Notícias de nova crise na Mandriva
O leitor Afonso (atfΘatf·eti·br) enviou há alguns dias o link para a discussão a respeito no fórum dos usuários brasileiros, e os detalhes que surgiram desde então não parecem ter tons positivos, embora a situação não pareça definida.
Enviado por Lucas Borges (lucaspatisΘhotmail·com):
“Nos principais fóruns nacionais e internacionais da distribuição comenta-se por suposta crise do Mandriva. Foi anunciada no site francês LinuxFR.Org. Segundo o site todos os acionistas receberam uma carta assinada por Dominique Loucougain, CEO da Mandriva SA, anunciando a notícia de todos os regimes de recapitalização foram rejeitadas pelo Linlux, um dos dois principais accionistas. Mr. Loucougain anunciou que vai declarar a cessação de pagamentos dia 16 de janeiro de 2012 se nenhuma solução permanente para o financiamento for encontrada. Ainda não existe nenhuma informação oficial no site da distribuição.” [referência: linuxfr.org]
• Publicado por Augusto Campos em
2012-01-07
Mandriva está se tornando especialista em escapar de crises !
Pelo jeito o Mageia será o sucessor natural do Mandriva mesmo… e ainda teve gente que achou a distro comunitária desnecessária… Ele será o novo Mandriva.
Pena.
Essa distro foi a primeira que comecei a usar, quando comecei a mexer em Linux.
Era Mandrake o nome dela.
Veio na capa da extinta revista Geek, se não me engano.
Não será dessa vez que o Mandriva vai cair, vida longa ao Mandriva !
Pode até não cair… mas que isso “abala” sua credibilidade, isso “abala”. Como confiar em uma distribuição que diz, por exemplo, que tem LTS de 5 anos, se todo ano ela quase abre concordata?
Por isso ainda sou favorável a sistemas como Debian, RedHat, CentOS, OpenSuse (até ele) e o FreeBSD. Quando falamos de servidores.. tem que olhar o que é realmente seguro. :D
Pode até não cair… mas que isso “abala” sua credibilidade, isso “abala”. Como confiar em uma distribuição que diz, por exemplo, que tem LTS de 5 anos, se todo ano ela quase abre concordata?
Por isso ainda sou favorável a sistemas como Debian, RedHat, CentOS, OpenSuse (até ele) e o FreeBSD. Quando falamos de servidores.. tem que olhar o que é realmente seguro. :D
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Somos dois viu.
Na sua lista, eu colocaria um * no CentOS. Vale lembrar que a distro teve um 2011 atribulado.
Realmente a situação é preocupante e não é a primeira vez que acontece.
A distribuição sempre foi ignorada pelos americanos e apreciada por gente de muitos países, tendo seu público fiel. A cobrança da edição Powerpack trouxe a idéia errada na cabeça de muita gente de que não havia uma edição gratuita, afastando-os da distribuição. A venda da edição Powerpack não rendia o suficiente para manter a empresa.
A Mandriva também não conseguiu um lugar nas distribuições enterprise, já praticamente monopolizadas pela Red Hat e Novell/Suse, que garantem um dinheiro maior.
No mercado OEM até que a Mandriva conseguiu alguns contratos importantes mas o mercado de computadores com linux pré-instalado é pequeno e ficou ainda menor depois da pressão da Microsoft para o declínio dos netbooks e da oferta das versões Starter Edition a preço de banana (ou de graça até, porque os contratos são ocultos). No Brasil, muitos computadores Positivo vieram com Mandriva, assim como no passado outros vinham com o Conectiva Linux.
Atualmente, depois da injeção de capital russo, a Mandriva estava concentrada mais nos mercados emergentes, principalmente Brasil e Rússia. Foi aí que acabaram com o “braço” francês de desenvolvimento e a maioria dos desenvolvedores franceses foi demitida, criando assim a Mageia.
O interesse dos russos que investiram foi o de ter uma distribuição para concorrer com outra que existe lá (ALT Linux – http://en.wikipedia.org/wiki/ALT_Linux ) e que, por ironia, foi também derivada do mandrake linux. Pelo pouco que eu pude entender de um artigo num site russo, o governo russo está seriamente interessado em adotar o Linux
http://www.linuxjournal.com/content/russian-linux-push-continues
http://dodonov.net/blog/2011/07/04/on-linux-on-desktops/
e deverá haver em breve concorrências para escolher alguma distribuição linux. Daí o interesse dos investidores russos na Mandriva.
Mas o que parece estar acontecendo é uma picuinha de um grupo de investidores que não está aceitando os planos de recapitalização (com capital russo) que o presidente da empresa propôs. Este então lançou um ultimato, ameaçando um pedido de falência caso o impasse continue até o dia 16 Janeiro.
Nesse caso específico, o problema da mandriva tem muito mais a ver com briguinhas de investidores que ocorrem em empresas S.A. do que falta de interesse do mercado pela distribuição.
Essas coisas acontecem também com empresas bem maiores e de outras áreas. Recentemente a montadora de automóveis sueca SAAB faliu
http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/12/saab-declara-formalmente-falencia.html
porque a GM não aceitou as propostas de chineses para recapitalizar a empresa. A GM deixou a SAAB simplesmente morrer para não cair na mão dos chineses.
Capital de risco em empresas de tecnologia tem sempre esse perigo. Quando a empresa está subindo e usa esse dinheiro para crescer, como a Google e outras, é ótimo. Mas basta uma queda no faturamento para esses capitais pularem fora do barco. A Conectiva foi vítima desse mesmo problema.
Distribuições comunitárias também têm seus problemas e muitas delas dificilmente existiriam sem uma empresa por trás, cedendo muitos desenvolvedores pagos por ela.
O Ubuntu mesmo nasceu porque o projeto debian não conseguia criar uma distribuição amigável e atualizada para uso em desktops e notebooks.
O CentOS andou com dificuldades recentemente de acompanhar as versões do Red Hat enterprise.
O Fedora e o OpenSuse são distribuições comunitárias mas “dirigidas” de certa maneira pela Red hat e Novell. Elas cedem tempo de seus desenvolvedores e recursos para ajudar e em troca os usuários servem de beta testers de novas tecnologias que, estabilizadas mais tarde, serão colocadas nas suas versões enterprise comerciais.
Resumindo: tanto distribuições comerciais quanto comuitárias têm suas vantagens e desvantagens.
Outra notícia sobre o assunto
http://www.itworld.com/it-managementstrategy/238291/mandriva-danger-closing-its-doors
O que mais gosto no Mandriva é a sua Central de Configuração, coisa que não tem no Ubuntu e outras distros populares. Sem Mandriva as outras opções similares seriam mesmo Mageia e openSUSE, essa última tem o Yast que é bem parecido com o CCM.
É realmente uma pena, ver a mandriva desaparecer. Ela ainda conseguiu se manter em pé durante muito tempo, mas a distribuição ja não possui muita relevância no desktop e menos ainda no servidor.
@Lucas , de uma olhada no UCC. Porte do mandriva control center para ubuntu.
http://andregondim.eti.br/ubuntu/ubuntu-control-center/
Se adotasse uma postura como o Mint de incluir software proprietário ou facilitasse mais ainda sua instalação, vendesse uma versão powerpack com algum real diferencial, utilizasse outros ambientes além do KDE, ia pra frente talvez..
Mandriva vai se recuperar, sempre fazem isso e o proximo passo é ser uma empresa com maior atividade dentro do Brasil, acreditem… isso vai acontecer !
É triste, mas a retrospectiva da Mandriva é presságio de mau prognóstico. Primeiro veio aquele Consócio Linux muito ruim, entre grandes distribuições e suas empresas, por volta de 2002. Aquilo destruiu a Conectiva. Depois a fusão entre Mandrake e Conectiva. Duas distros que tinham público certo. A época, Mandrake era a primeira escolha mundial de Linux para Desktop, porém Conectiva balançava devido ao efeito de um Live CD nacional, chamado Kurumin, um sistema tecnicamente fraco e amador, pendurado em espelhos do Debian, mas focado no usuário final de desktop, que não se importa muito com segurança ou estabilidade. Essa fusão, ao meu ver, foi péssima para ambas as empresas, porque o efeito Kurumin estava cedendo e logo a Conectiva chegaria a novo apogeu, capitaneado pelo PC conectado. Hoje as duas distros poderiam esta em situação muito melhor senão tivessem feito a fusão.
Apesar de usar o Ubuntu gosto muito do Mandriva. Depois que foi para a administração russa acho que perdeu em qualidade. O projeto Mageia vai crescer e possivelmente, nas mãos dos antigos desenvolvedores demitidos, vai despontar como uma excelente escolha. Eu acredito que a distro Mandriva não vai acabar, mas a confiança será abalada, e isto é fato importantíssimo para que empresas a utilizem. Será a postura dos administradores que fará a diferença, pois só paixão não segura no ar esta distribuição tão importante.
A distribuição ROSA, que está no Distrowatch já não seria um fork do Mandriva?
Distro ROSA
http://distrowatch.com/table.php?distribution=rosa
ROSA é uma empresa russa desenvolvimento de uma variedade de soluções baseadas em Linux. Seu principal produto, ROSA Desktop, é uma distribuição baseada em Mandriva com um altamente personalizados KDE e uma série de modificações destinadas a melhorar a facilidade de utilização do ambiente de trabalho.
Isso eu queria saber, sabendo que a ROSA tem planos para o seu chamado ROSA desktop, baseado no Mandriva, pode ser que o ROSA continue existindo mesmo com a morte do Mandriva. Mas o Mandriva 2011 parece uma outra distribuição depois que os russos começaram a trabalhar nela.
Espero que as empresas que trabalham com Linux (que restarem) aproveitem esta “oportunidade” antes que a MicroSoft aproveite.
RIP Mandriva.
Infelizmente o modelo de negocio nao deu certo!
Ate hoje eu tenho uma caixinha da Conectiva aqui!
Em qualquer distribuição que você consulte os manuais em português sempre tem uma contribuição da Conectiva! E triste ver que tudo acabou! Apesar do Linux ter perdido a guerra dos desktop, o mundo os PCs mudou e suas contribuições foram imensas (o Android e um grande exemplo!)
Mas esse e o mudo, uns vão porem outros vem!
[]´s
Eu, como tenho informações, posso dizer pra vocês que a realidade da mdv no Brasil é diferente dessa notícia. Não deve acabar dia 16, mas depois que esses projetos locais vencerem, só deus sabe.
Eu acho que tanta distro Linux pulveriza tudo e o Linux faz crescer menos ainda, melhor pra Apple e Microsoft que mantém o foco em seu sistemas, toda liberdade tem o seu preço, tanta energia e pouco aproveitamento, poderiam centrar em apenas em uma ou duas distros que o Linux seria a alternativa mais viável para um usuário iniciante.
Se até o Brasil passou por várias crises, quem sabe o Mandriva supera mais uma vez esse contratempo?