O Slashdot informa que John Winske, presidente do Disability Policy Consortium, está levantando questões sobre a relação entre o ODF (Open Document Format, recentemente transformado em norma ISO), e a acessibilidade. Winske, que tem distrofia muscular, disse que imediatamente lembrou como a Microsoft teve que ser puxada, empurrada, arrastada e rebocada, para oferecer acessibilidade em seus softwares durante a transição do DOS para o Windows. Nenhuma das principais aplicações desktop que podem criar e salvar documentos no formato ODF hoje funcionam bem com leitores de tela e outras tecnologias assistivas -- pelo menos em níveis que possam ser comparados aos já fornecidos pelos produtos da Microsoft, que hoje tem uma equipe de 40 pessoas dedicadas a este tema. Veja o texto completo em
Slashdot | OpenDocument Plans Questioned by Disabled.
O problema deste grupo específico de usuários com necessidades especiais de acesso se resolve facilmente, com o suporte a ODF que já está sendo desenvolvido para o Microsoft Office
na forma de um plugin de autoria da OpenDocument Foundation. Entretanto, a questão é potencialmente séria para os aplicativos de código aberto. Venho batendo nesta tecla já há algum tempo nos grupos em que participo diretamente, e não perco oportunidades para falar no assunto. Já há diversas ferramentas de acessibilidade disponíveis em código aberto (algumas delas doadas por grandes empresas, como a IBM), e o próximo passo é integrá-las e torná-las mais conhecidas.
Ninguém pensa. Na próxima vez em que for à rua, experimente dedicar uns 15 minutos à observação de toda a infra-estrutura urbana e veja como tudo é francamente hostil para quem é cego, muito baixo, muito gordo ou anda em cadeira de rodas. Essa gente paga imposto, mas ninguém se lembra dela. Nos Estados Unidos, existem até leis que regulam a altura das maçanetas, painéis de elevador etc. para anão alcançar. Enquanto isso, no Brasil...
Quem faz software também não pensa na necessidade ou preferência dos outros. Todos gostam de impôr métodos e achar que o "meu jeito" é o ideal e quem não ficar com "frescuras" e tentar se adaptar à grande sabedoria de quem projetou o software logo vai "ver a luz" que emana de tão augusta encarnação na Terra, salve salve. Blerg!
Tem muita pressa e muito ego na autoria de software, e muito mais ainda no desenho de sites da Internet. Ninguém tem tempo para se preocupar com os deficientes e ninguém quer sacrificar seu ego dando chance para as preferências dos outros. Profissãozinha de gente filha da puta. Como a maioria das profissões.