Lembra do PC Legal, nova marca de computadores populares com Linux pré-instalado que foi
mencionada no BR-Linux na semana passada? A coincidência de uma de suas unidades fabris ficar a poucos quilômetros da sede do BR-Linux me levou a entrar em contato com a
Ilha Service para saber mais detalhes, e uma visita inicial acabou ocorrendo nesta quarta-feira.
Ao contrário do que ocorre em muitas empresas que montam computadores no Brasil, o diretor da Ilha Service que me recebeu sabia muito bem do que estava falando, e descreveu com detalhes o hardware dos modelos iniciais do PC Legal, que apresentam alguns diferenciais em relação aos requisitos mínimos do Computador para Todos: não há modelos com 128MB de RAM (inicialmente as opções serão de 256 e 512MB), o gravador de CD é combo com leitor de DVD, o HD é de 80GB, o monitor é 15" tela plana, e os micros virão acompanhados com caixas de som com subwoofer.
Subwoofer e gabinete slim: muito mais do que um Computador para Todos comum
Mas o detalhe que mais me chamou a atenção, e que pode tornar mais atrativo o PC Legal como uma possível alternativa para segundo micro doméstico ou um micro econômico para instalar na casa de nossos pais ;-) é o gabinete slim, medindo aproximadamente 14 x 17,5 x 37cm (LxAxP), mas mesmo assim com espaço para baias suficientes até para um HD adicional, e com duas portas USB frontais. Eu pude ver o gabinete escolhido durante a visita, e ele não é exatamente o mesmo que o da imagem de divulgação preliminar acima, embora seja bem parecido e tenha as mesmas proporções.
A conversa evoluiu muito bem, e acabamos acertando que o BR-Linux vai receber (em breve e por 15 dias) uma unidade do equipamento, idêntica à que será enviada ao varejo, para publicar uma análise independente. Vai ser nossa primeira análise de um computador popular, e o momento é apropriado, agora que o governo federal está revendo as especificações de hardware do programa.
Naturalmente eu vou tentar convencer o pessoal da Ilha Service e da PC Legal que depois de completar a análise vai valer mais a pena eles cederem o computador para sortearmos para algum grupo de usuários nacional, ou mesmo para um leitor, do que receber a máquina de volta ;-) Mas mesmo que isso não ocorra, tenho a impressão de que as empresas envolvidas (na reunião estavam presentes o diretor da PC Legal e o da Ilha Service) irão tentar uma aproximação com a comunidade Linux nacional, ao contrário de tantas outras empresas que se limitam a gravar o software livre nos discos rígidos, sem se esforçar nem mesmo para receber feedback e sugestões.
Para todos os leitores que trabalham com assistência técnica de hardware e software, a Ilha Service pode ter mais um aspecto interessante, além de ser uma das fabricantes do PC Legal: ela é um bom case sobre o desenvolvimento continuado de empresa de tecnologia. Eu tive contato com a empresa há cerca de 10 anos, quando ela era ainda basicamente uma revenda, prestadora de serviços e assistência técnica de hardware e software como outras tantas pela cidade e pelo Brasil afora. Mas ao visitar a empresa anteontem, sem antes fazer meu dever de casa e pesquisar sobre a situação atual dela, tive uma boa surpresa: hoje a Ilha Service tem instalação para montagem própria de computadores, com capacidade para 3.000 PCs por mês (em turno único - se operar em 3 turnos, triplica), emprega 110 profissionais e está ampliando suas instalações fabris. Embora a montagem de micros seja uma atividade realizada por muitas empresas, até mesmo de menor porte, a Ilha Service vem obtendo contratos de maior porte porque se preocupou em adequar-se (e certificar-se) pela ISO 9001, buscou também certificações com diversos fornecedores adicionais (tem até a da Mandriva na lista, além de DMI, Energy Star e muitas outras que são comumente exigidas em licitações), e não se limita ao feijão com arroz da diferenciação apenas pelo custo e prazo. Seria um bom
case pra um estudo acadêmico, e pode ser um bom exemplo para quem hoje monta PCs na garagem e pretende desenvolver este negócio.
Outro detalhe interessante é que a empresa está recrutando parceiros de negócios para atuar na área de licitações públicas. Vou obter mais detalhes sobre o assunto e publicar notícia específica, mas se você quiser um contato direto desde já,
me mande uma mensagem e eu faço chegar às mãos certas.
Como as análises de computadores populares são novidade por aqui, conto com todos vocês para sugerir desde já testes que vocês gostariam que fossem feitos, desde que não sejam destrutivos. Não prometo realizar todos, mas vou tentar atender a várias das sugestões, se forem interessantes.
Conto com vocês!
Voto no Ubuntu pra esse teste.
Em relação aos testes em sí, fora a compatibilidade, que é um teste óbvio, gostaria de testes de performance e reconhecimento de hardware (hdparm, geekbench, etc)