As notícias sobre software livre na imprensa internacional nesta segunda-feira foram caracterizadas pelas análises sobre a GPLv3 e a forma como a FSF vem conduzindo o processo de depuração desta licença. O principal crítico do processo é também o criador de um dos mais populares softwares de código aberto, o kernel Linux - licenciado sob a GPL2 desde o início da década de 90. Linus Torvalds expressou suas opiniões de forma clara, e gerou uma série de artigos. Eis os que eu li:
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Torvalds slams 'religious' GPL3 open source licence - "Licença de código aberto se perdendo em batalha religiosa sobre DRM" (VNUNet)
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Torvalds says no to GPLv3 (ITWire)
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Torvalds critical of new GPL draft - "O segundo rascunho da GPL revisada foi lançado, mas Linus Torvalds -- fundador e líder do mais conhecido projeto de software sob a GPL -- permanece não convencido sobre seus méritos" (ZDNet)
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Linux creator Torvalds still no fan of GPLv3 (ComputerWorld)
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New GPL draft takes second crack at DRM (ZDNet)
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Torvalds Decries 'Religious' Approach to GPL (LinuxInsider)
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Torvalds blasts GPL version 3 (TechSpot)
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DRM is the open source divide
Na minha opinião, a posição da FSF registrada na GPLv3 sobre as questões de DRM avançaram neste segundo rascunho, mas ainda há espaço para mais avanço. O simples fato de a expressão "Digital Restrictions Management" ter sido removida completamente do texto já indica a direção correta. Da mesma forma, a substituição da exigência de licenciamento de patentes (que constava no primeiro resumo) por um compromisso de não usar judicialmente as patentes pode fazer alguma diferença positiva na adoção corporativa do código aberto licenciado sob a GPLv3.
Mas as questões sobre a DRM são mais complexas do que parecem. Segundo
a ZDNet australiana, Eben Moglen declarou que a proteção da GPLv3 contra DRM se restringe aos direitos sobre o software em si: a declaração dele teria sido que o segundo rascunho deixa claro que “
nossa meta é proteger nossa forma de fazer software, e não garantir que filmes ou música ou trabalhos textuais estejam livres de restrições digitais”. Mas no mesmo artigo a ZDNet consulta um especialista em direitos autorais que analisou o segundo rascunho e concluiu (como Linus Torvalds) que ele não se restringe ao software, impondo obrigações sobre fabricantes de hardware também. A HP também
registrou que gostaria que alguns termos fossem definidos de forma ainda mais clara.
Eu concordo plenamente com a declaração de Linus Torvalds de que cabe a cada projeto de software escolher que licença pretende adotar. O kernel Linux, caso mantenha a licença atual, continuará sendo livre e de código aberto. Mas enquanto a GPLv3 continuar aberta para discussões, cabe a cada interessado buscar comunicar a sua opinião e defender seu ponto de vista.
Com a GPL estão agindo como se uma delas fosse botar fim na outra.
O Linus é que está certo! Mas não sobre o DRM, ele está certo é em defender que enquanto a versão 3 não o atrair, ele vai continuar com a 2.
Tem gente que prefere o ramo estável do software, mas tem gente que prefere a inovação. Por que não fazer assim com a GPL. Tem tanto programa coberto por várias licenças, porque não cobrir uma distro com um kernel GPL2 e GNU com GPL3?
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O problema com a Wikipedia é que ela só funciona na prática"
- Desconhecido