Terminei de ler hoje a revista inglesa Linux Format de fevereiro, que recebi há algumas semanas (e estou quase zerando a minha pilha de revistas pendentes!). Sou fã da Linux Format, é uma das minhas revistas de informática preferidas, e quase invariavelmente ela acerta no mix de matérias técnicas, análises de produtos e reportagens sobre o mercado e a comunidade. Mas nesta de fevereiro ela errou a mão, e terminei a leitura com uma sensação de que faltava alguma coisa. Como a edição de março já chegou, adiantada como de costume, confesso que já abri o invólucro plástico dela para dar uma olhada rápida, e percebi que a de fevereiro foi apenas um mau momento, na de março eles já se recuperaram.

Ainda assim, vamos a uma descrição da edição de fevereiro, com 116 páginas. A capa é dedicada ao projeto Mono, dando destaque aos aplicativos mais conhecidos nesta plataforma, como o Beagle, Tomboy e o Banshee. O DVD traz um guia do OpenOffice.org, 50 aplicativos e jogos (incluindo nomes como Tor/Tork, Medit, Magicor, a nova versão do Frozen Bubble, o NSPluginWrapper para uso junto em linux de 64 bits e muito mais), o DamnSmall Linux 3.1 e o OpenSUSE 10.2.

Não é que falte material interessante na revista: o artigo sobre extensões do Firefox de fato fugiu ao lugar-comum e apresentou diversas extensões úteis e incomuns. O artigo sobre dual-boot em Macs foi o primeiro que eu vi com este nível de detalhamento em uma revista impressa, e o artigo sobre otimização do servidor MySQL está bastante bom. A seção Hot Picks também traz vários aplicativos que eu não conhecia e parecem úteis.

A entrevista com Michael Tiemann, fundador da primeira companhia baseada em produtos de código aberto do mundo (anos antes de existir Linux) e hoje presidente da OSI, concedeu uma entrevista memorável, contando inclusive sobre a revolução que o Cygnus (na época, um embrião do que hoje é o Cygwin), de código aberto, causou no mercado de telecomunicações e outras aplicações embarcadas a partir do final da década de 80, e de que forma ele transporta para hoje as lições que aprendeu naquela época.

Mas as partes da revista que me desagradaram resolveram se acumular este mês. Para começar, eles acreditaram no cronograma divulgado pelos desenvolvedores sobre a previsão do lançamento do Debian Etch (inicialmente definida para dezembro), e incluíram um review dele (feito a partir de uma versão de desenvolvimento, naturalmente) na edição de fevereiro. Mas as coisas não correram como inicialmente previsto, o Etch não foi lançado, e não há nada que eles possam fazer. Espero que ao menos as críticas feitas por eles sobre a versão RC analisada possam servir como feedback para os desenvolvedores.

Para completar, o equilíbrio entre artigos para iniciantes, intermediários e avançados nas seções de tutoriais da revista foi completamente deslocado, e eles resolveram incluir diversas matérias introdutórias ("camadas no gimp", "como compilar o kernel", "instale pacotes com o synaptic") juntas no mesmo mês.