Resultado da votação: Apache aceita receber da Oracle o OpenOffice
Durante o final de semana o projeto Apache realizou uma votação para decidir se aceitaria receber em sua incubadora o OpenOffice, hoje pertencente à Oracle, que recentemente propôs sua doação à organização.
O resultado saiu e foi bastante expressivamente a favor de aceitar a doação do código nos termos propostos, o que, como se sabe, incluirá um relicenciamento do código, que passará a ser regido pela licença livre Apache 2.0. (via lwn.net)
• Publicado por Augusto Campos em
2011-06-14
Boa hora para a fundação Apache fazer o que a Oracle não teve capacidade. Repassar o projeto à TDF!
Será mesmo necessário a manutenção das duas suítes gêmeas?
podiam doar o java tb…
A Oracle não está passando a imagem de que será capaz de evoluir a plataforma de forma consistente
O que será que a Oracle pretende, agradar a fundaçao Apache?
Será mesmo necessário a manutenção das duas suítes gêmeas?[1]
Presente de grego. LibreOffice ownz!
E agora, o pessoal do Apache não pode doar este código pro pessoal do LibreOffice?
Não, o código ainda não foi doado à Apache, ela apenas aceitou recebê-lo. Quando houver a oficialização e os termos da doação forem publicados (se forem), saberemos se eles podem ou não doar adiante. Acho improvável, até porque a doação é para inclusão na incubadora de projetos da Fundação Apache, que tem procedimentos publicados de como lida com seus projetos, e doá-los adiante não está entre eles.
Além disso, permitir a doação adiante faria pouco sentido do ponto de vista do interesse de quem doou originalmente, e não imagino que a Document Foundation teria interesse em receber código sob a Apache License duplicando a funcionalidade do mesmo código que hoje ela já tem sob a LGPL.
Para completar, não acho que código sob uma licença livre precise ser doado. Ele já é livre, pode ser usado, estudado, melhorado e redistribuído. No caso deste código em particular, no momento ele ainda está até mesmo disponível sob a LGPL na versão corrente, caso alguém prefira essa licença e não ache suficiente o fork já existente.
Em especial, não acho que a Document Foundation precise de doação do código que ela mesma já tem, ou que a continuidade da existência do projeto que ela optou por duplicar seja algo injusto, incorreto, uma ameaça ou tenha conotações negativas sobre ela, ou sobre o fork que ela resolveu criar.
No fim das contas, acho que transferir o código do OpenOffice à TDF interessa tão pouco quanto interessa à TDF abandonar o fork que criou e aderir ao OpenOffice novamente, agora sob a coordenação da Apache (que provavelmente removerá as dificuldades de gestão que justificaram a criação do LibreOffice inicialmente).
Finalmente, minha impressão é de que a Apache é um bom lugar para manter uma implementação independente e de referência dos formatos ODF, e a licença escolhida é boa para implementações de referência.
A projeto Apache pode até doar o código para a TDF, quero ver a TDF aceitar esse código e acabar com o LibreOffice!
Acho bom ter duas suítes de escritório livres concorrendo entre si.
@Marco
Já não é tão necessário assim, pois ele estando sobre licença Apache já não existe mais nenhuma restroção.
Acho que a doação do código da Apache para a TDF não seria necessário, mas talvez o uso no nome OpenOffice(como a TDF queria no começo).
Sinceramente estou pouco preocupado quanto a qual nome irão utilizar, quem irá fazer os builds que serão utilizados no Fedora, ou seja lá o que ver. Vou utilizar o LibreOffice e pronto. Acredito que uma grande parte dos usuários fará o mesmo.
Allan, De que adianta duas suites quase idênticas concorrendo entre si? Se fosse LibreOffice ou OpenOffice vs KOffice eu concordaria, afinal é código totalmente diferente e pode evoluir de forma independente. Agora se LibreOffice e OpenOffice continuarem projetos separados, eu acho mais provável um “mergir” as mudanças do outro e a diferença entre eles permanecer no máximo cosmética.
Será que a Apache irá alocar desenvolvedores para este projeto doado? Uma coisa é hospedar apenas o projeto, outra é promover ativamente o seu desenvolvimento.
Desculpe-me, não é uma pergunta retórica, é uma dúvida real.
Achei legal o OpenOffice ir para a Apache. Eu vou continuar com ele mesmo, pois acho que ele tem mais condições de sobreviver, porque já tem um nome firmado.
Penso que as distros que adotaram o Libre agiram de maneira muito açodada. É provável que elas voltem atrás num futuro não muito distante.
“eu acho mais provável um “mergir” as mudanças do outro e a diferença entre eles permanecer no máximo cosmética.”
Hoje já é assim. O LO já faz merge, a licença atual do OO permite isso. Procura no release notes e vai ver. Aliás, tem muitos desenvolvedores que trabalham nas duas suítes.
Pois é, por isso mesmo não vejo muito sentido em falar de concorrência entre as duas suites.
Reikainosuke, durante o final de semana 87 desenvolvedores (e mais 5 mentores da Apache) se inscreveram para participar do projeto na Apache. Não sei quantos mais se inscreveram ontem e hoje. Claro que o interessante será ver quando eles começarem de fato a contribuir código, mas não me parece que haverá escassez de técnicos.
Em relação à última versão do OO que utilizei (3.2.1), o atual LO (3.4) melhorou muito na compatibilidade com arquivos MS, corrigiu bugs e implementou diversas outras melhorias. Gostei do andamento do projeto com o LO.
Agora resta saber como o OO reagirá…
o meu lado pessimista e desconfiado de corporações me diz que a Apache se tornou a gestora de comunidades do openoffice para oracle e ibm. Relembrando que o fork nasceu do atrito entre os desevolvedores do openoffice e os novos chefes da Oracle que não sabiam como faturar em cima do passivo de código aberto da Sun.
O ooo dava problema pra Oracle porque os clientes deles usam é msoffice daí era um investimento muito grande ficar tentando convencer que eles assumissem outro produto que não o que já usavam. Eles vão é se focar no openoffice cloud e na e-business suite.
reitero o que já disse, a interação entre as duas suítes vai continuar
há e claro a ibm com o symphony
Particularmente, eu acredito mais na Apache do que na Oracle… pelo menos não corremos tanto o risco de acontecer com o OOo o que aconteceu com o MySQL…
@Pajé
E o que aoconteceu de ruim com o MySQL?
Recebi a newsletter mensal hoje da Oracle sobre ele, e os avanços do InnoDB são muito bons.
O software está ganhando mais musculatura.
ops… uma pergunta. Quem está ganhando mais musculatura é o InnoDB ou o MySQL? Me parece que o InnoDB é apenas o storage engine, com desenvolvimento independente do MySql.
@Gabriel, pra acompanhar a evolução do OO você deveria comparar a versão 3.4 dele com a 3.4 do LibreOffice. Existem mudanças sim, mas menores. Comparar com a versão 3.2 do OpenOffice você não viu o que o LO realmente contribuiu.
@Emerson Casas Salvador, os dois ganharam, o MySQL ganhou muito mais recursos na versão 5.5. A Oracle está “bombando” ele pra competir pesado com o MS SQL Server e também consolidá-lo para aplicações web, que é o forte dele. Tinha muito bug antigo nele, desde a versão 3.x e até hoje não havia corrigido, agora estão refinando o projeto.
Outra coisa, pra mim essa história de “aceita” foi conversa pra boi dormir. A empresa não teria anunciado essa doação se não tivesse entrado em contato antes com a fundação.
Ou alguém acha que a Oracle seria ingênua de correr o risco de levar um não público?
O risco existia, afinal a eleição prevista nos estatutos foi realizada, foi aberta (sem sigilo dos votos individuais) e teve mais de 100 votos. Não era algo que pudesse ser ajustado previamente no contato com a Fundação, como se ela fosse uma Proconsult da vida, que ajustasse os resultados desejados na hora da totalização – e seria injusto imaginar isso dela.
Mas o gerenciamento de riscos com base em projeção deve ter entrado em cena – duvido que algum dos envolvidos não tenha pesquisado anteriormente, especialmente entre os membros da incubadora, quais eram as intenções de voto – e até mesmo ter usado sua influência em casos individuais onde percebessem dúvida ou abertura a votar ‘-1′.
Como o resultado foi por larga margem e o número de votantes era bastante restrito, era fácil projetar o resultado – acredito que ninguém tenha imaginado que valia a pena considerar a possibilidade de algo ser diferente do que ocorreu: não ia dar unanimidade, mas a vitória era garantida.