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“A comunidade sempre desempenhou um papel central no cenário do código aberto, e o termo 'comunidade' é brandido por aí quase tanto quanto a 'web 2.0'. Infelizmente, como com 'web 2.0', o termo 'comunidade' transformou-se em um descritor vago para uma coleção de princípios que representam coisas similares. Como grupos e organizações mais e mais diversas empregam esta definição, seu significado tende a perder precisão pelas exceções à regra.”
Assim começa o artigo de Jono Bacon (da revista inglesa Linux Format) para a O'Reilly Network. Em seguida ele traça um interessante paralelo entre o desenvolvimento da comunidade Open Source e o que ocorreu com a comunidade dos fãs de heavy metal na Inglaterra: o início com fãs isolados, a agregação em eventos locais, e o surgimento de lideranças que não tinham se preparado para liderar, mas se viram colocadas nesta posição para preencher as lacunas existentes, enquanto a comunidade passava a se integrar ao mercado formado ao seu redor.
Ele fala dos erros das empresas que procuram se aproximar do código aberto sem entender o funcionamento do fenômeno comunitário que o permeia, e prossegue falando do sucesso da posição adotada pelo Ubuntu ante a comunidade: “O Ubuntu tornou-se um projeto admiravelmente bem-sucedido, e um que agregou enorme apoio da comunidade e crescente reconhecimento de marca. Estou convencido de que a razão deste sucesso é que Shuttleworth deu importância a entender a malha comunitária por trás do Linux. Ele estava ciente de que o projeto Debian era uma fonte primária de excelente qualidade de engenharia, políticas e empacotamento, e ele estava ciente de que o público que contribuía para o Debian não apenas tinham entendimento sobre os aspectos tecnológicos, mas também um compromisso com a ética do Código Aberto, ética que está nos alicerces do Ubuntu. Shuttleworth também sabia que ao empregar a nata dos desenvolvedores de código aberto, ele estava dando emprego a pessoas que ficariam entusiasmadas com o software, escreveriam software de qualidade, publicariam blogs sobre isso e trabalhariam por horas insanamente longas.”
A conclusão convida à reflexão: “Com empresas como a Canonical, Novell, Red Hat e Linspire tomando algumas decisões sábias, isto só pode beneficiar os usuários mais e mais. Isto é bom para os usuários, e o aumento na base de usuários se traduz em consumidores, quando o modelo econômico se ajusta corretamente. Código aberto é essencialmente software social, e entender a malha social por trás dele está provando ser um sólido princípio econômico, tanto quanto um sólido princípio ético. Quem sabe o que virá a seguir?”
(postado por
Augusto Campos)
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