Ex-CEO da Sun depõe dizendo que o Android não precisava de permissão para APIs do Java
O processo da Oracle contra o Google sobre direitos autorais e patentes no Android envolve fatos ocorridos há anos, e o Google trouxe ao banco de testemunhas Jonathan Schwartz, que foi CE da Sun (então proprietária do Java) na época em que boa parte das decisões de arquitetura do Android estavam ocorrendo.
Os detalhes são longos, mas o resumo do OS News tem o filé mignom: o advogado do Google perguntou ao ex-CEO se na época as APIs do Java (sobre as quais a Oracle agora reclama direitos) eram consideradas proprietárias, e recebeu uma resposta clara: “Não, são APIs abertas, nós queríamos construir a maior tenda e convidar o máximo de pessoas possível”. (via osnews.com – “Schwartz: Android didn’t need license for Java APIs”)
Tapa na cara! haha
As APIs sempre foram abertas, mas não a implementação.
De qualquer forma acho que a Google foi muito amadora na época, deveria ter se protegido com um documento da SUN permitindo o uso, ou qualquer outra coisa do tipo.
Agora a Oracle vai ter que deixar de ser líder no JCP, passando essa responsabilidade para o Google (que se absteve de voto na última reunião).
Claro, essa é uma ideia extrema e muito improvável, mas quem sabe…?
Alguma previsão para o fim do julgamento.
Que assunto chato, que acabe logo essa novela.
Ainda vai longe, nem entraram ainda nas questões relacionadas a patentes.
Como sempre:
http://www.gnu.org/philosophy/java-trap.html
/tag_de_repeteco.
Eu avisei, ficaram me chamando de louco!!kkkkkkkkkk
Hahahahaha, boa Richard Stalman.
@Glauco, a implementação usada foi também de licença aberta, com a exceção de alguns trechos escritos por um ex-programador da Sun.
O ex-CEO está confirmando a mesma percepção que eu tenho: as APIs e especificações do Java são públicas. E, pra quem quiser usar a GPL, a própria implementação original da Sun está disponível com poucas mudanças no OpenJDK.
Não tenho a menor ideia do motivo da Google não ter usado essa implementação, que provavelmente é mais madura, preferindo o Apache Harmony no lugar. Teria poupado um bom bocado de problemas hoje em dia, além de que licença GPL (na minha opinião) é sempre melhor.
@Ironmaniaco, eu acho (e o próprio velho homem falou) que a armadilha não existe mais. Mas estou esperando, como todo mundo interessado, o desenrolar desses acontecimentos para ter certeza. Só vou ter opinião formada sobre isso no final desse julgamento.
Quando a poeira baixar, meu palpite é que a Oracle pode até não sair necessariamente com as mãos abanando desse processo, mas a compensação obtida vai estar muito, mas muito mesmo, longe de suas pretensões atuais.
E vai ter se queimado com um parceiro em potencial que poderia ter aberto a estrada mobile para ela. Isso é triste.
@Glauco:
Para mim, a Google foi de um amadorismo pueril quando não comprou a Sun !!!
Claro que isso pode ter sido uma decisão burra de acionistas babões, que não viram Oracle ou IBM (que também pensou na compra) como possíveis vilãs.
Além de não levar tecnologias diversas como o MySQL, Virtualbox, Solaris, SPAC e etc, ainda tem que gastar uma bela grana com ‘adevogados’ para se defender de algo que viria no pacote: o Java.
Concordo com o Alexandre de Arruda Paes. A Google perdeu a oportunidade de comprar a Sun quando estava moribunda, valendo pouco em relação ao portfolio importante de tecnologias. Depois, se quisesse, poderia até revender a divisão de hardware da Sun para outra empresa.
É melhor gastar com a compra de empresas de tecnologia do que com advogados ou com a extorsão de trolls de patentes.
@Alexandre, a Sun tinha alguma coisa a ver com o negócio da Oracle e absolutamente nada a ver com o negócio da Google.
O negócio da Sun era de hardware para servidores, todo o resto apenas suportava esse objetivo.
Comprar uma empresa só pra ter acesso a algumas tecnologias, desativar as divisões que não interessam e mandar todo mundo embora?
“Don’t be evil”, lembra? Não seria uma ação muito popular. Isso não se faz no mercado corporativo. Nem a MS chegaria a tanto.
Ninguém leu os depoimentos, certo?
(Scott McNealy foi CEO da Sun por 20 anos e é fundador da empresa.)
O que o Sr. Schawartz fala é da boca pra fora. Não vale a escrita, e até ele mesmo afirma que não viu os contratos assinados pra nada. Nem mesmo o blog dele pode ser utilizado, como querem uns, visto que os blogs da Sun eram utilizados apenas como blogs pessoais.
“Comprar uma empresa só pra ter acesso a algumas tecnologias, desativar as divisões que não interessam e mandar todo mundo embora?
“Don’t be evil”, lembra? Não seria uma ação muito popular. Isso não se faz no mercado corporativo. Nem a MS chegaria a tanto.”
WAIT, e a Motorola, comprada para servir de arquivo de patentes e que não vai produzir Googlephones (ou assim você sempre diz)?
Quer dizer que agora o evil está valendo?
“a primeira dose é de grátis…”
@Alexandre, a Sun tinha alguma coisa a ver com o negócio da Oracle e absolutamente nada a ver com o negócio da Google.
@Porfírio: a meu ver tinha tudo a ver!(sic) :P
O carro chefe da Sun era o Java. Então a Google de cara estaria livre de quaisquer problemas que alguma patente perdida poderia trazer com essa tecnologia. Segundo: já ganhava o benefício te ter o time do Java para trabalhar no Android (mas isso já não sei se contaria, já que é só colocar um pedaço de pizza na janela que junta programador querendo trabalho – é brincadeira, viu companheiros developers, developers, developers !). :D
E como disse o @Spif: qual foi o mote de comprar a divisão mobile da Motorola senão a compra de patentes ? Falar que foi por ter uma “empresa de hardware” no portfólio não vale, já que a Sun de certa forma também era. Falar que era por causa do benefício em se ter UM fabricante do Android e com isso melhorar tecnicamente eu acho inválido. Caro demais para ser só isso…
“WAIT, e a Motorola, comprada para servir de arquivo de patentes e que não vai produzir Googlephones (ou assim você sempre diz)?”
Sim, essa Motorola-mobile que vai continuar operando como qualquer outra companhia e não vai produzir Googlephones a menos que consiga destaque incontestável (pelos concorrentes, acho difícil). O boato é que a Samsung vai ser a bola da vez novamente.
É sim, essa Motorola mobile que tem um custo de manutenção muito menor que a corporação Sun Microsystems. É essa Motorola Mobile que vai continuar operando em seu negócio, produzindo sem prejuízos como antes e com todo o seu quadro de funcionários. São esses funcionários que, se ninguém tivesse avisado que estão sob nova direção, nem sentiriam a diferença.
Que eu saiba, nenhum deles, nem do alto escalão, pediu demissão após a aquisição por não concordar com as novas diretrizes da companhia (é, não dá pra dizer o mesmo da Sun/Oracle…).
É essa Motorola Mobile cujas ações subiram assim que foi anunciada a fusão com a Google.
Não vejo problema com a Motorola.
Sobre o Schwartz:
I can tell you the business agenda. I didn’t write the contracts. I directed the business direction that was implemented in the contracts.
Sem +.
@Alexandre de Arruda Paes:
“O carro chefe da Sun era o Java”.
Não, não era. Não era nem mesmo software (o que inclui seu SO Solaris). O carro chefe da Sun respondia pelo nome de servidores SPARC e a instalação e suporte desses parques de máquinas. Rodando Solaris e Java através de servidores como o Sun-ONE ou similares. Mas o que dava dinheiro era a máquina e o suporte.
Tanto que, quando o mercado de servidores começou a fazer downgrade para máquinas mais modestas (mas em maior número) e usar Linux, a Sun não se adaptou e faliu. O próprio Schwartz, se eu não me engano, mencionou o fato publicamente na época.
E a divisão de hardware da Sun era realmente grande, com profissionais competentes e caros. Eles diziam “criamos software para vender hardware” ou “criamos um mercado saudável combatendo monopólios de software para termos um mercado saudável de hardware”. Java aparentemente era importante, porque vc podia escrever programas em máquinas baratas da Intel para rodarem nas máquinas caras da Sun.
Sim, claro que a Motorola Mobile foi comprada por causa das patentes. Mas foi possível não desmantelar a empresa no processo porque ela tem utilidade. Mesmo que ela nunca faça um Googlephone, ter a Motorola significa que a Google não precisa depender da agenda de uma fabricante para testar o seu sistema: se a escolhida Nexus for preguiçosa, eles desenvolvem em cima de hardware Motorola até que ela “acorde”.
Blá blá blá, whyskas sachê, blá blá blá… a Motorola Mobile continua não sendo uma empresa dom o mesmo fim do Google. Nem de perto.
A Sun poderia ter sido absorvida, eles podiam portar os sistemas deles para solaris com SPARC e ficar tudo numa boa. Melhor que comprar uma fabricante de telefone (e nem uma boa nisso) e não fazer nada com ela.
O problema é que contratos levam cláusulas-padrão. Ou você acha que escrevem isso do zero sempre?