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Ubuntu Edge: campanha de arrecadação terminou sem chegar perto dos US$ 32 milhões almejados pela Canonical

A campanha de arrecadação de fundos diretamente dos consumidores para custear a produção do celular/PC Ubuntu Edge, da Canonical, rodando o Android e o Ubuntu Mobile em dual boot, terminou na noite passada.

Além de optar por uma forma pouco usual de arrecadar os fundos, por meio dos consumidores e não de parceria com fabricantes ou operadoras, a Canonical definiu uma meta bem ambiciosa: obter US$ 32 milhões em 30 dias.

A busca do investimento direto de consumidores1, para a viabilização da produção do modelo inicial me chama a atenção porque contrasta com a declaração de que a a empresa resolveu entrar neste mercado porque os concorrentes são orientados aos interesses de seus desenvolvedores, evitando a possibilidade de as operadoras oferecerem seus próprios serviços. Se as operadoras são o alvo do diferencial mas os investimentos não vêm delas, parece que algo não está bem afinado.

De qualquer forma, a campanha começou muito bem, com mais de US$ 3 milhões arrecadados nas primeiras horas. Mas depois desacelerou e, apesar das várias modificações na estruturação dos valores de investimento necessários por pessoa, não voltou a ter o ímpeto necessário nem mesmo a chegar perto do alvo de arrecadação.

Foram alcançados US$ $12.8 milhões, e ficaram faltando quase US$ 20 milhões para atingir a ambiciosa meta. Com o insucesso da campanha, cujos parâmetros foram escolhidos pela própria Canonical, o dinheiro nem chega a sair dos bolsos de quem se comprometeu a participar.

Na sua página registrando o resultado, a Canonical curiosamente nem chega a mencionar que a campanha não atingiu a meta e não produzirá o aparelho previsto para os próximos meses. Ela inclui o tradicional discurso de campeão moral, dizendo que a campanha foi um sucesso em outros âmbitos, por exemplo em mostrar à indústria mobile que há grande demanda por inovação (mas essa demanda é claramente menor do que a Canonical estimava 30 dias atrás), e deixando claro que o futuro brilhante do Ubuntu em telefones não é mais algo previsto para 2013.

De fato, conseguir quase 13 milhões de dólares em promessas de investimento direto de consumidores individuais 2 é uma vitória e um valor raro, mas isso serve como pouca consolação a quem estimou que era possível alcançar 32 milhões e não chegará a receber os 13.

 
  1.  Dispostos a pagar adiantado por um aparelho que ainda nem existe

  2.  Com poucas e pequenas exceções corporativas.

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