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Pragmatismo: padrão de vídeo H.264 passará mesmo a ser suportado no Firefox

A Fundação Mozilla, que anteriormente ostentou uma bem-vinda postura idealista e de enfrentamento rejeitando permitir que o padrão de vídeo H.264, recheado de patentes de software, fosse suportado no Firefox, agora percebeu que as circunstâncias mudaram bastante e algumas expectativas em relação à adoção do formato WebM e a promessas de outros participantes no mesmo mercado não se concretizaram, e pragmaticamente resolveu voltar atrás, confirmando a possibilidade recentemente aventada de que o suporte a este padrão proprietário e bastante popular passará a ser permitido no seu navegador, se estiver presente na plataforma em que ele estiver rodando.

Considerando o progresso de uma comunidade a longo prazo, o resultado de uma decisão pragmática nem sempre é melhor do que o de uma decisão idealista: às vezes sim, outras vezes não. Mas os termos em que a diretora da fundação, Mitchell Baker, coloca a questão (que está ligada à tag video do HTML5), se tomados como verdadeiros (e não vejo razão para não fazê-lo), facilitam a avaliação: segundo ela, o suporte a H.264 é absolutamente necessário neste momento para competir no mundo mobile, rejeitá-lo tornaria impossível sobreviver à migração para as plataformas móveis (pelo jeito as estratégias dela se baseiam em um cenário Pós-PC), e falhar nisso provavelmente consignaria a Mozilla ao declínio e à irrelevância. (via lwn.net – “H.264 support coming to Firefox [LWN.net]”)


• Publicado por Augusto Campos em 2012-03-20

Comentários dos leitores

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    lapis (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 10:19 am

    Pragmatismo ? Não diria assim.

    Mas sim perder um para ter o possibilidade de conseguir dois.

    Não deixar o firefox na sombra e tomar uma medida flexivel (usando codecs padrão do sistema) para assim ir convencendo o usuário da necessidade de usar padrões abertos.

    ark4n (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 10:38 am

    Também não acho que isso seja pragmatismo.

    A Mozilla Foundation tem tomado muitas decisões questionáveis ultimamente, como dizia um velho programa de TV: “quando a fome aperta, a vergonha afroxa”. Parece que a crise mundial bateu na porta e eles não sabem o que fazer. Se vai sobreviver a isso, não sei, mas pode não valer a pena de qualquer forma.

    No mundo PC dominado pela MS, era fácil identificar um motivo “pragmático” para o usuário querer o FF: o IE não presta. No mundo mobile, não é bem assim.

    ThOR27 (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 10:39 am

    Porque não passar a renderização da tag video para um motor nativo do sistema operacional? O desempenho da tag video no firefox no linux está quase tão sofrível quanto o do Flash, diferentemente do uso do bom e velo “embedded” colocando o vlc (ou outro player qualquer) na tela do navegador.

    bala@juquinha.com.br (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 11:30 am

    vejam só qta infos úteis q’eu aprendi aqui sobre o FF. qto a esse negócio de “pragmatismo”, padrão livre é muito lindo no linux.

    cá fora a realidade é outra…

    Carlos Roberto (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 12:02 pm

    Considero a medida razoável. Enquanto isto façamos a promoção do WebM.

    Ícaro (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 12:11 pm

    O Google tem o poder de acabar com esse formato, mas fica parado.

    Rael Gugelmin Cunha (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 1:14 pm

    @THOR27: na prática, o FF usando o codec do sistema operacional, vai dar na mesma. Afinal nenhum dos tocadores de vídeo implementa internamente estes codecs, apenas usa bibliotecas de terceiros, como a ffmpeg.

    Jose (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 2:41 pm

    É a mesma coisa que usar “embedded”, jogou no lixo toda a idéia da tag “video”. Ficar dependendo de codec do sistema? ninguém merece isso. A maioria que defende AVC ou espera que alguma empresa adule eles ou é piratero, aquele tipo de gente que empurra com a barriga as coisas esperando que alguma empresa pague a licença pra ele ou simplesmente lança seus mkv da vida, ignora a licença e depois decodifica com decoder feito tudo na base da engenharia reversa, Lei de Gérson no ultimo grau. Depois surge alguém copramdo fica tudo pelos cantos chorando.

    Allan Taborda dos Santos (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 3:19 pm

    Se o LibreOffice implementa os formatos fechados do Microsoft Office (.doc, .xls, .ppt, etc) e os players de áudio e de vídeo que são software livre oferecem suporte a formatos proprietários de áudio e vídeo, por que o Firefox não poderia suportar formatos fechados de vídeo? Basta que tudo seja implementado com software livre! Ou que delegue a decodificação do formato fechado para o sistema!

    zer0c00l (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 3:37 pm

    E mais uma vez a Apple tinha razão.

    DarkZero (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 4:46 pm

    E mais uma vez a Apple tinha razão! [2]

    Denis Ferraz (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 5:11 pm

    Meus Caros;

    Pragmatismo é uma palavra que as pessoas confundem muito com “decisões práticas” e “princípios que não se devem deixar de lado nas decisões”. Pragmatismo, no contesto do artigo supracitado, é “tomar uma decisão prática, não levando em conta toda uma comunidade que, no caso da Fundação Mozilla, criou quando ostentou o idealismo de software livre nos seus produtos, no caso o Firefox, tomando assim, uma decisão unilateral, incorporando o codec h.264, deixando de fora a comunidade que poderia encontrar até uma solução, não corrompendo os princípios em que se baseia”. Seria o mesmo que um ecologista deixar de usar carro movido a álcool e usar combustível fóssil por que, a gasolina, na entressafra do álcool, é mais barata! Pragmatismo seria uma decisão corrupta e ditadora.

    Fiquem com Deus e obrigado!

    henry (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 5:22 pm

    Até onde eu sei, a comunidade não dá 1 centavo diretamente para a mozilla.

    Então, na minha opinioão, ela tem sim que ser prática e ela tem sim que pensar no seu futuro.
    E neste contexto, e de acordo com a minha opinião, ela tem sim que ser pragmática ou unilateral, como preferirem. A comunidade PODERIA encontrar uma solução, mas NÃO O FEZ.

    Acredito que a “comunidade” usa o firefox porque ele é bom. Se fosse ruim, usaria outro, como acontece com qualquer outro software ruim que exista, ele acaba sendo substituido.

    Paulo Messias (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 8:27 pm

    E mais uma vez a Apple tinha razão! [3]

    alberto (usuário não registrado) em 20/03/2012 às 9:38 pm

    “E mais uma vez a Apple tinha razão! [n]”

    Alguém me explica este raciocínio?

    @alberto, não alimente os trolls.

    []‘s

    Marcos (usuário não registrado) em 21/03/2012 às 12:08 am

    E assim morre a liberdade e o ff deixa de ser compatível com as licencas livres

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 21/03/2012 às 10:31 am

    Não existe raciocínio em fã que dá razão a qualquer custo.

    alberto (usuário não registrado) em 21/03/2012 às 1:08 pm

    @Marcos – o Firefox continua compatível com licenças livres. Será apenas adicionado o suporte a este padrão de vídeo.

    A Mozilla preferiu desistir desta batalha para poder continuar na guerra.

    Porfírio (usuário não registrado) em 21/03/2012 às 2:27 pm

    A Mozilla já teve uma prova (e nós também tivemos) de onde a falta de decisões pragmáticas pode levar a empresa.

    Deve ser decidido o que a comunidade quer ou espera do Firefox:

    a) Um protótipo do que deve ser um navegador puramente livre?

    b) Um produto com qualidade de produção capaz de concorrer em igualdade de condições com os “pesos-pesados” o que significa principalmente o produto da sua mecenas, o Chrome/Chromium.

    Se a questão é a ideia (a), a decisão idealista deve prevalecer e a empresa enxuga o quadro de funcionários para ficar de acordo com os recursos que ela pode captar nessa modalidade.

    Mas se a escolha for a ideia (b), a ideia de atender ao usuário deve vir antes da ideologia. O que não significa, de modo algum, que a ideologia não seja importante e sim que o pragmatismo vem em primeiro lugar. Nessa ideia, o conceito que prevalece é o de fazer o aplicativo para os usuários e não o de fazer usuários para o aplicativo.

    Se a Mozilla andar na contra-mão dos usuários e tentar continuar com o modelo comercial (que capitaliza baseando mais de 80% da receita em marketing direcionado a um único contrato) que tem praticado, já sabemos o que vai acontecer com a empresa. Ninguém quer isso.

    Então, na minha opinião, a orientação pragmática é válida. Quisera que fosse aplicada também ao Flash, ao menos até que apareça uma alternativa realmente válida, e largamente adotada, de substituição.

    Marcos (usuário não registrado) em 21/03/2012 às 11:03 pm

    Bom, mesmo o FF sendo bem inferior ao Chrome ultimamente, ainda insistia nele por ser o único 100% livre. Como agora vai ser seis por meia dúzia, creio que vou virar de vez pro navegador do Google.

    Porfírio (usuário não registrado) em 22/03/2012 às 4:41 pm

    100% livre não faz muita diferença quando vc. precisa de um determinado recurso e o produto não te atende, @Marcos.

    Ele tem que ser livre e tem de atender ao usuário. É isso que a Mozilla está querendo e eu dou 100% de apoio nisso.

    Não concordo que o Chrome(ium) é sempre melhor que o Firefox em tudo. O raposa tem um extenso legado de extensões, uma atenção maníaca à correção de bugs de segurança, etc. Ele é um dos melhores navegadores, independentemente de ser livre ou não. Eu uso os dois no meu dia-a-dia, escolhendo a melhor ferramenta para cada necessidade.

    Pena que o Firefox ignora arrogantemente uma tecnologia da qual ninguém parece gostar e todo mundo quer se livrar, mas todo mundo usa. Sim, Flash. Ponto pro Chrome.

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