Quase um mês após vencer a primeira etapa da licitação de notebooks educacionais promovidas pelo Governo Federal, a Positivo Informática veio a público rebater acusações de que os portáteis estejam acima do preço de mercado. Segundo comunicado enviado à imprensa, a comparação dos preços pagos pelos governos do Brasil e do Uruguai é injusta dada às diferenças nos processos licitatórios de ambos.
"É preciso ter em mente os diversos fatores que compõe o produto final. Além do valor de US$ 100 não ser nem suficiente para produzir o hardware, não basta simplesmente fabricá-lo", afirma a companhia, citando o projeto da One Laptop per Child, criado e liderado por Nicholas Negroponte. Na primeira etapa da licitação, encerrada no dia 19 de dezembro, a Positivo Informática fez a menor proposta, avaliada em 98,18 milhões de reais para 150 mil laptops educacionais, o que implicará em cerca de 654 reais (350 dólares) por máquinas aos cofres públicos.
De acordo com a fabricante brasileira, uma licitação sem tantas exigências no Uruguai faz com que a diferença de preços entre os portáteis seja quase de duas vezes. "Em relação à logística, todos os equipamentos seriam entregues num depósito central e não precisariam ser instalados (no Uruguai). Já no Brasil, a entrega será feita nas 300 escolas e a empresa também será responsável pela instalação e configuração (...) também de um servidor que será fornecido pela escola", explica a Positivo.
Outro fator está na questão financeira: no Uruguai, a compra foi feita com isenção total de impostos. Por mais que o Brasil tenha admitido isentar a licitação de ICMS e PIS/Cofins, o corte de até 50,87 reais no preço dos portáteis será feito apenas depois da venda e instalação dos ClassMates. A garantia também apresenta diferenças em ambos os mercados: o Uruguai exige 90 dias para peças, enquanto o Brasil determina três anos de manutenção no local.
Saiba mais (idgnow.uol.com.br).
Compare-se a extensão territorial entre o Brasil e o Uruguai. Aqui, o vencedor terá que efetuar a entrega em localidades dispersas, e sem falar no atendimento aos equipamentos, garantia para atendimento no local durante 3 anos. Enquanto no Uruguai, um país de pequena extensão territorial, a entrega se dará em local centralizado, e a garantia de 3 meses.
Não se trata de compra de "bananas no fim da feira", onde certamente o preço é muito mais barato que na loja de frutas. Trata-se compra feita por órgão governamental, o qual estabeleceu as regras para o processo no edital, edital este que todos os proponentes tiveram que se sujeitar, sob pena de desclassificação.
E a figura dos impostos?? Os impostos são do governo, e não do vencedor da licitação.
Ora, ninguém questionou o por que de 3 anos de garantia? Será que no Brasil nossos estudantes são mais descuidados do que no Uruguai? Ou pretendeu-se resolver a questão de falta de verba para custeio de serviços de manutenção? Será que só no Brasil exige-se 3 anos de garantia?