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Pegando carona: Grupo ativista planeja manifestação anti-DRM às portas de evento da Apple

Se você não tivesse envolvimento prévio com o ativismo de um dado movimento, e encontrasse uma manifestação organizada por um pequeno e ruidoso grupo de integrantes deste movimento, expondo os defeitos (ou características negativas previamente conhecidas) que este movimento vê em produtos com os quais você já simpatiza, em frente ao evento no qual eles serão anunciados, a sua reação tenderia a ser favorável à causa defendida por ele?


Um protesto anterior do mesmo grupo

Eu tenho uma opinião sobre este tipo de manifestação pegando carona em eventos alheios, e vou tentar ilustrá-la contando um causo na forma de crônica:

Certa vez, saindo da aula de Pesquisa de Mercado II, encontrei um grupo ativista panfletando – em frente ao estabelecimento em que eu iria jantar, próximo à universidade – com base em objeções de fundo ideológico (eles descreviam como “éticas”) que eles tinham contra o alimento que alguns clientes do mesmo estabelecimento iam consumir (e que aliás é bastante comum na dieta humana ao redor do mundo há séculos).

Para protestar, “denunciavam” os fornecedores, produtores e distribuidores do produto, distribuindo panfletos e expondo cartazes e até pequenas faixas com palavras de ordem dirigidas não a eles, mas sim aos consumidores que se aproximavam – os que estavam comigo se sentiram hostilizados e foram bastante refratários ao posicionamento apresentado, mesmo quando havia simpatia prévia.

Eu não tinha nada com isso, mas minha curiosidade profissional me levou a perguntar ao gerente a respeito do efeito sobre os negócios, e acabei me surpreendendo: ele disse que o consumo do tal alimento aumentava bastante nos dias em que havia o protesto, e o número de clientes que chegavam nos dias seguintes, por ver o nome do estabelecimento em cartazes e até nos jornais locais devido aos releases que os panfleteiros enviavam, também era considerável.

Ele me contou que era comum os clientes comentarem que “se esses chatos chegavam a protestar ali, é porque o estabelecimento merece ser experimentado”.

Ou seja: a manifestação “pegando carona” no público que já simpatizava previamente com o alvo era pouco efetiva na prática – não atraía novos simpatizantes, não evitava o consumo do produto-alvo, e ainda gerava publicidade para ele.

Isso faz alguns anos, e logo depois houve um racha naquele movimento. Dois de coordenadores (um casal) resolveram parar de panfletar e montaram um simpático restaurante que se especializa em oferecer apenas a dieta que eles anteriormente apenas defendiam com palavras de ordem, com uma proposta interessante: ser mais saboroso do que aquele alimento contra o qual eles protestavam. O restaurante deles já mudou de endereço algumas vezes, mas continua sendo um sucesso até hoje, e algumas daquelas pessoas que se sentiram hostilizadas são frequentadores assíduos.

Os demais integrantes do grupo, que não compartilharam da idéia de uma proposta alternativa positiva, continuaram com as suas panfletagens por algum tempo. Depois foram minguando e sumiram e, coincidência ou não, o restaurante que se beneficiava dos protestos deles hoje não existe mais – mas claro que há muitos outros oferecendo o mesmo cardápio, típico do Sul do Brasil. E quem prefere evitá-lo, ainda conta com a opção de ir ao restaurante dos que cansaram de panfletar e se concentraram em oferecer uma boa alternativa – não só pelos critérios deles, mas também pelos dos consumidores da região.

Quanto ao protesto marcado para hoje, veremos se haverá similaridade. Xô DRM! E que iniciativas efetivas que ajudem os produtores e distribuidores a preferir não empregar estas tecnologias restritivas não sejam ofuscadas pelas demais.

Segue trecho do iG Tecnologia.

A Defective by Design, uma iniciativa da Free Software Foundation, está organizando uma manifestação em frente a um centro de eventos em San Francisco, na Califórnia, nesta quarta-feira 27 de janeiro. Mesmo local, e mesmo horário, de um evento da Apple para a imprensa onde, espera-se, a empresa irá anunciar seu esperado “tablet”.

A intenção da manifestação é protestar contra o uso de tecnologia DRM nos produtos da Apple, que limita a instalação de software em produtos como o iPhone e iPod Touch apenas a programas previamente aprovados pela Apple e distribuídos através de sua “App Store”. Segundo o comunicado no site da Defective by Design, “é vital que estejamos lá para expor o produto pelo que ele sem dúvida será: mais um gabinete sem emendas e tela bonitinha que escondem um novo conjunto de restrições e ameaças à liberdade digital de seu público”. (…) (via tecnologia.ig.com.br)


• Publicado por Augusto Campos em 2010-01-27

Comentários dos leitores

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    Augusto, OK, você tem razão que as pessoas não deixarão de comprar produtos Apple por causa do protesto, no entanto o seu “causo” difere da situação. As pessoas que estarão lá não gostam de DRM, mas gostam de produtos da Apple. No “causo” as pessoas gostam do “alimento” e os manifestantes atacam diretamente o objeto de desejo, além disso, há uma forte rejeição aos ideais defendidos pelos manifestantes, talvez por isso, ocorresse o fenômeno de aumento de vendas. No caso do DRM não.

    ale (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 9:39 am

    Sem duvida uma das coisas mais significativas que já li aqui, desde que comecei a acompanhar o br-Linux a poucos meses.

    Job (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 9:51 am

    Fazer protesto contra carne em churrascaria…..

    É bem isso, chama-se estratégia errada.

    As pessoas mudam se acharem vantagem mudar.

    Hoje praticamente não como carne vermelha, como mais peixe e não muito, e não como a muito tempo frango pois é cheio de hormonio feminino.

    Continuo vivo, como antes que eu comia carne praticamente todo dia.

    Como resultado, notei uma melhora significativa em mim, como era esperado.

    Não sou radical, fiz isso pois achei vantagem pra minha saúde.

    De quebra, sei que o gado é um dos grandes responsáveis pelo efeito estufa e o desmatamento da amazonia.

    Saiu da aula pra comer um churrascão, hein Augusto? :-)

    Eu respeito a FSF. Mas se este grupo for mesmo “afiliado” à esta fundação, vejo a ação como um ponto negativo à mesma.

    Não que eu seja contra protestos, ativismo, etc. (no etc não inclui terrorismo :-))

    Que DRM é uma droga, isso todo deveria saber, mas não sabe. No caso dos ativistas do seu restaurante, criar uma alternativa viável ao alvo do protesto é algo possível, mas não no caso em questão do DRM da Apple.

    Porque? Porque ao contrário da carne do restaurante, que as pessoas, por gostarem iam até lá comer, os produtos da Apple são quase sempre “hypes” que as pessoas, principalmente as mais desinformadas, já que todo mundo sabe que quem usa produtos da Apple “pega mais mulher”, sem se dar conta das restrições que por ventura venham a ter. Mas o problema é que a maioria delas não chegam a ter problema algum, já que quase todas usam só iTunes e só Windows ou Mac.

    Ou seja, não tem como o pessoal da FSF abrir um restaurante de iPods vegetarianos. O Hardware da Apple é complicadíssimo de ser superado, e mesmo o software. E as pessoas estão acostumadas à se sentirem cools usando iphones e ipods. E que a Apple ri da cara dos seus usuários com coisas como não deixar o usuário tirar uma captura de tela do computador quando está assistindo um filme protegido (li anos atrás no meiobit isso). Ao meu ver as ações da Apple são um desrespeito contra o usuário mais informado, que conhece o que é DRM e de como isso é prejudicial, mas à maioria que usa ipods pq viu que o vocalista do Black Eye Peas usa um no clipe da nova música que está fazendo sucesso na MTV, não az diferença alguma.

    Ao meu ver os produtos da Apple têm um hardware muito bom. E um software muito bom tbm, mas que acaba sendo subutilizado pelas restrições de software que ela coloca. Vejo isso depois que, instalando um firmware opensource (rockbox) num ipod comum de um colega meu, uns três ou quatro anos atrás, conseguimos transformar o iPod normal num iPod Video, que tocava inclusive video mpeg que podia ser convertido usando quanquer ffmpeg ou mencoder. A sincronização passou a funcionar com qualquer player.

    Ao meu ver a entrega de panfletos aos usuários de iPod e aos comedores de carne é válido para ao menos dizer às pessoas dos possíveis males que aquilo pode causar-lhes. Talvez nem seja um mal real, mas ler um panfletinho não custa nada. O que não pode é o pessoal que faz o protesto agir feito louco de forma a ser tratado como tal e ser ignorado pelas pessoas.

    Daniel Stolf (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 10:08 am

    Cara, não é por nada… mais do que pegar carona, eles estão escolhendo uma empresa pela fama, não por ser defensora do DRM.

    A Apple usou o peso do iTunes para eliminar muito do DRM que as gravadoras queriam empurrar. Não é perfeito, mas há de se reconhecer que houve evolução nos últimos anos.

    Por que ninguém vai protestar na frente da Valve, da EA o da Sony, que impõem muito mais restrições em seus produtos do que a Apple jamais sonhou?

    Carcará: não, não é bem assim como descreves. Aquelas pessoas tinham uma objeção ideológica a algo que os produtores faziam durante o processo produtivo do tal alimento, e por isso protestavam contra o seu consumo.

    Na ideologia deles, o mesmo tipo de alimento, se fosse obtido por outro processo produtivo (possivelmente aprovado anteriormente pelo líder do movimento deles, não sei) que – até onde eu sei – ninguém praticava – poderia ser aprovado.

    Mas de fato, o restaurante que alguns deles abriram depois simplesmente não serve o tal alimento, e creio que é mesmo a alternativa mais à mão para quem tem este tipo de objeção.

    Weber Jr . (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 11:03 am

    Únicos problemas que vejo nesse tipo de manifestação é tentar constranger quem escolhe algo diferente e o fato da carona, só “berrar” no evento e nunca mais fazer nada significativo.

    Quanto ao DRM, a tempo deixou de ser motivo para preocupação com possíveis problemas. Uma “panfletagem” informativa, mostrando as manchetes como do caso Amazon e “1984″ demonstrando o problema seria algo mais produtivo.

    Concordo que tentar convencer o consumidor final não é muito útil. Mas o exemplo do restaurante fica meio complicado para aplicar nesse caso.

    Não gosto do Orkut, crio minha própria rede social, mesmo que seja ótima, de nada adianta se meus amigos não aderirem.

    No caso das músicas, existem opções interessantes como o Jamendo. Mas é bem difícil conseguir uma opção, principalmente no brasil, de loja para comprar músicas de gente consagrada sem DRM.

    Não é algo que dependa somente da vontade e esforço técnico para criar a minha iTunesDRMfree. Os acordos necessários para obter portfólio fazem toda diferença.

    Tenchi, se criar uma alternativa viável não estiver mesmo ao alcance, então eu acho que protestar seria mais prejudicial ainda.

    Imagine o panfleto: “Olhe, não queremos que você consuma os produtos da Apple, e não lhe ofereceremos nenhuma outra alternativa, porque o Tenchi já concluiu que é impossível.”

    Aí o cara obedece, entra na loja ao lado e compra um Vaio, um PS3, um Zune e um celular com Windows, ficando com um saldo de DRM ainda maior.

    Mas tenho também curiosidade em saber a visão do público abordado sobre a qualidade (no sentido de adequação ao uso e às suas expectativas) das alternativas que são oferecidas a ele hoje nesse tipo de manifestação.

    Allan Taborda dos Santos (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 11:40 am

    A Apple usou o peso do iTunes para eliminar muito do DRM que as gravadoras queriam empurrar. Não é perfeito, mas há de se reconhecer que houve evolução nos últimos anos.

    A Apple quer eliminar o DRM dos outros, mas não acaba com seu própio DRM contido nos seus dispositivos e softwares.

    A Apple só fez isso de batalhar para a eliminação do DRM das músicas para ficar de bem com a comunidade e parecer que é amiga da comunidade.

    José Vitor (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 11:58 am

    Que ironia.

    Patrulhando os patrulheiros. :)

    Não entendo por que certas pessoas ficam incomodadas com essas manifestações. Cada um faz o que pode, defende o que quer. É uma beleza a liberdade individual, a liberdade de associação, não é mesmo ?

    Não vejo problema nenhum em manifestações anti- ou a favor qualquer coisa (que não seja ilegal, imoral, ou engorde…).

    É até divertido…

    barbosa (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 11:59 am

    “A Apple só fez isso de batalhar para a eliminação do DRM das músicas para ficar de bem com a comunidade e parecer que é amiga da comunidade.”

    é, só quer ficar de bem….

    Profeta do Caos (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 12:13 pm

    A Apple nunca fez questão de dizer que é amiga da comunidade, ela sempre vende produtos caros e fechado, mas são produtos ótimos e tem seu público. Mesmo sim, o Cups, Webkit e a Grand Central a última tecnologia da Apple foi aberta, não por bondade, mas aberta e a empresa é bem clara em suas atitudes. Gosto muito da Apple, no meu caso não uso software livre pela ideologia mas sim pelo primor técnico quando existe, apenas isto. A Apple tem suas politicas e suas crenças é muito competente no que faz. Quanto a manifestação, quem vai ao evento não esta ligando para DRM, quer saber qual é a grande novidade da Apple, e os manifestantes estão procurando aparecer e aproveitar o sucesso do evento.
    Enfim…

    José Vitor, se alguém estava mesmo patrulhando os patrulheiros, aí a sua observação talvez tenha acrescentado uma terceira camada a isso, né? Mas fique à vontade.

    Destaco uma parte da sua exposição em que nós estamos bem diferentes. Eu também não entendia porque as pessoas expostas a este tipo de intervenção ficavam incomodadas, mas aí procurei pesquisar a respeito, e hoje tenho uma opinião. E julgo legítimo o direito de estes consumidores se incomodarem com base em suas próprias motivações, tanto ou até mais do que o direito das outras pessoas fazerem panfletagens, cartazes, gritarias e vestirem roupas espalhafatosas em sinal de protesto, manifestado a eles, na porta de eventos alheios.

    Na outra parte somos semelhantes: eu também valorizo a liberdade individual e a de associação. No que me diz respeito, e de modo geral, manifestantes podem gastar seu tempo do jeito que quiserem, desde que não violem direito alheio. Se violarem, aí a questão deixa de ser apenas de vontade.

    Se estes manifestantes genéricos produzem algum valor para a sociedade em geral, ou mesmo para a causa que divulgam abraçar, também é uma questão cuja análise fica em aberto para as liberdades individuais e de associação, creio.

    Daniel Stolf (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 12:42 pm

    A Apple quer eliminar o DRM dos outros, mas não acaba com seu própio DRM contido nos seus dispositivos e softwares

    - Ela liberou no iTunes, portanto liberou no software. Você já tem a música liberada no seu HD, pode abrir com outro programa, pode copiar para outro lugar, até ouvir em outro dispositivo… por que haveria de liberar no iPod e no iPhone? Realmente não vejo o propósito

    (Estou falando especificamente de músicas… não é o caso de aplicativos, porque a discussão teria muitos fatores além do DRM)

    A Apple só fez isso de batalhar para a eliminação do DRM das músicas para ficar de bem com a comunidade e parecer que é amiga da comunide

    - Você está com a impressão errada de que “sua” comunidade é o centro do mundo. A Apple fez isso porque o DRM do jeito que estava era nocivo ao cliente e, portanto, às suas vendas. Não vejo o propósito de questionar o motivo (se por agrado ou por lucro) se o resultado final foi bom.

    Estou apenas apontando que escolheram o evento da Apple pela hype da empresa, não por ela ser um arauto do DRM. Se fosse fazer para empresas que realmente enfiam DRM guela abaixo, MS, Sony e muitas outras estariam a frente na fila.

    Isso me cheira àqueles protestos do Green Peace que também pegam carona nos eventos da Apple. Nem de longe a Apple á uma empresa poluidora ou que usa muitos metais pesados, mas lá estão eles, para aparecer nos jornais.

    Acho que vou criar um script no greasemonkey que coloque a string IMHO no início de cada parágrafo que eu digitar :-)

    José Vitor (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 3:35 pm

    Augusto, sua tréplica acrescentou uma quarta camada. :)

    Quanto à parte em que temos opiniões diferentes, minha impressão é que você ainda fica incomodado com estas manifestações, caso contrário não teria postado esta mensagem razoalvelmente grande para algo que de fato é um “non issue”.

    José Vitor, se você ficou com a impressão de estar sendo patrulhado por mim, permita-me desfazê-la. É com muito prazer que abro esta área de comentários à participação dos leitores, e a sua nada tem que a desabone ou a torne algo menos do que bem-vinda, mesmo que eu não concorde integralmente com ela.

    Sobre o fato ser um “non issue” ou não, provavelmente trata-se de uma questão de ponto de vista. Para os que o promovem, é digno de atenção. Para os que o estudam, idem. Para os atingidos por ele, também. Para os que têm hábito de divulgar notícias relacionadas ao software livre, também. Para muitos outros públicos, provavelmente é mesmo um “non issue”, e acredito que você integre algum deles.

    Eu também achei a minha crônica meio longa, mas eu estava com tempo, e acho a história em si bem interessante. Devia ter resumido mais, mas você está bem enganado a associar a métrica do número de palavras dos meus textos à idéia de que me incomodo com o tema narrado, ou não.

    José Vitor (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 4:20 pm

    Augusto, também não estou “patrulhando” ninguém, sendo assim sua tal “terceira camada” também não existe. Apenas achei engraçado seu artigo. :)

    Estou vendo que este assunto está ficando parecido com “Seinfeld”: uma longa discussão a respeito de nada… :)

    Aparentemente os caras dedicam bastante energia para gerar este “nada” que estás debatendo, e este “nada” possivelmente produz efeitos – e não necessariamente os pretendidos ou divulgados como intenção.

    self_liar (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 6:36 pm

    Complementando , assim o software proprietário pode produzir riqueza muito rápido e assim investir mais e mais no software injusto.

    self_liar (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 8:48 pm

    Favor não reinserir os comentários moderados negativamente pelos leitores.

    self_liar (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 9:36 pm

    Augusto

    Percebo que muitos dos meus comentários estão sendo censurados sem motivoS.

    Você tem alguma proteção contra trolls mal intencionados ou contra robots?

    self_liar (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 9:41 pm

    self_liar, volto a pedir que não reinsira os comentários já moderados pelos leitores. Se você acha que só um trecho do comentário original seria considerado off-topic por eles, o melhor a fazer seria não ter inserido este trecho desde o princípio.

    É natural que os autores dos comentários moderados considerem desmotivada a moderação praticada pelos demais usuários, chamem de censura, etc. Reforço: por favor, só participe do BR-Linux se estiver de acordo com os termos de uso do site e o sistema de moderação adotado nele. Logo abaixo do formulário de entrada de comentários há um resumo e referência sobre eles.

    Olhei o log das moderações do final da tarde e noite de hoje, e não parece haver nada de errado com elas – algumas foram inclusive praticadas por pessoas que acrescentaram outros comentários ao site, sobre outros assuntos. Nomes conhecidos (alguns não se escondem atrás de pseudônimos, inclusive), usuários legítimos, certamente.

    Acredito que o seu constante aproveitamento das notícias como gancho para expor, sob pseudônimo, sempre um mesmo pequeno conjunto de crenças suas tenha atraído a atenção de outras pessoas, que estariam usando o sistema de moderação para tentar desestimular essa insistência.

    Não posso entrevistar cada uma delas para confirmar, mas se for isso, me parece um bom uso do sistema de moderação.

    bebeto_maya (usuário não registrado) em 27/01/2010 às 10:34 pm

    Creio que esses grupos ativistas bebem do próprio veneno que juram combater: Eles atentam contra a liberdade individual dos outros. Se quero comer carne vermelha, problema é meu. Se quero um player com DRM, também. Muitos desses ativistas, como os movimentos feministas, racialistas, GLBT, entre outros, usam um conceito de diversidade baseado na aniquilação daqueles que consideram errados. A gana de reformar a sociedade é tão grande que eles, equivocadamente, enterram a auto-crítica e transformam a si próprios em proponentes de uma democrácia de fantoche. Sim, DRM é um lixo, boicotem, não comprem, mas não obriguem os outros a comer alimentos vegetarianos, como fazem os ativistas fanáticos..

    Weber Jr . (usuário não registrado) em 28/01/2010 às 12:31 am

    @bebeto_maya

    “Sim, DRM é um lixo, boicotem, não comprem, mas não obriguem outros a comer alimentos vegetarianos”

    Aí que entra uma grande diferença.

    Estou bem informado de que comer carne em excesso faz mal. Que muitas vezes os animais são maltratados etc.

    Então, como adoro comer carne, ESCOLHO assim e como. Não fumo, mas defendo que, quem quiser fumar, não sendo em ambiente fechado me obrigando a fumar por tabela, tudo bem.

    Mas ali está o detalhe da informação.

    Concordo que esses movimentos por vezes erram no tom, mas a mensagem PRECISA ser dita, até para estabelecer a verdade.

    Vai dizer que seus pais, avós sabem que existe o DRM e o mal que ele faz ?

    Se houver opção, um player que restrinja e outro que não, é obrigação moral sua explicar para seus pais, evitar que caiam numa furada. Se alguém quiser comprar sabendo disso, que valhe a pena… daí realmente concordo que não há o que falar mais.

    Weber Jr . (usuário não registrado) em 28/01/2010 às 12:38 am

    Acabei esquecendo de desenvolver o tema “verdade”:

    “.. até para estabelecer a verdade. ”

    A questão é o DRM é vendido como uma vantagem para o usuário. E isso é uma deslavada mentira.

    Não há vantagem alguma, é só mecanismo de controle do distribuidor.

    Há ônus para o usuário honesto.

    No mundo dos jogos já é comum a pessoa comprar um jogo original e baixar um crack “noDVD”. E não me interessa se são uns poucos bytes, ridículo o sujeito ter de recorrer a algo potencialmente infectado para usar melhor um produto que pagou.

    Fora relatos de gente que precisa reinstalar em um novo micro e precisa passar uma via crúcis entrando em contato com o fabricante para ter PERMISSÃO para isso.

    Já deve ter lido algo do gênero. Se não, aproveita que essa semana mesmo se divulgou que o próximo passo é exigir conexão durante todo tempo que se está jogando. Brilhante.

    Eles atentam contra a liberdade individual dos outros.

    Liberdade individual é algo que diz respeito a você e mais ninguém. Poder preferir amarelo a azul, ou torcer pelo Flamengo. Mas, vivendo em sociedade, boa parte das atitudes que você toma vão muito além disso. Bem-vindo ao mundo real.

    Se quero comer carne vermelha, problema é meu.

    Infelizmente não é. Este “problema seu” é a raiz de uma cadeia de fatos que pode ser muito complexa, e que neste caso específico está sistemicamente relacionada com implicações econômicas, políticas, ecológicas, climáticas, biológicas, de saúde pública e outras, de alcance global e que afetam TODA A SOCIEDADE. Não é possível querer te obrigar a não comer carne, mas é um dever moral de uma sociedade saudável permitir que você tome conhecimento de todas as consequências globais desta sua preferência.

    Se quero um player com DRM, também.

    Infelizmente também não é. É sua ESCOLHA querer um ou não, mas o problema NÃO É SÓ SEU. O PROBLEMA É MEU TAMBÉM, já que a SUA ESCOLHA é decisiva para financiar e fortalecer um modelo comercial que objetiva restringir a liberdade de qualquer um que venha a querer ou necessitar usar determinada tecnologia. Se o seu apoio e $, somados aos de outro tanto de indivíduos com essa mesma visão, com o tempo permitir que o DRM se torne aceito como o padrão natural de fato e aceito com cada vez menos críticas, ou então faça com que outras empresas que não o utilizem acabem por sair do mercado, deixando-o cada vez mais dominado pelos adeptos do DRM, isso afetará não só você, mas também a mim e a um monte de gente. Isso não é problema só seu, é um problema que você ESTÁ JOGANDO EM CIMA DE MIM e de outros.

    Você pode ESCOLHER comprar um player com DRM, se for seu desejo. Ninguém tem o direito de te impedir, ou de exigir que você explique suas motivações. Sim, você tem esta liberdade. Mas, por favor, NÃO VENHA ME DIZER QUE ISTO É PROBLEMA SÓ SEU e que eu não tenho nada com isso.

    Sim, DRM é um lixo, boicotem, não comprem, mas não obriguem os outros a comer alimentos vegetarianos, como fazem os ativistas fanáticos.

    Até hoje não vi alguém segurando um carnívoro pelo pescoço e o forçando a comer um pepino. Agora, pelo outro lado, já que você se revolta com o atentado à liberdade individual que seria obrigar alguém a comer alimentos vegetarianos (e só para continuar dentro deste mesmo exemplo), você poderia me explicar por que é que EU, sim, tenho que ser obrigado a (para simplificar) respirar os flatos do boi criado para satisfazer apenas ao “seu problema”? Por que é que tenho eu, COM O MEU DINHEIRO, ajudar a pagar uma parcela dos (enormes) custos ambientais da criação do boi do “seu problema”? Por que a MINHA liberdade individual não conta, apenas a sua?

    Se você quer usufruir da sua liberdade desse jeito, onde estes problemas por você citados acima são só seus e pronto, está na hora de se mudar e ir viver isolado numa ilha deserta. Mas eu e mais uns 6 bilhões de pessoas ficaríamos bem mais felizes se, ao invés disso, você preferisse direcionar uma parte da sua “liberdade individual” de um modo a permitir um mundo um pouco melhor.

    self_liar (usuário não registrado) em 28/01/2010 às 7:58 am

    Isso mesmo hneto , tento explicar isso para as pessoas ,mas elas não entendem .

    Devemos aplicar isso a tudo.

    Lembro de uns comentários de alguns usuários que apoiavam cegamente o uso de software proprietário e hardware proprietário como o CUDA.

    Isso serve de lição para eles.

    Júlio Neto (usuário não registrado) em 28/01/2010 às 10:26 am

    @hneto

    Não vamos colocar a teoria do caos no meio disso, se for assim, nem sair de casa você pode, já que isso também iniciaria uma cadeia de eventos que afetarão muita gente, aliás, nem acordar, ou melhor ainda, nem ter nascido.

    Júlio Neto (usuário não registrado) em 28/01/2010 às 10:40 am

    Augusto,

    muito boa sua abordagem, mas concordo quando dizem que são situações diferentes. Quem compra produtos de software com DRM dificilmente sabem o que é DRM. O ideal seria, como já disseram antes, um movimento de cunho mais informativo, para que as pessoas saibam dos detalhes desse tipo de produto.

    Júlio, acho que você vê a coisa dessa forma devido ao seu posicionamento a priori, que considera relevante a atenção ao DRM, e irrelevantes as “objeções éticas” que aquele outro grupo tinha quanto ao tal alimento, que eles diziam fazer mal a quem consome, colocar em risco o ecossistema, etc.

    Quem consome aquele alimento e não se sente prejudicado dificilmente sabe destes malefícios à sua saúde e à ecologia apontados. Provavelmente o mesmo vale para quem consome os produtos da Apple e não se sente prejudicado.

    De qualquer modo, eu tendo a discordar da sua idéia de que quem consome os produtos da Apple dificilmente sabe o que é DRM. Creio que o número dos que sabem, sofrem um pouco por isso e optam por consumir mesmo assim é grande.

    Júlio Neto (usuário não registrado) em 28/01/2010 às 11:17 am

    Realmente Augusto, eu não concordo com certas críticas a alguns tipos de alimentos, não todas, várias têm total fundamento.

    A questão do DRM, pela experiência que eu tenho é diferente. Também não tenho números para mostrar, mas a maioria das pessoas que eu conheço e que sabem o que é DRM só ficaram sabendo depois de ter investido no produto, e tomar contato com as limitações impostas.

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