Lembra das notícias recentes sobre os telecentros da maior cidade do país? No espaço de 1 mês, foram 3 em seqüência por aqui. Primeiro soubemos via Estadão que
o código aberto está para ser substituído pelo Vista nos telecentros de São Paulo, e na ausência de justificativas mais sólidas, os responsáveis declararam que a principal razão era a inclusão de deficientes visuais que, segundo a prefeitura, "não se acostumam ao Linux". Segundo os cálculos do Estadão, o dispêndio da prefeitura para permitir rodar o Vista nos telecentros existentes seria suficiente para a compra de micros e servidores para 35 telecentros.
Em seguida veio a manifestação do colunista
Luis Nassif criticando a migração de Linux para Windows nos telecentros, e logo depois a notícia de que
49 telecentros do estado de SP seriam transferidos para a prefeitura da capital.
Em paralelo, vêm surgindo rumores (não confirmados - e um posicionamento oficial sobre eles seria muito bem-vindo) de que a mudança de sistema operacional não é a única novidade no âmbito dos telecentros da capital paulista: haveria outra iniciativa em estudo para contratar uma empresa para ministrar treinamentos de softwares da Microsoft usando a estrutura dos telecentros, que possivelmente precisaria ser ampliada (quem sabe absorvendo mais telecentros do governo do estado?) para dar conta dos números definidos no contrato.
Se for a opção do governo paulistano, eu pessoalmente não tenho nada a opor - o poder executivo tem sua autonomia, nos termos da lei, precisando apenas prestar contas. Mas me incomoda um pouco o fato de essas notícias serem tão esparsas, sem um anúncio oficial de qual a política que está sendo adotada. Se houver um plano de contratar uma empresa a valores elevados para prestar treinamentos de software proprietário, contrariando a prática de anos nos telecentros, é só avisar, e de preferência divulgar amplamente os contratos e convênios envolvidos. Quem tiver mais detalhes, está convidado a
entrar em contato para que possamos esclarecer melhor este quadro.
Naturalmente, os participantes da direção ou administração dos telecentros paulistanos estão especialmente convidados a se manifestar, explicando o seu posicionamento em relação ao software livre em suas iniciativas, e as razões da escolha de um outro sistema operacional que exige grande dispêndio apenas nas atualizações de plataforma de hardware para rodá-lo, segundo a matéria do Estadão.
long live rock!