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Declínio do uso da GPL e licenças copyleft em projetos livres estaria acelerando?

Post do Thom Holwerda no OSNews comenta artigo da ITWorld sobre a nova rodada de análise sobre uma base de 540.000 projetos de software indicando tendências de licenciamento livre percebidas.

Algo não mudou: a GPL continua a liderar, com a sua versão GPLv2 sendo a mais popular. Mas essa liderança vem em declínio constante (embora o da versão 2 seja um pouco menos acentuado), e a taxa destes declínios se acentuou desde junho do ano passado.

Em paralelo, as licenças livres permissivas (BSD, MIT, Apache, etc.), agregadas, fazem o movimento exatamente contrário. Se as taxas de hoje se mantiverem constantes, a soma das permissivas ultrapassará a soma das GPLs pela primeira vez em setembro.

Minha opinião permanece a mesma: cada desenvolvedor deve escolher a licença que melhor represente sua visão sobre como o software deve ser disponibilizado e distribuído, e é bom que haja opções.

Mas o OSNews comenta: “Isto não deveria ser surpreendente. A GPL é complexa e eu honestamente não culpo indivíduos e empresas por optar pela simplicidade e objetividade de licenças como BSD e MIT”. (via osnews.com – “GPL, copyleft use declining faster than ever”)


• Publicado por Augusto Campos em 2012-04-24

Comentários dos leitores

Os comentários são responsabilidade de seus autores, e não são analisados ou aprovados pelo BR-Linux. Leia os Termos de uso do BR-Linux.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 10:35 am

    Uma tendência que vem aparecendo é de pesquisas sendo feitas para comprovar a tese.

    Algo como aqueles órgãos de imprensa que contratam “especialistas” que corroborem suas opiniões e evitam chegar perto dos que comprovam o contrário.

    Roger de Almeida (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 10:48 am

    É o movimento natural do mercado em busca do equilíbrio. São as necessidades!

    Spif (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 10:53 am

    Isso só vem mostrar o declínio do que conhecemos como “software livre”, em favor de esquemas de licenciamento permissivo, que players como o Google adotam.

    Encarem os fatos, estão destruindo o software livre por dentro, com opensources de mentirinha, cujo desenvolvimento é fechado e códigos proprietários são copiados no meio de código aberto.

    lapis (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 10:57 am

    É triste isso,pois é póssivel usar software livre em kits fechados se assim desejam.E os licenças permissivas como disse é um esquecimento de que o software livre e opensource ainda precisa se desenvolver pois não é popular o suficiente.E se usam essas licenças permissivas da vida ,vai abrir espaço para concorrentes proprietários superiores e vai deixar o progresso do software livre de lado por causa desta possibilidade de fechar o software.

    Isso também é pressão empresarial no software livre também.

    Se deixar tudo vai virar um BSD da vida e enquanto os proprietários serão MacOS.Ou seja os BSD ficarão abandonados (olha lá o BSDs nem tem kit 3D direito,enquanto os MacOS estão ai no sucesso).

    bala@juquinha.com.br (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 11:20 am

    O autor precisa definir claramente o que significa A GPL é complexa….

    A GPL é bem detalhada, tentando fechar todos os “buracos” para interpretações particulares. Se as outras não são assim, não significa que ela seja isso ou aquilo.

    Poder-se-ia pesquisar junto aos desenvolvedores o porquê das opções não-GPL. Esse negócio de “achismo” é sempre falho.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 11:27 am

    “Encarem os fatos, estão destruindo o software livre por dentro, com opensources de mentirinha,”

    Não há fato aí, somente opinião, e distorcida.

    Como se pode destruir o Software Livre com um projeto que não era aberto de jeito algum se tornando aberto?

    Um código que poderia ser fechado foi aberto sob uma licença Apache.

    Se poderia, talvez, dizer que algo foi revertido, se fosse GPL e mudasse para Apache.

    Luiz (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 11:31 am

    Escuta aí Canonical.
    É o momento do BSD, larga logo esse Linux e sua GPL que tanto lhe incomoda, com cobranças sem fim, tendo de ficar dando satisfação para o mundo todo.
    Software livre é aquele que pode ser seu de verdade, isso só o BSD lhe proporciona.
    Use BSD, seja dona do seu Kernel, crie suas próprias API, invista no Wayland dentro do BSD.
    Vai Canonical, você é capaz.
    O futuro é livre, o futuro é BSD.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 11:32 am

    bala@juquinha.com.br

    “O autor precisa definir claramente o que significa A GPL é complexa….”

    A “complexidade” é a desculpa. A GPL é extensa sim, mas o efeito dela a torna talvez a mais simples de todas: Ou deixa aberto ou não usa. Simples assim.

    A LGPL sim se sente o efeito maior da complexidade na interpretação.

    ‘A GPL é bem detalhada, tentando fechar todos os “buracos” para interpretações particulares.’

    É daí que vem a tal complexidade, de gente tentando uma forma de usar um produto sem precisar disponibilizar o código.

    ‘Esse negócio de “achismo” é sempre falho.’

    Na real é muito mais o desejo de outra licença do que a complexidade.

    Carlos Felipe (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 12:02 pm

    Eu testei anteontem a distro 100% livre, inclusive de kernel, Trisquel 5.5 e infelizmente a cada versão está menos compatível com meu hardware.

    Nyappy! (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 1:54 pm

    FUD

    pharaoh (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 1:54 pm

    Isso deve tudo a cultura OenSource muita gente pensa que um software e livre so por ter uma licensa OpenSource, o que na realidade nao e verdade, a unica licensa de software genuinamente livre a GPL pois a ela protege tanto o autor original como todos os contribuidores. Muitas empresas e programadores de empresas querem obter codigo de projectos de codigo aberto e depois nao disponibilzar para fora as alteracoes o que a GPL nao permite, isso levanta a questao que e : uma licensa livre e aquela que tem mais restricoes (GPL) ou aquela com menos restricoes (BSD like) e nao proteje os contribuidores? Viram a polemica em torno do BusyBox?

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 3:36 pm

    Parece que o combate ao uso ilegal do Busybox e de outros softwares livres só serviu para as empresas infratoras (ou interessadas no código alheio) venham com uma nova conversa, de que software livre bom é software sem copyleft.

    Não vou amaldiçoar os softwares livres sem copyleft, nem a intenção dos autores em desobrigar seus usuários a compartilharem quaisquer mudanças que façam nos sistemas. Mas pegar essa “generosidade” do desenvolvedor e dizer que isso é um comportamento de vanguarda, a ordem natural das coisas, etc. é forcação de barra — e muita gente está fazendo isso, infelizmente.

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 3:39 pm

    Correção: Onde está escrito

    só serviu para as empresas infratoras (…) venham

    leia-se

    só serviu para que as empresas infratoras (…) venham

    Tiago (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 6:07 pm

    @ Spif
    Eu penso exatamente o contrário de você. Eu não acho que querem destruir com o software livre. Eu acho que na verdade isso fortalece. Bem ou mal, quem financia o software livre são empresas. Parte é interessante liberar, parte não, tipo o Android. Mas isso não significa destruição. Eu acredito num movimento de colaboração mútua, porém cada um podendo ter a sua diferença competitiva.

    Apesar do Eclipse ser GPL, eu considero o Eclipse o maior case de sucesso do SL. As empresas que fazem parte da Fundação Eclipse se ajudam multuamente para melhorar a plataforma. Porém, cada uma pode lançar a sua IDE exclusiva baseada no Eclipse.

    O Eclipse funciona com GPL, mas algumas coisa podem não funcionar. Por exemplo, não é interessante para Apple divulgar o kernel do iOS. Então ela não pode usar Linux. Ela contribui para o FreeBSD, contribui, mas não é porque as atualizações da Apple não são diretamente na árvore principal do CVS, ou GIT que ela deixa de fazer a contribuição.

    E porque funciona com o Eclipse e não com a Apple? Porque no caso do Eclipse, é interessante que a base do software seja comum. E o mesmo não acontece com a Apple e o FreeBSD. Inclusive, do FreeBSD a Apple utiliza apenas os subsistemas do kernel, e não o kernel completo.

    Assim, são dois exemplos quase que extremos, mas eu acredito que, com licenças mais permissivas, essa uniões sejam mais freqüentes. E isso só é possível graças ao software livre. Pode não ser àquela liberdade Stallmannianala, mas não deixa de ser livre.

    Essa é a minha opinião!

    Rombo (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 6:19 pm

    A GPL deveria ter uma versão for dummies:

    “This is licensed under the GPL, which means you can use, copy and distribute the software for any purpose. In case you modify the software and distribute it, you should also distribute the modified sources.”

    case closed.

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 7:03 pm

    @Tiago:

    Bem ou mal, quem financia o software livre são empresas.

    Tem estatísticas para embasar isso? Temos a noção de que são as empresas que contribuem para a manutenção dos softwares livres porque elas fazem questão de fazer propaganda disso. Não quero criar oposição, mas o papel dos desenvolvedores independentes também é fundamental para a evolução dos softwares.

    Afinal, como posso desmecerecer o trabalho do francês que, sozinho, desenvolveu drivers para centenas de webcams no Linux? Ou como posso ignorar o grupo de desenvolvedores independentes do LibreOffice que, somados, dão um efetivo maior que o de todas as empresas que contribuem para o projeto? E temos de nos lembrar do Con Kolivas, o anestesista que contibuiu (e contribui) com o que mais importa no Linux: o desktop o/

    Eu acredito num movimento de colaboração mútua, porém cada um podendo ter a sua diferença competitiva.

    E isso é possível com a GPL! Um exemplo disso é o próprio Linux. Apesar de existir um repositório padrão, vários grupos possuem kernels personalizados, sem prejudicar seus negócios ou os negócios alheios — exemplos disso são os kernels do Oracle Linux, do Ubuntu e do Android, cada um com suas diferenças e com suas vantagens para cada público-alvo.

    IMHO, a GPL não é ruim para o negócio de ninguém. Ruim é quem faz discurso protecionista em cima de softwares livres.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 7:30 pm

    “É o momento do BSD, larga logo esse Linux e sua GPL que tanto lhe incomoda, com cobranças sem fim, tendo de ficar dando satisfação para o mundo todo. …”

    Espécie nova: fanboy de licença, hehe.

    Spif (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 9:12 pm

    Tiago, isso é ruim para o software livre, pois você não consegue seguer colocar o código que você pegou pra funcionar no mesmo contexto que ele é utilizado.

    É como o problema do TiVo, que gerou a demanda para atualizarem a GPL para a Versão 3. Segundo a FSF:

    “”TiVo-ization” significa construir sistemas sobre software livre que restringem as liberdades do usuário em modificar o sistema. Sem a habilidade de atualizar, a liberdade de fazer modificações é inútil. E essa é uma das liberdades que a GPL foi feita pra proteger.”

    O problema é justamente esse. Se eu pego os fontes do Android, compilo e quero instalar ele no meu celular… eu dou com a cara na parede. Você não consegue atualizar, logo a liberdade de modificar não serve pra nada. Se você não pode modificar e rodar no contexto que você usa o software direto da fonte, pra que você precisa do fonte?

    Isso é o Software Livre de Mentirinha, que o Google e outras empresas adoram. O Software é Livre pra baixar, Livre pra modificar, você pode dividir com a empresa e com seus coleguinhas a modificação, as empresas vão poder usar o seu código se quiserem, mas você não vai poder rodar o seu código em um local que ele seria útil para você.

    Bem vindo ao território da liberdade falsa.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 11:33 pm

    O festival de mentiras continua.

    O Google não tranca o hardware com um kernel, isso é coisa de fabricante. Novamente se repete o “engano” de dizer que fabricante do Sistema operacional é que faz isso.

    Se não pode atualizar um aparelho, reclame com quem é o responsável: o fabricante.

    henry (usuário não registrado) em 24/04/2012 às 11:34 pm

    @Tércio Martins, estatisticas sobre empresas manterem software livre ?

    só pensar em quem é que paga pela hospedagem de projetos de SL na internet e possibilita gratuitamente a difusão. Nem precisa ir muito longe: ou é empresa ou é governo – que não deixa de ser empresa. E quando é associação, usa recursos, doações ou vende publicidade – para empresas.
    Desconheço qualquer distribuição mantida exclusivamente pelos seus usuários, de ponta-a-ponta. Você conhece alguma? QUALQUER UMA? chega a mais de 1% das distros?

    RFD (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 1:20 am

    @Luiz

    Nunca li tanta asneira em toda minha vida… Canonical desenvolver?!?!? KKKKKK… faça-me rir, vê se ela vai sair da aba das maiores empresas de tecnologia que apoiam o Linux e mexer com BSD ou kernel própio …O máximo que vc vai ver a Canonical fazendo e mudar a ordem dos ícones naquela belezura que é o Unity! Ou mudar o papel de parede do novo “lançamento” deles. FAÇA-ME RIR. Canonical NÃO é Apple meu caro!!!

    @lapis

    Disse tudo rapaz!!! A galera do FreeBSD só sabe competir benchmarks com Linux! Deveriam cuidar mais do popio código que fica rodando em aparelhos da Apple sem receber praticamente nada em troca… AH esqueci, a Apple só precisa mencionar o nome de quem criou o software… em letras BEM MIÚDAS…ESSA É A GRANDE LICENÇA BSD!!!

    lapis (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 9:01 am

    Tem gente que nao entende nada e mistura as coisas.A propria gplv3 tenta evitar tivoização e até abuso nos firmwares bloqueados pelos fabricantes.

    As próprias licenças permissivas são piores neste quesito.É só pesquisar.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 9:26 am

    henry

    “Desconheço qualquer distribuição mantida exclusivamente pelos seus usuários, de ponta-a-ponta. Você conhece alguma? QUALQUER UMA? chega a mais de 1% das distros?”

    Hospedar é o mínimo, o custo de desenvolver código é muito maior que storage e transmissão que hoje em dia é quase (ou já é) commodity.

    De resto, todo o comentário puxa para o lado da “dependência” que os projetos tem com as empresas.

    Essas empresas ganham (deixam de gastar) muito dinheiro com o que usam de software livre. A própria hospedagem supervalorizada no comentário usa software livre, como Git, Apache httpd, e muito mais.

    Que mania de achar que empresa faz tudo e são coitadinhas abusadas pelos usuários maléficos.

    Tiago (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 9:41 am

    @RFD
    Mas o código do Mac OSX está inteirinho aqui: http://opensource.apple.com/.
    A questão é: nesse produto, vale a pena mexer? Qual o ganho?

    @Spif
    No caso do TiVO, não seria um problema jurídico?

    Mas eu entendo o seu ponto de vista e nesse caso acho que você tem razão.
    Mas o que fazer para evitar isso? Tem que ter um ponto de equilíbrio entre a liberdade total de Stallman e os produtos de mercado. Ignorar isso é ignorância. E é complicado…

    @Tércio Martins
    Dois exemplo: kernel do Linux e Eclipse. Quer outros? Chromium, Firefox. Quer mais? Android. Outro? KDE, QT. Todos esse projetos são tocados por empresas. Recebem contribuições independentes, mas o grosso é financiado por empresas.
    Uma empresa 100% software livre: RedHat.

    @henry
    Se não me engano, o Debian e o Slackware.

    Porfírio (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 11:33 am

    Quem associa a adoção da GPL com o desempenho do software livre em geral está, pra variar, falando besteira. O software livre é uma ideia. A GPL é uma das licenças que a corrobora. Uma das várias. Procure pela lista da FSF.

    De fato, o texto da licença GPLv2 é longo e de difícil compreensão (como aliás costumam ser os textos de licenças) e o da v3 não melhora isso em nada.

    Não vejo tanto problema com isso, mas o texto de várias licenças abertas é bem mais simples e dá menos dor de cabeça (a BSD é um exagero, nesse sentido).

    Eu acho que esse “alerta”, mais que apenas dar munição para os trolls, pode ser usado como motivação para revisão do texto da licença, cujo conteúdo é bem mais simples do que a sua forma escrita sugere.

    Spif (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 5:29 pm

    @Weber, quem fecha os olhos e deixa correr, é conivente. Pior ainda quando dá direitos de uso da marca. Mas a hipocrisia, nesse assunto, corre solta.

    @Tiago, mas a GPL v3 Não te causa problema nenhum. Oras, a tivolização (nada com o parque de diversões) não oferece vantagem alguma. Só não permite que o usuário possa instalar um o sistema desenvolvido pro seu equipamento com as suas próprias modificações.

    John (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 8:21 pm

    The worst is to come !

    hneto (usuário não registrado) em 25/04/2012 às 9:47 pm

    O que está acontecendo não é bem que a GPL esteja em “declínio”.
    A realidade é que a cada dia surgem MONTES de novos projetos Open Source, numa escala cada vez maior, em relação ao que era antigamente. Cada vez mais, boa parte deles são destinados a nichos específicos e limitados em que a questão da licença não é assim TÃO importante (na minha opinião) quanto em outros casos de uso mais abrangente. Naqueles, acho que na prática faz pouca diferença usar licenças permissivas, que é o que está ocorrendo com muitos desses novos projetos, fazendo a fatia global da GPL parecer menor.
    Por outro lado, dá para dizer que tudo que realmente é importante estar sob copyleft continua estando…

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