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Erros na tradução: GCompris criticado na impresa portuguesa

“Devido aos erros na tradução disponibilizada aos alunos, o software educacional GCompris (gcompris.net) foi notícia central nos principais jornais e televisões em Portugal, neste fim-de-semana. O semanário Expresso, um dos mais respeitados, escreve “Há frases mal construídas, outras que começam na segunda pessoa do singular e continuam na terceira (tratam o leitor por tu e por você), expressões absurdas e frases que simplesmente não fazem sentido”. A notícia tem o título “Festival de asneiras no Magalhães“.

Magalhães é uma versão do Classmate da Intel, produzido em Portugal e distribuido nas escolas pelo Governo, a todos os alunos dos 6 aos 10 anos. O Magalhães traz o Windows XP e Linux Caixa Mágica 12 – um derivado do Mandriva 2008 – em “dual boot”. O GCompris vem incluído no Linux, claro. O Governo, confrontado com a notícia, decidiu remover o GCompris. Por seu lado a empresa Caixa Mágica, assumiu o erro, mas informa que os erros já tinham sido corrigidos em atualizações publicados em 20-10-2008 e 10-01-2009.

O GCompris foi noticia também no jornal Público – http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1368176&idCanal=58 e no canal de televisão SIC -http://sic.aeiou.pt/online/noticias/pais/Como+retirar+o+programa+com+erros+de+portugues+do+Magalhaes.htm

O tradutor para português – José Jorge – também é desenvolvedor do projeto, é português mas vive na França e realmente o domínio da nossa Língua não é o seu forte.”

Enviado por Paulino (paulino1Θsapo·pt) – referência (sic.aeiou.pt).


• Publicado por Augusto Campos em 2009-03-09

Comentários dos leitores

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    Marcelo Nascimento (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 9:04 am

    Um produto distribuído em escolas deveria passar por uma revisão bastante criteriosa. Principalmente um programa educacional, como o GCompris.
    Será que os daqui serão revisados? Pelo próprio Lula? :-)

    israroot (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 9:09 am

    Tem muita aberração por aí.
    Um software de p2p (fugindo dos educacionais) que tem versão para Linux e Windows tem a seguinte tradução para download: abaixar

    Leandro Hamid (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 9:34 am

    Pronto, estava demorando!!!!!Sempre há espaços para falar mal do governo não é Marcelo??!!

    carlos (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 9:39 am

    Comparado com o que aí vem com o Acordo Ortográfico estes 80 erros são… NADA! Dentro de três ou quatro anos o normal e correcto será escrever com erros. Que outro nome dar a palavras como ATO, ATUAR, ATUAÇÃO, CORRETO, CORREÇÃO, CONTATO, AFETO, RETA, RECEÇÃO, COLEÇÃO, OBJETIVO, FATURA, DIRETOR, VEEM, ERETO, ÚMIDO, DECEÇÃO, etc, etc. Milhares de palavras que ficarão diferentes, sendo que muitas ficarão mesmo irreconhecíveis, o que obrigará a um esforço suplementar aquando da leitura ou da escrita. Isto, mais do que um absurdo é uma vergonha, uma rendição completa aos interesses económicos e culturais do Brasil. Portugal é um caso único na Europa culta e civilizada. http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1368176&idCanal=58

    Este é um dos últimos comentários na página do última hora, em Portugal e, mostra claramente, a “xenofobia” dos portugueses contra o português falado no Brasil.

    Não sei se os erros de tradução do software estão relacionados a uma tentativa dos programadores de já lançar o produto com as futuras modificações da língua portuguesa, e, por infelicidade, acabaram errando muito mais que acertando. Mas o caso é que nós já estamos tentando unificar a escrita, enquanto em Portugal, eles nem estão preocupados com isso.

    Essas coisas me fazem pensar que talvez nós erramos ao buscar este acordo ortográfico “à força” com Portugal. Já faz algum tempo, mas assisti na SIC uma reportagem sobre um sequestro em lá em Portugal, e fiquei prestando atenção à maneira que a repórter dizia:
    O sequestro [sekestro] do fulado de tal….

    Nessa época ainda era utilizado no Brasil a expressão “seqüestro” [secuestro]. Então percebi que em portugal não se usava o trema, por que eles não precisavam efetivamente dele. Agora, com a abolição do trema aqui no Brasil, concordo com a crítica do portugues que citei, afinal, agora sim, falaremos efetivamente errado, já que pronunciaremos as palavras como antes, mas usando uma grafia que não corresponde às necessidades da língua portuguesa que é falada no Brasil, e pelo visto, também, em Portugal.

    Lamentável esta situação!

    André Caldas (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 9:43 am

    A notícia também tá com um monte de erros… :-)

    Acho que a Intel deveria se preocupar em garantir a qualidade desses aplicativos. Não dá só pra sair instalando… tem que participar.

    André Caldas.

    jotaB (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 10:00 am

    A regra de ouro para uma boa tradução é:

    O bom tradutor é aquele que sabe mais da língua traduzida que da língua original.

    Quer dizer, prá traduzir bem do franês/inglês etc para o Português, é fundamental que o tradutor seja craque em Português, não necessariamente em Inglês/Francês etc.

    Frederico (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 10:19 am

    Marcelo, a tradução do GCompris no Brasil não é revisada pelo Lula. Ela é mantida e revisada por mim e por algumas pessoas da área de educação. Sabemos que ainda existem falhas a serem corrigidas, mas estamos nos dedicando ao máximo para que não ocorram problemas graves.

    E o problema em Portugal possui vários componentes. Em primeiro lugar, o Magalhães foi amplamente alardeado pelo governo português como a oitava maravilha do mundo. Com isso, acabou sendo alvo de várias críticas (inclusive em tom humorístico, como esse http://www.youtube.com/watch?v=SRsAtoXVyi8). Ou seja, já tinha muita gente de olho, procurando algum problema nele.

    Além disso, a versão avaliada era antiga. Algumas correções já haviam sido feitas e incorporadas ao GCompris. Veja o comentário dos desenvolvedores aqui: http://pinguinsmagicos.blogs.sapo.pt/38808.html

    Por fim, mesmo com as atualizações, haviam erros sim. Inclusive o tradutor português desculpou-se publicamente na lista de discussão de desenvolvimento. Mas assim que saiu a notícia, a equipe portuguesa de tradução do Gnome mobilizou-se e eles corrigiram os erros. E ontem foi lançada uma versão nova, com todas as correções da tradução (e outras que já estavam previstas).

    Não estou avaliando aqui os méritos dos desenvolvedores da Caixa Mágica. Na minha opinião eles deveriam ter revisado exaustivamente a tradução antes de lançar o sistema. Mas tanto lá em Portugal (como também aqui no Brasil) essa não é uma prática comum de algumas empresas que comercializam softwares livres. É mais fácil empacotar, vender e colocar a culpa dos erros nos desenvolvedores do que fazer um trabalho mais criterioso e devolver pra comunidades os acertos efetuados. Sei que elas não são obrigadas a fazer isso do ponto de vista legal (pelo menos para os softwares licenciados sob a GPL e algumas outras licenças livres), mas eticamente falando seria o esperado, não é mesmo?

    jotaB (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 10:50 am

    Sei que elas não são obrigadas a fazer isso do ponto de vista legal (pelo menos para os softwares licenciados sob a GPL e algumas outras licenças livres), mas eticamente falando seria o esperado, não é mesmo?

    Infelizmente, quando se trata de grana, não há lugar prá uma coisa chamada “ética”. “Isso é coisa de sonhadores, ingênuos, hippies, comunistas etc”, exclamam cinicamente. E fica tudo por isso mesmo. Negros tempos, negros tempos…

    André Caldas (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 11:12 am

    @Frederico,

    Primeiramente, obrigado pelo bom trabalho. :-)
    Continue firme.

    É mais fácil empacotar, vender e colocar a culpa dos erros nos desenvolvedores do que fazer um trabalho mais criterioso e devolver pra comunidades os acertos efetuados. Sei que elas não são obrigadas a fazer isso do ponto de vista legal (pelo menos para os softwares licenciados sob a GPL e algumas outras licenças livres), mas eticamente falando seria o esperado, não é mesmo?

    Também acho. Não faz o menor sentido colocar a culpa no desenvolvedor que em geral é voluntário. Acho que se existem problemas de tradução, a Intel deveria ter verificado isso e financiado as correções antes de sair distribuindo por aí como “solução pronta”. Aliás, acho que todos os projetos dos softwares que estão sendo distribuídos junto com esse computador, principalmente os que não estão tão polidos, deveriam entrar em contato com a Intel e negociar um contrato.

    André Caldas.

    André Caldas (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 11:18 am

    @Frederico,

    Sei que elas não são obrigadas a fazer isso do ponto de vista legal (pelo menos para os softwares licenciados sob a GPL e algumas outras licenças livres), mas eticamente falando seria o esperado, não é mesmo?

    Desculpe, esqueci de comentar isso…

    É diferente o cara que faz um trabalho voluntário e distribui pra quem quiser se arriscar, de um que vence uma licitação para o fornecimento de algo. Neste caso, a empresa que fez o contrato tem sim a obrigação de fornecer o que foi demandado. Se ela não puder fornecer, não deve participar da licitação. Ser software livre não é desculpa.

    André Caldas.

    Marcelo Nascimento (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 11:36 am

    @Leandro
    Não tentei falar mal do governo (faço isso nos foruns apropriados), fiz só uma piada com o que o próprio Lula diz dele mesmo…

    @Frederico
    Certamente a tradução não será revisada pelo Lula. Por ser um software do governo, não saber por quem será empacotado, não saber se será usada a versão atual do GCompris, alguma revisão deve ser feita no produto a ser distribuído (que pode ser diferente da versão atual, na qual vocês trabalham). Por isso questionei se seria feita alguma revisão aqui.

    Enfim, desculpem…

    Jaime Balbino (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 6:24 pm

    Quem sai na chuva é para se molhar. O governo português fez do Magalhães o primor da pesquisa lusitana em tecnologia da educação, mesmo ele sendo somente um Classmate de última geração, praticamente sem investimento direto de know-how português em hardware e software.

    A inovação portuguesa mesmo ficou por conta do esquema de empacotamento e distribuição. O Magalhães foi o primeiro e é o único laptop educacional vendido num varejo nacional.

    Como vêem (insisto em manter esse acento circunflexo, apesar da reforma) o governo português e seus fornecedores só precisavam cuidar para que o produto fizesse bonito, já que toda a engenharia e desenvolvimento já tinham sido testados pela Intel e pela comunidade de software livre.

    Um cuidado que não tiveram e que comprometeu o esforço governamental e, de quebra, fumegou a imagem dos parceiros por lá.

    Quantos FUDs serão criados por conta desse vacilo?

    Se fosse o Stallman pedia idenização por danos morais ao governo português!

    Paulino (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 7:48 pm

    @carlos
    Há xenófobos em Portugal, com certeza, há idiotas em todo o lado. A opinião que você citou representa apenas o seu autor. Quanto ao acordo ortográfico, há muita gente contra, mas também tem muita gente a favor.

    Alexandre Cunha (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 8:49 pm

    Poderá parecer absurdo para quem não conhece o que se passa aqui em Portugal, mas o Magalhães é uma bandeira de marketing político do governo e do primeiro ministro José Socrates. De um modo tão vincado que propícia momentos comicos com estes:
    http://contracrise.com/search/node/magalh%C3%A3es
    http://youtube.com/watch?v=agMEidzq67g < então este é abolutamente ridículo

    O facto de ter ocorrido uma mobilização da equipa Portuguesa de tradução do Gnome para corrigir os problemas (como descrito pelo Frederico, não tenho conhecimento de tal por outra via), demonstra bem como o mundo do software livre é ágil na resolução destes problemas.
    De louvar.

    Uma outra situação que me ocorre, é que o publico em geral não entende que a tradução é um trabalho voluntário não pago. E daí saltam facilmente para acusações contra tudo e todos, tendo numa ou noutra situação conotado de forma negativa o software livre.

    hamacker (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 10:08 pm

    Putz grilla, os portugueses tao mal mesmo, depois do problema de matematica :

    http://tuxvermelho.blogspot.com/2009/03/tribunal-decide-reducao-de-penhora-de.html

    Ainda tem que conviver com erros grotescos de portugues.

    Frederico Guimarães é tradutor do GCompris desde quando eu jogava Master System :)

    Agora sério, o GCompris é complicado de traduzir, e fico muito contente por termos tradutores experientes e “fixos” para ele.

    bebeto_maya (usuário não registrado) em 9/03/2009 às 11:36 pm

    Essa história de Xenofobia é mais empulhação politicamente correta. Evidentemente, ninguém tem de aceitar essa imposição chamada acordo ortográfico, ainda mais vinda de um país que não é primor em educação. Não se pode tapar o sol com a peneira, nossa educação é péssima. Negar isso com o argumento da “xenofobia” é uma medida caluniosa até…

    O Gcompris é ruim, porque falta ao software livre, especificamente este, um trabalho que vá além do hobbie ou algo focado no design e nos aspectos culturais.

    Frederico (usuário não registrado) em 10/03/2009 às 8:49 am

    @bebeto_maya, desculpe-me, mas você conhece o GCompris? Já o utilizou alguma vez? Já viu crianças utilizando-o? Já perguntou a algum professor que o utiliza? Pelo seu comentário eu acredito que não.

    Ele NÃO é um hobbie. É um trabalho sério desenvolvido pelo Bruno Coudoin e diversos colaboradores espalhados pelo mundo. É traduzido para mais de 50 idiomas. O seu design é totalmente voltado para o seu fim, que são as crianças. E são mais de 100 atividades, que possuem um critério de classificação de dificuldade, configuração de grupos de usuários com as atividades vinculadas a esse grupos e uma equipe de desenvolvimento ativa e muito aberta. Além disso, ele é usado (e elogiado) por vários educadores aqui no Brasil, não só com crianças (que é o seu público alvo principal), mas também com adultos em projetos de inclusão digital, uma vez que ele possui atividades para manipulação de mouse e teclado.

    O que tivemos foi o problema com UMA tradução e que serviu para mostrar como o o software livre funciona bem. Em menos de uma semana ele foi resolvido. Você conhece algum problema de tradução de software proprietário que tenha tido uma solução rápida assim?

    Portanto, bebeto_maya, por favor, antes de sair falando que algo não presta, por favor, procure embasar sua crítica pra evitar falar besteira, ok? Conhecer o objeto que se critica é o primeiro passo para fazer uma análise bem feita.

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