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Telecentros perdem apelo e proporção de uso cai pela metade

Unidades criadas pelo poder público para fomentar o acesso à Internet em 2005, os telecentros caminham na contramão dos pontos de acesso à Rede Mundial que não param de crescer. Em 2007, os telecentros foram responsáveis por 6% dos acessos no país e revelou um crescimento de 100% em relação a 2006. Mas em 2008 este número caiu pela metade e ficou em 3%, segundo dados do TIC Domícilios 2008, divulgado pelo Comitê Gestor da Internet, nesta quinta-feira, 26/03,na capital paulista.

Atualmente segundo dados fornecidos pelo Secretário de Logística e TI do Ministério da Fazenda, Rogério Santanna, existem 6000 telecentros em funcionamnto no Brasil. O executivo admite que os números apresentados na pesquisa TIC Domícilios 2008, do Comitê Gestor da Internet, precisam ser avaliados. Isso porue pode estar, sim, havendo um ‘erro de percepção’ com relação ao melhor uso das unidades, bancadas por dinheiro público.

O Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Augusto Gadelha, que participou da divulgação do estudo TIC Domícilios 2008, por meio de videoconferência, também frisou que é preciso avaliar os números de maneira apropriada.

Ele frisou que é ‘errado comparar o desempenho dos telecentros com os da Lan Houses”, quando questionado sobre o desempenho abaixo da expectativa.”São atividades diferenciadas, mas é fato que houve uma queda e isso precisa ser trabalhado porque há um investimento público nesta iniciativa”, completou Gadelha.

È preciso reconhecer que em 2008, quando os telecentros (centros de acesso gratuito) tiveram um crescimento e passaram de 3 para 6%, Gadelha, do MCT, já sinalivaza uma preocupação com o futuro da inciativa.

“Os telecentros têm uma política restritiva de uso, uma ação que considero inadequada. O jovem tem que jogar, mas ele também vai procurar informações depois, em alguns telecentros, inclusive, já falei isso pessoalmente para o coordenador”, reforçou, em março do ano passado, durante a divulgação do TIC Domícilios 2007.

O modelo não mudou e 12 meses depois, os números falaram por si: A demanda caiu de 6% para 3%. Um retrocesso do ponto de vista de política pública. Dados do governo dão conta que, atualmente, existem aproximadamente 6000 telecentros em atividade no país (via softwarelivre.org)

Saiba mais (softwarelivre.org).


• Publicado por Augusto Campos em 2009-03-30

Comentários dos leitores

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    Anonymo (usuário não registrado) em 30/03/2009 às 4:29 pm

    O problema dos telecentros, é que em sua grande maioria foram transformados em Lan House de pobre. Além de quem, aqui no Paraná, colocaram gente incompetente para administrar o projeto.

    É uma pena.

    tenchi (usuário não registrado) em 30/03/2009 às 4:57 pm

    Vamos supor que ontem existiam 100 pessoas acessando a Internet. 6% delas (6%) acessam via telecentro.

    Hoje há 200 pessoas acessando a Internet. E ainda há as mesmas 6 pessoas acessando por telecentros. O problema é que agora estes 6 são somente 3% do total! “Pregunto”: caiu a quantidade de pessoas acessando por telecentros?

    E concordo que há pouca gente especializada nestes locais.

    Gustavo Melo (usuário não registrado) em 30/03/2009 às 5:30 pm

    Tenchi… ai você supõe que houve um aumento populacional de 100%… o que eu acredito é que com a popularização dos computadores e da banda larga simplesmente mais pessoas passaram a usar a internet em casa e no trabalho…

    Tenchi, foi prevendo este seu questionamento que eu redigi o título: “Telecentros perdem apelo e proporção de uso cai pela metade”. O que caiu foi a proporção de uso.

    E na sua hipótese, considerando que a população potencialmente interessada dobrou e o número absoluto de usuários de um determinado serviço público permaneceu rigorosamente estagnado, creio que a análise teria que levar em conta principalmente a redução da proporção, e não a manutenção do número absoluto de usuários.

    Essa parte eu não entendi bem:

    “Os telecentros têm uma política restritiva de uso, uma ação que considero inadequada. O jovem tem que jogar, mas ele também vai procurar informações depois, em alguns telecentros, inclusive, já falei isso pessoalmente para o coordenador”

    O cara sugere que os telecentros devem ter games, ser mais ou menos como as lan houses?

    lee (usuário não registrado) em 30/03/2009 às 7:25 pm

    Com lan houses que cobram até menos de 1 real por hora, não têm as limitações burocráticas de um telecentro, e normalmente estão na esquina de casa, quem precisa de telecentros? :~

    lindrix (usuário não registrado) em 30/03/2009 às 8:02 pm

    Oi. Eu trabalhei em uma instituição que tinha como uma de seus módulos um telecentro, o qual era baseado em um arranjo ltsp. A maioria dos telecentros de iniciativa pública, como os do governo, seja diretamente ou por projetos, bem como por ongs, geralmente usa ltsp, o qual é um esquema que utiliza computadores antigos como terminais, via rede. Há um servidor dessas máquinas, que se presume que deve ter bom desempenho. Por experiência própria, pois dava aula de informática básica com essas máquinas, e uma vez ou outra cuidava do acesso, um telecentro não tem condições de permitir atividades pesadas, como jogos, o que acaba travando todas as máquinas.
    Outro fato é que a maioria do público que acessa só utiliza serviços como orkut e msn para futilidade. É estimulado que o telecentro seja usado para coisas uteis, como trabalhos de escola, procura por emprego, entre outros, pois justamente, a procura por acesso chega a ser grande, sendo obrigado estabelecer um tempo máximo de uso das máquinas, mas porque justamente é um serviço gratuito, para a população. Parte da burocracia provém disso, além dos usuários não terem uma cultura de preservação do espaço, pois em um telecentro podem haver roubos de peças, equipamentos, ou itens que os usuários estejam portando, quebra das máquinas, moveis, entre outros. E quem vai pagar? A iniciativa pública demora muito para isso, e tempo é perdido nisso.
    Concordo também que outro problema sério é do pessoal responsável, que não é propriamente instruído para zelar pelo bom funcionamento do espaço.
    Outra coisa que concordo é de que uma comparação de telecentros com as lanhouses é complicado, pois:

    - uma lan house é paga (mesmo sendo muito barata);
    - Os computadores são dedicados, apesar que podem ser de baixo desempenho, para uso comum de internet, ou de alto, para jogos (o preço do acesso tbm sobe…);
    - Como o serviço é pago, um usuário coloca “tempo aberto” ou “tempo contado”, e fica até quando quiser, não importando se tem fila lá fora ou não;
    - As lans tem outros serviços, como impressão, por preços acessíveis, o que um telecentro dificilmente terá, como como salvamento de arquivos fácil, uso de pen drive, gravação de cd/dvd, entre outros.

    Os telecentros, em si, realmente são “lan houses de pobre”. Infelizmente sim, pois a coisa é feita mais para o acesso de internet pela massa, e não para entretenimento.

    É incrível alguém defender o uso de jogos nos telecentros.

    @marcosalex
    Sim, é incrível que algum funcionário público como este Secretário de Política de Informática, que deveria saber utilizar direito o dinheiro público, pense assim.

    Mauro Xavier (usuário não registrado) em 31/03/2009 às 9:19 am

    Isso é uma situação bem complicada.

    O LTSP é uma excelente alternativa, mas realmente não é voltado a jogos ou aplicações pesadas.

    E pra ser sincero, os telecentros não devem se tornar lugares para jogos, e sim para incentivar a inclusão digital e favorecer no processo de “educação digital” (imagine esta expressão com um teor abrangente).

    Se tiver jogos, que no máximo sejam educativos, como a suíte do GCompris.

    E enfim, se a iniciativa dos telecentros públicos não está dando certo ou está com problemas, então que deixem os Cyber Cafés e Lan Houses atenderem esta fatia do mercado e usem a verba destes telecentros para colocar o projeto dentro das escolas para alunos que realmente precisam estudar ou aprender informática dentro das escolas. (Ex.: Que tal cursos de BrOffice na grade escolar?)

    Não quero gerar flames, mas é o que penso.

    Abraços a todos.

    Jose Pissin (pizza) (usuário não registrado) em 31/03/2009 às 9:50 am

    Gente, não podemos “fossilizar” os telecentros e definir fronteiras para a inclusão digital. Quem pode afirmar que incluir o sujeito digitalmente é restringir o uso burocrático dos telecentros a navegação básica, trabalhos escolares, etc., impor milhares de regras e bloqueios (claro que pornografia por exemplo deve ter).

    A inclusão digital também é social, levar o indivíduo a se integrar digitalmente com outras formas de cultura e também de grupos sociais digitais. Nessa linha temos o orkut, twitter, facebook, etc. Se ele quer usar o msn maravilha, estará interagindo aprendendo e vivenciando o mundo digital.
    Porque ele não pode usar o second life? Não é um exemplo de grupo social digital?

    Da mesma forma as comunidades de games on-line também são extremamente integradas e participativas e trazem um monte de outras variantes e variações de conectividade on-line.

    Torneios de games on-line em telecentros e entre telecentros poderiam ser uma fator de integração e motivação e de revitalização do conceito e do modelo de comunidades on-line.

    Enfim, tudo pode ser usado para o lado do bem, contanto que seja planejado e bem conduzido.

    Não acho que combater isso esteja alinahdo a idéia inicial dos telecentros, as coisas mudam e a gente precisa se adequar, senão em breve teremos apenas lembranças dos telecentros.

    Mauro Xavier (usuário não registrado) em 31/03/2009 às 12:26 pm

    Jose Pissin,

    Sua posição é louvável e você expôs muito bem seu ponto de vista, mas acho que tudo precisa ser feito com medidas, caso contrário os telecentros poderão virar casa de jogos online e deixar o foco de ser necessariamente um lugar de estudos e inclusão digital.

    Não tenho uma opinião firma sobre o assunto, mas até o momento não sei se acho saudável que a verba pública deva ser usada para incluir digitalmente as pessoas em jogos comuns não educacionais, já que a população está tão carente de outras fontes (saúde, saneamento básico, educação etc).

    Entendo que a população precisa de entretenimento e concordo que há sim inclusão digital em alguns jogos (não todos), mas isso precisa ser bem estruturado para não gerar um efeito popular inverso, criando assim jogadores, e não exatamente pessoas incluídas digitalmente.

    Enfim, há muito o que se pensar a respeito…

    A humanidade tem uma tendência natural para o que não presta, principalmente os mais jovens (e portanto imaturos) e mais ignorantes.

    O nosso povo precisa é estudar e ler mais, não ficar no Orcúti e MSN o dia inteiro e escrevendo bobagens, vendo fotos e vídeos pornôs e fazendo P2P.

    Se quiserem fazer, que pelo menos ganhem dinheiro para pagar por isso. Usar dinheiro público para deixar as pessoas fazerem o que não presta não é certo.

    Querem promover jogos ? Ensinem xadrez ou jogos educacionais. Grand Theft Auto e Counter Strike com cenário de favela não, pelo amor de Deus.

    Mauro Xavier (usuário não registrado) em 31/03/2009 às 5:52 pm

    Manoel,

    Eu queria dizer mais ou menos isso, mas não tive peito ;)

    Obrigado.

    lindrix (usuário não registrado) em 31/03/2009 às 10:23 pm

    Ou, pisando no pedal mesmo, para vadiagem.
    O problema é que o povo não entende e não quer entender o que é um telecentro e o seu contexto na comunidade. Se temos orelhões sendo depredados a todo momento, quanto mais desvalorizando os telecentros. As lan houses tomaram impulso se aproveitando de “faltas” sentidas pela população, o que não tem, e é até interessante que não tenha nos telecentros. Um telecentro é um espaço de cultura, mas acho complicado permitir que um cara olhe pornografia a torto e direito, com uma criança usando o computador vizinho. Por isso, todos pagam pelo mal de poucos. É o jeito.
    Além disso um telecentro é espaço de produção e cultura, inclusão digital para aqueles que não tem acesso as inovações da tecnologia, necessárias para o seu bem estar.
    A questão é: quem tem condições, compre um computador ou pague o acesso em uma lanhouse, deixando o telecentro para aqueles que realmente precisam.

    Juliano R. (usuário não registrado) em 6/04/2009 às 5:13 pm

    Trabalhei cinco anos no programa telecentro em São Paulo; quando sai deste programa era supervisor regional responsável por quinze unidades.
    Esta postagem em momento algum para mim foi novidade, pois já sentia esta tendência desde o ano passado.
    O governo implanta telecentro mas não destina verba a real manutenção nos equipamentos. As vezes ficavamos quinze dias ou mais para conseguir a troca de um mouse ou teclado com defeito.
    Os problemas constantes de travamento, baixa velocidade na internet, e falta de aplicativos (jogos, restrição ao orkut) fazem com que as pessoas prefiram não utilizar estes postos.
    Não podemos simplesmente ficar confortavéis pelo fato que a prefeitura está economizando com Terminais Clientes. Temos que exigir (principalmente agora, que o telecentro é um projeto de lei) qualidade similar ou superior nos equipamentos do que as lan-houses, afinal, inclusão digital é também inclusão social.
    E se quase todo jovem de classe média joga e acessa o orkut ou qualquer outra rede virtual, por que o menos favorecido não pode?
    Os telecentros devem sim, ter uma estrutura melhor e mais ampla; pois do jeito que está caminhando, em breve, será mais um espaço público sucateado (como as diversas bibliotecas que temos por ai).+-

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