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Do Eclipse ao Android: infográfico apresenta grau de abertura de projetos open source

Medindo a abertura do processo de desenvolvimento, e não do código em si, o Open Governance Index é uma maneira interessante de comparar projetos de código aberto quanto aos seus processos internos, considerando critérios relacionados ao acesso, desenvolvimento, derivados e comunidade.

O resultado, recentemente apresentado na forma de infográfico pelo grupo que fez a pesquisa, coloca nesta ordem 8 projetos open source conhecidos:

1 – Eclipse (84%)
2 – Linux (71%)
3 – WebKit (68%)
4 – Mozilla (65%)
5 – Meego (61%)
6 – Symbian (58%)
7 – Qt (58%)
8 – Android (23%)

Meus parabéns aos projetos que demonstram em sua governança o espírito de abertura associado ao licenciamento de seus produtos! E em especial ao Eclipse, Linux e WebKit, que só tiveram avaliações nos 2 conceitos superiores, para todos os critérios de governança estudados.

O índice e a posição do Android na lista chamaram a atenção de vários comentaristas. Por exemplo, o IDG Now publicou hoje o comentário da PC World USA, do qual reproduzo um trecho: “É interessante observar a transparência do Android quantificada, e seus problemas nessa área, ilustrados. Outro ponto interessante á a relação traçada entre a abertura do código e o sucesso do projeto. Não há como negar que o open source pode ser uma estratégia vitoriosa, e que ela tem se disseminado cada vez mais. No caso do Android, porém, sua importância é de certa forma relevada.”

Não sei se concordo com as conclusões, mas os dados em si são interessantes, e o infográfico completo segue.


• Publicado por Augusto Campos em 2011-12-14

Comentários dos leitores

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    Weber Jr. (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 2:38 pm

    Aquela coisa de sempre, projeto SL comandado por empresa… Aí costuma ter “governança aberta” perto de zero.

    Eclipse me surpreendeu. Não acompanho mesmo, mas não achei que fosse tanto assim.

    Paulo Pontes (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 3:38 pm

    Não acho que ter uma governança aberta necessariamente leva a um produto melhor, e o objetivo final do processo de desenvolvimento deve ser sempre chegar ao melhor produto possível.

    Antônio Pessoa (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 4:00 pm

    Também não concordo com os resultados e muito dos critérios usados. Por quê minha empresa tem que necessariamente aceitar qualquer pessoa como commiter, mesmo que por meritocracia? Meu produto não deixa de ser menos Open Source por não seguir este critério. Do mesmo jeito a separação entre licenças permissivas e copyleft não faz sentido para avaliar o grau de abertura do projeto, levando em consideração que elas são aceitas tanto pela FSF quanto pela OSI em ambas definições (excluindo algumas exceções).

    Se bem que, como o Augusto disse, os dados são interessantes, mas prefiro tomar cuidado antes de aceitar analises desse tipo, pensar por mim mesmo ainda é minha prioridade.

    Spif (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 4:22 pm

    Mostra bem que não dá pra chamar o Android de “Código Aberto”, quando de 6-9 meses de desenvolvimento ocorrem à portas fechadas.

    Open Source “mas não é pra tanto”.

    Lindrix (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 4:28 pm

    Linux é Linux, não adianta repetir a sua excelência, mas o eclipse ter entrado na lista em 1′ foi bom demais! É um ambiente de programação excelente!

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 7:15 pm

    Governança aberta não é igual a Código Aberto.

    Deveria ser claro, mas tem gente que confunde ainda.

    E lembrando, Software Livre > Código Aberto.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 7:21 pm

    Paulo Pontes

    “Não acho que ter uma governança aberta necessariamente leva a um produto melhor”

    Ser um produto bom *E* de Software Livre pode ser o objetivo.

    Se um desenvolvedor independente resolve cooperar com o Webkit, o faz para melhorar um produto de software livre. Ser Aberto é um fator decisivo para que ele tenha decidido cooperar.

    Ou alguém desenvolve de graça para o IE ou Opera?

    Então, ser aberto é muito relevante, não se trata de um infográfico sobre metodologia de desenvolvimento ou gerenciamento de projetos em geral.

    Fernando (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 7:54 pm

    Cadê o iOS?

    spif (usuário não registrado) em 14/12/2011 às 9:10 pm

    Wait, o iOS virou de código aberto e tá disponibilizado pra todo mundo?

    Ah, não né. Rapaz, para de dar susto no Google.

    Fernando (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 12:26 am

    Verdade, mas acho que o Google pode ficar tranquilo que a Apple demonstra que não aprendeu muito com a sua própria história.

    Já foi esmagada pela Microsoft no passado (há quem não admite) e os gráficos do atual embate ante Google apontam para o mesmo triste desfecho, exceto que:

    - O Steve Jobs já morreu e não poderá mais salvar a empresa da falência;
    - O Chico Xavier também já morreu.

    Nos próximos anos seus números inflados pelo modismo devem inverter a tendência e a Apple voltará a sua habitual e merecida insignificância.

    Beradero (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 8:02 am

    @Weber Jr.,
    “E lembrando, Software Livre > Código Aberto.”

    Correção:

    “Eu particularmente acho que, Software Livre > Código Aberto.”

    Porfírio (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 8:34 am

    Em primeiro lugar, que me desculpem os analistas desocupados, mas não existe isso de “grau de abertura” ou é aberto ou não é. Ou o código está disponível ou não está.

    Existem projetos de governança fechada sim, a anos, e ninguém reclamava porque não tinha ninguém bancando campanha de difamação contra esses projetos. Open Solaris, o próprio Apache (com tudo o que eles fazem no jakarta tb) que foi em sua época um dos mais famosos produtos do seu nicho (dando uma coça naquela bomba do IIS)… Isso apenas pra citar alguns.

    O que mais me aborrece com o Android não é o sistema em si é sim a concorrência, que tem tanto medo dele que enche o saco todos os dias com declarações assim. Chego a pensar que a menos que todos vão a falência, essa guerra estúpida e óbvia nunca vai terminar. E, se francamente, aos poucos vai perdendo a graça. Tá mais chato ler sobre isso do que as notícias sobre patentes.

    Eduardo Veiga (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 8:56 am

    Porfírio
    n é bem assim. O Código do projeto pode estar disponível
    mas existem softwares feitos a portas fechadas, q ninguem pode colaborar com o projeto.Q mantem todo o copyright em suas mãos.

    enfim
    esse grau de abertura q eles falam é justamente neste ponto qnt uma comunidade independente pode influenciar no desenvolvimento daquele projeto.

    isto importa mt se eu quero colaborar com um projeto. Afinal. Se tem uma empresa controlando o projeto q somente ela q decide o q pode ou nao entrar no código final. É um projeto q pode desinteressar algumas pessoas.

    O Google tem um sistema operacional livre mas q praticamente so eles mexem no código. Inclusive fecharam o codigo do 3.0 quando foi conveniente para eles. O android não tem drivers. O codigo do android não tem utilidade prática tão grande assim se não é viavel fazer um fork. O codigo mesmo livre nos aprisiona ao google. Então a governança importa sim.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 9:25 am

    Beradero

    ‘Correção:

    “Eu particularmente acho que, Software Livre > Código Aberto.”’

    Código Aberto está contido no Software Livre, logo não é questão de opinião.

    Se fosse opinião sim caberia corrigir, daí eu diria: Prefiro Software Livre à código aberto.

    Porfírio (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 11:39 am

    @Eduardo: sim, projetos de governança fechada (que não permitem commit por qualquer um), existem e são até muito comuns. No entanto governança é um assunto e licença é disponibilidade do código é outro assunto diferente.

    Um projeto não é menos aberto porque a governança é fechada.

    Licença e abertura do código são características do produto em si. Governança é uma característica da organização do projeto.

    Se o código está disponível (essa é a parte mais importante) e vc. não está satisfeito com a governança, nada impede que vc. pegue o código e o copie para sua própria estrutura (vulgarmente conhecido como fork), caso acredite que valha a pena.

    Isso aconteceu por exemplo entre a FSF e o Firefox (alguém sabe que fim levou hoje em dia o “irmão gelado” da raposa de fogo?) e com a Amazon e o próprio Android.

    Da mesma forma, nada impede de vc. pegar um projeto com governança aberta e fazer um fork dele com governança fechada.

    Alguns projetos trabalham com ambos os modelos de governo, como é o caso do OpenSolaris.

    Governança fechada não me incomoda nem um pouco. Em alguns projetos ela é até interessante, por criar menos ruído e permitir um avanço mais rápido. Confesso que se alguns projetos pendentes da FSF tivessem uma governança mais restrita, já estariam prontos hoje em dia.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 12:31 pm

    Porfírio

    “Governança fechada não me incomoda nem um pouco.”

    A mim incomoda um pouco porque o projeto fica refém de uma empresa, que é na prática dona dele.

    Exemplo negativo: mysql, empresa foi vendida, e depois revendida no pacote da Sun. Destino ficou bem incerto.

    (Obs: Por mim podia sumir, pq prefiro PG, mas como tem gente que se preocupa…)

    Exemplo positivo: Qt. Gerou muita preocupação quando a Nokia sentou no colo do Ballmer. Grande alívio quando ficou sacramentado que o projeto teria governança aberta.

    “Em alguns projetos ela é até interessante, por criar menos ruído e permitir um avanço mais rápido.”

    Sim, mas não necessariamente, e o contrário pode acabar sendo verdade: atrasar as coisas devido a interesses de um grupo pequeno.

    “Confesso que se alguns projetos pendentes da FSF tivessem uma governança mais restrita, já estariam prontos hoje em dia.”

    Não vejo relação, parece apenas um caso de falta de mão de obra.

    Porfírio (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 1:16 pm

    “A mim incomoda um pouco porque o projeto fica refém de uma empresa, que é na prática dona dele.”

    Não fica, @Weber… Essa é a questão. Se o projeto é bom o suficiente a ponto de atrair atenção de algum outro player, que tem outras idéias sobre como o projeto pode evoluir, ele pode assumir um fork do projeto sem dificuldades. Eu vejo com excelentes olhos a iniciativa da Amazon, ainda que o Kindle Fire não me encha muito os olhos. Se a empresa mantenedora morrer, o código aberto fica.

    A mantenedora do projeto aberto é dona desse projeto até que apareçam mais mantenedores.

    Por exemplo, no caso lá do Java: Código disponível com governança fechada virou um código realmente livre com governança nem tão aberta assim. Graças a isso a Sun morreu, mas o projeto ficou. E a Oracle não consegue desfigurar completamente o produto tanto quanto queria.

    No caso do MySQL, a Oracle quer enterrar ele mesmo no limbo das “opções não profissionais”. O problema é que mesmo quem tem investimentos no produto está deixando que ela faça isso.

    No caso do WebOS, o código só foi aberto quando todo o interesse que o projeto poderia ter despertado se foi. Fail. Nem a governança mais aberta do mundo vai salvá-lo agora. Ele precisaria ser adotado por uma mantenedora forte e, sim, com governança fechada.

    “Não vejo relação, parece apenas um caso de falta de mão de obra.”

    Não é falta de mão-de-obra. Os projetos aos quais me refiro sofrem de ruído de linha e desentendimentos demais, o que causa dispersão e falta de foco. Em alguns casos é preciso uma governança que diga “Vai ser feito assim. talvez não porque é a melhor opção, mas porque é boa o suficiente e a gente precisa fazer alguma coisa”.

    Porfírio (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 1:20 pm

    Ok, eu não ia comentar isso não, mas…

    Os oponentes do Android estão fazendo pressão para uma governança aberta porque assim fica mais fácil sabotar o projeto e/ou ter informações das inovações que estão por vir, empregando gente para espionar ou fazer ruído de linha.

    É difícil comprar um funcionário da Google, mas seria bastante fácil ter alguns colaboradores na “folha de pagamento caixa 2″.

    Com governança fechada vc. pode manter com facilidade a coesão do projeto e consegue surpreender os concorrentes.

    Spif (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 2:42 pm

    “uma governança aberta porque assim fica mais fácil sabotar o projeto”

    W. T. F?

    Quer dizer que o Linux é sabotado frequentemente? Wait, o Eclipse também?

    Sinceramente, os Google Fanboys estão ficando paranóicos.

    Porfírio (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 3:43 pm

    Ok, galera… Essa eu não consigo responder sem dar alimento ao hater. Desculpem-me.

    Meu não tão caro @Spif. É patente que os dois projetos que vc. citou possuem características muito diferentes.

    O Linux foi sabotado frequentemente por um cara chamado Miguel de Icaza e seus pares, mas sobreviveu sem muitas cicatrizes principalmente pelas características de sua comunidade e sua infelizmente baixa adoção.

    Sabotar o Eclipse seria uma coisa idiota, porque não dá resultados pra ninguém. Mesmo assim, o cara por baixo dele que é o Java, cansou de sofrer ataques e tentativas de sabotagem no passado. Se ele tivesse governança aberta na época, teria “dançado”.

    Não se pode dizer que um projeto aberto que vc. não citou, o Apache WebServer, tenha tido uma governança muito aberta.

    Apóio a governança fechada por enquanto. Eu quero e tenho algo para commitar? Não. Que os autores originais do projeto continuem tendo o direito e posse de seu repositório e continuem mandando na casa deles. Quem quiser que abra a sua própria casa: Amazon, CyanogenMod, etc.

    beradero (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 4:07 pm

    @Weber Jr.,
    Software livre e open source são ideologias distintas.. não existe isso de uma coisa contida na outra.

    Mário RPG (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 5:04 pm

    lá vem o Augustinho da “Grande Fámilia” com essa conversinha mole denovo… kkkkkkkkkkk…

    TTTTIIIIIINNNNNNNHHHHHOOOOOOOO… TÚ USA MAC ? kkkkkkkkkkkk…

    Mário, as fontes de todas as informações mencionadas foram apresentadas. “Conversinha mole” é querer desqualificá-las associando a algum personagem de TV ou à marca do computador que alguém usa para escrever a respeito. Se você tiver alguma evidência em contrário, ou mesmo opinião a respeito do que foi dito, a área de comentários está à sua disposição para que você as apresente.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 5:08 pm

    beradero

    “Software livre e open source são ideologias distintas..”

    Você está deixando sua preferência por Código Aberto (ou repulsa por software Livre) influenciar.

    Eu estou usando a definição de software livre da FSF, que possui as 4 liberdades: http://www.gnu.org/philosophy/free-sw.html

    “Código aberto” pode ser bem semelhante, que é o conceito do Eric Raymond. É quase igual, mas com menor foco em liberdade me geral e mais foco em desenvolvimento de software mesmo.

    Mas “Còdigo aberto” pode ser a versão Microsoft, tipo alguns casos em que permite usar a vontade DESDE que em ambiente windows. Ou no caso de fornecer os fontes sob sérias restrições a “parceiros selecionados”.

    4 > 1

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 5:12 pm

    Discordo de quase todas opiniões do Porfírio nas vantagens ou não do tipo de governança.

    Mas infelizmente o Android é um caso especial. Quem faz o jogo sujo das patentes e extorsão a parceiros não vai ter o menor pudor de fazer algo mais simples que tentar influenciar (pro buraco) o desenvolvimento.

    André Carlos (usuário não registrado) em 15/12/2011 às 5:23 pm

    Licenças que dão liberdades só dentro de parâmetros restritos (como só oferecer livre uso se for no Win, ou só permitir acesso e reuso ao código-fonte para determinados grupos, discriminando outras pessoas ou grupos) não são nem software livre (que tem 4 requisitos), nem software open source (que tem 10 requisitos).

    Na definição de open source, uma licença assim violaria especialmente o requisito número 5, mas também teria conflito com os requisitos 8, 9, e 10.

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