TV Digital: governo estuda uso na inclusão digital e patrocínio estatal à adoção por emissoras
Embora o aspecto da inclusão digital também seja importante, os 2 parágrafos finais foram os que mais me atraíram a atenção, por explicitar (pela medida proposta: patrocínio estatal!) o tamanho dos obstáculos que o middleware open source Ginga pode ter que enfrentar para ser adotado (ou seja, para que haja conteúdo e serviços) pelas emissoras que a população mais assiste.
Via idgnow.uol.com.br:
O acesso a serviços interativos por meio da televisão poderá se tornar uma política de governo, com o objetivo de promover a inclusão digital e social da população. A expectativa é que ainda neste semestre possam ser iniciados os primeiros testes para avaliar a aceitação da população do modelo de interatividade.
“A ideia geral é que a gente possa fazer uma prova de conceito, transmitir o sinal da TV Brasil, distribuir set top box [conversores] na casa das pessoas, principalmente de baixa renda, que estejam integradas a um dos programas do governo. Para fazer uma medição real se eles vão usar o serviço ou não, se realmente vão saber usar. Com essa medição, mostrar para as autoridades para que se possa fazer disso uma política tão importante de Estado como é o Programa Nacional de Banda Larga”, disse à Agência Brasil o superintendente de Suporte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
(…) A aposta de alguns setores do governo é a de que a intimidade da população com a televisão possa facilitar o uso dos serviços que serão oferecidos com a interatividade, como a marcação de consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso a programas do governo, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, serviços previdenciários e serviços bancários. “Todos os programas do Estado estarão dentro da casa da pessoa, em um veículo que a maioria da população brasileira já tem familiaridade há mais de 50 anos. Isso é muito diferente do que introduzir uma tecnologia nova”, avalia o superintendente, comparando a TV com a internet.
(…) O superintendente explica que as emissoras comerciais ainda não demonstram interesse pela interatividade, porque o uso dos aplicativos durante o intervalo da programação poderia prejudicar sua principal fonte de renda: a publicidade. “As emissoras comerciais não têm ainda uma fórmula perfeita de sobrevivência do modelo comercial atual com o modelo interativo, porque um compete com o outro”, diz. Por isso, na sua avaliação, a TV pública, que não depende de patrocínios, pode assumir o pioneirismo na introdução desse modelo no país.
Uma ideia para atrair as TVs comerciais para a interatividade pode ser o patrocínio de empresas estatais, como Banco do Brasil, Petrobras e Correios, criando um novo modelo publicitário. A sugestão também será levada ao governo pela EBC.
Eu não entendi direito. Vão distribuir set top boxes para testar a interatividade, mas como vão fazer isso se não há linha de retorno da casa do usuário para emissora? Vão ter que distribuir a conexão com internet tb.
Com internet fácil, entra mais forte o problema apontado pelo artigo, as emissoras terão um concorrente delas logo ali perto usuário, a internet.