Errado. Quem irá determinar o futuro do Linux não são os advogados do open source e sim o mercado. Isso não é uma previsão, é uma verdade fundamental do sucesso de tecnologias. Um exemplo recente é a 'briguinha' DVD+R x DVD-R. Sabe quem ganhou, se foi Philips ou Pioneer? Pois bem, foi a LG, que lançou um produto que lia e gravava todos os formatos, inclusive DVD-RAM. Os consumidores almejavam um aparelho que fizesse tudo, a indústria correspondeu.
Tenho lido as opiniões de leitores aqui no MeioBit e em outros fórums e sites de respeito e muitos são contra a inclusão de software proprietário junto com o Linux. Os argumentos nem sempre são convincentes, mas digo-lhes agora: o Linux, assim como o movimento de software livre em geral está em fase de experimentação e apenas alguns irão sobreviver.
Como os códigos-fonte são abertos e cada distro faz, de certa forma, o que bem entender, existirão sempre algumas como o Debian, que não entra nada free. Mas se a IBM, Novell e Oracle, dois líderes em distribuição decidirem que o mercado demanda software proprietário, DRM e tudo o mais que fazem os radicais ter calafrios, tenha certeza, que toda a filosofia irá por água abaixo em prol do pragmatismo e das regras de mercado. O usuário final quer ter a liberdade de plugar o iPod e comprar suas músicas e seus filmes.
Forçar a indústria a adotar padrões livres multimídia não funciona da forma como muitos pensam. Convocar as massas de consumidores a exigir o padrão livre A ou B. Certo... e quem paga a conta, cara-pálida? Essa força vem do desejo do consumidor, incutido ou não.
O futuro do Linux está em nossas mãos, certo?
Errado. Quem irá determinar o futuro do Linux não são os advogados do open source e sim o mercado.
Isso não é uma previsão, é uma verdade fundamental do sucesso de tecnologias.
Um exemplo recente é a "briguinha" DVD+R x DVD-R. Sabe quem ganhou, se foi Philips ou Pioneer? Pois bem, foi a LG, que lançou um produto que lia e gravava todos os formatos, inclusive DVD-RAM. Os consumidores almejavam um aparelho que fizesse tudo, a indústria correspondeu.
Os argumentos nem sempre são convincentes, mas digo-lhes agora: o Linux, assim como o movimento de software livre em geral está em fase de experimentação e apenas alguns irão sobreviver.
Como os códigos-fonte são abertos e cada distro faz, de certa forma, o que bem entender, existirão sempre algumas como o Debian, que não entra nada que não seja livre. Mas se a IBM, Novell e Oracle, líderes em distribuição e suporte decidirem que o mercado demanda software proprietário, DRM e tudo o mais que fazem os radicais ter calafrios, tenha certeza, que toda a filosofia irá por água abaixo em prol do pragmatismo e das regras de mercado.
Se você acha que é válido o software livre esperar 30 anos por um ideal, esqueça.
Os pesos-pesados por trás do Linux são empresas, capitalistas e querem ganhar dinheiro.
Não, isso não é errado, e jogar as chances de um sistema operacional livre para 2036 é, desculpem, do coração, burrice, miopia e ingenuidade.
Imagine um aparelho de Media Center nos lares na Copa de 2014, com DRM, transmissão digital de alta resolução, aluguel de filmes e download de shows, com player de HD-DVD/Blu-Ray/ULTRA-HIPER-DVD rodando sobre um ambiente Windows ou alguma versão proprietária de fabricantes porque em 2006 decidiram lutar CONTRA e indústria porque DRM é ruim e o software livre não se mistura com gentalha.
Se isso for verdade, então todo o trabalho de gente séria nos últimos 10 anos será jogado fora. Quem irá assumir essa responsabilidade? E os custos de se ter investido milhões de dólares em algo que só irá ser popular em 3 décadas? Em informática, isso sinifica: 6 famílias de processadores, 20 gerações de GPUs, 5 ou 6 versões do Windows, PlayStation 9, XBox Cos? (ou XBox 2k? radiano), Nintendo Hee/Shee/Itt.
Se está falando em termos de "usuário leigo", a grande massa, eu retruco: e daí? Como usuário e desenvolvedor de SL pouco me preocupo com isso. Gostaria sim que viessem para o SL, mas definitivamente não estou disposto a abrir mão do que quer que seja para cumprir suas exigências imediatistas.
Vc. fabrica seu próprio hardware? Ou tem tempo de escrever drivers de dispositivo para cada novo periférico?
Uma das coisas mais interessantes do Linux é a disponibilidade de device drivers para dispositivos padrão. No entanto, todos os dias novas possibilidades aparecem e seus fabricantes desenvolvem softwares e drivers para lidar com seus equipamentos. Oferecem esses softwares gratuitamente, pois isso lhes permite vender o hardware.
A regra que alavanca a escrita de suporte em soft para o fabricante é simples: se o custo de produção e suporte do soft for bem inferior ao lucro obtido para aquele nicho de usuários, vale a pena produzir o soft.
Se não existem usuários suficientes em uma dada plataforma, não há motivo para desenvolver drivers e softs para ela.
Sem o apoio dos fabricantes, voltamos a era onde alguns "heróis" acadêmicos gastam precioso tempo (que poderia ser empregado em tarefas mais nobres) fazendo engenharia reversa nos dispositivos para escrever drivers (que são muito mais trabalhosos de escrever do que os drivers para ne2000 da época do Linus). Se isso não ocorrer, contente-se então em estar no porão da tecnologia, ou seja, a máquina fotográfica do seu vizinho não é reconhecida no seu Linux.
Se continuarmos com o "orgulho da elite" em nossos peitos, ele vai decretar nossa extinção, viraremos peças de museu.
No caso moral:
A tecnologia de informação digital é uma ferramenta, não um fim. Nossa obrigação profissional é usá-la em nosso benefício e em benefício das pessoas. A tecnologia deve ajudar a curar, alimentar, vestir e educar a sociedade e para isso ela deve estar disponível. Caso o contrário não passa de um brinquedo criado para alimentar os egos de poucos.
Vc. hoje tem um computador pessoal em sua casa porque aqueles que vieram antes de você cumpriram essa responsabilidade social.
Então, por favor, não diga "-E daí?" quando o assunto for o risco de não disponibilizar o Linux e tecnologias livres ao povo.
Aproveito para dar uma sugestão à "elite" e aos eremitas digitais: Usem OS2... É um excelente sistema, sem nenhum usuário "comum" pra encher o saco e garantia de impressionar seus vizinhos sendo o único do bairro a saber como a traquizonga funciona.
A tecnologia de informação digital é uma ferramenta, não um fim. Nossa obrigação profissional é usá-la em nosso benefício e em benefício das pessoas. A tecnologia deve ajudar a curar, alimentar, vestir e educar a sociedade e para isso ela deve estar disponível. Caso o contrário não passa de um brinquedo criado para alimentar os egos de poucos.