Patentes do Java no Android: Pela primeira vez, Google sinaliza acordo
Trecho inicial do texto no IDG Now:
A Google deu nesta semana a primeira amostra pública de que pode estar disposta a fazer um acordo com a Oracle no processo pela suposta violação de patentes Java no sistema móvel da gigante de buscas, o Android.
As duas empresas entraram com ações na Justiça que fornecem ao tribunal uma atualização dos reexames sobre as patentes da Oracle, e se eles pensam que o caso deveria “continuar como está” ou colocado em espera, suspendendo o resultado desse processo.
A gigante de buscas argumenta em favor de uma continuação. Ela afirmou que os reexames podem limitar o alcance do caso e dos danos que a Oracle pode alegar contra ela. Restringir o caso também torna “mais provável que as partes envolvidas possam encontrar uma resolução informal para o assunto”, escreveu o advogado da Google.
Apesar a Google não afirmar estar ativamente buscando um acordo, a adição desta semana marca a primeira vez que a empresa disse publicamente que pode estar aberta a essa ideia, disse o especialista em patentes que tem seguido o caso, Florian Muller. (via idgnow.uol.com.br)
Eu acho que a reclamação da Oracle é injusta, não há *prejuízo* quando a Oracle não tem nem perto de um concorrente ao que o Google criou com Android.
Mas já acho até bom que haja acordo para acabar com essa novela logo.
O medo da Oracle é que o google faça o que a MS tentou a alguns anos atrás, praticar a politica “embrace extend extinguish”. Por isso os processos.
O mais engraçado é que o Java está se saindo pior que o mono/.net…
É sério. O pessoal vive com medo (com razão) em usar implementações .net diferente da do criador (ms), mas a liberdade do java provou-se inexistente.
IMO o pessoal deveria evitar ao máximo linguagens e plataformas proprietárias.
Pra mim o mundo poderia acabar em C, C++ e JavaScript que eu morreria feliz :-) Quero ver quem pode me processar por usá-las.
Daqui a pouco o “mercado” de patentes vai render mais lucro do que o de sistemas operacionais ou mesmo o modelo baseado em propaganda do Google.
Francamente, todo dia pipocam várias notícias nesse sentido: empresa x processa empresa y por violar patente z.
Respirar ar já foi patenteado? Se não, penso em fazê-lo. =P
Boa parte dessas empresas deve ter o setor de “busca-de-patentes-violadas-por-outras-empresas” ou algo parecido.
Falando sério agora, acho interessante o fato de haver tanto desenvolvimento tecnológico atualmente, ainda mais com esse terror representado pelas patentes. Isso se torna ainda mais interessante quando se fala de softwares, onde é comum aproveitar e reaproveitar códigos e tecnologias para o desenvolvimento.
@Leandro: acho que o processo não tem nada a ver com a “não liberdade” do Java.
Ou vc nunca viu o Harmony, OpenJDK, IceTea?
Como todos os comentários, sempre confundem o produto Android e a marca Java com implementações.
Você confunde quem usa Java com quem implementa máquinas virtuais Java ou tecnologias “clone” (no caso do Android). Ou você conhece muita gente que faz sua própria JVM alternativa e sai dando outro nome?
É de rir.
Contra o avanço tecnológico só há um remédio: patente de software.
Esses urubus processando uns aos outros. Pouco se pode criar quando tudo já foi patenteado.
Software sob licença livre deveria estar isento das leis de patentes, são bens públicos que não deveriam ser subjugados por escusos interesses privados.
@Leandro Santiago (tenchi)
Informe-se antes de falar besteira.
comece pelo comentario do Rael Gugelmin Cunha….
Para quem não conhece, Florian Muller é pago para alardear notícias falsas, análises incompletas e visões 100% parciais (contra a Google e contra o Linux, claro) sobre Linux e agora sobre Android.
Para mostrar isso: Ele disse que a SCO tem razão sobre o Linux ter copiado código da SCO, mesmo depois da SCO perder em todas as instâncias sem mostrar uma única linha de código copiado (fora arquivos header POSIX, que precisam ser usados para ser POSIX, obviamente, e que não é considerado cópia); disse que a IBM tinha roubado código da SCO sobre o sistema de arquivos (que a IBM desenvolveu); e daí por diante. Sempre errado, muito errado.
Isso é notícia plantada para dizer que a Google está se rendendo e vai negociar, o que NÃO é o caso. Para quem quiser acompanhar, http://www.groklaw.net é melhor local para saber os fatos como são e não as “opiniões” nada embasadas do Florian Muller.
Ainda não sei porque alguém ouve esse cara, como especialista não deve ser porque ele tem errado TODAS as vezes que abre a boca. Deve rolar um jabá forte por lá.
Flávio
@Rodrigo,
Já é mais lucrativo para a Microsoft o Android que o Windows 7 phone, ela ganha 15 dólares por telefone de algumas empresas com que ela fez “acordo” (extorquiu), já é mais lucro que royalties de Windows 7 phone.
Flávio
Flavio, o nome do Florian na notícia também me agradou mas, a não ser que a frase atribuída ao advogado do Google seja mentira, é fato que pela primeira vez há a menção a acordo pela parte dos acusados, o que é de fato uma novidade a ser considerada – e talvez seja mesmo uma solução bem melhor (para o produto, para os distribuidores, para os desenvolvedores e para os usuários) do que um processo longo.
Augusto,
Olhe este link específico, primeiro comentário: http://www.groklaw.net/comment.php?mode=display&sid=20110712074100640&title=Is+Judge+Alsup+motivating+both+sides+to+fish+or+cut+bait%3F&type=article&order=&hideanonymous=0&pid=926836#c926837 ou a versão completa do artigo : http://www.groklaw.net/article.php?story=20110712074100640
Basicamente o juiz estimula um acordo, como em qualquer ação, pois evitaria desperdício de tempo. Neste caso ele apenas questiona se ao abandonar a negociação (proposta pela SUN) sobre o Java, a Google não estaria infringindo as patentes de forma voluntária. Mas há a outra interpretação: a Google viu que não violava coisa nenhuma e não precisou licenciar nada.
Os nomes banidos da minha leitura sobre qualquer coisa sobre Linux, Android ou software livre são: Florian Muller, Maureen O’Gara e Robert Enderle. É ver estes nomes e mudar imediatamente de leitura, nada lá será confiável.
Quanto à solução, o melhor de tudo seria a Google ir à Suprema Corte e tentar detonar de vez as patentes de software. Se ela fizer isso, ganha por não ser maia processada por estas coisas ridículas e ainda terá forçado a MS, Oracle, Apple e mais outras empresas a terem gastado 4.5 bilhões de dólares em algo equivalente a papel higiênico. Dupla vitória.
Na verdade eu sugiro uma outra opção, muito mais efetiva: fazer lobby (ou seja, comprar) para uma legislação anti-patentes de software. Se ela gastar de 1 a 1.5 bilhão de dólares nisso, já é lucro para ela pelo gasto dos concorrentes e pelo “seguro anti-processos” sobre patentes. E ainda ganha mais pontos com atitude “do not be evil”.
Flávio
Olhei os links, de cujo conteúdo já estava ciente, mas não encontrei neles a referência à questão de o Google ter ou não ter tratado objetivamente da hipótese de acordo extrajudicial como uma possibilidade concreta, como a citação mencionada acima parece indicar – ainda que indesejada por ele e pela Oracle, e até o momento recusada por ambos, como o artigo do IDG também menciona.
Além disso, não acho que o Google vá, como parte deste processo judicial em andamento tentar detonar de vez as patentes de software, nem que comprar uma legislação seja compatível com a ideia de “don’t be evil”.
Acho melhor manter as coisas na perspectiva usual, de que o Google é o réu e vai se defender com cautela tendo em vista o seu compromisso corporativo com seus próprios acionistas.
@Joao,
O comentário do tenchi é totalmente pertinente!!
O java é uma linguagem e uma implementação. O que se sabe é que de CERTA FORMA a linguagem é livre. E por isso tem gente que acha que uma implementação independente de uma máquina virtual está livre que problemas judiciais. Mas as patentes demonstram que independentemente da plataforma ou da implementação que você utilize, estará sempre vulnerável. É que assim como as pessoas confundem a linguagem com a máquina virtual, alguns também confundem patentes com direito autoral.
No final das contas, independentemente da máquina virtual que você utilize, da implementação das bibliotecas que você utilize… está vulnerável. Se a questão FOSSE direito autoral, você estaria seguro por usar uma implementação livre. Como o processo é sobre PATENTES e não direito autoral, pode escolher a implementação livre que quiser!! Você está vulnerável.
E quem não desenvolve sua própria máquina virtual… também está vulnerável. Assim como as empresas que utilizam FAT32 com nomes longos estão vulneráveis a processos da ms (eu gosto de colocar um $ aqui…), mesmo que não tenham implementado seu próprio driver FAT32. Isso porque a microsoft/oracle pode processar qualquer um que esteja no meio do rolo… INCLUSIVE O USUÁRIO!!!
@FlavioMachado
Concordo com vc sobre o que a Google deveria fazer, mas acho pouco provável que ela “chute o balde” pois no futuro(sabe-se lá!) ela pode precisar de uma sociedade(parceria, aliança, etc, etc) com a Oracle. Negócio$ $ão negócio$. O mais provável é que saia de fato um acordo.
Também vejo pertinente o comentário do tenchi ao ponto que fala do java de maneira mais ampla como o André esclareceu.
Para pequenos projetos este campo minado de patentes não seja uma ameaça, mas na medida em que a coisa ganha notoriedade a situação fica mais complicada.
Isso me faz lembrar de um outro post que li por aqui ou blogs vizinhos, sobre usar javascript no lado do servidor. Na ocasião lembro que eu mesmo me perguntei… por que alguém faria isso ao invés de usar java para este proposito? Talvez estes acontecimentos tragam a resposta.
@Rael, sou como aquela preguiça da série “A Era do Gelo”. Se eu vejo uma maçã, a como. Se eu vejo uma escada, subo. O que estou vendo aqui é uma empresa processando outra pelo uso de uma determinada tecnologia, seja esta tecnologia uma linguagem (uma linguagem é só um documento, uma formalização), uma implementação (a “instanciação” de uma linguagem), ou plataforma (como a arquitetura x86, a jvm, etc.).
Sei que, se eu criar uma linguagem baseada no JS, C ou C++, adicionar coisas ou dar outro nome (boboscript), usá-la em meus projetos, vendê-la e ganhar dinheiro com ela, não aparecerá pessoa alguma me processando. ECMAScript é uma linguagem patronizada, C é padronizada, a biblioteca padrão do C é padronizada (um padrão POSIX), a STL é padronizada, podendo qualquer um implementá-las sem restrição. Posso até ser processado por utilizar indevidamente o nome Javascript, que é pripriedade da Oracle (ops, antiga Sun), mas poderei implementá-la sem medo de amanhã me processarem.
Ou seja, na minha opinião deveríamos fugir ao máximo de tecnologias que possuam dono. Seja este dono uma empresa (.net, java) e até comunidades, como python, php, ruby, etc.. Embora eu até ache estas últimas muito boas e não creia que seja grande o risco de uma “revolta” do(s) autor(es). Mas a possibilidade existe. Este é o problema. Havia a possibilidade de quem fizesse uma implementação do java fora do padrão ser processado. E ocorreu.
Lógico que eu não estou dizendo que as linguagens que citei como sendo de minha preferência sejam as melhores e as únicas candidatas a serem usadas. Java (a linguagem e a plataforma), são excelentes do ponto de vista técnicos e nem todas linguagens/plataformas servem à todos propósitos. Mas, para mim, uma tecnologia ter um “dono” é algo que pesa e bem negativo, pois traz muitos problemas como bagagem.
A especificação de uma linguagem/plataforma/biblioteca_padrão é mais um “guia” do que uma “lei”.
Exemplo: estou tentando acompanhar o desenrolar da especificação do C++0x (ou 2011). Hoje mesmo compilei uma versão em desenvolvimento do GCC e tbm do Clang pra testar como está a implementação dos documentos oficiais (ah sim, e está muito bom em ambos, C++0x rules :-)). Sei que boa parte do que consta no documento só vai ser implementado daqui a anos (ou mesmo nunca, já que há coisas no C99 que a maioria dos compiladores C ainda nem tem), mas sei que, caso eu decida implementar ela ou mesmo parte, ou mudar algumas coisas ao meu gosto na minha implementação, não aparecerá uma carta embaixo da minha porta amanhã me ameaçando de morte. Compreende?
Java é bom. Como plataforma e talvez a linguagem (não, não gosto da linguagem). Melhor do que muito do que havia antes. Mas o curso natural é que cada vez surjam novas linguagens que supram os defeitos das anteriores. Sempre haverá uma linguagem/plataforma/framework melhor que a atual. Ao meu ver (sem muita experiência, nunca trabalhei em projetos realmente grandes), o Java tem se mostrado uma bela duma armadilha para quem teima em se aventurar nela.
Que comecemos a programar em Ada (não conheço ninguém) e Smalltalk (aqui na minha cidade há ao menos uma empresa que usa)!
Como ia dizendo, sou como aquela preguiça d’A Era do Gelo. Se vejo um parafuso, o aperto, se vejo um prego…
“Havia a possibilidade de quem fizesse uma implementação do java fora do padrão ser processado. E ocorreu.”
Não. Você seria implementado se sua implementação usasse código de outra empresa que não o licenciou para você, como foi o caso. O mesmo valeria se você fizesse um compilador C++, mas usasse uma parte do código fonte do Visual C++ da MS. Seria processado do mesmo jeito.
@Marcos, aí sim. Aí seria. Isso me lembra de nunca usar sofwares – ou partes deles – que precisam ser licenciados para uso.
@Marcos,
A diferença é que a Google não usou parte do código da Sun/Oracle, apenas ousou escrever um conversor de bytecode de Java para Dalvik (que não é nem Java). É isso que está sendo questionado, embora o usuário é que tem que criar o código Java separadamente e apenas converter com as ferramentas da Google. Dalvik é, em parte, baseado no projeto Harmony, que não é proprietário e está isento de violações de patente por determinação da Sun. Aliás, nem foi a Google que escreveu, foi a Android Inc, que a Google comprou.
Ah, o usuário é que baixa o JDK, instala, escreve o código e compila. O Android SDK nem vem com JDK.
@Leandro,
Padronização não significa (infelizmente) que haja imunidade a patentes, apenas é obrigatório o que se chama de licenciamente RAND (Reasonable And Non Discriminatory – Razoável e não discriminatória), apenas não se pode ter termos de licenciamento discriminatórios contra concorrentes, por exemplo. Vide o .NET, que é parcialmente coberto por padrões mas no máximo tem uma promessa da Microsoft de não processar, não diz nada quanto a não violar patentes. Ela pode não processar, apenas ir à Câmara de Comércio e pedir para banir seu produto por violar a patente deles. No fim das contas fica sem poder vender de qualquer forma.
Já foi assim, mas a corrupção dos órgãos de padronização, como a ISO, mudaram o que era antes regra básica: se é padrão, não pode haver impedimentos de nenhuma espécie para implementação, sem pagamento de royalties.
Flávio
@FlavioMachado, obrigado pelos esclarecimentos. Eu costumo usar os termos errados quando falo de padronização. Me referia aquelas criadas por grupos independentes e documentadas por órgãos oficiais, tipo ISO, ECMA (ECMAScript, C#), Open-STD (padrões abertos, onde encontra-se C++, C e STL), W3C (html, svg).
Não sou contra coisas criadas por empresas (há algo que não seja?), mas sim contra coisas criadas e que possuam dono e um monte de patentes que buscam impedir o desenvolvimento da dada plataforma. Não gosto de apelar para darwinismo quando em sistemas não-biológicos, mas acho que, se uma tecnologia é boa e resolve bem um problema, seu desenvolvimento deve ocorrer de forma mais natural possível, com toda aquela questão da competição saudável (por falar nisso, por onde anda o self_liar?) e sem um ou outro participante querer parar o jogo por ser “o dono da bola”.
Nada disso teria acontecido se a goole tivesse comprado a sun na época que pôde
Nada disso teria acontecido se tivessem escolhido Python, c++ ou qualquer outra coisa que não fosse proprietária.