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Polêmica do dia: GNOME vai ter suporte só para Linux? (acho que não)

Essa é uma daquelas matérias difíceis de cobrir: alguns desenvolvedores disseram algo, outros sites publicaram passando a impressão a alguns leitores que quem “disse” foi o projeto GNOME e, para completar, um dos tais desenvolvedores já se desdisse (parcialmente).

Resumindo: houve manifestações dizendo que chegou o momento de o GNOME adotar o systemd como dependência externa (o que só o manteria compatível com o Linux), e conduzindo à conclusão (também expressa por ele mesmo) que o futuro do GNOME é como um sistema operacional próprio, baseado no kernel Linux, e não como uma camada adicional cujos desenvolvedores precisam manter compatível com múltiplos kernels e camadas intermediárias.

Mas na mesma discussão também foi dito que a natureza do GNOME como código aberto permitiria que os interessados em manter a compatibilidade com outros sistemas (BSDs, Solaris, etc.) certamente poderiam fazê-lo, se a mudança realmente ocorrer. E um dos autores dos posicionamentos polêmicos até esclareceu como essa compatibilidade poderia ser mantida, e na mesma ocasião respondeu a uma série de questionamentos sobre a polêmica. (via phoronix.com)


• Publicado por Augusto Campos em 2011-05-19

Comentários dos leitores

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    Nem! (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 3:15 pm

    Nossa, o GNOME mal se sustenta como uma simples interface, imagina como sendo um SO completo.

    Talvez se fosse em 1995….

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 3:19 pm

    É o GNOME fazendo escola com o XFCE =D

    bill (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 3:23 pm

    eu concordo.
    Só ver o número de distros baseados em ubuntu + gnome, é praticamente um SO em si… se não tiver foco nunca vai pra frente

    Flávio Augusto (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 3:26 pm

    Por mim o Gnome podia acabar. Nasceu para concorrer com o KDE, mas nunca chegou perto…

    Márcio Carneiro (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 3:29 pm

    O foco sempre é bom.
    Mas agir de maneira ativa a isso não sei se é uma boa. Acho que bastaria falar que o suporte a outros SOs não é garantido.

    Flavio (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 3:35 pm

    Também acho que o futuro do Gnome e do KDE tornarem-se SOs baseados em Linux.

    Mas essa é só a minha opinião.

    yan (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 3:51 pm

    Por mim, isso podia acontecer…a Distro GNOME serial uma boa…e para os que quizessem usar o gnome, ele continua de código aberto então: MODIFIQUE!

    Stan_br (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 4:04 pm

    Eu apoio totalmente… chega de criar milhoes de camadas de abstração para suportar zilhoes de plataformas diferentes… algo mais parecido com o que o MacOS faz ou mesmo o Haiku muito provavelmente iria trazer uma solução mais solida, estável e simples. Sacrificaria sim (em partes) a portabilidade, mas sinceramente, prefiro algo mais rápido e estável do que poder rodar o Gnome do meu Gradiente MSX2…..

    foobob (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 4:13 pm

    There is only Zuul

    Eu concordo com eles, o tempo que perdem mantendo o ambiente funcional em outros kernels, poderia ser melhor investido em melhorar o ambiente ainda mais.
    Não se esqueçam que o foco do GNOME é criar um ambiente gráfico para desktop, então não faz sentido investir em outros kernels (que muitas vezes deixam a desejar em outras áreas necessárias a um OS desktop moderno). Achou que todos os kernels OSS alternativos tem seu espaço e público, mas claramente para desktop o Linux ainda é que há de melhor; se isso mudar no futuro acho que irão rever a decisão deles também.
    ALém do mais tudo que fazem é livre, então se alguma comunidade/empresa quiser o GNOME em seu kernel mais obscuro, que portem.

    psantos (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 4:27 pm

    Não seria má ideia. Mas não alterando o curso original do projeto. Talvez na forma de fork do GNOME direcionado para tal.
    Mas, falando em SO próprio com um kernel “forkado” do Linux e até com interface gráfica própria também resultado de forks, ninguém tira da minha cabeça que a Cannonical um dia fará isso com o Ubuntu.

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 4:43 pm

    Se fosse do projeto, eu esperaria amadurecer o Gnome 3, observar de perto a aceitação ou não do Unity.

    Querendo ou não o Ubuntu projetou muito o Gnome, agora isso não acontece mais, e andar com as próprias pernas é outro papo.

    André Moraes (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 5:11 pm

    “Cannonical um dia fará isso com o Ubuntu.”

    Acho muito trabalho fazer um fork do kernel linux e manter sozinho. Até onde sei quem fez isso e conseguiu manter foram o Google (Android); a RedHat (que não criou um fork mas mantém um monte de patchs específicos dela); e a FSF com o LinuxLibre (solução 100% código livre sem blobs proprietários).

    Riser (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 5:16 pm

    FreeDesktop existe para isso, mas o próprio GNOME se nega algumas vezes a seguir as especificações, aí o KDE faz direitinho e tem os dramas.

    Minha opinião é que o GNOME só conseguirá ser um SO completo quando todo o projeto GNU resolver se unir e terminar o Hurd e completar o GNU, senão será mais uma distribuição Linux. O negócio é SEGUIR as especificações do FreeDesktop e fazer acordos entre o KDE e o GNOME.

    O problema é que falta uma liderança, um mediador que esteja envolvido com todas os projetos, a Apple faz isso com o MacOSX, a MS com o Windows e quem faz isso com todo o ambiente GNU/Linux? As distribuições em escala mais reduzida, mas nada em escala mais global.

    Rodrigo (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 5:18 pm

    Acredito que um posicionamento de suporte oficial só para o linux é ótimo para o gnome e para o linux, mas é ruim para usuários do bsd, solaris e outros os.

    Mauro (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 5:27 pm

    Lí e relí o conteúdo dos dois links e a minha conclusão é que estão querendo firmar as bases para ampliar o Gnome para um ‘ambiente Gnome’, como já existe um ‘ambiente GNU’. E de uma forma que ‘conviva’ suavemente com o ambiente GNU. Me parece sensato, e vai acabar ajudando em uma maior padronização das distros.

    Só discordo da nomenclatura adotada: Gnome OS é assustador e incorreto, porque ainda vai depender de um kernel e sua infra-estrutura de operação e atualização, (que são GNU, não Gnome) ocupando uma posição de interface gráfica. Muito mais abrangente, mas ainda sim não vai ser um SO, nem uma distro.

    E nem deveria: a estrutura em camadas e a infra-estrutura de atualização que temos nos ambientes GNU é o que evita (ou pelo menos resolve) os problemas de interface e atualização que o Android enfrenta.

    Seria uma notícia sensacional se pelo menos o pessoal do Gnome, KDE, XFCE (e talvez a Canonical ?) se juntassem para definir formalmente dependências e interfaces comuns. Haveriam mais talentos concentrados em menos tarefas, produzindo mais qualidade. Dentro e fora do ambiente GNU.

    Denis (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 5:35 pm

    @Riser,

    Você fala de um papel exercido por uma empresa. De fato, parece que é o papel que cabe a uma empresa mesmo. É interessante que o foco dado pelas empresas que você menciona começa pelo usuário de Desktop… no caso do Linux, parece que as empresas tentaram fazer o caminho inverso, “cuidamos do usuário corporativo e deixemos que o usuário do Desktop se vire nos fóruns de internet”. Na minha visão é aí que está o grande equívoco do Linux, o que faz até hoje alguns se lembrarem daquela lenda urbana: “ano que vem vai ser o ano do Linux nos Desktops”. Embora tivesse sido usuário de Conectiva, depois Mandriva por muitos anos e mais recentemente OpenSuse, ainda que reconheça o papel delas em apoio ao usuário Desktop (veja que sou usuário de KDE), a empresa que até hoje chegou mais próximo desse papel foi a Canonical com seu Ubuntu e Gnome. O que faltou pra eles? Não estar no controle no desenvolvimento de algumas interfaces pode tornar mais árduo manter o foco em objetivos que às vezes pode ser discordante. Seria essa a razão do abandono do Gnome e apoio ao Unity?

    Conan (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 5:43 pm

    @Andre Luiz,

    O gnome mudou muito na versão 3. Para mim está bem melhor.
    Além disso, todos esses softwares que voce citou (gnome, *office) são open source e nada impede que alguem bem capacitado e cheio de ideias criativas como você faça as alterações que julgar interessante e disponiblize para o bem de todos.
    Outra opção é ficar reclamando e escrevendo tudo em MAIUSCULO para mostrar que tem uma capacidade minuscula.

    Marcos (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 6:23 pm

    “Se fosse do projeto, eu esperaria amadurecer o Gnome 3, observar de perto a aceitação ou não do Unity.”

    De novo, o Unity não substitui o Gnome 3, mas o Gnome SHELL. O próximo Ubuntu espero que sirva pra acabar com essa confusão.

    Carlos Felipe (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 6:51 pm

    Unity do 11.04 tem por debaixo dos panos o gnome 2.x, e no 11.10 terá o gnome 3, apenas o shell, a casca, no ubuntu será outra.

    Eu só acho que o shell do gnome 3 infuncional.

    Conan (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 6:55 pm

    [off-topic]
    @Augusto,

    Seu blog é legal, e apesar de eu ter algumas diferenças com você, você parece ser um cara justo e correto. Más infelizmente (com rarissimas exessões – @Marcos, @tenchi, e alguns poucos outros) o nível dos comentários estão muito baixos. Tem muita gente que não sabe nada a respeito do que eu acredito que seja o tema central desse blog (linux e open source). Então estou caindo fora. Aqui foi um bom lugar, onde aprendi algumas coisas que me foram importantes e úteis.
    Boa sorte a você e a todos.
    [/off-topic]

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 7:10 pm

    Mauro

    “Seria uma notícia sensacional se pelo menos o pessoal do Gnome, KDE, XFCE (e talvez a Canonical ?) se juntassem para definir formalmente dependências e interfaces comuns. Haveriam mais talentos concentrados em menos tarefas, produzindo mais qualidade. Dentro e fora do ambiente GNU.”

    De certa forma existe a iniciativa: o freedesktop.org .

    Mas aquilo lá é quase inativo, infelizmente. E recentemente tem acontecido polêmica sobre combinar e não cumprir o combinado depois. Disputa de beleza de quem faz, de quem propõe, de não querer do jeito que fulano fez…

    Uma pena.

    Marcos

    “De novo, o Unity não substitui o Gnome 3, mas o Gnome SHELL. O próximo Ubuntu espero que sirva pra acabar com essa confusão.”

    É uma confusão que faço seguido. Valeu.

    Fábio Lima (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 7:53 pm

    Olha, eu acredito que essas polêmicas de “vamos nos concentrar apenas no linux” ainda vão render muito em outros projetos. Vejam o caso do wayland: ele é uma tecnologia pra substituir o X que foi feito sob medida para o linux, explorando ao máximo os seus recursos.
    Não é que os outros SOs vão ficar sem desktops. Apenas eles vão ter de correr atrás pra se adaptar. O que não deve ser um grande problema, ao menos para os principais.

    Eduardo Veiga (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 8:19 pm

    nao vejo sentido nesse tipo de decisão
    no linux um dos trunfos que temos é a “modularização”

    o sistema é fragmentado em pequenos modulos onde cada equipe trabalha sozinha

    de uma forma q facilita a criaçao de alternativas e faz com q cada grupo tenha sua tarefa bem especifica

    Se o projeto gnome querer desenvolver N coisas…ficarão mt sobrecarregados e pode prejudicar outros projetos

    por exemplo
    o kde e o gnome usam o X
    usando a abstraçao do X desenvolvedores podem fazer aplicativos q funcionem independentemente do ambiente grafico

    se o kde usasse o X e o gnome usasse outra coisa
    dificultaria a vida dos desenvoldedores

    Mauro (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 8:47 pm

    @Weber Jr.:

    Grato pela informação ! Já tinha ‘ouvido falar’ no freedesktop.org antes, mas não tive nem a imaginação de associar nem a curiosidade de ir atrás. Dupla falha, vou corrigor. Obrigado !

    @Conan (e outros):

    Essa característica quase única do site do Augusto segue a síntese da Democracia (a real, não a república podre e distorcida que nos é passada por políticos e livros de ‘história’ como democracia) : o embate de idéias e opiniões até a formação de opiniões sólidas por parte da maioria. É o caos que leva à ordem.

    Um site com censura e moderação forte é como o governo de poucos sobre muitos. Como nas repúblicas que se dizem democráticas, como se isso fosse possível. É a ordem que leva ao caos.

    Em um ambiente verdadeiramente democrático, é natural ‘ouvir’ muito mais erros do que acertos. Mas é justo e vantajoso ter paciência, persistência e coragem.

    É justo, porque nossos acertos, seja em seu número ou intensidade, reflete uma fração do número de erros que cometemos até chegarmos a tais acertos, e se houve quem tivesse a paciência de ouvir nossos erros e a persistência de tentar nos corrigir, nada mais natural do que termos a mesma paciência e persistência para com os demais. Como só aprende quem expõe seus erros e recebe a correção, procuro a coragem para expor meus erros.

    É vantajoso, pois cada nova opinião, certa ou errada, traz um novo ponto de vista a fatos que, mesmo que velhos conhecidos, se mostram um pouco mais sob esta nova luz. Pelo menos para os que tem suficiente humildade para isso.

    Se existe um lugar com um nível mais alto que este, eu gostaria de conheçer.

    Mas isso tudo é só minha opinião, minha ‘verdade’. Para os outros, eu posso estar errado. Provávelmente estou.

    Conan, na minha opinião as atitudes que mais podem influenciar o nível dos comentários são comentar e moderar. A minha parte, que é prover os meios e os temas, vai continuar sendo desempenhada como de hábito, mas os comentários naturalmente expressam as visões e atitudes do público leitor. Estaremos aqui quando você desejar voltar.

    Tiago (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 9:58 pm

    Voltando ao assunto….
    Na minha opinião seria uma ótima idéia. Uma vez que assumisse ser um OS baseado no kernel linux, o pessoal poderia fazer como a Apple fez. Isso só faria bem ao linux.

    Porém, sempre tem um porém, o pessoal do Gnome também me parece um tanto quanto conservador e não muito aberto, haja vista a birra com a Canonical.

    Tiago (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 10:03 pm

    Entrei no site do XFCE e a última versão está bem bonita.

    Agora, eu só tenho uma dúvida: porque insistem tanto no Dock? Tá, é bonitinho, é escola da Apple, mas aquilo é uma tragédia, ocupa muito espaço em tela.
    Nessa hora eu sou bem conservador: o melhor “Dock” que já fizeram foi o do Windows 7.

    BemSul.com (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 10:09 pm

    GnomeOS. Gostei da ideia!

    Estou aguardando mais novidades e confirmações oficiais, ou não.

    Marcos (usuário não registrado) em 19/05/2011 às 10:10 pm

    Seria legal o Gnome rodar em tudo que é SO, mas como todo mundo sabe o trabalho que dá, é complicado fazer isso pra plataformas onde raramente vá ser usado.

    Patola (usuário não registrado) em 20/05/2011 às 1:56 am

    A solução é fácil. Porte-se o systemd pra Solaris e *BSD e Dragonfly… Pronto!

    Porque o problema era que viu-se que o Gnome seria muito mais eficiente e coeso se fosse acoplado ao systemd, certo? Que é um excelente sistema de substituição ao init SysV, init BSD e upstart.

    Resta saber se os *BSD, Solaris e etc. têm iniciativa pra reconhecer isso e mudar seus sistemas. Será que o fariam?

    Igor Cavalcante (usuário não registrado) em 20/05/2011 às 2:38 am

    wtf

    linuxer (usuário não registrado) em 20/05/2011 às 7:20 am

    Vai ser a última pá de cal no projeto Gnome.

    A primeira foi dada pelo lançamento do Gnome 3 e a segunda no abandono pelo Ubuntu.

    Mauro (usuário não registrado) em 20/05/2011 às 9:09 am

    @Patola:

    Eu segui o link do Tércio Martins (http://forums.freebsd.org/showthread.php?t=21043) quanto à atitude do XFCE – a mesma do Gnome, porém anterior, e na lista selecionei essas ‘pérolas’ de humildade:

    devd is not a polling interface. It is an event-driven hardware framework. It is what the Linux guys have been trying to figure out for almost 10 years now, but still haven’t.

    Pretty much anything you can do with HAL/udev on Linux, we can do on FreeBSD … but done properly.

    What sucks is that all the major desktop-oriented software devs are Linux users, so they don’t know how things should work. So they come up with these kludges like udev, udisk, upower, uwhatever.

    Ok, but nobody’s going to support something that is FreeBSD-only.

    Yet, you expect the world to support something that is Linux-only? It’s that idea right there that is the problem.

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