Sharp é a 16ª e inaugura nova fase nos pactos de patentes da MS no Android: agora a patente é descrita
Um dia depois de noticiarmos que a Honeywell foi a 15ª empresa a assinar o pacto de patentes no Android com a MS, chega a notícia da 16ª: a Sharp também assinou.
No caso da Sharp, uma novidade: no anúncio oficial que a Microsoft enviou à imprensa consta, se não a lista das patentes em questão, ao menos a tecnologia específica a que se referem: o sistema de arquivos exFAT, apresentado em 2006 pela Microsoft tendo em mente justamente os dispositivos com armazenamento flash. Segundo o comunicado, o licenciamento se aplica aos smartphones da Sharp que rodam o sistema operacional Android. (via microsoft.com – “Microsoft Enters Licensing Agreement With Sharp”)
Olha só os benefícios que um pouquinho de transparência não dá, não é mesmo?
Para quem quiser evitar essa extorsão em particular basta usar um filesystem diferente.
Eu estive pensando sobre isso por algum tempo e existe uma forma bem simples de fazer isso sem violar essa patente. Amigos desenvolvedores em particular, vejam se estou falando besteira:
* Vc insere um cartão flash em seu dispositivo com Android. Ele copia o que eventualmente estiver dentro dele em uma área temporária antes de reduzir a partição da FAT a um mínimo necessário e formatar o resto para um formato mais padronizado pela indústria.
* No que sobrou da FAT vc coloca um driver FUSE para win (que emula a FAT16, não coberta por patente + recurso de nomes longos, que já se provou não ter ineditismo) e um daqueles famosos .ini de inicialização. Copia o que eventualmente estava no card antes para a nova partição.
* Quando o cartão for usado no Windows, o driver FUSE será carregado e mostrará o conteúdo normalmente no sistema.
* Para conectar o cartão a outros dispositivos que não um PC, o mais prático não é trocar o cartão e sim conectar seu próprio dispositivo Android à câmera e eles se falarão através de MTP como é já é feito hoje.
Como vc nunca precisa formatar o cartão ou escrever nada nele, não viola a patente referida. Ou não? Algum defeito nesse método.
De qualquer forma, não creio que isso será um problema por muito tempo. O pessoal do XDA já identificou dentro do Jelly Beans a infra-estrutura necessária para suportar múltiplas contas de usuário. Isso parece confirmar o “boato” de um plano dos arquitetos do sistema para habilitá-lo para desktop na versão 5.0 (talvez seja a próxima, talvez não).
Com isso, o que teremos em 2013 será um Windows8, que vai ter de brigar muito pela sua aceitação (algumas gamehouses já até pularam fora, e os usuários desse sistema não tem fama de gostarem de aprender coisas novas) e um Android em plena liderança no mundo móvel, que grande parte da população já sabe usar, dando as caras em um cenário onde o atual líder se desgastou.
Quando a poeira abaixar, quem será que estará seguindo quem?
@Porfírio
O Gênio ignorado, rs.
Cara as coisas não são simples como vc sonha.
E não, você não é o gênio e o mundo todo carece de mais inteligencia!
“e formatar o resto para um formato mais padronizado pela indústria.”
É exatamente isso o que não existe. Um sistema de arquivos robusto, confiável e interoperável entre pelo menos os 3 principais sistemas (Linux, Mac e Windows).
Normalmente, quem precisa compartilhar um HD entre os 3 sistemas, acaba escolhendo o NTFS, por ser a opção menos pior de todas.
“existe uma forma bem simples de fazer isso“
“não creio que isso será um problema por muito tempo“
“pessoal do XDA já identificou“
“Quando a poeira abaixar“
Comprovado, “conversinha pra boi dormir“ define. Moderei como repetitivo,,,
@Walter Cruz:
Como não? Se quase todos os usuários de celulares instalam bloatwares em seus PCs para acessar as informações dos aparelhos, o que custa inserir no instalador um driver para um sistema de arquivos robusto como o ext3? Até o iTunes consegue extrair informações de aparelhos formatados com o HFS+ no Windows, e ninguém reclama por causa isso.
Se um fabricante formatar seus celulares com um sistema de arquivos livre e orientar seus usuários a instalarem o driver — com um instalador simpático que omita os detalhes macabros do processo — resolverá essa questão sem muita dor-de-cabeça.
E falo por experiência própria: quando um profissional de informática facilita até demais a vida do usuário final, acaba cavando sua própria cova.
Moderei o vizinho acima (Mauro Marcello) como Troll/flame, que é o que está tentando fazer.
Quer discutir,companheiro, apresente argumentos…
@Walter, eu quis dizer um FS a ser eleito pelo resto da indústria como um padrão. Opções já existem, muitas.
@Tercio, é bem por aí que eu tinha pensado. É possível?
Ops, @Tercio. Só que eu estava pensando em o driver ser executado automaticamente, através de um script de inicialização.
@Porfírio
quem deixa drive se instalar automaticamente merece os vírus que tem…
Mas o usuário “padrão” deixa instalar, né @Paulo Pontes? O tipo do usuário que não se importa com o que aconteça desde que ele não tenha trabalho extra.
Justamente o tipo de perfil usuário que usa Windows.
Para as exceções, a instalação manual estaria disponível, e seria bem-vinda…
É só não usar o exFAT.
Mas ainda tem outras patentes de software sem noção no meio
Aqueles que acham que o modelo de negócios de software livre vive à margem do software proprietário precisam estudar economia. Pra começar podiam googlar um pouco por “economiza de escassez” e semelhantes. O software proprietário cria uma *escassez artificial* que não existe na ecologia econômica do software livre, que traz mais riqueza à sociedade.
Nossa, comentei na notícia errada. Perdão. Me perdi nas abas… :-/
@Porfírio:
É sim! O tópico do ext3 na Wikipedia possui uma lista de links com drivers para Windows, tanto livres quanto proprietários.
Não precisa nem de script. O Windows já carrega o driver na memória no momento em que o sistema de arquivos é acessado.
@Paulo Pontes:
Segundo a Microsoft, antivírus precisam de drivers para acessarem os sistemas de arquivos.
Ops… Só corrigindo um dos links:
Referência interessante, @Tércio, estou estudando ela. Thx!
Ei, outro sistema que eu lembrei aqui: e o UDF? Não poderia ser usado também?
Enquanto isso, Linus e Google caladinhos, quietinhos na deles… com as gordas contas bancárias criadas pelos esforços gratuitos de voluntários trabalhando 24 horas por dia na codificação dos software.
Mais e mais empresas firmando acordos com a Microsoft.
E o dinheirinho das “patentes” entrando na conta da Microsoft.
A velha lei da “corda sempre arrebenta do lado do mais fraco” ainda impera.
Bom, existe o jfs, o xfs, o ext4 e outros que são livres. Usar algo que é de propriedade da microsoft dá nisso mesmo. Bastaria criar um driver pra formatar e passar os arquivos para o aparelho. Tenho uma porcaria de um nokia que trabalha assim, temos que baixar um programa pra conversar com o aparelho e eu não conheço ninguém que questione isso.
@Ricardo, menos. Bem menos, cara.
O Linus a pouco tempo sentou no banco de testemunhas a respeito de uma patente relativa ao FAT32, se me lembro bem.
A Google tenta atualmente desqualificar essas patentes no litígio que envolve a sua nova subsidiária Motorola.
A conclusão é óbvia. Sai mais barato e prático pagar a patente do que trabalhar em todas essas alternativas mirabolantes e dar trabalho pro usuário final, que a MS vai ser a única que terá um dispositivo que não precisa instalar driver.
Bom, @Marcos… 10 Obamas por dispositivo não parece barato pra mim. A B&N também não deve ter achado.
E mais importante ainda: será que só a Apple descobriu que pode não ser uma boa ideia capitalizar um concorrente?
Porque alguns acham tao problemático instalar um driver?
Os usuários de windows vivem isntalando drivers, de mouses a impressoras… usuários de Linux e OSX não sabem o que é isso. Talvez os que falem que dá muito trabalho nao usem windows.
Os caras nem vao ligar pra instalar mais um driver.
FAT era óbvio. E eles realmente precisam dar suporte, caso contrário, como montar via USB?
mazelas do uso indiscriminado de padrões fechados…
@Porfírio:
Pode sim, mas o consórcio que mantém o formato avisa que pode ser necessário pagar pelo uso de algumas patentes utilizadas por ele (isso está na especificação do formato, logo na segunda página).
@marcon, 10 dólares pra um celular que custa 600 desbloqueado não é tanto assim. E lembre-se que nem todo mundo tem permissão de escrita no computador onde pretente conectar seu celular.
@Marcos
Se o cara nao tem premissao de escrita no computador (acho que vc quis dizer que ele nao pode instalar softwares, pq se ele nao puder escrever nada, como ele iria trabalhar nesse computador?), é porque o computador é no trabalho. Nesse caso ele tem alternativas: 1) falar com o responsavel pelo sistema; 2) usar o airdroid ou outro similar.
Mas isso seria problema para um ¨merrequésimo¨ dos usuários de celulares….
@Marcos, meu aparelho celular e conecta ao PC por MTP (é um Galaxy Nexus, que não tem cartão SD e usa ext como sistema de arquivos interno. Ou seja: é imune a essa patente).
Ao conectar a primeira vez o dispositivo ele exige a instalação do driver do protocolo e, se vc não for admin da máquina, não rola.
Nunca vi ninguém reclamando dessa característica do aparelho. Vi reclamando de ele não ter cartão SD.
Convenhamos, o FAT – em todas as suas versões – é um sisteminha bastante fraco. Pra que ficar suportando um protocolo ruim que ainda por cima pertence a outra empresa e é preciso pagar por ele?
10 dólares de 600 pode até ser barato para alguns (não pra mim, eu prefiro pagar 590) mas o que com certeza não é barato para a plataforma como um todo é ter uma sanguessuga presa nela, que ainda por cima não fica quieta e vive arrotando por aí que ainda é relevante porque está conseguindo arrancar dinheiro de quem distribui o Android.