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Empresa multinacional e distribuição nacional sofrem revés em contratação de ministério e ninguém percebe?

O leitor Paulo Roberto Guimarães (prg1979) enviou na tarde desta quarta-feira um link para um post de blog intitulado "No dos outros é refresco" que chamou a atenção dele e também me deixou surpreso em vários níveis. Vou reproduzi-lo quase na íntegra aqui:


A comunidade de software livre que costuma pular de alegria quando encontra uma notícia com “podres” do software preso, digo proprietário, desta vez ficou caladinha esperando o “futum” passar. Nem o site BR-Linux.org que é referência nacional em matéria de código aberto fez qualquer referência ao ocorrido.

A empresa vencedora da licitação com o Ministério das Comunicações, teve a sua versão apresentada de Linux vetada nos computadores do projeto de inclusão digital. O site Convergência Digital foi o único a publicar o “mico” nos micros.

Fico imaginando como seria a piada, se neste caso fosse a turma do software proprietário que tivesse repercutido a notícia.


A resposta também tem que ser em vários níveis, portanto. Em primeiro lugar, obrigado ao autor do blog Quemel por considerar o BR-Linux como referência em código aberto. Fazemos o que podemos, e o maior mérito é da comunidade, que envia um suprimento quase inesgotável de notícias!

Sobre não ter aparecido esta notícia aqui no BR-Linux, a razão é simples: ninguém enviou. Eu não fiquei sabendo. Levante o mouse quem aí na platéia sabia que a multinacional oferecia micros com Linux ao Ministério das Comunicações (que ela oferecia para as lotéricas eu sabia), que o Ministério estava licitando 5400 "kits telecentro" no dia 28 de dezembro, ou mesmo que existia a distribuição nacional citada! Eu não me recordo em ter ouvido falar em nenhuma das duas coisas, e o artigo referenciado pelo Quemel se refere a esta distribuição assim: "considerado desconhecido até mesmo para os profissionais que lidam com o desenvolvimento do software livre". Me parece que o Ministério preferiu dar transparência e ampla divulgação ao procedimento em locais fora do meu conjunto de leituras habituais.

Quanto à piada, eu não sei, portanto não posso contar nenhuma. De minha parte, sempre espero o máximo de lisura, transparência e espírito comunitário de todos os órgãos de governo que incluem o software livre em seus planos. Não tenho dúvida de que é por mero acaso que a assessoria de imprensa do ministério deste caso jamais respondeu aos meus contatos, e que houve alguma razão forte para os grupos e agremiações da comunidade livre que têm proximidade maior com o governo deixarem de dar destaque a esta notícia - o que me daria a pista e a fonte suficientes para repercutir aqui no BR-Linux.

Além disso, longe de mim variar minha opinião sobre "micos" ou piadas nesta área, como mencionou o autor citado. Minha confiança nas boas intenções de todos os envolvimentos governamentais com o software livre é invariável. Aliás, enquanto o judiciário paulista continuar com a onda atual de mandar cassar o direito de publicar opiniões contrárias a figuras públicas ou empresas na Internet, nem vale muito a pena escrever a respeito.

E como de hábito, permanece inabalável o meu nível de confiança de que as autoridades públicas que receberam o mandato ou a comissão para se responsabilizar por este assunto logo se manifestarão com uma resposta completa, clara, transparente e absolutamente fiel aos princípios que norteiam a administração pública.


Comentários dos leitores

Os comentários abaixo são responsabilidade de seus autores e não são revisados ou aprovados pelo BR-Linux. Consulte os Termos de uso para informações adicionais. Esta notícia foi arquivada, não será possível incluir novos comentários.
Comentário de ruybraga
Qual o problema???: Qual o problema???
Se o software é ruim, tem que ser boicotado mesmo, independente de ser livre ou proprietário. Nem todo software livre é bom. Isso apenas mostrou que o governo também está preocupado com qualidade e não só com modismos.
A positivo, segunda colocada no pregão, também adota Linux em seu PC para inclusão digital.
http://www.positivoinformatica.com.br/todos_config_a27b.htm
Comentário de acassis
Procomp não é especialista em Linux: Concordo com comentário acima sobre qualidade de software.

Ora, a Procomp não tem "vivência" em Linux, e não sou eu quem diz isto, tenho um amigo que trabalha lá dentro.

Mesmo quem não tem amigos lá não precisa ir muito longe para descobrir isso, as urnas eletrônicas desenvolvidas pela Procomp usam DOS (algumas) e WindowsCE, e portanto pagam royalties ao "tio Bill". Ah, os terminais do SUS, desenvolvidos por esta mesma empresa, também usam WinCE.

Francamente, temos que parabenizar o Ministério das Comunicações por esta decisão. Se o mesmo rigor fosse adotado nas distribuições Linux do Computador para Todos o número de usuário insatisfeitos seria menor.

E estou torcendo para que a Procomp depois desse episódio invista mais em pesquisa e desenvolvimento em Linux.

Comentário de ivansb
Não dá pra entender nada...: Que notícia mais sem pé nem cabeça... Qual o problema afinal? Houve manipulação ou favorecimento na licitação? Então que se alegue isso em processo administrativo ou no MP.

Agora, se uma empresa perdeu a licitação e está chorando mágoas por aí, aí é muita falta de maturidade e profissionalismo...

Aliás, isso aqui tá virando um site de fofoca. Um monte de torpedos disparados de um lado a outro sem uma análise séria...
Comentário de brain
Torpedo nenhum: Meu ponto é justamente demonstrar a razão de a notícia não ter aparecido antes: justamente porque não atraiu a atenção de ninguém por aqui.

Mas uma vez que houve a acusação de que a comunidade só fala destes processos licitatórios quando é pra elogiar, achei que cabia a resposta extensa.
Comentário de SouLivre
Quem acompanha o software: Quem acompanha o software livre nunca ouviu falar em Flux Linux. Algumas empresas tentam ganhar dinheiro sorrateiramente com software livre sem ter a responsabilidade com o mesmo.
Veja as Casas Bahia que exemplo de sucesso. Leia a Info edicao 250.
A empresas serias nao tentam reinventar a roda. Estas empresas pegam a forca do software livre e utilizam reconhecendo o trabalho colaborativo.
Comentário de hamacker
Ah tá, Minicom é o: Ah tá, Minicom é o Ministério das Telecomunicações.
Achei que não tinha passado no teste do minicom, aquele programa para comunicação serial. :)
Comentário de Leonardo
Peralá:
A Procomp é a filial da Diebold aqui no Brasil?
A mesma Diebold daqueles fiascos ridículos com o sistema de votação eletrônico estadunidense?
Alguém esperava algo diferente deles?
=)
Comentário de Quemel
Cutucar a onça com a vara curta: Caro Augusto "Brain" Campos,

Salve!

Após a repercussão aqui, percebi que não linkei na minha notícia o endereço do site. Corrigido a injustiça, peço a permissão para torná-lo link permanente em meu blog.

Luiz Henrique Quemel - Editor técnico
Correio Braziliense - Suplemento Informática.
Comentário de brain
Claro!: Claro, com o maior prazer.
Comentário de rafaelpitrovski
Não tô entendendo ....: Sinceramente, não entendi a preocupação do colega em não ter noticiado nada à respeito. Muito menos referente às possíveis piadas.

A única coisa demonstrada com o acontecido, é que a empresa em questão, da qual não tinha conhecimento da existência até então, igualmente com a sua distribuição linux, não está qualificada para fornecer o produto que está vendendo.

Se esse episódio entrar para a lista das piadas de TI, será no ítem de "Empresas que enfiam os pés pelas mãos".

Felizmente, o Ministério mostrou-se inteligênte e sério, coisa difícil de acontecer no atual mercado, principalmente dentro do governo.
Comentário de Fábio Emilio Costa
Trollbait descarado: Queria ver o Baboo denunciar as falhas no software da MS... :P

Desculpem, mas esse tipo de coisa não pode passar em branco. Chamar a comunidade SL de tendenciosa?! O cara já entrou em um Baboo da vida, onde o mero fato de criticar Windows te dá um ban na testa? Onde os caras praticam auto-censura?!

E parabéns pela cobertura do Br-Linux, Brain. Se você não publicou é porque ninguém te avisou e sei bem disso! :-P

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Comentário de Quemel
Perguntar não ofende: Por que a notícia não provocou interesse?
Comentário de brain
Provocou sim: Esteve entre as 3 mais lidas durante 3 dias, período em que cerca de 45 outras notícias foram publicadas. Foi também uma das mais lidas da semana.
Comentário de Alexandre Aguiar
Demorou mas se espalhou: A notícia demorou mas se espalhou e hoje apareceu na lwn.net.
O que mais incomoda e que em tempos de Internet generalizada até assusta é a falta de informação. Especialmente nas coisas desse governo. Ninguém revela porquês que deveriam ser bastante simples e "meramente" técnicos. O significado disso é:
1) os porquês são irreveláveis
2) os porquês não são estritamente técnicos como deveriam
3) nossa obrigação é apenas pagar sem questionar
Já tivemos outras ditaduras mais baratas...

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