Julgamento do caso Oracle x Google pode revelar detalhes do Android
Segredos de processos de negócios e detalhes de produtos costumam ser bem guardados mas vêm à tona em testemunhos judiciais, e o juiz encarregado deixou claro: este será um julgamento público.
Via tecnologia.ig.com.br:
(…) De acordo com a Oracle, o sistema operacional Android, do Google, ignora os direitos de propriedade intelectual do Java, que foi adquirido quando a empresa comprou a Sun Microsystems.
O Google afirma que não viola as patentes da Oracle, e que a Oracle não pode ter os direitos autorais sobre certas partes do Java.
O julgamento diante do juiz distrital William Alsup em San Francisco é esperado durar pelo menos oito semanas. Dezenas de jurados em potencial estiveram presentes no tribunal na segunda-feira pela manhã. Antes deles chegarem, Alsup alertou ambas as companhias que ele não intencionava manter em segredo informações financeiras confidenciais. “Este é um julgamento público”, disse ele.
A Oracle afirmou no domingo, em um documento judicial, que esperava que seu presidente-executivo, Larry Ellison, e o presidente-executivo do Google, Larry Page, estejam entre as principais testemunhas.
O advogado da Oracle, Michael Jacobs, afirmou nesta segunda-feira que Ellison estava disposto a citar que o Java foi a razão mais importante pela qual a companhia comprou a Sun.
O testemunho de Page, uma figura bem mais reclusa que Ellison, poderia incluir detalhes sobre o plano de negócios do Google e sua estratégia de marketing para o Android, incluindo a Motorola Mobility, sua mais recente aquisição, mostra a lista de testemunhas.
O julgamento terá três fases: responsabilidade de direitos autorais, pedidos de patentes e danos. Page também pode testemunhar sobre projeções de receitas e lucros para o Android, incluindo as receitas de publicidade.
Ué, o android não é um projeto livre? Qual o problema em seus detalhes serem revelados?
@Igor Cavalcante,
Creio que o Android seja livre somente na parte que tange o Kernel Linux.
“O advogado da Oracle, Michael Jacobs, afirmou nesta segunda-feira que Ellison estava disposto a citar que o Java foi a razão mais importante pela qual a companhia comprou a Sun”
O que é uma deslavada e conhecida mentira. A Oracle veio a público na ocasião da compra da Sun para falar que seu objetivo era aliar seu software ao parque de hardware da empresa adquirida. O dia que eu encontrar um advogado empresarial honesto eu vou acreditar que o mundo tem jeito….
@Igor e @Marcos, tanto o Java quanto o Android (em si) não possuem detalhes ocultos. Os dados preocupantes e confidenciais aqui são sobre as empresas em si, como dados financeiros. Vejam no próprio texto da notícia aqui:
“Alsup alertou ambas as companhias que ele não intencionava manter em segredo informações financeiras confidenciais”
Utopia divertida de se pensar:
Oracle perde completamente o processo e sem perspectiva de lucro direto com java doa tudo a fundação Apache.
@Weber-Jr, as palavras “Oracle” e “doar” não são compatíveis.
A Oracle doou o o OpenOffice.org inteiro pra Apache sem o menor problema.
Sem falar que vem investindo pesado no MySQL, bem aonde é o ponto forte consagrado dele: Rapidez.
Acho bem injusto o tratamento dando por alguns à companhia, que vem dando apoio a varios projetos.
Pessoal tem que entender que tecnologia não é um esporte de espectadores, e parar de dar uma de líder de torcida.
@Spif,
OpenOffice dava dinheiro para a Oracle? Acho que é por isso que eles doaram a Apache…
Então tá na mesma, já que segundo vários aqui o Java não serve pra nada.
Mas mesmo assim, o oo.org teve o seu valor na compra, e a Oracle tinha intenção de usar o produto e dar fôlego a ele. Só que a comunidade ficou de mimimi e perderam o patrocinador.
@Spif,
Não foi bem assim. As mudanças que eram propostas à SUN não estavam sendo implementadas e ela só fazia o que queria. Se não fosse no sentido do que eles tinham planejado, não implementavam e pronto.
Quando da venda para a Oracle, esta disse que ia deixar ainda mais rígido isso, lançando várias das idéias anteriores propostas pela comunidade (mas implementadas pela Oracle) como plugins pagos primeiro e só depois de algum tempo repassar para o projeto.
Resposta da comunidade: Fork.
Quando ela viu que não precisavam mais do OpenOffice, saíram pela lateral e doaram o código para a Apache Foundation, para aparecer bonitos na foto.
Em algum momento futuro os projetos devem ser unificados de novo, conforme intenção já anunciada dos contribuidores dos dois projetos.
Flávio
@Marcos Paulo de Souza
Seguindo este raciocínio o android seria tão livre quanto o mac osx
Flávio, da forma que eu vejo, se a oracle desenvolveu ela lança como quer. Se não tem problema de licença, não deveria ter problema.
Agora não da pra comunidade reclamar de “roubo” de idéias em fóruns. Aí as coisas começam a ficar ridículas, se além de patente de softwares ter “patente de idéias em fóruns na internet”. Se tivessem *feito* poderiam reclamar.
E daí que vão revelar alguma coisa ??
Eu quero ver o oco mesmo…
@Spif,
Nada impede que ela lance como queira, mas como o código é aberto e boa parte das alterações era feita pela comunidade, esta gostaria de ver suas alterações refletidas no produto, o que dificilmente acontecia.
Daí a solução foi o fork. Não é uma decisão simples, sempre é algo traumático. Mas diante da perspectiva de fechamento ainda maior do ciclo de atualizações e, quem sabe, até do próprio código, só restou o fork mesmo.
Ninguém que eu tenha visto reclamou de roubo de idéias, apenas que a comunidade dava idéias e implementação, a Oracle queria implementar a idéia do jeito dela e só disponibilizar na versão paga. Se fosse só a idéia, ninguém reclamava. Mas depois de ver funcionando, reimplementar apenas para não incorporar a cfuncionalidade na versão community só para ter vantagem em relação a ela, aí é demais.
Flávio
Voltando ao caso em si, recomendo a cobertura diária do Groklaw.net sobre o assunto. Eles são referência na análise de casos judiciais sobre software, patentes e demais penduricalhos relacionados.
Tem cada coisa que a Oracle está tentando que é de ficar de cabelo em pé.
Flávio