“A mais recente coluna do Cesar Brod no site Dicas-L está especialmente interessante. Selecionei um trecho, mas recomendo que todos leiam a íntegra no link.
Não concordo em tudo com o Eric Raymond. Especialmente não concordo com sua posição com relação a armas. No que diz respeito a Open Source, porém, o Eric mata a pau! Eu sempre recomendo um ensaio do Eric escrito em 1997, 'A Catedral e o Bazar', no qual ele explica a lógica existente na suposta anarquia do desenvolvimento do Linux. Este ensaio de Eric foi tão importante que influenciou a Netscape a abrir o código de seu navegador em 1998, dando início ao projeto Mozilla. No mesmo ano, Eric e mais uma turma de ativistas pelo software livre criaram a OSI, Open Source Initiative com o intuito de, entre outras coisas, acabar com a confusão da dualidade do significado da palavra 'Free' em inglês, que ao mesmo tempo significa 'livre' e 'grátis' e forçava aos defensores do software livre a sempre explicar que, neste caso, estavam falando de 'Free as in Freedom' (livre como liberdade) e não de 'Free as in Free Beer' (livre como cerveja de graça). Estranhamente, mes mo tendo na língua portuguesa uma palavra para 'grátis' e outra para 'livre', importamos a confusão. Vai entender.
Mas o Eric é assim: pragmático. Ao acabar com a confusão semântica, o software de código aberto passou a ser mais aceito pelas corporações. Quem imaginaria lá em 1998 que a Microsoft teria hoje licenças que seguem as propostas da OSI? Mais adiante, diz Eric em sua entrevista ao InfomediaTV, sobre as iniciativas da Microsoft com código aberto: 'Eu digo que nós devemos aproveitar todas as oportunidades, mas nunca, nunca confie nas promessas deles.'
Concordo com a primeira parte desta declaração: devemos aproveitar todas as oportunidades. Sobre confiar em promessas ou não, acho que não é o caso. Uso com freqüência o exemplo das receitas ao falar sobre software livre. Podemos fazer um chá ou uma limonada em casa, ensinar a qualquer um como se faz isto e permitir que cada um aprimore seu chá ou limonada adicionando baunilha, cravo, canela, o que for. Podemos também beber uma Coca-Cola, que tem uma receita que jamais vamos conhecer. Quando bebemos a Coca-Cola estamos, conscientes disto ou não, confiando na empresa fornecedora.
Estranhamente, mesmo tendo na língua portuguesa uma palavra para 'grátis' e outra para 'livre', importamos a confusão. Vai entender.
Acho que essa tira captou melhor a essência de Mr. Raymond:
http://geekz.co.uk/lovesraymond/archive/show-them-the-code