Líder do Debian pretende fazer com que projeto seja incluído na lista de distribuições livres da FSF
AN Free Software Foundation mantém há anos uma lista das distribuições que ela considera livres, que entre suas estrelas inclui nomes como Trisquel, dynebolic e Gnewsense; e o líder do projeto Debian acaba de divulgar que acredita que deve ser realizado esforço para incluir o Debian nesta lista, ou ao menos documentar, sob o ponto de vista do projeto, por que ele não está nela.
Ele está recrutando participantes do projeto interessados em participar de um grupo conjunto Debian/FSF para preparar uma lista de não-conformidades do Debian em relação aos conceitos de liberdade de distribuições praticados pela FSF, para então encaminhá-las para o tratamento usual destinado a bugs, sem prejuízos causados pela sua natureza política. (via lwn.net – “Zacchiroli: working with FSF on Debian Free-ness assessment [LWN.net]”)
Este eh um passo muito grande, mas o considero muito positivo.
O grande drama desse passo a meu ver eh que a FSF condena o simples fato de tornar facil a instalacao de softwares proprietarios. Por exemplo, o simples fato de disponibilizar os drivers binarios fechados para as placas de video da nVidia e da ATI, mesmo que estes nao possam ser instalados durante a instalacao e nao constem na lista de pacotes padrao, a distribuicao jah nao pode fazer parte da lista, ou seja, para fazer parte da lista a distro tem que fazer os caminhos faceis serem somente os livres.
Com isso, o sistema universal deve ter que criar um repositorio separado, talvez no Alioth, para poder incluir os drivers e outros softwares fechados.
Existem bons exemplos de repositorios com este carater como o debian multimedia.
Isso pode ajudar a acelerar o processo de adocao de drivers open source por exemplo, o que pode gerar uma certa pressao em empresas como a AMD. Tipo, clientes podem alegar que a concorrente Intel funciona bem, entao eh problema da AMD/ATI.
Legal, uma distribuição que hoje é referência para várias outras conseguir delimitar corretamente até onde consegue ser 100% livre.
Até que ponto é primordial ser 100% Livre?
Eu já acho que o Debian faz mais do que o Stallmann sonha ter…
Aproveitando o comentário do Leandro. Acredito que essa inclusão seria uma faca de dois gumes, é interessante pois o Debian já tem uma imagem muito positiva quanto sua politica.
Mas pode ser negativo pois dificultando o acesso ao software atrapalharia a vida dos usuários inesperiêntes que querem utilizar uma distro respeitavel.
[Peço que leiam as vantagens da inclusão do Debian na lista da FSF apontadas pelo líder do Debian abaixo - são interessantes]
Isso é muito positivo, numa época em que a tendência é mesclar cada vez mais o proprietário com o livre perdendo a essência do movimento software livre (e quem sabe, a longo prazo, ameaçando a viabilidade de um sistema 100% livre)… é importante que uma distribuição com o peso e a tradição do Debian tome esse rumo.
VANTAGENS APONTADAS PELO STEFANO:
Rationale
———
Opinions on the usefulness of working on getting Debian in the
free-distros list within the Project will surely be, erm, diverse :-)
I’m convinced there will be advantages in getting Debian there, both for
Debian and for the ecosystem around us. Namely:
- Reducing duplication of efforts: The fact Debian is /not/ on the list
has motivated over the years the development of distros that are
essentially Debian, modulo the changes necessary to be listed. This
extra work could have been better directed to improving a common
distro. We do collaborate with some of those distros (see the
-derivatives list), but the potential for collaboration would be
higher if we could get rid of the political divisions. As most of the
involved distros are driven by volunteers, any duplication of efforts
is a waste that we should try to avoid.
- Common public: A relevant part of our public has chosen Debian due to
our adherence to Free Software principles. That public is arguably the
same that the FSF targets with their initiatives. Dividing such a
public, of users and potential contributors, over several distros
works against sustainability of the underlying projects.
From a communication angle, not having Debian in the free-distros list
is something that invariably puzzles some of our (potential) new
users. That might be warranted by profound disagreements, but if it
is so it should be properly documented and communicated to our public.
- External review: Debian has ambitious software freedom goals for our
archive, but we are self-referential in judging how good we are at
reaching them. That hasn’t stopped us to exert self-criticism
(e.g. the series of GR prior to the Squeeze release about non-free
firmware). But for something as important as our main goals,
encouraging review of our achievements by other important Free
Software actors would be laudable. Entering the free-distros list —
or documenting why we are not there — will be a way of declaring
that we welcome external review and criticism about what we do.
Se existe uma distro que sempre se destacou no apoio à FSF e a sua ideologia, eu diria que essa distro é o Debian. Ela merece estar na lista.
Por que a cretiníssima linguagem de advogado “…em relação aos conceitos de liberdade de distribuições praticados pela FSF…”? Não ficou claro que o líder do Debian concorda com esses conceitos? A parcialidade anti-FSF do br-linux deveria dar um tempo às vezes.
Trisquel a cada versão está pior..deixou de funcionar o wireless, o vídeo piorou.. Não adiantar ter um kernel-libre com hardware de terceiros.
Os conceitos de liberdade que a FSF coloca em prática ao compor sua lista de distribuições livres não são os mesmos praticados pelo projeto Debian em suas atividades, senão não haveria o que este modificar, e cretiníssimo seria imaginar que o projeto já os pratica, neste contexto.
Quanto à concordância ou não do líder (ou do conjunto dos integrantes do projeto, que é democrático) em relação ao que a FSF prega, que é outra questão, creio que talvez possamos avaliar pelo resultado do que ele está propondo, que segundo ele pode levar a pelo menos 2 cenários: a conformidade ou uma lista de não-conformidades justificadas, que seriam decorrentes de eventuais diferenças de visão que persistam entre as 2 entidades, como as que historicamente existiram (entre outras, o oferecimento dos repositórios contendo softwares não-livres aos usuários).
o contrato social do debian lista 7 pontos para ser “livre” a FSF tem apenas 4 critérios, vai ser um debate insteressante. Lembro que o ubuntu também está retirando de seus repositorios elementos não livres.
Penso que liberdade é fundamental, mas não deixo de usar a interoperabilidade como elemento importante nessa equação toda. Como não deletaremos a mentalidade de software proprietário por decreto, acho importante assegurarmos que o que “entra” no sistema tenha confiabilidade.
O Debian e o Fedora são praticamente livres.
Os problemas dessas distribuições são as seguintes: a primeira recomanda software não livre no repositório(non-free) e a segunga vem com Linux com firmware proprietário.
A FSF recomenda o Linux-libre sem drivers proprietários, sem firmwares proprietários, sem blobs binários.
Para o Debian ser recomendado pela FSF é obrigatório remover o repositório non-free, quem quiser instalar software proprietário no Debian que se vire.
Compile ou ache em algum outro repositório não oficial.
Carlos Felipe, o Trisquel funciona muito bem em um Macbook que eu tenho.
A versão atual(5.5) vem com o nouveau por padrão e funcionou muito bem, inclusive instalei o GNOME Shell 3.2 do repositório padrão.
O único problema foi o wireless, o resto funcionou perfeitamente.
Testei em um Dell Inspiron também e o problema foi novamente a placa wireless da Broadcom(mesma no Macbook). Mas funcionou maravilhosamente com um Positivo, wireless(Atheros) e vídeo(Intel) perfeitos.
Quem usa 100% software livre precisa de um PC que contenha uma placa NVIDIA compatível com nouveau ou uma placa integrada da Intel.
A placa wireless recomendada é Atheros.
-
Hardware compatível com software livre:
Vídeo:
http://www.h-node.org/videocards/catalogue/en/1/1/undef/undef/works_with_3D/undef/undef/undef
Wireless:
http://www.h-node.org/wifi/catalogue/en/1/1/undef/undef/yes/undef/undef/undef
Catálogo: http://www.h-node.org/hardware/catalogue/en
Imagino que o problema de uma distro aprovada pela FSF nunca conseguiria rodar um Game bacana (como os da ID e como os que a Valve provavelmente portará)…
É inimaginável a penetração de um SO dentro do modelo da FSF no mercado do grande público, afinal quem vive sem lazer? :-P
@erico
Se o Ubuntu tirar , uso Mint. É aquele refrão espanhol: Contigo pan y cebolla.
“Eu já acho que o Debian faz mais do que o Stallmann sonha ter…”
O Debian e outras distros em maior ou menor quantidade são derivadas dos sonhos e “delírios” do Stallman e vários outros.
Quanto ódio pelo cara, impressionante isso.
Eu já acho que o Debian faz mais do que o Stallmann sonha ter… [2]
Liberdade é importante, resta saber se o conceito de liberdade da FSF é o mesmo conceito de liberdade de todo mundo.
Debian já devia ter sido canonizado faz tempo. Irmãos, uni-vos contra os pederastas da Canonical e da Google!
Eu acho que o Bruno e o Joacep deviam olhar para a própria carreira e seu histórico de contribuições para o SL ao invés de querer comentar o que RMS ou FSF fizeram.
Marcos, você também poderia pular nesse vagão, e analisar a sua frase. Quem trabalha com 100% de liberdade é a FSF e o RMS. Os outros reinterpretam e se posicionam como você, porque não conseguem se manter na mesma trilha.
Patola, o Augusto sempre se coloca nas suas opiniões, que eu muitas vezes discordo, e ele é um cara muito mais Open Source do que Software Livre. Você vai continuar ao longo dos anos tentando forçar essa abertura dele, ou pode só respeitar as opiniões dele, assim como ele respeita as suas e permite a publicação no blog DELE.
Jeremias, algumas pessoas sacrificam um pouco (ou muito) de liberdade por alguns prazeres, mas isso não é o foco da FSF. Claro que várias pessoas acham isso pesado, assim como vc, mas é necessário o apoio a essa organização e a pessoas que trabalham com ela, pois são elas que seguram a barra de lutar pela sua liberdade.
@spif (+1) parabéns pelo comentário
“Para o Debian ser recomendado pela FSF é obrigatório remover o repositório non-free, quem quiser instalar software proprietário no Debian que se vire.”
Realmente um grande avanço para a popularidade da distribuição…
“Quem usa 100% software livre precisa de um PC que contenha uma placa NVIDIA compatível com nouveau ou uma placa integrada da Intel. A placa wireless recomendada é Atheros.”
E isso é liberdade?
“Irmãos, uni-vos contra os pederastas da Canonical e da Google!”
E a liberdade dos outros, como fica? Que liberdade é essa que você defende?
“Quem trabalha com 100% de liberdade é a FSF e o RMS.”
O conceito de liberdade deles, que é defendida por muitos aqui, é bastante restrito: Sejam livres, desde que sigam a minha cartilha…
Eu já acho que o Debian faz mais do que o Stallmann sonha ter… [3]
Ser incluído na lista de distribuições livres da FSF, nos moldes que ela é, será uma involução, pois tirará a ‘liberdade’ de muitos usuários de poderem usar, quando quiserem ou necessitarem, soluções proprietárias. Isso pra mim não é liberdade, torço para que a Debian não entre nessa.
Gostei do comentário spif, mas acredito que os critérios da FSF para aprovar uma distro é exagerada.
Acredito que um S.O. deva ser considerado livre apenas por seus componentes, o cara baixa a mídia de instalação e todos os softwares inclusos na midia que devem ser analizados. Agora quanto aos seus repositórios eles não deveriam entrar na dança pois um repositório é apenas um caminho para a instalação de softwares, cabe ao usuário instalar algo ou não…
Eu já acho que o Debian faz mais do que o Stallmann sonha ter… [3]
O conceito é simples: use e recomende software livre na distribuição, só isso, softwares que te dão liberdade para usar, modificar, consertar bugs se possível e não ficar preso a um fornedor. E é lógico que o repositório conta, uma distribuição com esses valores não pode recomendar driver ou firmware proprietário da NVIDIA, ATI ou Skype, Flash.
O primeiro passo é esse, excluir o repositório não livre. Não há como proibir o usuário de instalar software proprietário, a diferença é não recomendá-lo.
“Quem trabalha com 100% de liberdade é a FSF e o RMS.”
O @Tarcisio respondeu por mim. hehehehe
@Marcos:
Ainda bem que a FSF é a Fundação do Software Livre, né? ;)
Pelo nível dos comentários, estamos precisando de uma Fundação das Pessoas Livres para os descontentes.