Entre os livres OpenOffice e LibreOffice, a FSF prefere o segundo
Quem gosta de saber das recomendações da Free Software Foundation para escolher seu próprio caminho já pode se sentir orientado quanto a pacotes de automação de escritório: a FSF prefere o fork LibreOffice do que o OpenOffice.
O OpenOffice, como sabemos, está em processo de doação do seu código, que passa das mãos da Oracle para a Fundação Apache, onde será licenciado sob a Apache License 2.0, que é uma das licenças que a FSF recomenda.
Mas a recomendação não vale para o caso em questão: embora a FSF reconheça que ambos os casos passam no teste mais importante para a agremiação, pois ambos são softwares livres, ela prefere a licença com copyleft presente no fork LibreOffice, a LGPL, e por isso o recomenda. Os detalhes e motivos você encontra no link a seguir. (via fsf.org)
Essa posição eles já estão considerando o OO nas mãos da fundação Apache?
Se for, é um negócio interessante. Se a justificativa for a Oracle, além de óbvio, já está ultrapassado.
Se a FSF recomenda o LibreOffice, mais um motivo para eu continuar com o OpenOffice rsrs
Não da pra levar essas caras muito a sério não. ;-)
[]‘s
(…) ela prefere a licença com copyleft presente no fork LibreOffice, a LGPL, e por isso o recomenda. (…)
pelo que entendi, ela recomenda apenas devido as licenças adotadas? Não li os motivos, mas pela chamada, esse é o grande motivo.
A recomendação não deveria ser baseada, além da liberdade do código fonte, em funcionalidade, extensões, usabilidade, entre outros?
Tô usando o libre desde que a Oracle começou a ficar com frescura pro lado do Open Office e vou utiliza-lo devido a seu propósito.
@marcosalex a justificativa não é a oracle, pelo menos não diretamente, vc já pensou a Oracle ser acusada de mais essa cizania. Mas o fato de estar licenciado por uma licença não-copyleft.
o anuncio é uma tromba de água fria em quem apostava na fusão dos dois projetos e comunidades, mas não creio que vá diminuir a interação que já ocorre.
Entendi. De qualquer forma, ficou irônico a FSF não recomendar o OO por causa da licença Apache, sendo que o OO nas mãos da Oracle, era LGPL.
concordo com Antonio José, frescura, se for isso, recomendar algo simplesmente por sua licença adotada… As vezes não entendo a complicação que fazem na comunidade open.
Ué, não entendi alguns aí de cima comentando. Quando a FSF recomenda um dos dois ela automaticamente já “desrecomenda” o outro?
Acho que estão confundindo preferência com rejeição nesse post…
“…ela PREFERE a licença com copyleft presente no fork LibreOffice…”
Particularmente, também prefiro o LO.
desde qnd openoffice é liberado sob uma licença diferente?
sempre pensei q fosse gpl
Nossa é tanto chororo, mimimi que se tornou chato usar Linux, virou sistema de rebelde sem causa…
A declaração evita qualquer polêmica maior. Basicamente a idéia é:
Existem dois sistemas quase idênticos com duas opções de licenciamento. Então é melhor usar a que impede uma exploração dos fontes sem devolução fontes abertos.
Além disso, a FSF é autora da LGPL, é LÓGICO que a licença reflete melhor o que pensam. Assim como a licença Apache reflete melhor o que pensa…a APACHE Foundation.
Mas como quase tudo que envolve a FSF, muitos comentários são baseados puramente no preconceito e/ou antipatia. Querendo polemizar onde não tem nada de mais.
Eu também não entendo todo esse “auê” em volta desta notícia. O OpenOffice está sob a licença Apache, que a FSF recomenda:
“In these special situations where copyleft is not appropriate, we recommend the Apache License 2.0.”
Não sei onde as pessoas encontraram a “desrecomendação” do OpenOffice pela FSF e nem vi onde está a parte negativa disso.
Tudo o mais sendo igual, uma licença copyleft é, sim, preferível a uma licença do tipo “podem fazer software proprietário à vontade a partir disto”. Pelo que sei, a licença Apache é semelhante à BSD, estou correto? Ou não?
Celio, não noticiei nenhuma desrecomendação, mas a preferência pelo LibreOffice em relação ao OpenOffice está no link mencionado ao final da notícia: http://www.fsf.org/news/openoffice-apache-libreoffice
Não sei a razão do auê, mas a FSF achou importante o suficiente para merecer uma nota pública no site dela.
JCCyC, a licença Apache tem alguns diferenciais importantes em relação às versões populares hoje da licença BSD, incluindo o fato de poder ser mencionada por referência (sem incluir seu texto integral no pacote, basta a URL), e conceder explicitamente o direito de uso de patentes pertencentes ao desenvolvedor e que sejam relacionadas ao código disponibilizado sob esta licença.
@Weber Jr., concordo e acredito que seu comentário resume bem a questão.
A boa e velha estratégia “dividir para conquistar” está funcionando melhor do que nunca… &;-D
Augusto,
Acho que me expressei mal o que queria dizer. Não é que você tenha noticiado uma desrecomendação, mas muitos que comentaram aqui enxergaram isto, causando esse auê todo como se o OpenOffice estivesse se transformado em um programa de código fechado ou algo do gênero. Por outro lado, talvez a FSF tema que o OO se “contamina” com extensões proprietárias após a mudança da licença.
Recomendo sinceramente que leiam a declaração da FSF.
Não é uma mudança cosmética. O Libreoffice está licenciado com LGPL que por ser copyleft faz mais para proteger e manter em liberdade essa suite Office.
Já o OpenOffice é não-copyleft, qualquer empresa poderá transformá-lo num produto proprietário, sendo muito fácil imaginar o OpenOffice como uma solução sob a qual as empresas farão suites mais avançadas porém proprietárias, tornando-o assim um concorrente meio capenga, sempre atrás das suítes proprietárias.
O libreoffice só aceita extensões livres, o openoffice aceita qualquer coisa,
A decisão para quem se preocupa com software livre nunca foi tão fácil: LibreOffice!
@JCCyC Infelizmente é o que a lavagem cerebral promovida pela FSF faz muitos pensarem. Pura contradição: para tornar o software mais “livre” devemos fechá-lo mais! Uma tese prejudicial e absurda, extensivamente refutada, inclusive por mim mesmo neste mesmo blog.
No tocante a liberdade, a licença Apache, apesar de haver lá suas reservas, é muito mais livre do que a sombria (L)GPL. Então para quem prefere software livre, a escolha realmente nunca foi tão fácil: OpenOffice.
Mas e no tocante a qualidade? Quem está por trás do LibreOffice são, em grande parte, os desenvolvedores originais da comunidade OpenOffice. Sim, os mesmos caras que fizeram o OpenOffice ter os problemas que o tornaram famoso: instabilidade e peso. Já por trás do LibreOffice está a Fundação Apache, bastante renomada pelo software de boa qualidade que produz. Então para quem quer ter a melhor versão do software em sua máquina a escolha também nunca foi tão fácil: OpenOffice.
Jack Ripoff,
Mais modéstia nas suas opiniões, por favor. Não percebe que dizer da tal tese “prejudicial e absurda, extensivmente refutada, inclusive por mim” é um viés enorme de ponto de vista, assim como dizer que GPL e LGPL são “sombrias” e que a licença Apache é “mais livre”? Esse não é o tipo de colocação que leva ao debate e sim às ofensas.
Além disso, acho que você se confundiu no final ao falar que atrás do LibreOffice está a fundação Apache.
Eu vou seguir a recomendação da FSF. Prefiro usar e vez ou outra colaborar com um software GPL ou LGPL do que com algum com licença estilo BSD na maioria dos contextos. Isso não significa que eu abomine licenças estilo BSD; pelo contrário, acho muito bom que elas existam para certos tipos de software e certos usos, e eu mesmo já utilizei profissionalmente software assim. Apenas acho que, para o propósito maior de trazer o software livre para as massas, a longo prazo o copyleft é melhor.
Concordo com o Patola, se for pra analisar questão de licença, cada um escolhe a que acreditar se a melhor.
Mas eu continuo acreditando que o caminho agora será a fusão das duas, ou pelo menos um núcleo comum.
Não estou tratando de opiniões aqui, estou tratando de fatos.
De fato, obrigado pela correção.
Que é efetivamente o contrário da verdade. O chamado “copyleft” na verdade previne isso.
Não é assim que as coisas funcionam. A verdade é a verdade, quer você acredite nela ou não.
Não estou dizendo que os desenvolvedores não podem utilizar a forma de licenciamento que desejarem, eles podem. Mas nem por isso devem se iludir pensando que isso terá um efeito que não existe e tampouco devem decidir baseado em lavagem cerebral.
Se ele quer usar a GPL porque não suporta ver o seu código ser distribuído somente na forma binária, tudo bem. É até uma estratégia bastante nobre, em termos de compartilhamento de código. Agora, se ele pensa que isso é bom para proteger o software livre, ou para beneficiar a comunidade, ou para contribuir com o equilíbrio do universo, está redondamente enganado e fundamentado em teses extremamente exóticas…
…Mas fora abusar de qualificadores, você não explicou por quê, Jack Ripoff. É justamente assim que não se deve discutir… Você precisa de argumentos. E dizer que “é fato” não contribui para fortalecer seu ponto.
Nem você, Patola. O ônus da prova é de quem fez a afirmação de que copyleft é preferível.
Eu ao menos expliquei outrora em outras ocasiões.