“As manchetes da semana deram bastante espaço ao vírus BadBunny, que a PC World aqui do Brasil chamou de "Worm inofensivo que explora falhas de segurança do OpenOffice e do StarOffice" no título de sua matéria. Como de costume, bastante gente aproveitou para argumentar (de novo) que isto era a prova de que o código aberto não é tão seguro assim, já que agora existem até vírus para ele - mas ao contrário do que se afirmou em várias das matérias publicadas, este não foi nem ao menos o primeiro vírus capaz de executar no OpenOffice, ou no código aberto em geral.
O que este novo vírus BadBunny tem em comum com o anterior é a intenção: os dois são puramente provas de conceito, demonstrações práticas de que é possível fazer um vírus para OpenOffice. Ambos foram identificados em laboratório, e não em máquinas de usuários. No caso do BadBunny, os próprios autores se deram ao trabalho de enviar uma cópia do vírus para a Sophos, para não correr o risco de ele nunca chegar a ser identificado por alguma das empresas desta indústria.
E a Sophos identificou a situação de forma bem clara, direta e mesmo bem humorada em seu descritivo do vírus BadBunny: "Este não é um malware que esperamos ver 'in the wild' ("na selva" - fora dos laboratórios), apesar do seu uso da fotografia de vida selvagem" - referência à foto que o vírus exibe, mostrando um homem fantasiado de coelho em atividades pouco usuais para pessoas neste tipo de fantasia.
Mas outra atitude da Sophos não foi tão direta: a empresa avisou a imprensa sobre a existência do vírus antes de avisar os desenvolvedores do aplicativo explorado por ele. Todo software que oferece uma linguagem de macro com acesso a recursos de rede e de armazenamento corre o risco de ser explorado por vírus, mas ainda assim é possível que os desenvolvedores do OpenOffice tenham alguma modificação ou melhoria a fazer que possa prevenir o comportamento deste vírus específico, ou de outros similares - portanto avisar primeiro para os desenvolvedores seria a atitude lógica, responsável e esperada.
Na minha análise pessoal, a Sophos perdeu pontos nesta, juntando-se à Kaspersky no rol das empresas da indústria de vírus que já exploraram o potencial de geração de notícias que os vírus para plataformas abertas tem, para criar onda (levando seus nomes junto, é claro) a partir de vírus que só existem nos seus laboratórios.
O que não é desculpa e nem argumento para que os usuários de Linux e código aberto se descuidem da proteção contra vírus e worms, pois eles já existem, e mais cedo ou mais tarde surgirá algum que irá se espalhar em grande escala.”
Particularmente, vivo muito bem com Abiword+Gnumeric. Se preciso trabalhar em textos mais complexos, uso LaTeX (o OO.o Writer - nem qualquer outro processador de texto, que fique claro - não serve mesmo nesse caso se você quer um resultado esteticamente perfeito).
Como não preciso de software para apresentações, nem de compatibilidade alta com MSOffice (não recebo esse tipo de documento mesmo), usar o OpenOffice é absolutamente desnecessário. Prefiro programas menores, mais rápidos e mais simples.
Sei que não é para todo mundo. Existem casos que exigem softwares mais pesados. Mas, para muita gente, é uma solução válida. Acho importante considerar isso.