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Linus Torvalds comenta os drivers GPLv2 da Microsoft para o kernel [atualizado]

A disponibilização de drivers Hyper-V da Microsoft para o kernel Linux sob a GPLv2 tem sido bastante comentada nos últimos dias, inclusive quanto à importante motivação não mencionada no anúncio oficial, na forma de uma violação prévia da licença, que foi voluntariamente corrigida (após ser apontada por um desenvolvedor) a partir da disponibilização.

E a Linux Magazine dos EUA entrou em contato com Linus Torvalds para ver o que ele tinha a dizer a respeito, e ele não se fez de rogado, compartilhando diversas opiniões e informações, incluindo:

  • ele ainda não olhou o código
  • como se trata de um driver, geralmente quem olha primeiro são os mantenedores do subsistema específico – no caso, Greg Kroah-Hartman
  • pessoalmente, ele só costuma ter interesse em código de drivers quando se trata de algum que ele mesmo use
  • códigos que ele costuma olhar pessoalmente são aqueles que ultrapassam os limites de subsistemas, ou quando se trata dos subsistemas específicos e centrais em que ele se envolve
  • mesmo assim, ele provavelmente vai olhar o código da MS quando for submetido a ele pelo mantenedor do subsistema, mesmo que seja apenas por curiosidade mórbida.

Quando publiquei minha primeira notícia sobre o driver da Microsoft, comentei o que considero óbvio: “Como costuma ser o caso das contribuições ao kernel, o driver disponibilizado é uma tecnologia que interessa especialmente a quem o disponibilizou.” E Linus concorda, lembrando que as empresas de hardware lançam drivers para seus equipamentos e plataformas, e é natural que seja assim – usualmente cada um coça onde sente coceira, inclusive quem forneceu anteriormente drivers para outros sistemas de virtualização.

Mas quanto aos questionamentos sobre as motivações da Microsoft, ele também tem algo mais a dizer:

  • Ele acredita na tecnologia acima da política, e está pouco interessado em de onde o código vem, desde que as razões para a inclusão dele sejam sólidas, e não precise se preocupar com licenciamento, etc.
  • Até algum grau, ele estaria mais inclinado a aceitar a contribuição de um novo participante, e não menos, especialmente por ser um driver, que é muito mais fácil de incluir, devido à sua natureza.
  • Ele faz piadas sobre a Microsoft de vez em quando, mas ao mesmo tempo acredita que o ódio contra a empresa é uma doença. Ele acredita em desenvolvimento aberto, e isso envolve não apenas abrir o código, mas também não deixar pessoas e empresas do lado de fora.

Quanto a essa questão dos efeitos de um posicionamento baseado no ódio a determinadas empresas ou pessoas, ele elaborou mais, em uma opinião que se aproxima da minha própria, que venho tendo cada vez menos simpatia a grupos que baseiam seu ativismo em posicionamentos negativos contra ofertas que não se encaixam em seus modelos (sejam produtos de software, hardware ou serviços on-line), ou que aparentemente desejam associar o software livre à pirataria de software, à negação de sistemas econômicos, ou até mesmo a movimentos partidários.

Em tradução livre, ainda se referindo à questão do ódio:

  • Há ‘extremistas’ no mundo do software livre, mas esta é uma razão principal por que eu não chamo o que faço de ‘software livre’ mais. Eu não quero ser associado às pessoas para quem isso está associado a exclusão e ódio

Pessoalmente, com o passar dos anos também venho rejeitando apoiar essas posturas baseadas em exclusão e imposição, e percebo também que outras pessoas vêm se posicionando contrariamente quando vêem a expressão “software livre” sendo associada, aqui no país, a estas exclusões, a partidos políticos e ao apoio à pirataria de software. A entrevista do Linus Torvalds me fez refletir a respeito uma vez mais sobre como há diferenças fundamentais dentro dos grupos que convergem ao redor do Linux.

Atualização: ao longo da sexta-feira foi divulgado que a Microsoft oficialmente nega que a razão da liberação esteja relacionada à violação da GPL relatada acima.


• Publicado por Augusto Campos em 2009-07-24

Comentários dos leitores

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    Abilio Simeao (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 9:58 am

    Ao contrario de alguns “Stallmans” da vida, Torvalds mais uma vez mostra-se uma das figuras (se não a mais) sensatas relacionadas ao movimento Open Source.

    Bastante prudente a posição do mestre Torvalds. Vamos ser acima de tudo técnicos!

    InFog (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 10:54 am

    Muito sensata a opinião do Linus. Se é Open Source não se pode excluir, certo? Se as motivações da MS são duvidosas isso é um problema que não está incluído no código.

    Habeas_Corpse (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 10:56 am

    eu acho que está tudo certo, tem que ter uns puxando para o lado e outros puxando para o outro, não sabenmos qual é o meio da corda. com certeza os extremos não são a razão, acho também que nem tudo deve ser primeiramente técnico.

    Fabio FZero (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 10:57 am

    Linus é o cara. Ponto.

    Smaug (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:00 am

    Começou como uma não-notícia, mas depois ele disse coisas interessantes, principalmente a crítica a essa postura de muitos de associar o software livre à pirataria, à negação cega da MS e ao esquerdismo. Mas isso tem diminuído bastante, basta ver esse próprio blog, onde as coisas já foram muito piores (aqui já se chegou a condenar aqueles que preferem o Synaptic ao apt-get no terminal).

    Paul (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:09 am

    O cara deixa qualquer um sem palavras.

    Realmente, a ideologia exagerada atrapalha muito.

    Paul (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:14 am

    E eu achei interessante a MS ter licenciado seu driver sob GPL para não ter problemas. É exatamente a postura que cobramos de outras empresas. Várias delas não fazem isso. E agora que a MS fez, ela é “má, porque isso não deveria ter sido a motivação”.

    Inclusive Augusto, achei que você também deu muito pano pra manga nesse aspecto. Tudo bem, um blog vive mesmo de polêmicas.

    Por sorte, o “chefe” (Linus) é um cara mais do que sensato em suas declarações.

    Paul, a notícia que eu publiquei a respeito está aqui: http://br-linux.org/2009/ms-teria-lancado-driver-gpl-para-o-kernel-linux-para-corrigir-uma-violacao-previa-da-licenca/

    Reli, e continua me parecendo suficientemente sóbria, e até mesmo reconhecendo o mérito da decisão, o fato de ter sido um comportamento melhor que o de outros, e lamentando apenas que a questão não tenha sido assumida às claras, além de narrar o acontecido.

    Qual foi o meu excesso de pano pra manga?

    Rogério Garcia (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:30 am

    Simplesmente nada à declarar, Linus é muito sensato, sabe o que é bom pra comunidade, e não é babaca igual os Stallman’s Guys…

    Paul (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:30 am

    Nesse link você mesmo disse que em relação à posição da MS, “seria ainda mais interessante se fosse assumida às claras.”

    Como se eles tivessem obrigação de vir em frente aos fanáticos e falar que resolveram publicar sob GPL para não infringir a patente. Só o fato de respeitarem a licença e fazerem isso, achei louvável. E não sou um MS-lover.

    Só acho que, como o Linus disse, esse ódio à MS é meio descabido.

    Antônio Pessoa (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:32 am

    Acredito que está seja a postura mais sensata possível com relação aos softwares de código aberto. Muitas vezes defensores do Software Livre tomam atitudes que se equiparam as de seus alvos. Isso é ruim, afugenta as pessoas, retira as empresas e consequentemente os investimentos na área.

    Cadu (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:36 am

    Rogério, o Linus não sabe o que é bom pra comunidade porque ele não acredita na “comunidade”. A única comunidade que ele conhece é a dos participantes da LKML. :)

    E sim, ele é técnico, ele é engenheiro de software e não filósofo. Caso contrário hoje nem Linux existiria.

    Antônio Pessoa (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:36 am

    Paul, eu entendi o que o Augusto quis dizer e concordo com ele. Não que seja uma obrigação da empresa fazer isso, mas seria melhor ter tudo às claras, uma questão de transparência mesmo. E eu cobraria isso de um projeto FOSS da mesma maneira, transparência. Mas isso não tira os méritos da empresa, ela tomou uma atitude acertada em vez de tentar esconder/brigar/reescerver tudo.

    Bom, entendi qual você acha que foi o meu excesso. Discordo, entretanto: eu acho que a atitude foi boa, mas teria sido melhor se fosse assumida claramente, sem a divulgação oficial de que os motivos foram outros, deixando de mencionar esse. Não equivale a dizer que havia alguma obrigação de ser transparente, nem anula o elogio presente na mesma notícia.

    Não acho que fazer constar essa minha opinião sobre a notícia seja “pano pra manga”, nem viver de polêmicas (embora aparentemente você queira polemizar), e muito menos ódio à MS – é apenas a minha opinião sobre a forma como a questão foi divulgada, e eu a exprimi sem exageros.

    Aliás, é divertido perceber que alguém me acusa de ódio a uma empresa de software proprietário – muitas vezes me “acusam” também do contrário. É como em 1998, quando ao mesmo tempo me “acusavam” de puxar brasa pra sardinha do Slackware, e de não divulgar o Slackware.

    Lucas Timm (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:47 am

    Cada vez sou mais fã do Linus. Uso Linux por que é bom. Assim como também uso Microsoft.

    Marcelo Mendes (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 11:52 am

    Engraçado, falar que “ódio à Microsoft ser descabido”, mas esquecer dos prejuízos que esta empresa causou e ainda causa ao desenvolvimento tecnológico de várias nações, Brasil incluso, apesar de quê grande parte da culpa é também dos nossos “representantes” e de tabela de quem os colocou lá (nós). Pois eu odeio a Microsoft com muito orgulho, empresinha nojenta! Mas vejam bem, odeio a “Microsoft”, não as pessoas que trabalham lá. :)

    Ah, esse comentário é off-topic, moderem-me por favor :P

    Lewis (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 12:04 pm

    Depois dessa de “Não sou desenvolvedor SL por causa da ideologia de alguns…” o Linus deixou bem claro o que ja tinha afirmado algumas vezes, ele não ta nem ai se está ajudando outras pessoas, só quer desenvolver seu SW.

    Não duvido nada que se ele um dia fosse chamado pela Microsoft para desenvolver algo recusasse como fez o Alan Cox e muitos outros.

    Isso só prova que o projeto mais importante sempre foi o GNU!!!

    Bernardo Borges (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 12:12 pm

    Não, “isso só prova” que você avalia e compara a importância de projetos a partir das declarações sobre a Microsoft feitas pelos seus líderes…

    marco simão (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 12:12 pm

    Desculpe Marcelo, mas vc parece não saber do que fala. Prejuízo no desenvolvimento tecnologico? Muitas tecnologias estão aí, através da MS. A empresa apenas é o retrato do capitalismo atual, mas não é por isso que deve-se odiar, afinal, vc tbm é capitalista, ou divide sua renda com seus vizinhos? Passe a se odiar e a odiar todos a sua volta, pq isso é apenas capitalismo e a MS não tem culpa de nada além de querer lucrar. Pimenta no ** dos outros é refresco ;q]

    Odiar por odiar é fácil, mas odiar com verdadeiros motivos, isso é outra coisa.

    Icozinha (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 12:37 pm


    pq isso é apenas capitalismo e a MS não tem culpa de nada além de querer lucrar.

    seguindo essa linha de raciocínio, “coitadinho do sarney e do (complete a lista imensa aqui), ele não tem culpa de nada além de querer lucrar, isso é apenas política”. capitalismo e política são bons, atingem todos mas tem seus limites éticos e morais, que parecem que atualmente são relegados numa boa a favor de vários interesses nem tão éticos nem tão morais. limites, por favor. para os extremistas, para a microsoft, para os políticos, para todos os sacanas por aí.

    o Linus é um cara bem sensato, mas como disseram aí nos comentários, atualmente ele só quer o software, e não está nem aí para o lado filosófico da coisa. perfeitamente aceitável, cada um tem o seu livre arbítrio, considerando que ele enxerga até pode ir desse modo sem enfrentar problemas que podem aparecer com alguns espertinhos se aproveitando dessa falta de, digamos, filosofia. vejam que ele já atenta para problemas de licenciamento, etc. ele não quer esquentar a cabeça com o lado “livre” mas também não quer algum sacana dando dor de cabeça para ele.

    aproveitando o gancho da política, “ódio da microsoft é descabido”? gente, por onde vocês andaram nos últimos 20 anos? grande parte do que eles tem feito é tentar ferrar com os outros levando como desculpa que são “uma empresa, ah, é o capitalismo”. do mesmo jeito que muitos (a maioria, infelizmente) políticos por aí. ódio atual do sarney é descabido? ódio do dono do castelo é descabido? do “estou pouco me lixando”? do collor? do fhc? do lula com os “não sei, não vi, não ouvi”? é tudo perdoável porque são políticos, e na “política é isso mesmo, deixa quieto”? não acho que é bem por aí.

    vamos precisar de gerações e mais gerações na esperança de tentar corrigir o sistema político daqui, na esperança, eu disse, mas com certeza temos um pouco mais de força para policiar uma empresa do tipo da microsoft para que não ferre com o que a gente tem agora. porque não ficar de olho neles de perto como temos condição hoje e porque relegar todo o “ódio” a favor de uma visão extremamente capitalista e se permitem me dizer, burra, disso tudo, para depois chorar sobre o leite derramado? lógico que tem gente que se estiver entrando dinheiro em caixa, tudo bem, que se dane, mas tem gente também que acha que não se pode comprar tudo nessa vida.

    e extremismo seria achar que eles (microsoft, políticos etc) são bonzinhos com tudo o que fizeram e ainda fazem até hoje e deixar por isso mesmo. tenho ódio da microsoft, assim como tenho de outros sacanas que existem por aí. mas como disse, pelo menos esses são mais atingíveis a médio prazo.

    Marcelo Mendes (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 12:53 pm

    @marco simão

    Pelo visto você é que não sabe o que fala, ou não esteve no Brasil nos últimos 20 anos.

    “Muitas tecnologias estão aí, através da MS”

    Eu diria, MUITO LIXO, DRM, patentes e outras estão aí GRAÇAS a Microsoft.

    “A empresa apenas é o retrato do capitalismo atual, mas não é por isso que deve-se odiar, afinal, vc tbm é capitalista, ou divide sua renda com seus vizinhos? Passe a se odiar e a odiar todos a sua volta, pq isso é apenas capitalismo e a MS não tem culpa de nada além de querer lucrar. Pimenta no ** dos outros é refresco ;q]”

    Não misture alhos com bugalhos, eu *vivo* num mundo capitalista, não significa que devo concordar segamente com todas as “regras” do capitalismo e vender minha alma e princípios em nome do lucro, a julgar pelo seu raciocínio, passar por cima dos outros é normal, afinal o objetivo *final* é sempre o lucro, certo? Pois é isso que a Microsoft *fez* no passado, *faz* no presente, e *fará* (provavelmente) no futuro, o famoso Embrace, Extend and Extinguish

    Acorda Alice :P

    Concordo com o Lewis e com o Icozinha.

    Não adianta usar o capitalismo como desculpa, eles ainda estarão errados.

    Rogério Garcia (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 1:40 pm

    @cadu, posso ter exagerado em compará-lo ao Stallman, mas infelizmente muitos da comunidade partem mais para o lado filósofo do que técnico.

    Na minha opinião, deixar o lado filósofo com o Stallman, tudo bem. Mas o problema é que acabam levando ele à sério na parte técnica, prejudicando em partes o SL.

    As empresas de Softwares proprietários não são santas, mas também não são o diabo!

    Rogério Garcia (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 1:45 pm

    Complementando, as empresas de Software’s proprietários não saem por aí dizendo que SL não presta, etc. hoje em dia (a MS já fez isso, mas viu que não é bem assim).

    A comunidade está levando mais à sério o lado filosófico do que o técnico, o que prejudica os usuários, que são a base de qualquer produto/negócio.

    Weber Jr . (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 1:57 pm

    O Linus é um grande cara. Ele sempre (ou quase sempre) teve esse posicionamento de querer só programar. Está no direito dele e até admiro. Mas isso não é suficiente, infelizmente. Enquanto alguns berram “programem mais, fale menos” as “injustiçadas” empresas proprietárias fazem campanhas milhonárias de marketing. Tem grandes setores comerciais que não ficam esperando só alguém chegar na sede querendo comprar.

    Vender seu peixe faz parte. Rebater acusações injustas também (FUD).

    Penso que o Linus pode aproveitar essa escolha dele, de ficar somente programando, porque tem muita gente que busca divulgar e posicionar melhor o Linux. Assim ele não precisa fazer isso, o software que ele cria poderia hoje ser somente um projeto de hobby

    Quanto ao termo “Open Source”, é preciso lembrar que muita gente usa o termo para distorcer o conceito de liberdade. Divulgando apenas o código, querendo que se esqueça o que existe contra coisas medonhas como DRM.

    O Linus é um cara a se admirar mesmo, mas não vamos dizer que ele é senhor da verdade. Senão ficamos parecendo os garotinhos adoradores de Jobs.

    Se o Linus analisar o código e achar uma M…, com m maiúsculo, quero ver se quem elogia não vai dizer que ele é radical e tal. Sendo que ele é cruel com qualquer código ou idéia meia-boca. Já vejo dizendo que ele persegue a pobre MS.

    ShellScott (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 2:06 pm

    Icozinho escreveu:
    ódio atual do sarney é descabido? ódio do dono do castelo é descabido? do “estou pouco me lixando”? do collor? do fhc? do lula com os “não sei, não vi, não ouvi”?

    Ódio do FHC eu não acho descabido, não…

    Daniel de Souza Telles (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 2:12 pm

    Não estou criticando o justo, combater FUD’s e campanhas de marketing manipulatórias, é comportamento exemplar e dever de qualquer cidadão, esses estão de parabéns. O que critico, são os extremistas radicais que infelizmente existem por aí, que são ignorantes, não têm opinião informada e nem entendem o que falam, esses sim são pestes, que vivem alimentando flamewars em ambos os lados.

    Abilio Simeao (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 2:25 pm

    @Weber Jr Na verdade Linus se posiciona em se preocupar com o técnico pq essa é a principal função dele. Ele é o responsável pela arquitetura, do que entra e o que sai no código. Já existe gente boa fazendo boa marketagem em cima, assim como empresas como Canonical, Red Hat, Nokia e etc, transformando a arquitetura liderada pelo Linus em algo palpavel tanto para uso corporativo como residência. Vejo que um dos grandes problemas que o OpenSource enfrenta é o excesso de filosofia que as vezes cria grandes barreiras para grandes ideias. Como Linus citou brilhantemente, liberdade inclui dar liberdade para que instituições (comerciais inclusive) possam utilizar código aberto nos seus projetos (claro, respeitando as licenças que o cercam) em favor da tecnologia e da humanidade. Ponto para Linus, que ao contrario de alguns extremistas que levantam bandeiras mas não contribuem tanto, mais uma vez nos dá prova de competência e bom senso.

    pimentel007 (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 2:26 pm

    Será que já leram a notícia que saiu no Guia do hardware? pra quem não leu lá vai:
    http://www.guiadohardware.net/comunidade/contribuicao-microsoft/993740/

    Com relação à Microsoft eu não tenho ódio,até uso serviços e produtos dela,mas também não morro de amores,eu acho que o Linus está dando destaque demais a uma parcela de usuários que não representam a maioria,Linus de vez em quando solta uma frases polêmicas,bem no estilo “seria melhor ficar calado”,ele já declarou uma vez que não usava Debian porque achava difícil,podia até ser uma opinião sincera dele,mas deveria ter guardado para ele,não era uma coisa a ser falada por aí aos “quatro ventos”justamente pelo precursor do kernel,as pessoas que programam voluntariamente para o Debian devem ter se sentido completamente desprestigiadas.

    Quanto ao capitalismo,eu digo que eu gosto do capitalismo,quando vendo meus serviços é muito gostoso sentir o sabor do lucro,do dinheiro entrando em caixa,mas nem por isso eu tento prejudicar meus concorrentes “por baixo dos panos” para me dar bem,pode até ser que um deles tenham tentado fazer isso comigo,mas pode ter certeza que eu nunca fiz isso com nenhum deles e nunca farei isso para depois me esconder atrás da velho pretexto que diz que o “mundo capitalista é assim mesmo”.

    emo_csharp_developer (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 2:46 pm

    Ele faz piadas sobre a Microsoft de vez em quando, mas ao mesmo tempo acredita que o ódio contra a empresa é uma doença.

    Perfeito. Acredito que quem odeia algo / alguém, tem sempre a opção de aflorar este ódio de maneira elegante, com piadinhas e um sarcasmo de leve, que costuma ser mais eficiente que uma declaração no estilo Lula dos anos 70 em palanque de sindicalista. Principalmente, porque o público é outro. Como usar algo sutil, como dizer:

    irei analizar seu código só me mandarem, ou por alguma curiosidade mórbida.

    É bem mais elegante…

    Ou algo mais sutil ainda, como disse Bill Gates:

    “There’s many, many forms of Linux operating systems out there and packaged in different ways and booted in different ways,” Gates said in an interview with CNET News this week. “In some ways I am surprised people are acting like there’s something new. I mean, you’ve got Android running on Netbooks. It’s got a browser in it.”
    http://news.cnet.com/8301-13860_3-10286308-56.html

    Reparem como o “cabra” rebaixa o lançamento do Chrome OS… reparem como é diferente de dizer: “esse Chrome OS é só mais uma porcaria de uma distro que vêm se somar às zilhões de distros, feitas por programadores de cueca solitários no meio da madrugada..” repare como escolhe bem os termos: ele nem cita a palavra “Google” – que é o que mais causa impacto ao se falar do Chrome OS pra qq gestor…
    o cara não fala “O Chrome”, ele diz “um browser”… e por aí vai.

    Publicitários, marketeiros, políticos, acessores de imprensa… muitos deles conhecem bem esses macetes – ao contrário de boa parte dos profissionais que se envolvem, simplesmente, com software. E são esses que caem nas campanhas puclitárias citadas pelo Daniel de Souza Telles acima.
    E muitas vezes, quando uma pessoa dessas (que, às vezes, nem argumentar sabe), ao tentar “defender o linux”, acaba é queimando o filme da comunidade de software livre.

    Weber Jr . (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 2:49 pm

    Esclarecendo o que disse antes…

    Eu também sou contra extremismos. O caso é que acho que é preciso ter muito cuidado. Muita acusação de extremismo que vejo é feita por gente que não tolera que meramente se defenda o SL/Linux.

    Considero empresas bem vindas a contribuir ou mesmo só utilizar software livre. É mais inteligente usar e contribuir, mesmo do ponto de vista meramente econômico.

    Lembram quem disse que Software Livre é coisa de comunista ? O senhor dos portões. Tentando usar isso como ponto negativo.

    Resumo da ópera: cuidado com o FUD e a “generalização ofensiva”, parafraseando o Link da seção de moderação.

    Cardoso (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 2:56 pm

    Clap clap clap. Melhor texto do ano, mesmo vindo de fanboy do slackware ;)

    self_liar (usuário não registrado) em 24/07/2009 às 3:16 pm

    Linus está errado falando mal do povo do soft livre.O povo do software livre tem que advogar seus ideais e proteger a liberdade de software contra a mídia negra e destrutiva.

    Pena que ele não fala que a microsoft contrata indivíduos como James Plamondon para treinar individuos para serem Evangelistas da microsoft.

    É So ir no google e digitar “Platform evangelism”.

    Não cita que a microsoft PAGA para indivíduos comentarem nos sites como wikipedia e slashdot.

    Não fala que a microsoft contratou um exercito para distorcer a aceitação e a rejeição do OOXML.

    Agora por exemplo tem um individuo chamado HAI que fica editando o artigo ODF o tempo inteiro para favorecer a microsoft.

    O movimento opensource não acredita na liberdade de software (lembre-se , liberdade de software vai além do software livre, ela enfatiza política e toda a sociedade).

    O movimento opensource não tem fim , ou seja, ele não possui um ideal ,não possui finalidade e nem objetivo.

    Como o opensource acredita só na técnica, esse movimento não ajuda em coisa alguma pois técnica sem ética não ajuda a sociedade,mas sim atrapalha mais.

    Linus pensa igual aos donos do petróleo ,só se preocupou com a técnologia, lucratividade e mais nada .Não ligou se ia causar danos sociais GRAVES como poluição , destruição de direitos humanos (veja o EUA matando iraquianos) e outras mais.

    Microsoft não merece ter o poder que ela tem .Se ela com esse brutal poder já faz mal a sociedade, imagine então se ela tivesse mais .

    MNicrosoft deve ser banida do universo e sem nenhuma herança.

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