VEJA recebe muita correspondência com pedidos de correção e complementação de reportagens. Algumas vezes, são apenas queixas. Em outras, acrescentam-se argumentos e informações. Foi o caso de muitas cartas suscitadas pela reportagem 'O grátis saiu mais caro' (17 de maio), em que VEJA criticou a opção do governo pela insistência no uso do chamado 'software livre' nos serviços digitais que presta ao cidadão. A reportagem provocou reações de usuários e promotores desses programas de computador baseados em códigos que podem ser modificados à vontade e não têm proteção de patentes. Reproduzimos aqui uma carta, que circulou como uma corrente pela internet, por sua crítica elegante e informativa às posições de VEJA: 'O software livre é um modelo de desenvolvimento colaborativo em franco crescimento em todo o mundo, sendo inclusive responsável pela maior parte da infra-estrutura da WWW (o popular servidor livre Apache e o interpretador livre PHP são enco ntrados até mesmo na infra-estrutura do website de VEJA), e vem sendo encontrado em escala cada vez maior nos computadores dos usuários domésticos, com aplicativos de popularidade ascendente, como o OpenOffice e o navegador Firefox. Não posso responder pela política de software do governo federal (...), mas gostaria de registrar meu descontentamento pela maneira como os dois assuntos foram misturados, o que acabou refletindo de forma extremamente negativa sobre um movimento mundial que é, por natureza, independente de ideologias externas ou de correntes partidárias'
O mais fascinante é que este movimento, esta marcha das multidões contemporâneas globais, um movimento que assume formas variadas, com bandeiras variadas, surgiu da própria sociedade, de indivíduos que se associam em progressão quântica, através de redes próprias, e não das empresas, dos partidos, dos sindicatos, enfim, dos meios tradicionais de representação e de articulação.
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