Android: Oracle e Google podem ir para mediação
Enviado por Felipe Sentelhas (fsentelhasΘlinuxnewmedia·com·br):
Na sexta-feira, o juiz Willian Alsup escreveu que está convencido à ordenar que ambas as partes entrem em mais uma rodada de mediação em frente a um juiz magistrado dos Estados Unidos. Ele ordenaria que “os mais altos executivos de ambas as empresas comparecem à negociação por um ou dois dias inteiros”.
No começo da disputa, a corte autorizou que as empresas deixassem de lado a mediação oficial dentro do sistema judicial americano por um mediador privado. “Algo que até agora não apresentou sucesso”, afirmou o juiz Alsup.
Leia mais sobre a possível mediação no site da Linux Magazine.” [referência: linuxnewmedia.com.br]
Será que isso é sinal da Oracle amarelando? Acho que com a compra da Motorola e suas toneladas de patentes vão pesar nessa disputa…
@BrAdoK – não entendi. O fato de o juiz tomar alguma ação é sinal da Oracle amarelando? Como assim?
Muito mais do que uma disputa financeira simples, é uma disputa de poder, zonas de influência e tecnologias. Vai ser uma verdadeira arte conseguir chegar a um acordo igualitário…
Nem tanto. Se for interessante para a Oracle, ela vai pegar.
Já para o Google um acordo não é tão interessante. Vai virar uma atribuição de culpa, o que pode ser embaraçoso.
A Motorola Mobility trabalhava diretamente com telefonia. A Oracle trabalha com Bancos de dados. Se você parar pra perceber, tem muito pouca coisa que as patentes da Motorola possa pegar nela. Já a posição da Oracle é muito melhor, sendo a dona do Java e trabalhando com pesquisas em software desde muito antes do Google pensar em existir.
A mediação proposta pode ser uma boa forma para ambos os lados saírem ganhando. O Google admitindo que pode ter ocorrido alguma falha de comunicação e pagando uma indenização e licenciando a tecnologia, a Oracle vendendo as licenças e concordando em não continuar o processo.
Eu vejo a mediação como uma péssima idéia.
A a pa de cal em qualquer tentativa de fazer qualquer coisa que envolva Java fora do clubinho Oracle/IBM .
As acusações da Oracle são absurdas, e podem ter um impacto bem negativo em muito outros ecosistemas, fora o Android.
O acordo pode até ser bom negócio para o Google, mas, é péssimo para o Android como plataforma opensource.
Se o Google não copiou nada e tem como refutar todas as acusações então não deveria ceder. Vai que acontece o que ocorreu com BSD que ao ceder e sumir temporariamente trocou seu lugar na história com o que poderia ser o linux dos dias atuais.
Se a Oracle exibiu trechos de códigos em ambos os sistemas para alegar uso indevido, isso é como 2+2 e para o Google qualquer acordo vai ser bom para não cair numa indenização a-la-SAP multi-bilionária, caso contrário bate o pé e não foge.
Mas a Oracle mostrou código, sim. E o Google que foi ambíguo: primeiro negou, depois disse que copiou o código do Harmony, jogando a bola pra Fundaçao Apache. Mais tarde, disse que realmente usou código do JDK da Sun/Oracle, mas que esse código não foi pra versão final do Android.
Pra mim, o Google vai acabar pagando alguma multa, que obviamente a Oracle vai tentar jogar o valor pra cima e o Google pra baixo, até chegarem em algum valor que satisfaça aos dois. E o Google já deve ter tirado qualquer vestígio desse código nos Androids mais novos e vai tomar mais cuidado da próxima vez.
A briga atualmente nem esta mais nesse patamar, ja que essa alegação da Oracle não fez sentido. O dito ‘codigo copiado’ são arquivos de autogeração, que correspondem a nada perto do montante geral do código.
O briga gira em torno de a Oracle alegar que a API do java é ‘propriedade intelectual’ da Oracle, que foi usada pelo Google sem licença. De resto, a disputa é por patentes imbecis como ‘Geração de código nativo a partir de código interpretado (JIT)’ , ‘Dominios de Segurança para Classloader’ e coisas do genero.
Se esse tipo de acusação prevalece , estará sendo criado um péssimo precedente para qualquer tecnologia que utilize maquinas virtuais, e qualquer implementação de Java que nao seja o OpenJDK (ou voces acham que foi por acaso que a Sun/Oracle nunca deu uma licença TCK para a Apache? ).
Eu já venho afirmando o mesmo que o Fabio Rosa disse desde o início desse processo.
@Fabio Rosa, não existe “dar uma licença tck para fulano”. O problema com a fundação Apache é que a tck não é compatível com a APL, que o Harmony possui. Se a Fundação Apache usasse GPL, ela poderia licenciar.
E existem outras empresas que possuem máquina virtuais java, sim. A própria Oracle já tinha o jRockit, adquirido depois da aquisição da BEA. Tanto que hoje a Oracle tem 4 JVMs:
1 – o OpenJDK, que é GPL e passou a ser implementação oficial, embora as viúvas da Sun omitam esse detalhe, pra não ‘macular’ a imagem de malvada da Oracle, mesmo ela recebendo melhorias que vieram das outras três.
2 – o JDK padrão, que é licenciada pela CDDL, aberta mas não livre, porque possui alguns algoritmos mais eficientes só que protegidos por patentes, como por exemplo os codecs de vídeo
3 – jRockit, que já era da Oracle, é gratuita, mas não é aberta, pelo menos não inteiramente. Mais escalável e rápida para algumas situações, só que pesada pra aplicações desktop. A maior vantagem dela são as ferramentas de gerenciamento da máquina virtual, muito mais sofisticadas
4 – uma versão comercial do jRockit, considerada a melhor pra aplicações real time.
A Oracle está portando recursos de todas pra OpenJDK, e vai fundir as outras três em uma licença enterprise.
A execução do TCK é paga (e cara), porém, a Apache recebeu a chance de certificar a implementação, com uma condição: Field of Use. O código certificado não poderia ser usado de forma livre (embarcados e mobile estão excluídos).
Essa mesma restrição persiste n OpenJDK.
Esse problema precede o uso do Harmony pelo Google, e, de fato, foi o principal motivo da saída de Apache do JCP .
Essa politica pseudo livre da Sun/Oracle com relação ao Java _sempre_ foi, e vai ser , um problema.
Então, torço sim pela invalidação de toda essa baboseira, e pela livre implementação de uma máquina virtual java por qualquer um.