A notícia é surpreendente, mas o Convergência Digital muitas vezes está bem informado sobre o que rola no governo. Vamos aguardar novas informações, confirmações, desmentidos ou detalhes! Seguem trechos da notícia:
"Representantes do governo e da indústria se reuniram nesta sexta-feira (09/11) em São Paulo, para debaterem a possibilidade de produção de um notebook para atender às necessidades de professores do Ensino Básico. O governo deseja adquirir uma máquina cujo o preço não ultrapasse R$ 1 mil. Em contrapartida, acena com a possibilidade de comprar ao longo dos próximos anos, um volume estimado em 2,5 milhões de notebooks. (...)
Este foi o segundo contato da indústria com o governo para discutir a fabricação dos notebooks. O governo recuou da sua decisão inicial de comprar os notebooks populares que foram desenvolvidos pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), pela Intel e pela indiana Encore. O processo de compras desses equipamentos, por sinal, está atrasado. O governo previa lançar o edital em outubro.
A mudança de planos foi em função de o Ministério da Educação desejar uma máquina mais robusta para os professores. No encontro desta sexta-feira, na capital paulista, não foi fechado nenhum acordo, mas ficou agenda a realização de um novo encontro, em dezembro."
Saiba mais (convergenciadigital.com.br).
a notícia pode até ser verdadeira (apesar de mal contada - talvez de propósito, pelo cara que "sussurrou" para o Convergência Digital), mas vamos dar um passo para trás para ver a floresta toda:
1) Quem toca o projeto UCA (Um Computador por Aluno) oficial no Brasil é a Casa Civil e não o MEC!!! ah!
2) O MEC no que diz respeito à política de inclusão digital, é uma confusão. Sabem por quê? Porque tem um monte de gente tratando da mesma coisa, sem se falar. Tem projeto do pessoal da Secretaria de Educação à Distância, tem do pessoal do Ensino Médio, tem do pessoal do Ensino Fundamental, tem do pessoal do gabinete do ministro e deve ter outros grupos, cada um com seu projeto personalizado, fazendo seus experimentos pilotos, etc. São feudos que não se falam... infelizmente...
Se eu fosse maledicente, diria é que cada grupo está pensando mesmo é em "como faturar algum nas licitações milionárias que deverão ocorrer", se o seu projeto vencer... mas como não sou, não vou dizer isso...
Então, não é mudança de planos, como comentado na nota, mas sim, a continuação dos planos do MEC. 2,5 milhões de computadores não atingem todos os estudantes do ensino fundamental (e muito menos se incluirmos os de ensino médio). São só para os professores mesmo...
E vamos ler nas entrelinhas: essa história de computador mais robusto é ou não é papo de vendedor de magazine luíza ou de ponto frio para tentar aumentar a comissão quando chega um cara que quer um computador mas não tem a menor idéia de o que são Mb, GHz, dotpixel e 104 teclas?
Mais entrelinhas: o lobby da indústria brasileira de computadores (leia-se Positivo, basicamente, hoje em dia) está forçando a barra com alguns argumentos válidos (e provavelmente outros "não-republicanos"), tipo: "por um punhado de reais a mais, o dinheiro fica no Brasil e não vai para Taiwan" (que faz sentido, mas a questão não é estritamente financeira/comercial, mas principalmente filosófico/pedagógica)...
Como se a importação de componentes não levasse grande parte desse dinheiro que supostamente "fica no Brasil" (talvez até mais do que os 200 dólares do XO) justamente para Taiwan (e muitas vezes nem sempre pelo caminho oficial - de novo o "não-republicano" - vide Cisco).
RESSALVA: Mas, como nesse país, tudo muda da noite para o dia, pode ser que alguém convenceu outrem com algum, que o melhor mesmo é não deixar ninguém entender o que uns outros estão pensando, para poder decidir sem critério algum ou sem escrúpulo nenhum.