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Entrevista: OLPC e a educação sem camisa-de-força


“Entrevista com a professora Léa Fagundes, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC), da UFRGS, conta por que acredita no laptop XO para revolucionar os processos de ensino no país. Ela também está pilotando os testes com o equipamento numa escola pública de Porto Alegre. "Essa máquina XO é tudo o que a gente sonhou, queria, e nunca conseguiu”. ”


Enviado por Usuário Ubuntu (genericobolΘbol·com·br) - referência (arede.inf.br).

Trecho:


ARede • Se acontecer alguma coisa, os pais vão ter que pagar pela máquina?
Léa • Isso não adianta. O prejuízo real é do menino, que fica sem o XO. Mas também alertei a eles: é preciso compartilhar, ensinar, chamar os amigos em casa para usar.


ARede • Quais são as atividades que estão no XO?
Léa • Primeiro, e acho fantástico, é que ele não tem arquivos. Aí criticam: o XO não tem memória, o ClassMate tem. Pois não é mesmo para armazenar arquivo. Ele tem journal (de jornal, diário), onde se registram todas as atividades. Há um recurso de colocar tags e fazer banco de dados. Então, se tirei medidas de comprimento, fiz cálculo de superfíce — coloca a tag matemática. Aí fiz música, escrevi, vai pondo as tags, e depois acessa essas atividades por técnicas usadas, conceitos trabalhados, problemas resolvidos. A criança, com o professor, decide a classificação. Ela constrói um banco de dados sobre a própria atividade. Qualquer outro que entrar na rede Mesh vai no banco de dados e escolhe o que consultar.


ARede • Assim, as crianças desenvolvem alguma habilidade em programação?
Léa • Sim, porque programar é que faz aprender. A criança tem que fazer antecipações, retroações e tirar conclusões. Já estava na proposta da linguagem Logo. Agora, temos a linguagem Squeak. Foi criada em software aberto, orientada a objetos. Tu programas objetos, e faz atividades com os objetos, usando o recurso Etoys. Por exemplo, fazer um carrinho. O menino junta a roda, os pneus, a capota, o motorzinho. Desenha uma paisagem. E o carrinho tem que descer uma lomba. E quando manda o carro girar, engatar e descer, os comandos todos programadinhos, ele vai e cai lá embaixo, respinga e faz barulho – tchum! E O Squeak roda no XO.


Comentários dos leitores

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Comentário de The Darkness
Fico extremamente feliz por: Fico extremamente feliz por ver um pedagogo falando do XO.
Afinal de contas o XO foi feito para eles, e eles é quem devem dizer se ele é bom ou não.
Concordo com tudo que foi dito e espero que os projetos que já foram iniciados sejam levados adiante.

Como já disse em outros posts aqui, espero que os responsáveis por comparar as opções que estão aí avaliem o lado pedagógico, e como disse a professora Léa não gastem um rio de dinheiro para fazer mais do mesmo.
--
[ The Darkness ]
[ Jorge Bastos ]

Usuário Linux #407232
http://counter.li.org/

Comentário de alepaes
Concordo plenamente: As pessoas que avaliarem os equipamentos, devem levar em conta toda uma filosofia de aprendizado e não apenas um notebook para os pimpolhos.
Acho que o equipamento tem que fazer com que as crianças busquem informações e não as ganhe de mão beijada, como a garotada com um PC na mão e um copy and paste na cabeça.

A lógica, discussão em grupo e, principalmente, a necessidade de se relacionar e aprender sem uma máquina por perto é que ditarão o sucesso da pedagogia por trás do OLPC e concorrentes. ;)

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Alexandre de Arruda Paes
Comentário de santo
Eu li o texto e a pedagoga: Eu li o texto e a pedagoga me pareceu extremamente crua sobre conhecimento de informatica, com frases como "O PC nunca foi feito para a Educação" ou o "XO não é PC", demostram claramente que ela e a grande maioria dos usuários não sabem diferênciar softwares de hardwares, os problemas citados por ela como sendo do PC são problemas de softwares ou da falta de softwares.
Mas com certeza nesta entrevista vemos o verdadeiro buraco da industria de sotware propietario e o quanto ela é prejudicial, esta industria que investe milhões ou bilhões em softwares que já estão maduros só para empurrar uma nova versão para um cliente que pode pagar cara por ele, e deixa outras areas totalmente orfãs como a educação por que não parecem ser lucrativas, nesta hora vemos a real vantagem do software livre que produz softwares para quem precisa e não para quem pode pagar por eles.
Por causa destas coisas quando o a comunidade do software livre fica brigando dizendo que oppen office é melhor que o ms-office ela erra, por que estamos perdendo tempo com ferramentas que já estão suficientemente boas e precisam de pequenas atualizações somente. E as outras areas como ficam?
E sinceramente se em software livre existir apenas versões livres dos softwares propietarios, ai com certeza esta comunidade não tem sentido algum, por que nos vamos apenas estar dando de graça programas para os mesmos grupos dominantes que ai já estão.
E fica a pergunta por que será que a ms-não investe 1% do que ela tem de know-how e de dinheiro gasto no ms-office para criar um software para educação e outras areas? E a Adobe? e outras grandes do setor?
Comentário de Joao Avelino
Proposta Pedagógica: O grande problema é que todos os críticos se prendem a proposta tecnológica do XO (OLPC), e não vêem que ele é muito mais que isso.
Ele busca formar as crianças com o apoio da tecnologia, e não no uso de uma tecnologia. Mostrando as crianças que a informação é algo importante e deve ser gerada e procurada. Por isso, a interface dele é tão diferente das atuais.
Parece que maioria das pessoas não vê isso, ou simplemente prefere ignorar, vendo apenas o impacto econômico gerado pelo XO, desconsiderando compeltamente o impacto educacional e, principalmente, o impacto nos futuros cidadãos do mundo que podem vir a ser formados.

Comentário de Juliano Bittencourt
Esclarecimento: Li o post do colega Santo e gostaria de esclarecer que a Profa. Léa Fagundes é uma das maiores especialista em Informática na Educação e Brasil e compreende muito claramente todas as informações que o colega levantou como algo indiferenciado para a maioria dos pedagogos. Quando ela fala que o PC não foi feito para a educação e que o XO não é um PC, ela refere-se ao contexto histórico no qual o computador pessoal cresceu e evolui: o da inserção do computador no mercado de trabalho. Apesar das primeiras propostas de computador pessoal e interface gráfica terem sido realizadas por Alan Kay, no Xerox PARC, para o trabalho por crianças, os desenvolvimentos vindouros sempre visaram o aumento da produtividade das pessoas no trabalho. Isso faz com que as pessoas olhem o XO por essa perspectiva e não como uma reflexão sobre o conceito do PC pensando sobre o contexto da educação. No próprio wiki da OLPC, pode-se ver claramente essas definições. Para saber mais informações sobre a Léa, basta colocar o nome dela no Google.
Comentário de Marcos Paim
Contra-ponto: Sr. Santo,

No meu entendimento a tua mensagem nos traz avaliações muito superficiais sobre o tema, especialmente com relação ao conhecimento de informática da Profª Drª Léa. Por isso não tive como deixar de me manifestar.

O teu comentário sobre o conhecimento de informática Profª Drª. Léa foi infeliz e não pertinente. A Profª Léa é reconhecida mundialmente pelo seu conhecimento de informática. Não aquele que mencionaste (ou acredito que fosse a intenção), de programação ou da montagem de um computador. O reconhecimento que ela tem é em função do uso da tecnologia a favor da cognição humana, não só computadores, mas rôbos, inteligência artificial, realidade virtual, redes neurais e coisas que estão no vocabulário de poucos no mundo da tecnologia.

O conhecimendo da Profª também é suficiente para trazer projetos (do Banco Mundial, Unesco, OEA...) e pessoas ao Brasil (Papert é uma delas) não só para mostrar seus trabalhos, mas eles visitam o Brasil também para aprender. Eu sonho com o dia que isso possa acontecer com outras áreas.

Acho que aí está a diferença. O conhecimento de informática da Profª não ajuda apenas ela mesma ou meia-duzia de vizinhos e clientes. Esse conhecimento ajuda as pessoas (principalmente as crianças de escolas públicas) a encontrar caminhos para suas vidas com um futuro que pode ser construído por elas mesmas, tomando por base a sua capacidade.

Discordo completamente das colocações com relação ao software. Mas o recado mais importante foi dado.

Marcos Paim

Comentário de pilgerowski
Só um adendo...: A professora Léa Fagundes não é, no caso, uma pedagoga, mas sim A pedagoga. É a maior mente no Brasil no que diz respeito ao uso da informática como instrumento educacional. =)

Ela é dauqelas pessoas que a gente pode confiar na opinião =) Não, não tô dizendo que ela é perfeita, mas sim que é extremamente grande a chance dela estar certa... =D

[]'s
Charles Roberto Pilger
http://www.charles.pilger.com.br #134499

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