Pragmatismo: padrão de vídeo H.264 passará mesmo a ser suportado no Firefox
A Fundação Mozilla, que anteriormente ostentou uma bem-vinda postura idealista e de enfrentamento rejeitando permitir que o padrão de vídeo H.264, recheado de patentes de software, fosse suportado no Firefox, agora percebeu que as circunstâncias mudaram bastante e algumas expectativas em relação à adoção do formato WebM e a promessas de outros participantes no mesmo mercado não se concretizaram, e pragmaticamente resolveu voltar atrás, confirmando a possibilidade recentemente aventada de que o suporte a este padrão proprietário e bastante popular passará a ser permitido no seu navegador, se estiver presente na plataforma em que ele estiver rodando.
Considerando o progresso de uma comunidade a longo prazo, o resultado de uma decisão pragmática nem sempre é melhor do que o de uma decisão idealista: às vezes sim, outras vezes não. Mas os termos em que a diretora da fundação, Mitchell Baker, coloca a questão (que está ligada à tag video do HTML5), se tomados como verdadeiros (e não vejo razão para não fazê-lo), facilitam a avaliação: segundo ela, o suporte a H.264 é absolutamente necessário neste momento para competir no mundo mobile, rejeitá-lo tornaria impossível sobreviver à migração para as plataformas móveis (pelo jeito as estratégias dela se baseiam em um cenário Pós-PC), e falhar nisso provavelmente consignaria a Mozilla ao declínio e à irrelevância. (via lwn.net – “H.264 support coming to Firefox [LWN.net]”)
Pragmatismo ? Não diria assim.
Mas sim perder um para ter o possibilidade de conseguir dois.
Não deixar o firefox na sombra e tomar uma medida flexivel (usando codecs padrão do sistema) para assim ir convencendo o usuário da necessidade de usar padrões abertos.
Também não acho que isso seja pragmatismo.
A Mozilla Foundation tem tomado muitas decisões questionáveis ultimamente, como dizia um velho programa de TV: “quando a fome aperta, a vergonha afroxa”. Parece que a crise mundial bateu na porta e eles não sabem o que fazer. Se vai sobreviver a isso, não sei, mas pode não valer a pena de qualquer forma.
No mundo PC dominado pela MS, era fácil identificar um motivo “pragmático” para o usuário querer o FF: o IE não presta. No mundo mobile, não é bem assim.
Porque não passar a renderização da tag video para um motor nativo do sistema operacional? O desempenho da tag video no firefox no linux está quase tão sofrível quanto o do Flash, diferentemente do uso do bom e velo “embedded” colocando o vlc (ou outro player qualquer) na tela do navegador.
vejam só qta infos úteis q’eu aprendi aqui sobre o FF. qto a esse negócio de “pragmatismo”, padrão livre é muito lindo no linux.
cá fora a realidade é outra…
Considero a medida razoável. Enquanto isto façamos a promoção do WebM.
O Google tem o poder de acabar com esse formato, mas fica parado.
@THOR27: na prática, o FF usando o codec do sistema operacional, vai dar na mesma. Afinal nenhum dos tocadores de vídeo implementa internamente estes codecs, apenas usa bibliotecas de terceiros, como a ffmpeg.
É a mesma coisa que usar “embedded”, jogou no lixo toda a idéia da tag “video”. Ficar dependendo de codec do sistema? ninguém merece isso. A maioria que defende AVC ou espera que alguma empresa adule eles ou é piratero, aquele tipo de gente que empurra com a barriga as coisas esperando que alguma empresa pague a licença pra ele ou simplesmente lança seus mkv da vida, ignora a licença e depois decodifica com decoder feito tudo na base da engenharia reversa, Lei de Gérson no ultimo grau. Depois surge alguém copramdo fica tudo pelos cantos chorando.
Se o LibreOffice implementa os formatos fechados do Microsoft Office (.doc, .xls, .ppt, etc) e os players de áudio e de vídeo que são software livre oferecem suporte a formatos proprietários de áudio e vídeo, por que o Firefox não poderia suportar formatos fechados de vídeo? Basta que tudo seja implementado com software livre! Ou que delegue a decodificação do formato fechado para o sistema!
E mais uma vez a Apple tinha razão.
E mais uma vez a Apple tinha razão! [2]
Meus Caros;
Pragmatismo é uma palavra que as pessoas confundem muito com “decisões práticas” e “princípios que não se devem deixar de lado nas decisões”. Pragmatismo, no contesto do artigo supracitado, é “tomar uma decisão prática, não levando em conta toda uma comunidade que, no caso da Fundação Mozilla, criou quando ostentou o idealismo de software livre nos seus produtos, no caso o Firefox, tomando assim, uma decisão unilateral, incorporando o codec h.264, deixando de fora a comunidade que poderia encontrar até uma solução, não corrompendo os princípios em que se baseia”. Seria o mesmo que um ecologista deixar de usar carro movido a álcool e usar combustível fóssil por que, a gasolina, na entressafra do álcool, é mais barata! Pragmatismo seria uma decisão corrupta e ditadora.
Fiquem com Deus e obrigado!
Até onde eu sei, a comunidade não dá 1 centavo diretamente para a mozilla.
Então, na minha opinioão, ela tem sim que ser prática e ela tem sim que pensar no seu futuro.
E neste contexto, e de acordo com a minha opinião, ela tem sim que ser pragmática ou unilateral, como preferirem. A comunidade PODERIA encontrar uma solução, mas NÃO O FEZ.
Acredito que a “comunidade” usa o firefox porque ele é bom. Se fosse ruim, usaria outro, como acontece com qualquer outro software ruim que exista, ele acaba sendo substituido.
E mais uma vez a Apple tinha razão! [3]
“E mais uma vez a Apple tinha razão! [n]”
Alguém me explica este raciocínio?
@alberto, não alimente os trolls.
[]‘s
E assim morre a liberdade e o ff deixa de ser compatível com as licencas livres
Não existe raciocínio em fã que dá razão a qualquer custo.
@Marcos – o Firefox continua compatível com licenças livres. Será apenas adicionado o suporte a este padrão de vídeo.
A Mozilla preferiu desistir desta batalha para poder continuar na guerra.
A Mozilla já teve uma prova (e nós também tivemos) de onde a falta de decisões pragmáticas pode levar a empresa.
Deve ser decidido o que a comunidade quer ou espera do Firefox:
a) Um protótipo do que deve ser um navegador puramente livre?
b) Um produto com qualidade de produção capaz de concorrer em igualdade de condições com os “pesos-pesados” o que significa principalmente o produto da sua mecenas, o Chrome/Chromium.
Se a questão é a ideia (a), a decisão idealista deve prevalecer e a empresa enxuga o quadro de funcionários para ficar de acordo com os recursos que ela pode captar nessa modalidade.
Mas se a escolha for a ideia (b), a ideia de atender ao usuário deve vir antes da ideologia. O que não significa, de modo algum, que a ideologia não seja importante e sim que o pragmatismo vem em primeiro lugar. Nessa ideia, o conceito que prevalece é o de fazer o aplicativo para os usuários e não o de fazer usuários para o aplicativo.
Se a Mozilla andar na contra-mão dos usuários e tentar continuar com o modelo comercial (que capitaliza baseando mais de 80% da receita em marketing direcionado a um único contrato) que tem praticado, já sabemos o que vai acontecer com a empresa. Ninguém quer isso.
Então, na minha opinião, a orientação pragmática é válida. Quisera que fosse aplicada também ao Flash, ao menos até que apareça uma alternativa realmente válida, e largamente adotada, de substituição.
Bom, mesmo o FF sendo bem inferior ao Chrome ultimamente, ainda insistia nele por ser o único 100% livre. Como agora vai ser seis por meia dúzia, creio que vou virar de vez pro navegador do Google.
100% livre não faz muita diferença quando vc. precisa de um determinado recurso e o produto não te atende, @Marcos.
Ele tem que ser livre e tem de atender ao usuário. É isso que a Mozilla está querendo e eu dou 100% de apoio nisso.
Não concordo que o Chrome(ium) é sempre melhor que o Firefox em tudo. O raposa tem um extenso legado de extensões, uma atenção maníaca à correção de bugs de segurança, etc. Ele é um dos melhores navegadores, independentemente de ser livre ou não. Eu uso os dois no meu dia-a-dia, escolhendo a melhor ferramenta para cada necessidade.
Pena que o Firefox ignora arrogantemente uma tecnologia da qual ninguém parece gostar e todo mundo quer se livrar, mas todo mundo usa. Sim, Flash. Ponto pro Chrome.