Após mais de 6 anos, Ubuntu deixa o primeiro lugar no ranking do DistroWatch
O mais recente informativo semanal do site DistroWatch aponta uma mudança recente no seu ranking de visitas às páginas individuais das distribuições: o Ubuntu, que era o líder permanente desde abril de 2005, foi ultrapassado pelo Linux Mint – e não apenas em um dia ou semana, mas na contagem do mês, trimestre e semestre correntes.
O significado da mudança possivelmente é mais simbólico do que prático, afinal o ranking do DistroWatch não é representativo do número de instalações, de usuários, de contribuidores, etc., mas um indicador de interesse.
Mas, afastada a hipótese de que os contadores estejam sendo manipulados (e o informativo a afasta), vale conjecturar sobre o que está ocorrendo no momento atual que possa explicar a mudança em um status que durou mais de 6 anos.
O informativo menciona alguns fatores que explicariam a insatisfação de parte dos usuários do Ubuntu e a possível busca por alternativas: mudanças radicais frequentes demais, o controverso desktop Unity, o número crescente de bugs não resolvidos. E o Linux Mint também é apontado como uma possível escolha natural de alternativa, porque ele é baseado no Ubuntu mas não incorpora estes fatores.
Curiosamente, eu mesmo já mencionei, em um recente podcast do qual participei, que meus anos de usuário do Ubuntu estavam chegando ao fim: na minha opinião, não sou mais público-alvo – tenho a impressão de que a distribuição tomou conscientemente a decisão de atender melhor a um público bem maior, mas do qual eu não faço parte. Precisarei procurar uma alternativa quando as versões que hoje tenho instaladas deixarem de ser atualizadas.
Ao mesmo tempo, entre as pessoas mais próximas a mim tenho notado o aumento da frequência de algo que era praticamente inédito neste grupo: usuários previamente satisfeitos do Ubuntu migrando para outras distribuições ou mesmo para outros sistemas operacionais.
Para ficar em um exemplo: nos últimos 10 dias, 2 professores amigos meus me procuraram para comentar especificamente que estavam procurando alternativas para migrar os laboratórios das suas escolas no próximo ano letivo, pois a prática com o Ubuntu tinha deixado de ser adequada.
De uma forma ou de outra, o que vemos são sinais e indicadores, incluindo este do DistroWatch, que é um número concreto mas com implicações ainda a verificar. No futuro veremos se a estratégia adotada pela Canonical a levará a obter números ainda maiores e recuperar a posição, ou se este poderá mesmo ser apontado como o momento de ruptura na tendência. (via distrowatch.com – “DistroWatch.com: Put the fun back into computing. Use Linux, BSD.”)
Acredito que boa parte do publico alvo não se acostumou como jeito ‘Unity’ adotado pelo Ubuntu desde o Natty. Eu mesmo tive que readaptar o Unity aqui no trabalho para deixar-lo mais usável. Mas a prova de fogo será quando chegar o Precise Pangolin em abril, se o Ubuntu volta ao topo ou cai mais ainda se a LTS não corresponder as expectativas.
Interessante, a coisa parece estar mais localizada no ubuntu, uma vez que o fedora não caiu. Eu sempre achei que os usuários foram os perdedores da disputa canonicalXgnome foundation, nenhum dos dois me agrada. Mas uma coisa que fique claro, o “jeitão usabilidade de tablet” chegou pra ficar e já ocupa espaço no windows 8 e mac OS, quer os usuários mais conservadores queiram ou não.
Em tempo, pela analise dá pra ver que fedora e debian tem crescido. A ressalva é que o crescimento do mint é recente, uma trend, palavrinha fácil da moda, pois observado o período de 12 meses o ubuntu ainda é o primeiro.
Eu sigo usando Kubuntu. Até por quase não ter alternativa(KDE em distro Baseada no Debian).
Fico dividido entre querer mais investimento oficial da Canonical para o KDE e aliviado do Kubuntu estar fora do alvo de invencionices (boas ou ruins).
Realmente, eu que até a versão 10.10 fui um usuário do Ubuntu (ao mesmo tempo com o Debian(, hoje sai dele e estou em busca de outras opções. Como estou sem tempo para testar algo muito novo e quebrar a cabeça resolvendo pendencias pequenas, até janeiro utilizarei o Kubuntu 11.10, porem não sei se ficarei em bases Ubuntu por muit tempo, tenho medo da influencia que a Canonical está tendo sobre modificações para “facilitar” os usuário novatos e deixando a nós, usuários intermediários e avançados totalmente de lado e insatisfeitos.
‘o “jeitão usabilidade de tablet” chegou pra ficar e já ocupa espaço no windows 8 e mac OS, quer os usuários mais conservadores queiram ou não.’
Chegou ?
O Mac tem muitos elementos IOS, quais seriam ? Fora a appstore não sei, mas não tenho muito contato mesmo.
Windows 8 não passou pela prova de fogo dos usuários. Quero ver quem a muito custo largou o XP para o 7 embarcar em uma coisa tablet like.
Gosto do rumo do KDE. Visual tradicional com alternativas para configurar para UI touch. Inclusive com possibilidade de alternar a quente, com as Activities.
E só porque saiu uma versão nova vocês precisam atualizar? Não dá pra continuar usando a que voc~es gostam?
No meu depoimento: eu sempre gostei mais do KDE que do Gnome (eu usava Debian puro + KDE). Todas as minhas migrações para o Ubuntu até a versão 10 haviam sido esporádicas.
Daí eu testei a versão 11 e me acostumei muito rápido com a UI. Finalmente migrei pro Ubuntu de vez. De quebra, mostrei meu notebook a dois colegas de trabalho e agora existem mais dois usuários de Linux no mundo.
Lembrando que eu também gosto muito do Mint e considero algumas de seus diferenciais superam a distro mãe.
Usuários de Linux insatisfeitos? Bem, nós somos eternos insatisfeitos. Sorte nossa que usamos um sistema que oferece um número infinito de opções e personalizações.
Acho que o Unity deve ser o principal responsável por essa queda, meu exemplo são os meus pais que utilizam o ubuntu a algum tempo, mas como não tem muita facilidade para usar computador a atualização para o Unity fica quase impossível, vão ficar totalmente perdidos, então acho que o negocio vai ser abandonar o Ubuntu e tentar outra distro.
É bom lembrar que o próprio Linux Mint também terá de tomar uma difícil decisão em breve, a qual poderá afastar usuários. Com sua filosofia de evitar mudanças bruscas no Desktop, decidiram não adotar o Unity, e ficaram com o Gnome 2. Porém, isso não é sustentável a médio prazo. Então, sua melhor alternativa talvez seja investir no XFCE, já que tanto KDE 4 quanto Gnome 3 representam quebras de paradigma muito radicais.
Mas atualmente, o Desktop XFCE do LM é baseado no Debian Testing, e não no Xubuntu. Ou seja, é menos estável, menos polido e menos amigável. Será que os usuários vão continuar migrando pro Mint?
Outro fator, além do crescente número de bugs ignorados, é o fato daquele projeto muito interessante chamado Ubuntu Brainstorm também não valer muito a pena. Já postei algumas ideias lá que foram ignoradas, e muitas outras também não foram sequer levadas em consideração.
Aí fica difícil :(
Weber Jr.,
Não uso o Mac OS X 10.7 (Lion — última versão), mas pelo que vi além da loja de aplicativos, ele veio com a função de programas em tela cheia, ícones espalhados pela área de trabalho. Isso que eu lembro agora. E há o objetivo de unificar as interfaces do iOS e do Mac OS.
Vale ressaltar que essa tendência em unificar a interface dos desktops com os dispositivos móveis (principalmente tabletes), iniciou-se no mundo Linux, com Unity, Gnome3 e KDE 4.alguma coisa.
O Mint é legal, mas o Oneiric está tão redondo que parece “Mintira”.
@Flavio Cardoso
Eles vão usar o MATE Desktop Environment, que é um Fork do GNOME 2 e que em médio prazo será portado para GTK3.
“O significado da mudança possivelmente é mais simbólico do que prático, afinal o ranking do DistroWatch não é representativo do número de instalações, de usuários, de contribuidores, etc., mas um indicador de interesse. ”
O significado não é nada simbolico e é profundamente prático! Os motivos disso estão bem explicados neste post.
Com estas mudanças ainda pouco sólidas do Ubuntu, mas evidente se torna que não faço parte do novo público alvo que a Canonical quer obter. A questão é se esse publico alvo existe mesmo. Foi feita algum estudo/pesquisa? Não sei. Mas se não foi feito, a Canonical está arriscar muito, mesmo muito.
Possivelmente farei parte do publico alvo do Mint. O distro derivada do Ubuntu ou a dervida do Debian. Estarei atento para ver como o Clement e restante equipa consegue conciliar o Gnome 3 com um conceito orientado à aplicação do Gnome 2 vs emergẽncia do Mate : http://blog.linuxmint.com/?p=1851
E é verdade, não gosto de mudanças bruscas. São profundamente improdutivas. Uso Linux para ser mais produtivo, não o contrário.
Adriano
Eu tinha ouvido falar disso do Full Screen, mas não lembrava. Valeu.
Essa moda de unir as versões pode acabar de fechar de vez o Mac, tornando um iphonão de mesa, onde só se instala o que a maçã deixa.
Ubuntu foi eclipsado por outra distro Linux: o Android.
O Mint é legal, mas o Oneiric está tão redondo que parece “Mintira”.²
Tá muito bom mesmo…
Quero ver quando o Mint tiver que mudar de UI por causa das falta de recursos em relação aos outros…
Rapaz, eu tava olhando, os números do ubuntu estão divididos em kubuntu, xubuntu, edubuntu e ubuntu…. os do mint não nem os do fedora, agora coloca os acessos considerando o ubuntu como um único projeto daí a gente vẽ quem tá comandando ainda :)
@Nyappy!
Não sabia desse MATE Desktop Environment. Mas, ainda assim, acho que as coisas não serão simples para o Mint. Dificilmente o Ubuntu suportará o MATE. Então, suponho que o Mint oferecerá o MATE baseado no Debian, da mesma forma que oferecem o XFCE.
Porém, como usuário do LMDE XFCE, sou categórico em afirmar que o Mint baseado em Debian ainda não está pronto para o “usuário típico”. Se eles oferecerem, como principal versão, um LM Mate Edition baseado em Debian, precisarão trabalhar muito para manter o sucesso atual.
Em síntese: uma coisa é você oferecer uma camada cosmética sobre uma Distro “user friendly” como o Ubuntu. Outra coisa é você tentar polir diretamente o Debian. O buraco é bem mais embaixo. Tomara que eles consigam!
Cabe lembrar que apesar da instalacao padrao vir com o Unity, continua sendo totalmente possivel e ate trivial instalar outros ambientes desktop no Ubuntu, como o proprio GNOME Shell ou alternativos, como XFCE.
Vale tambem lembrar que a interface pre-Unity (GNOME 2) nao eh mais suportada pelos proprios desenvolvedores GNOME, que estao investindo no GNOME Shell.
O proprio Linux Mint ira adotar o GNOME Shell aparentemente, entao fica a duvida: pra onde os usuarios que insistem que a interface anterior (GNOME 2) era melhor e que estavam acostumados com ela irao correr?
Isso muito me parece com clientes que compraram computadores com Windows 7 e pediram para instalar o XP. Preferem continuar usando algo que já conhecem e dão por “consagrado”, do que aprender a usar o computador outra vez.
Por outro lado, a Canonical poderia “polir” mais o sistema antes de entregá-lo à comunidade. Release cicles de 1 ano seriam ideais, com rolling distro, claro.
Igor, não me parece que seja possível assumir que ter interesse no xubuntu, no kubuntu, etc. é a mesma coisa que ter interesse no ubuntu, para assim contabilizar junto.
O ranking é de distribuições, e as mesmas razões que justificam haver kubuntu, xubuntu etc. como distribuições separadas também deveriam justificar contá-las separadamente quando se estiver contando distribuições.
O Windows desde o 1º que usei (95) até o último (Seven) não mudou em nada, não inovou nada no jeito de usar, e acho que é assim que as pessoas gostam.
Quando usei Ubuntu pela primeira vez (9.04) estranhei aqueles dois painéis, mas depois me acostumei porque eram práticos de certo modo, atualmente uso o 11.10 com Gnome Shell, não me acostumei ainda totalmente, mas é melhor que a proposta da Canonical e seu Unity [...]
Sempre usei o Debian mas ifar instalando TODOS os codecs não era comigo.
Passei pelo Ubuntu e não tenho saudades do Unity. Instalei o Mint há alguns mezes e estou tranquilo e satisfeito.
Algumas pessoas já falaram isso e vou repetir: o ubuntu mesmo agora é o unity 2d, esse plugin do compiz (unity 3d) só serve pra nego fuçá muito e bugar o sistema e sair por aí esculhambando a nova versão. E com o fedora prometendo suportar o gnome shell sem placa de aceleração a partir da versão 17, quem sabe o próprio Gnome (fundação) e a Canonical também “cola nessa” e lança o Gnome Shell para todos os humanos. Com ou sem placa de aceleração gráfica.
Por mim, não existiria (calma, calma) Xubuntu, Lubuntu, Kubuntu [..] Existiria Ubuntu XFCE, Ubuntu LXDE, Ubuntu KDE todos com o mesmo artwork.
Mint é esperto e fez isso..
Bom,como usuário do Kubuntu, pra mim o Unity não faz diferença alguma, pois ele vem com KDE.
@Umav Ozatroz, o Android roda no desktop, mas ainda não tem uma UI específica que aproveite todo o potencial de uma estação de trabalho. O ICS é o que mais se aproxima, mas ainda assim ele é projetado para telas menores com pouco espaço pra trabalhar.
A usabilidade tb precisaria ser ajustada: enquanto no mundo móvel multitarefa ainda é “uma coisa bem legal”, em uma estação de trabalho é “feijão com arroz”.
Também tem de suportar mais periféricos: leitores de discos, impressoras com interface paralela, etc.
Já se vc. quis dizer q o desktop está morto, eu discordo.
Eu não entendo quem chega aqui dizendo: “Não gostei do Ubuntu novo, vou instalar o Kubuntu”, não seria mais prático fazer apenas um:
sudo apt-get install kubuntu-desktop
Tenho saudades da época em que não se escolhia distribuição pelo Desktop Engine fornecido por padrão.
“Por mim, não existiria (calma, calma) Xubuntu, Lubuntu, Kubuntu [..] Existiria Ubuntu XFCE, Ubuntu LXDE, Ubuntu KDE todos com o mesmo artwork.
Mint é esperto e fez isso…”
Claro, juntando os “buntus”, dá pra ver que ele ainda domina.
O que a Distrowatch quer mostrar é que a versão principal do Ubuntu, com Unity, parece que não está agradando.
Outra coisa. De qualquer forma que se veja os números, é evidente que os usuários de Ubuntu estão migrando de distribuição. E pela subida do Mint fica óbvio o que maioria dos usuários estão escolhendo.
O Ubuntu está dando uma de “sapo na panela”. Quando a água esquentar, não vai mais ter como se salvar.
Outra coisa: a Distrowatch registra interesse, e não número de usuários.
Ou seja, as pessoas estão se interessando mais por algo relacionado ao Mint, do que ao Ubuntu, não importa se é KDE, Gnome, etc.
Enfim esta acontecendo o que a maioria dos leitores daqui queriam, o fim do Ubuntu!
Software Livre
“Enfim esta acontecendo o que a maioria dos leitores daqui queriam, o fim do Ubuntu!”
Nem nesse, nem em qualquer outro universo.
@Software Livre,
Está nos protestos dos alunos da USP? Ninguém aqui disse expressamente que é a favor do fim do Ubuntu, estes dados não dizem nada além da rejeição do Unity, mas Ubuntu não é apenas o Unity, é toda uma base usada por diversas distribuições e remixes, inclusive pela próprio Mint [...]
@Flavio Cardoso
Se funcionará no Mint, funcionará no Ubuntu.
Also, já tem PPA dele pro Oneric: https://launchpad.net/~amanas/+archive/mate-desktop