Red Hat, Novell, OIN, Mono e a defesa organizada contra ataques baseados em patentes de software
OIN é a Open Invention Network. Os membros incluem, entre outros, Red Hat, Sony, Novell, IBM e Philips. A idéia por trás da OIN: jogar várias patentes à mesa. Tornar estas patentes disponíveis a desenvolvedores de open source e companhias que oferecem suporte a desenvolvedores de open source. Mais importante: usar estas patentes para contra-atacar companhias que possam nos acusar de infrigir *suas* patentes.
Uma das maiores armas na OIN é o conjunto de patentes da 'Commerce One'. Basicamente, a Commerce One obteve diversas patentes potencialmente assustadoras em coisas de e-commerce e eles faliram -- e a questão 'quem irá comprar as patentes da Commerce One' este 'quente' por um tempo. Quando um comprador misterioso comprou as patentes, tornou-se grande notícia em certos círculos. Pois acabou que a compradora era a Novell. E eles contribuiram estas patentes à OIN. Créditos merecidos à Novell. Para aqueles que preferem a analogia de 'nuclear patent war': a OIN é a OTAN (NATO) das patentes de software -- e as patentes da Commerce One são ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais - http://en.wikipedia.org/wiki/ICBM).
Onde o Mono se encaixa? O Mono está na lista da OIN de 'patentes protegidas'. Quer dizer, 'se alguém processar você por infrigir uma patente nesta lista, você pode usar quaisquer patentes do arsenal da OIN para atacá-los'. Veja o texto completo em NoticiasLinux.com.br.
Se não podemos nos livrar das patentes de software interferindo no software livre em nível internacional, ao menos temos a oportunidade de vê-las sendo usada também em nosso favor. Vamos aguardar para ver que outros projetos, além do Mono, já estão incluídos sob o guarda-chuva da OIN.
(postado por Augusto Campos)
Comentários dos leitores
Comentário de Humberto
17/04/06 12:55
Patentes: Boa iniciativa, infelizmente persiste o problema de empresas que na verdade nao produzem nada e vivem somente de registrar patentes (logo, nao violam nenhuma outra patente), alem da possibilidade de uma empresa desse tipo serem criadas por baixo dos panos por uma empresa como a Microsoft.
Comentário de The Darkness
17/04/06 15:16 - usuário registrado #4599
Se uma empresa não tem um: Se uma empresa não tem um produto que use a patente a mesma pode ser questionada judicialmente.
A iniciativa da OIN é ótima, usar as armas do inimigo contra ele mesmo.
Quando a loucura que são as patentes de software não mais um filão para as grandes corporações, elas vão ter menos defensores e nós teremos mais chances de vê-las extintas de uma vez.
[ The Darkness ]
[ Jorge Bastos ]
Usuário Linux 407232
É Usuário de Linux? Apareça !!!
A iniciativa da OIN é ótima, usar as armas do inimigo contra ele mesmo.
Quando a loucura que são as patentes de software não mais um filão para as grandes corporações, elas vão ter menos defensores e nós teremos mais chances de vê-las extintas de uma vez.
[ The Darkness ]
[ Jorge Bastos ]
Usuário Linux 407232
É Usuário de Linux? Apareça !!!
Comentário de bogus
17/04/06 17:59 - usuário registrado #390
Enquanto isso no mundo real...: http://www.eolas.com/technology.html
Comentário de nemesis
18/04/06 7:47 - usuário registrado #1514
na verdade: "A iniciativa da OIN é ótima, usar as armas do inimigo contra ele mesmo."
acho que o objetivo principal é legitimizar e ampliar o uso de patentes de software, essa prática perniciosa e deplorável...
cadê o Stallman?...
;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")
acho que o objetivo principal é legitimizar e ampliar o uso de patentes de software, essa prática perniciosa e deplorável...
cadê o Stallman?...
;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")
Comentário de Patola
18/04/06 9:36 - usuário registrado #184
Será?: Será que legitima mesmo? Eu tenho lá minhas dúvidas. Não sei qual jurista acreditaria que uma organização que use de patentes justamente pra evitar abusos de patentes não está agindo exatamente pra fazer a lei não funcionar na prática. Somente alguém cego não veria isso.
--
Dicionário rápido para o br-linux:
--
Dicionário rápido para o br-linux:
- É exceção e não excessão.
- É licença e não licensa.
- É discussão e não discursão.
- É opinar e não opnar.
Comentário de nemesis
18/04/06 10:03 - usuário registrado #1514
do modo como estou: do modo como estou entendendo, é o mesmo que dizer: "use estas patentes para estar seguro contra patentes". É claro que está seguro contra patentes: está coberto delas!
é legitimar pelo uso forçado: ou vc usa patentes para se proteger contra patentes ou fica desprotegido contra patentes. Não há mais um mundo sem patentes...
se isso não é legitimar, não sei o que é...
;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")
é legitimar pelo uso forçado: ou vc usa patentes para se proteger contra patentes ou fica desprotegido contra patentes. Não há mais um mundo sem patentes...
se isso não é legitimar, não sei o que é...
;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")
Comentário de brain
18/04/06 10:24 - usuário registrado #1
utopia?: De fato, "não há mais um mundo sem patentes". Nos países em que existe amparo legal a patentes de algoritmos, os desenvolvedores ficam com poucas opções. No caso da OIN, me parece que as organizações que compõem o grupo não desejam legitimar o uso de patentes: elas já consideram este uso legítimo e fazem uso dele cotidianamente. Nesse contexto, acho melhor que usem parte do seu portfólio para defender projetos publicamente e em sintonia (como no exemplo em que patentes pertencentes à Novell podem vir a ser usadas para defender o uso do Mono no Fedora) do que cada uma delas se encastelar e guardar suas patentes para defender apenas de ataques contra si mesma, como é mais comum.
Outra opção de defesa é a inclusão de cláusulas em licenças de software, mas o horizonte de aplicabilidade é completamente diferente.
O melhor mesmo seria viver a utopia ou a fantasia de desejar que as patentes de software sumissem ainda essa semana nos EUA. Mas enquanto isso não acontece, e lá estas patentes são legítimas e tradicionais (já que por lá não são nenhuma novidade), é bom ver iniciativas da OIN (e outras isoladas, como as da IBM) dando alguma sustentação contra os ataques baseados em patentes, que em algum momento virão.
Outra opção de defesa é a inclusão de cláusulas em licenças de software, mas o horizonte de aplicabilidade é completamente diferente.
O melhor mesmo seria viver a utopia ou a fantasia de desejar que as patentes de software sumissem ainda essa semana nos EUA. Mas enquanto isso não acontece, e lá estas patentes são legítimas e tradicionais (já que por lá não são nenhuma novidade), é bom ver iniciativas da OIN (e outras isoladas, como as da IBM) dando alguma sustentação contra os ataques baseados em patentes, que em algum momento virão.