Avaliando o Linux Educacional 4.0
Enviado por Guilherme Macedo (guilhermeΘsinapseslivres·com·br):
O sistema é voltado principalmente para projetos de inclusão de informática na educação, cujo público-alvo são crianças e adolescentes do ensino fundamental e médio. Podem ser usados também em casa, para os pais auxiliarem nos estudos dos filhos ou mesmo para os jovens terem ferramentas de estudo. Pode ser usado, sem prejuízo, em universidades ou por estudantes do ensino superior. No entanto, não tem muito a acrescentar.
Linux Educacional é uma distribuição muito criticada. Mas será que as críticas tem base? Ou o LE é mais uma vítima do preconceito que ronda o mundo do sistema do pinguim?
Confiram uma análise do sistema: [guiadopc.com.br/…]” [referência: guiadopc.com.br]
Esse sistema é uma bomba, todos os professores da rede municipal de Fortaleza receberam um notebook com esse Linux Educacional 4 e instalaram no mesmo dia o Windows 7 porque não sabiam atualizar o Firerox 3.x ou outro aplicativo. Instalei o Ubuntu (Edubuntu) 12.04 para 3 colegas e estão adorando.
Conversando com umm carinha da Canonical ano passado ele falou que a Canonical se oferecer para fazer a distro pro MEC de graça mas eles preferiram fazer por conta e ainda baseado em Ubuntu, vai entender?
Eu utilizo o Linux Educacional 4.0 nos computadores do ProInfo que temos nas escolas municipais de Mogi das Cruzes.
O meu parecer é que o sistema, em sua versão multiterminal, é bastante “engessado” para os propósitos do nosso programa de tecnologia educacional. Para se ter uma ideia, a simples tarefa de adicionar um repositório de terceiros ou um PPA (mesmo o nosso próprio) requer alguns hacks no sistema.
Outra limitação para o multiterminal é o software proprietário da Userful, necessário para configurar o multiterminal. Enquanto a Userful não lançar uma versão compatível com Ubuntu 12.04 do seu software, não veremos o Linux Educacional 5.0 tão cedo…
Toda distro educacional deveria ser 100% livre e com hardware com esse fim. Poderia ser baseado no Trisquel, por exemplo. PCs com placa gráfica Intel funcionam perfeitamente, basta isso.
Basear no Ubuntu é um erro em minha opinião(a não ser que remova todos os firmwares e blobs, mas isso levaria tempo, melhor usar uma distro com linux-libre), ou poderia pelo menos ser baseado no Debian com repositório “free” ou Trisquel(que é baseado no Ubuntu), sendo mais fácil para o usuário final(utilizando PPA ou outras coisas do Ubuntu).
Isso evitaria problemas de software proprietário para alguma finalidade ou dependência de firmware para funcionar placa de vídeo.
O pessoal do C3SL, responsável pelo Linux Educacional, também desenvolveu o projeto Paraná Digital. Neste caso sim, a solução é 100% livre (incluindo a configuração do multiterminal), mas ainda é baseada no Debian Lenny (já obsoleto).
Conversando com o Marcos Castilho, do C3SL, ele me disse que a recente evolução do código do X.Org e do GDM (suponho) fizeram com que a sua solução para multiterminal deixasse de funcionar (talvez por isso o Paraná Digital parou no Lenny). Como o MEC tinha pressa em distribuir os computadores do ProInfo, optou-se por empregar a solução, ainda que proprietária, da Userful, pois era a que estava disponível na época. Isso pode ter influenciado também a escolha por uma derivação do Ubuntu, em vez do Debian.
Sabemos que hoje o Fedora 17 possui suporte nativo para multiterminal, mas não exatamente para o modelo de multiterminal do ProInfo ou do Paraná Digital.
Laercio,
Muito interessante suas informações sobre o LE 5.0 porque não tenho achado nenhuma informação na internet. a não ser o site do Projeto LE 5.0 vazio.
Mas, achei da internet que e o Linux Educacional está sendo desenvolvido pelo MEC desde 2006.
LE 0.0 - 2006 Debian/Muriqui-KDE ?? - MEC/Instituto Docum/UFOP
LE 1.0 - 2007 Debian ? - KDE 3.5, MEC/CETE-PROINF-FNDE
LE 2.0 - 2008 Debian 4.0 - KDE 3.5.5 MEC/CETE-PROINF-FNDE
LE 3.0 - 2009 Kubuntu 8.04 - KDE 3.5.9 LiveCD - MEC/CETE-PROINF-FNDE
LE 4.0 - 2010 Kubuntu 10.04 - KDE 4.4.5 LiveCD -MEC/SEED-PROINF-FNDE-UFPR/C3LE
O LE sempre usou o KDE. Primeiro no Debian e atualemente no Kubuntu.
O C3SL da UFPR só desenvolveu o Linux Educacional 4.0, lançado em 2010.
Acho que foi uma grande decisão o MEC-FNDE fazerem uma parceria com o C3SL da UFPR. O C3SL é um excelente Centro de Pesquisa em Software Livre , além do Paraná já ter uma grande tradição de apoio a software livre, com a Celepar, a Conectiva/Mandriva etc.
Apenas acrescento que seria interessante se o desenvolvimento do LE 5.0 tivesse:
Seria interessantissimo que o pessoal da UFPR se aproximasse dos projetos que eles usam no Linux Educacional. , via mailing lists e tudo mais. isso está Realmente em falta.
@Macxi,
o LE está acessível agora pelo Portal do Software Público.
Tomaz Canabrava,
Acho muito bom o trabalho que o o C3SL da UFPR está fazendo porque:
Tudo isso é muito mais profissional do que a maioria dos projetos governamentais já fizeram, por isso eu só tenho elogios ao MEC e ao C3SL da UFPR.
O projeto do “Linux Educacional” do MEC, é considerado o maior projeto linux do mundo que até 2010 pretendia distribuir 1,1 milhão de computadores com o Linux Educacional instalado, nas escolas brasileiras (ver pág. 25 do Relatório do MEC)
Apenas me parece que ainda falta tornar este processo de desenvolvimento do LE cada vez mais comunitário , como fazem outras distros, com bugzilla, com listas de discussão, forum, wiki, blogs cada vez melhores. Isso não custa tão caro e pode ajudar muito na formação de uma comunidade de usuários e desenvolvedores cada vez maior e mais participante .
Laercio,
Eu elogio o MEC por fazer parceria com o C3SL da UFPR, e principalmente pelo bom trabalho do C3SL, mas este trabalho precisa receber cada vez mais apoio do MEC para ter continuidade, porque eu concordo que o Kubuntu 10.04 (com o KDE 4.4 e LibreOffice 3.2) já está defasado hoje em comparação com o Kubuntu 12.02 (com KDE 4.8 e LibreOffice 3.5) ou com a maioria das outras distros atuais, e também acho o gerenciador de software do LE, o “ADEPT MANAGER”, muito limitado.
Mas como você (Laercio) disse:
Por isso eu pergunto:
- Se o MEC ou o C3SL informasse com detalhes os requisitos para uma distro ser adotada como base para o Linux Educacional 5.0 , isso não iria estimular com que desenvolvedores do Debian/Ubuntu/Kubuntu, ou mesmo de outras distros, buscassem encontrar uma solução para esse dilema do software para Muititerminais?
Ôlas Comunidade. No mínimo é interessante falar de inclusão sem levar em conta acessibilidade. Como faz um aluno DV; por exemplo? Ahhh, já sei; vamos fazer como já fizemos… O que quero é levar a discussão de acessibilidade em conjunto com qualquer pauta. Decreto lei 5296, de 2 de dezembro de 2004.
Aalisando o hardware dos computadores do ProInfo, eu diria que o maior empecilho para um desenvolvimento mais “livre” do Linux Educacional é a placa de vídeo adicional da ThinNetworks necessária para o multiterminal.
Os computadores do ProInfo Rural distribuídos até 2009 possuem uma placa ATI Rage XL de 4 saídas da ThinNetworks que simplesmente foi descotinuada e não possui drivers compatíveis com o LE4.
Os computadores do Proinfo Urbano, por sua vez, possuem uma placa de vídeo de duas saídas da ThinNetworks (detalhe: com apenas 8MB de memória de vídeo par aser compartilhada por ambas as saídas) que utiliza um driver modificado da Silicon Motion compatível especificamente com o Userful Multipliter. Configurar um multiterminal “na unha”, utilizando o driver livre da Silicon Motion que acompanha o X.Org, é um parto…
Pela minha experiência com o ProInfo, posso dizer com certeza que o MEC precisa libertar-se da ThinNetworks para poder tornar o Linux Educacional mais livre.
Laércio,
Então seria os dois:
1 – a placa de vídeo adicional da ThinNetworks e;
2 – o software multiterminal de propriedade da Userful.
Quem define estes critérios são os pesquisadores do C3SL, o MEC ou simplesmentes depende das compras de computadores do PROINFO?