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Distribuições comunitárias: Reflexões sobre o destino do Kubuntu

Trechos da minha coluna no TechTudo. Além da opinião sobre o “caso Kubuntu” emitida pelo desenvolvedor KDE na rival SUSE que reproduzi no trecho abaixo, a coluna incluiu ainda uma conclusão dele que se aplica a todas as distribuições comunitárias mantidas por empresas que possuem outra distribuição como carro chefe.

Via techtudo.com.br:

Há poucos dias o conjunto dos usuários do Kubuntu e das distribuições que se baseiam na sua estrutura receberam a desalentadora notícia, encaminhada pelo principal responsável por sua manutenção, que a Canonical iria interromper seus investimentos na distribuição, passando a tratá-la como uma distribuição comunitária (como o Xubuntu ou o Edubuntu) e não mais como um projeto da empresa.

(…) Mas muita coisa mudou na estratégia da Canonical entre o lançamento do Kubuntu, em 2005, e o anúncio do fim dos investimentos da empresa em seu desenvolvimento, nesta semana. O mesmo desenvolvedor que anunciou o fim dos recursos incluiu a observação de que a medida da empresa tem base racional, uma vez que em 7 anos a distribuição não conseguiu gerar retorno para o esforço da empresa em mantê-la e prestar suporte.

Ao mesmo tempo, me parece claro que o Kubuntu como produto oferecendo o KDE como alternativa ao GNOME originalmente adotado pelo carro-chefe da Canonical começou a perder seu lugar na estratégia da empresa assim que ela decidiu enveredar pelo caminho de um desktop diferenciado, cujo aspecto mais visível é o ambiente Unity, desenvolvido internamente.

(…) Mas interpretar motivações é matéria ampla, e agora surge outro post com uma análise adicional, de autoria do desenvolvedor bille, que é uma contraparte interessante de Jonathan Riddel, o desenvolvedor da Canonical autor do post original: enquanto Jonathan é o principal responsável pelo KDE na Canonical, bille tem esta mesma tarefa na concorrente SUSE.

O ponto de vista de bille vai um pouco além nas motivações. Na sua leitura, o Kubuntu também ficou sem espaço na estratégia da Canonical, mas por uma razão adicional: ele já teria cumprido a sua real tarefa, que era a de servir de engodo para os usuários e desenvolvedores que precisavam acreditar em uma imagem de distribuição de Linux voltada para a comunidade mesmo sem concordar com as escolhas do produto Ubuntu em si. (…)


• Publicado por Augusto Campos em 2012-02-09

Comentários dos leitores

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    Lucas (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 10:20 am

    Fico tranquilo por saber que a maioria dos desenvolvedores do KDE são usuários SUSE, e que o KDE continuará em desenvolvimento independente da Canonical. E mais, o Kubuntu continuará existindo mesmo sem o suporte da mesma, assim como o Xubuntu e Edubuntu. Talvez essa distribuição continue melhorando a cada dia assim como o KDE e ganhe cada vez mais usuários. Um dia essa interface gráfica vai ser tão estável, eficiente e prática em comparação as outras que o Kubuntu vai se beneficiar com isso, principalmente por ainda ser Ubuntu.

    Igor Cavalcante (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 10:31 am

    mto feliz com o kubuntu! eu não sou mto chegado na suse, eles tiveram umas mudanças nos últimos anos que não me agradaram :)

    Cromm (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 10:31 am

    É totalmente compreensível que a Canonical diminua seus esforços para manter uma distribuição baseada no KDE, já que agora a sua prioridade é o desenvolvimento do Unity.

    Por outro lado, usuários do Kubuntu devem ficar felizes, pois ainda há uma distro Ubuntu com base no projeto KDE. Uma distro Ubuntu baseada no projeto GNOME deixou de existir no lançamento do Unity (e sim, eu sei que o Unity roda sobre o GNOME — mas não é uma distro GNOME).

    Fábio Lima (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 10:32 am

    Esse tal de billie ai tá obviamente fazendo média pra torcida. Tá querendo faturar com a desinformação de usuários do kubuntu que estão caindo na desinformação espelhada na internet de que o kde não vai mais estar disponível no ubuntu, que o kde vai perder apoio, que vai morrer….
    Já disse e repito: vai continuar tudo como era antes. Kubuntu na praça lançado semestralmente junto com o ubuntu, funcional e oferecendo uma experiência kde pura.

    Rodrigo Pinheiro Matias (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 10:33 am

    Eu desconheço esta instabilidade e o ecossistema de distribuições esta ai, eu mesmo já vinha tentando me adaptar a outras distro, não por descontentamento com kubuntu mas sim para sair da minha zona de conforto queria mais desafios uma vez que o kubuntu já estava tudo mastigado, “perfeito” para meu uso:

    * Desktop
    * Desenvolvimento Web
    * Desenvolvimento Android
    * …

    maximiliano (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 11:13 am

    Se a Canonical anunciasse o desligamento do seu único desenvolvedor pago ao Kubuntu só depois de 2 anos do fato consumado, pode ter certeza, ninguém nem notaria.

    Nada muda e pode ser que até melhore para o Kubuntu, se o Kubuntu ainda tivesse uns 10 ou mais desenvolvedores pagos ainda seria compreensível tanta preocupação, mas a falta um mísero desenvolvedor pago não seria nem notada.

    Quanto às distros baseadas no Kubuntu, também não há motivos para se preocuparem, é só mudarem a base caso fiquem com o “pé atrás” com o Kubuntu.

    O Big linux por exemplo já foi baseado no Kurumim (que não tinha nenhum empresa ou desenvolvedor pago por trás), só depois da segunda versão é que o Big passou a se basear no Kubuntu e do mesmo jeito ele poderia mudar agora mudar sua base para o Mint, que é uma filha do Debian, por exemplo.

    Porfírio (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 11:40 am


    de autoria do desenvolvedor bille

    tem esta mesma tarefa na concorrente SUSE

    ele já teria cumprido a sua real tarefa, que era a de servir de engodo para os usuários e desenvolvedores que precisavam acreditar em uma imagem de distribuição de Linux voltada para a comunidade mesmo sem concordar com as escolhas do produto Ubuntu em si.”

    Como ficou bastante claro no texto, trata-se da declaração de um concorrente.

    E todo mundo sabe quem está por trás da SUSE, não é mesmo? ;-)

    psantos (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 12:26 pm

    Enquanto isso, o pessoal do Mint …
    http://blog.linuxmint.com/?p=1927

    Lucas (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 12:42 pm

    “Enquanto isso, o pessoal do Mint …
    http://blog.linuxmint.com/?p=1927

    Realmente o KDE do Mint Lisa tá lindo :) Como tudo que o Mint faz.

    “E todo mundo sabe quem está por trás da SUSE, não é mesmo? ;-)”

    Não acredito muito na migração significativa de usuários do Kubuntu para Suse mesmo com essa ocorrência. Mas não tenho nada contra o SUSE e quem estar por trás dele.

    rogerio (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 12:59 pm

    @Maximiliano
    “…o Mint, que é uma filha do Debian, por exemplo.”
    Até onde eu saiba o MInt é no neta do Debian, pois a base e os repositorios são Ubuntu, estou errado?

    Fábio Lima (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 1:20 pm

    O omg!ubuntu dá uma boa visão do real impacto: http://www.omgubuntu.co.uk/2012/02/ubuntu-12-04-development-update-13/

    bebeto_maya (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 2:25 pm

    Sim. O KDE do Mint é uma obra prima. Mas pesadinho…Porém com alguns cliques e configurações ela tá rodando bem num Celeron da vida…O que eu recomendo pros usuários do KDE é o uso da SWAP: Coloquem 3 GB de SWAP, caso tenham 1GB de RAM, que o desempenho melhora muito! Quanto ao Kubuntu…Ele despenca dia após dia no ranking do Distrowatch…lamentável.

    Bom, a contribuição da Canonical ao Kubuntu sempre foi criticada mesmo. Com sorte o projeto até melhora agora. Na pior das hipóteses, fica na mesma.

    Mas é interessante pra empresa pra manter o foco, várias já fizeram isso, até a Mandriva.

    Eu estava esperando o lançamento do Kubuntu 12.04 para utiliza-lo via LTSP para os usuários de uma empresa.

    Resumindo: Já tirei da lista.
    Vou voltar a pensar no bom e velho Debian.

    Att,
    Renato S. Yamane

    Porfírio (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 3:55 pm

    Pessoal, a interrupção do suporte da Canonical não é motivo para que seus usuários abandonem a distro. A comunidade ainda trabalha nela.

    Agora, quem simplesmente quiser usar um “Ubuntu com KDE” instale os pacotes a partir dos repositórios do Ubuntu, onde eles são e aparentemente sempre serão suportados, remasterize e seja feliz.

    O KDE é suportado para o Ubuntu (mesmo que não fosse, bastaria ser suportado na versão Debian de referência), os bugs são corrigidos, tudo segue normalmente.

    Eu não considero esse um evento importante, nem que mereça a atenção que está recebendo. Estão “correndo para as colinas” por muito pouca coisa, hoje em dia.

    Isso tem toda a aparência de um evento do tipo “pintou uma oportunidade de meter o pau na Canonical. Vamos aproveitar?”

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 4:18 pm

    Porfírio

    “O KDE é suportado para o Ubuntu (mesmo que não fosse, bastaria ser suportado na versão Debian de referência), os bugs são corrigidos, tudo segue normalmente.”

    Eu sei que existe como instalar, inclusive já citei o pacote. Agora, quem é que suporta ? Os pacotes do KDE não vão se gerar magicamente, alguém cria e testa.

    E com a diminuição de recursos, isso deve diminuir. E os voluntários vão ficar de orelha em pé. Para um contribuidor voluntário é de pensar mais de uma vez em pq contribuir com quem não valoriza o trabalho.

    Clésio Luiz (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 4:44 pm

    O que está acontecendo é que algumas pessoas de outras distros estão de olho na possível migração em massa dos usuários do Kubuntu para outras distros. Então começam os boatos para puxar o tapete do Kubuntu.

    Alguns membros da comunidade do Kubuntu já disseram que para o usuário comum nada vai mudar, porque a administração do Kubuntu já trilhava caminhos diferentes do Ubuntu, como por exemplo no uso do famigerado Pulseaudio, que só foi adotado oficialmente pelo Kubuntu depois de vários (e problemáticos) releases do Ubuntu, ou seja, foi adotado quando estava usável. E ainda hoje é possível remover o Pulse do Kubuntu com um simples “apt-get remove”, coisa que arrancaria boa parte do Gnome no Ubuntu.

    Até o fórum oficial do Kubuntu é mantido pela comunidade, fora do fórum da Canonical.

    Dito isso, agora existe espaço para grandes melhorias na distro, que pode tomar decisões que antes contrariavam as diretrizes da Canonical.

    rogerio (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 5:58 pm

    @Weber Jr.

    “E com a diminuição de recursos, isso deve diminuir. E os voluntários vão ficar de orelha em pé. Para um contribuidor voluntário é de pensar mais de uma vez em pq contribuir com quem não valoriza o trabalho.”

    Quem não valoriza o trabalho? É obrigação da Canonical valorizar o trabalho? O voluntários só existem por causa da Canonical? Penso que quem tem que valorizar o trabalho devem ser os usuários, o legal de ser um colaborador é ver os usuários usando e contentes, afinal o foco são eles não a empresa, estou errado?

    Porfírio (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 6:05 pm

    @Weber,

    “Os pacotes do KDE não vão se gerar magicamente, alguém cria e testa”

    Cara, me corrige se eu estiver errado, mas quem cria não é o mesmo time do Qt (a Trolltech ainda existe?) e quem testa primeiro os pacotes não é a galera que homologa o Debian?

    Se o KDE está disponível como pacote no Ubuntu (e ele não é apenas um contrib ou coisa parecida) ele também é homologado pelo time do Ubuntu antes de ir pro repositório.

    Se a coisa for realmente assim, então não acho que essa máquina vai deixar de funcionar só por causa do fato de que a Canonical não investe mais no Kubuntu. Deixar de investir no Kubuntu não significa deixar de suportar o KDE.

    Vale lembrar que a comunidade em geral também está sempre ajudando, tanto no desenvolvimento quanto na homologação do KDE.

    Manoel Pinho (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 8:24 pm

    Uma empresa alemã chamada Blue Systems está apoiando o Mint KDE e uma outra distribuição baseada no kubuntu chamada netrunner:

    http://www.netrunner-os.com/features/

    Os alemães gostam mesmo do KDE, assim como eu… :-)

    Além dessas, quem gosta do KDE sempre teve as opções do OpenSuse e Mandriva/Mageia/PcLinuxOS, fora as derivadas do debian MEPIS, Kanotix, aptosid e siduction

    Marcos (usuário não registrado) em 9/02/2012 às 11:02 pm

    Saudades do tempo em que ficar na mão da comunidade era a vantagem, e que as empresas não poderiam tomar o controle dos rumos das distros…

    Jack Ripoff (usuário não registrado) em 10/02/2012 às 1:55 am

    Os alemães gostam mesmo do KDE, assim como eu… :-)

    Lang lebe KDËchen!

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 10/02/2012 às 9:29 am

    rogerio

    “Quem não valoriza o trabalho?”

    A Canonical, pensei estar subentendido.

    “É obrigação da Canonical valorizar o trabalho?”

    Quem está discutindo obrigação? Antes recebiam apoio e esse cessou, ou seja, a empresa passou a valorizar menos o trabalho dos colaboradores, simples.

    “O voluntários só existem por causa da Canonical?”

    Não, mas se você contribui para um produto que de uma maneira ou outra leva o nome da empresa, alguns podem pensar que é melhor então contribuir onde seriam mais apreciados, Debian, ou outra.

    Se tivesse lido antes, veria que eu mesmo entendo a decisão da Canonical, o que não muda ter piorado para quem trabalha ou gosta do Kubuntu.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 10/02/2012 às 9:33 am

    Porfírio

    “Cara, me corrige se eu estiver errado, mas quem cria não é o mesmo time do Qt (a Trolltech ainda existe?) e quem testa primeiro os pacotes não é a galera que homologa o Debian?”

    Qt? Acho que não, provavelmente seria alguém do KDE, e precisa participar do Ubuntu/Kubuntu especificamente, imagino.

    Mas enfim, a coisa não é assim, mesmo Debian e Ubuntu sendo próximos, não são iguais, algumas coisas são específicas de cada distro.

    “Se o KDE está disponível como pacote no Ubuntu (e ele não é apenas um contrib ou coisa parecida) ele também é homologado pelo time do Ubuntu antes de ir pro repositório.”

    Pela último depoimento publicado aqui no BR-Linux, não é assim, os pacotes irão para o repositório não oficial, já muda a consideração sobre eles.

    Ricardo Almeida (usuário não registrado) em 10/02/2012 às 1:54 pm

    Claro que eh motivo pra abandonar o Ubuntu.

    Primeiro me vem com uma anomalia chamada “Unity”.

    Fugi do Unity apos anos usando o Gnome e me refugiei no KDE (que usava antes)

    Agora interrompem o suporte ao KDE.

    Pessoas normais que gostam de um desktop normal ficaram totalmente sem apoio da Canonical.

    Ja de olho no Mint pra pular fora sem olhar pra tras.

    Sem drama. So sinceridade.

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