LDL: Apesar da GPLv3 ainda estar nos estágios iniciais de desenvolvimento e de haver muito a ser discutido sobre ela, você avaliou o rascunho atual? Caso sim, o que você achou? Qual a sua opinião a respeito das questões envolvendo DRM, a liberação das chaves privadas dos desenvolvedores junto com os binários assinados - supondo que as novas seções da licença levem a isso? Qual o impacto do atual rascunho na DCCA, na Progeny ou na LSB?
IM: Eu não me aprofundei no atual rascunho, mas fiz uma leitura dele. O DRM não tem lugar lá, se você me perguntar. Eu não sou fã do DRM de maneira nenhuma, mas o mercado não deveria decidir? Falando pessoalmente, meus dólares gastos em música vão para a eMusic, que não trava seu produto com DRM e não me impede de aproveitar legitimamente o que comprei deles. Pessoalmente, eu prefiro ter a liberdade de tomar este tipo de decisão por mim mesmo que ter alguma auto-apontada autoridade moral tomando-a por mim. Não creio que nenhuma destas coisas vá chegar a um ponto aceitável, principalmente porque Linus tem dito que elas não tem chance de sucesso, no seu ponto de vista, e eu acho muito díficil visualizar um cenário no qual a GPLv3 não atente para as preocupações do seu maior benfeitor individual.
LDL: Que software roda em seu desktop? Suíte de escritório, jogos, ambiente gráfico, ferramentas de produtividade, etc?
IM: Eu prefiro o Gnome ao KDE, mas com toda honestidade, meu desktop está se tornando cada vez menos importante para mim. Eu passo 99% do meu dia no Firefox por exemplo, eu uso o Gmail como cliente de e-mail principal e estou gradualmente movendo outras coisas para o sistema operacional Web. Eu acredito muito que a Web é o futuro do software. Claro, o Linux tem um papel neste novo mundo nos nós de borda (os desktop, os dispositivos-cliente especializados, nos dispositivos móveis, etc), no data center, e em todo lugar no meio disso. Em um mundo onde a inovação acontece na Web, é mais importante que nunca que o software que faz os dispositivos individuais funcionarem na Web permaneçam baseados em padrões abertos, porque a tecnologia proprietária nativamente impede o crescimento da inovação que pode ser feita sobre ela.
disse tudo!