Concurso Cultural: O que falta nos jogos educacionais?
Enviado por Jonas Thomaz de Faria (jonas):
“Segundo o portal Todos pela Educação, tablets e jogos educacionais serão adotados em massa nos proximos 5 anos. Porém existe uma enorme reclamação de que jogos educacionais são chatos. Possivelmente pelo esforço em encaixar o conhecimento que deseja ser passado em uma mecânica que nem sempre corresponde ao conteudo. Estou fazendo uma pesquisa sobre o tema, e vou sortear livros para quem puder colaborar.” [referência: foconaeducacao.com.br]
• Publicado por Augusto Campos em
2012-12-27
Porque a meu ver jogo educacional é aquele que vc aprende sem a sensação que o fim é o aprendizado. Eu aprendi inglês jogando muito Final Fantasy, nunca joguei FF pensando no inglês.
Eu acho o contrário, jogos educacionais são aquele que você aprende algo de maneira mais divertida. Os outros jogos, embora você aprenda algo, não foram criados para fins educacionais. Acho que jogos educacionais podem ser utilizados apenas de maneira complementar e não como ferramenta principal de aprendizagem.
Carlos, eu também concordo com você.
Acho que o grande problema, é que no desespero de tornar o jogo “educacional”, acaba que se perde o objetivo inicial de um jogo, a diversão.
Acho que o segredo é a diversão, o aprendizado é algo que acontece.
POr exemplo, eu aprendi muito de mitologia gega por causa do Anime dos cavaleiros do Zodiaco. Foi o interesse motivado pelo desenho não o desenho em si…
O que é jogo educacional?
Não seria melhor definir logo, antes que mais bobagens apareçam escritas aqui?
A primeira pessoa a escrever bobagem aqui foi o @Alex Moreira
@Alex Moreira
Jogo educacional: jogos criados com o objetivo específico de auxiliar no processo de aprendizagem.
Foi com esta itenção que usei o termo. Estou querendo diferenciar dos jogos de puro entreterimento, nos quais você acaba indiretamente absorvendo algum conteudo.
Em uma palavra: DIVERSÃO
Na minha opinião de leigo: não tente atingir todos os alunos com um único jogo, ou com número reduzido de jogos. Para mim, tem que haver diversidade para atingir pessoas com diferentes motivações e demandas.
A pior besteira seria obrigar todo mundo jogar a mesma coisa ao mesmo tempo, para aprender as mesmas coisas e ainda ser avaliado da mesma forma. Para isto já existem as aulas tradicionais.
Concordo com o @Reikanosuke.
Aliás, é fundamental sair desse paradigma das aulas tradicionais. O verdadeiro aprendizado acontece quando nem percebemos que estamos aprendendo alguma coisa. Se se deseja utilizar o jogo como ferramenta de aprendizado, ele deve ser, acima de tudo, um jogo, uma diversão, como disse o @Spif. Ninguém joga por obrigação, joga-se por interesse. Pensem num Angry Birds Space ensinando física (gravitação, dinâmica).
Olha, a literatura técnica sobre jogos e educação tem algumas referências bem legais sobre o assunto. De fato, um dos grandes diferenciais dos jogos está no questão motivacional, um jogo eficaz deve ser motivante por si só. Como diria Gee (2003) ele faz com que o jogador busque a dificuldade e não a facilidade. Como já dito por outros aqui o principal é entender que os jogos vão funcionar dentro de um paradigma bem diferente do que é tradicionalmente utilizado em sala de aula.
E trazer isso para o campo educacional realmente não tem sido muito fácil. Buckingham (2007) sugere que os projetistas de jogos educacionais falham em entender as características essenciais que tornam os jogos comuns tão motivantes, resultando em algo que parece um jogo mas na verdade seria apenas uma aula “reembalada” como um jogo. O que converge com a proposta de Mattar (2009)quando este sugere que os designers de jogos tem muito a ensinar para os designers instrucionais.
Existem ressalvas ao foco exagerado em entreterimento, que segundo Resnick 2004, podem ser também danosas. Será que todo o “jogar” é necessariamente benéfico? Há muita gente falando como os jogos podem maravilhosamente resolver esse problema. O próprio Buckingham (2007) fala que há vários advogados e sugestões genéricas, mas observa que temos poucas pesquisas sobre o real emprego de jogos para aprendizagem. Por experiência própria, tenho visto que empregar o jogo como um ambiente de aprendizagem dentro do sistema de ensino não é uma tarefa nada trivial.
Das experiênicas com jogos educacionais que conheço eu posso citar a minha, comentada no artigo.
http://sbgames.org/sbgames2012/proceedings/papers/artedesign/AD_Full10.pdf
Referências:
Buckingham, D. (2007) Beyond Technology: childrens learning in the age of digital culture
Mattar, J. (2009) Games em Educação, como os nativos digitais aprendem
Resnick, M. (2004) Edutainment? No Thanks.I Prefer Playful Learning