Comprei neste sábado, ali na banca do Seu Joaquim, a edição 7 da EasyLinux, a mais do que bem-vinda revista voltada para os usuários brasileiros de Linux no desktop que não têm necessariamente aquele perfil técnico que caracteriza o leitor médio aqui do BR-Linux, por exemplo. A capa desta edição é a mais bonita de todas até agora, e o tema são as fotos digitais, com um comparativo de 4 câmeras digitais que funcionam com o Linux, um artigo sobre retoques usando o Gimp, uma análise de vários softwares para organização de albuns digitais, e um tutorial do kflickr. Fora do tema de capa, há uma matéria interessante sobre as extensões do Firefox, explicações detalhadas sobre o uso do comando mount, e as costumeiras seções de dicas sobre OOo, Gimp, KDE, GNOME e mais.
Por pura falta de tempo, eu não havia lido ainda a edição de setembro, que estava aqui na bandeja de entrada há pouco mais de um mês - e talvez você ainda encontre à venda nas bancas. Para não deixar uma lacuna no site, hoje folheei rapidamente meu exemplar, e o que mais me chamou a atenção foi um detalhe quase insignificante, mas que me fez rir: a presença extremamente discreta de um dinossauro em miniatura na capa dedicada ao OpenOffice.org. Com a série de anúncios da Microsoft caracterizando os seus próprios clientes usuários do MS Office como dinossauros, achei a presença de um deles ali uma fina ironia - espero que nenhum editor da revista surja aqui nos comentários para dizer que é apenas delírio meu. O subtítulo da edição também é bem-humorado: "OpenOffice.org: impressione seu chefe com os recursos dessa poderosa suíte".
As matérias do tema de capa incluem a geração de PDFs, automação de planilhas com fórmulas e funções, dicas para a criação de documentos com aparência profissional usando recursos fáceis do Writer, um passo-a-passo de criação de apresentações no Impress, e mais. Além disso, há matérias interessantes sobre o Fedora Core 5, backups fáceis no GNOME e KDE, e diversas seções de dicas, desta vez incluindo até o Skype na receita.
Uma mudança bastante bem recebida (ao menos por mim) entre a edição de setembro e a de outubro foi o fim daquelas historinhas com os personagens do curso Hackerteen, narradas na forma de diálogos ilustrados com avatares de cada integrante da turminha. As historinhas de Yago, HackerIP e seus amigos eram interessantes e educativas, mas não me parece a melhor forma de comunicar a sua mensagem em uma revista - nem mesmo quando se considera o público adolescente. Parece aquelas introduções de jogos japoneses de videogames de 8 bits, em que as frases são colocadas ao lado dos personagens imóveis, em sucessão, por longos minutos - e que ninguém lia... Por outro lado, mesmo estando com uma apresentação mais fácil de ler, acho que a edição de outubro das 4 páginas de conteúdo do Hackerteen embutidas na revista errou na mão ao selecionar o conteúdo. Não tenho absolutamente nada contra a divulgação de como fazer scan de vulnerabilidades, como funcionam os ataques e outras informações que freqüentemente vemos os fabricantes de software querendo censurar - até mesmo porque é facílimo descobrir na própria Internet este tipo de informação. Mas acho que é possível dar lições sobre o uso responsável deste tipo de informação sem incluir exemplos literais das strings que você pode digitar no Google para localizar máquinas com versões vulneráveis do Apache, ou para fazer download de exploits. Não tenho dúvida de que a intenção dos autores foi a melhor possível, e também imagino que em edições posteriores eles encontrarão o equilíbrio.