Estou fazendo umas pesquisas sobre licenças de software, e fazendo comparações entre elas. Dentre alguns assuntos interessantes estou vendo as discussões geradas em torno da nova versão da licença GPL, a 3.0. Um artigo interessante que encontrei a respeito: GPL 3.0: A bonfire of the vanities?.
O site BR-Linux.org acabou de publicar este artigo [do Linux Daily Log], comentando outro artigo de Neil McAllister que analisa a recente mudança de comportamento da Free Software Foundation, que, em sua opinião, está mudando de promotora do software livre a promotora de ativismo histérico. O artigo é interessante, e ao contrário do que o título possa sugerir não se trata de críticas ao software livre, apenas sobre a postura da FSF (que o autor chega a chamar de Fundamentalist Software Foundation).
Toda esta discussão me deixou pensando: não estaria a GPL 3 colocando ainda mais restrições no software, quando o objetivo inicial seria na verdade livrar o software de restrições? O que vale mais a pena: a liberdade como forma de escolha, mesmo que esta liberdade esteja à mercê de interesses alheios e sujeita a ser roubada em sua essência pela ganância dos homens, ou a liberdade imposta, com regras, regras que incomodam mas que são necessárias para manter a existência desta liberdade? Qual o melhor caminho?
Não nego o papel que a GPL 2 desempenhou até aqui, só me pergunto se o caminho para manter a liberdade do software é criar regras ainda mais restritivas para seu uso. Linus Torvalds, com todo o seu pragmatismo, insiste em que o software deve ser livre porque ele funciona melhor - porque o processo de desenvolvimento é muito melhor que o desenvolvimento fechado, entre quatro paredes. Ele, e outros tantos, acreditam que o software livre acaba vencendo no final porque é uma alternativa melhor, tecnicamente falando. Mas não necessariamente por causa da crença em uma filosofia que às vezes parece uma religião. E, em muitos casos, o software livre acabou vencendo, mesmo, porque era e é uma alternativa melhor do ponto de vista técnico. No fim das contas todos que usam software o usam para um fim, software nunca é um fim em si mesmo. Os dois lados da situação devem ser considerados, o pragmático e o filosófico; deve-se buscar um balanço entre os dois, ou ignorar um deles porque apenas o outro é importante? Veja o texto completo em
Bertellis Place » GPL 3.0.
Agora respondam rápido: O que a maioria de vocês preferem: 30 editores de textos, cada um com funções diferentes? Ou um editor de textos com todas as funções dos outros 30?
--
- Se o Open Source e o Software Livre são os pilares do sucesso do Linux, então por que os outros sistemas abertos e/ou livres não fazem sucesso?
- Linus Torvalds criou o Linux. O Linux criou o Chuck Norris.