos e não conseguem sequer rodar com qualidade suficiente sistemas operacionais de código aberto, em modo gráfico, como o Mandriva e o SuSe. E desde que foi lançado, em setembro do ano passado, o PC para Todos ganhou dois ingredientes que só fizeram piorar sua qualidade: a exigência de 128 MB de memória real foi derrubada da lei por pressão dos fabricantes e o Ministério de Ciência e Tecnologia, que deveria realizar inspeções para verificar o cumprimento da lei, até agora não examinou um computador sequer. (...)
Sérgio Barcellos, da secretaria de Política de Informática do MCT, considera natural a alteração do texto da portaria 624. "Seria pretensão achar que soltaríamos uma coisa perfeita. Algumas questões precisavam ser melhoradas", acredita. Para ele, se a portaria entrasse em detalhes demais poderia engessar o mercado, considerado por ele maduro o suficiente para lidar com uma lei menos detalhada. "Os fornecedores não correriam o risco de vender máquinas que não funcionam", argumenta. De acordo com o MCT, o órgão deveria realizar inspeções técnicas nos produtos, mas até agora nenhuma foi realizada.
Cézar Alvarez, coordenador do PC para Todos na Casa Civil, quer atribuir aos consumidores a responsabilidade da fiscalização do cumprimentos dos requisitos por parte dos fabricantes.. Veja o texto completo em
Mundo Info - Micro, sim. Mico, não! .
Dual boot no computador para todos? Por falar em os autores da portaria acharem natural ela ser imperfeita, não custa lembrar da notícia que divulgamos há duas semanas sobre o
esforço do governo para evitar que outra brecha na portaria permitisse aos fabricantes vender PCs com dual boot (Linux e Windows) com os benefícios do programa Computador para Todos. Estou disposto a apostar que se isto se concretizar mesmo (e estou estranhando o silêncio sobre o assunto), veremos um súbito salto na qualidade da configuração de hardware ofertada pelos fabricantes que aderirem a esta possibilidade que aparentemente foi aberta na norma por descuido de quem a redigiu - a autoridade governamental ouvida pelo Terra à época declarou: Não há veto explícito no corpo do decreto, mas achei que as próprias empresas que, em certo momento acompanhavam o debate do dual boot, tivessem compreendido. Mas talvez tenhamos falhado na redação. Mas aguardaremos mais notícias, com a mesma confiança de sempre na sabedoria, competência, seriedade e transparência das áreas públicas envolvidas.
como tudo no Brasil, virou palhaçada para um bando de oportunistas se aproveitarem da ignorância dos consumidores...
;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")