Leitura de fim de semana(1): Seigo e Shuttleworth criticam o processo decisório do GNOME
Para prevenir flames desnecessários, esclareço: não são críticas quanto à qualidade dos softwares que compõem o ambiente GNOME, e sim a questões como a forma como as decisões são tomadas, e quanto ao posicionamento (na prática) do GNOME quanto à interoperabilidade mediada pelo freedesktop.org, entre outras.
Aaron Seigo publicou um longo post dissecando decisões do GNOME recusando contribuições externas e em sintonia com outros esforços da comunidade, e as justificativas apresentadas para ela, contrastando-as com o que ocorreu em situações similares no âmbito do KDE.
Mark Shuttleworth deu continuidade à narrativa, em um post mais longo ainda apresentando sua opinião sobre a situação, e sua percepção de que o GNOME transforma apoiadores em competidores.
Os posts comentam suas opiniões sobre os desafios que as lideranças do GNOME enfrentam, e o que acreditam pode ser feito a respeito.
A proximidade entre a Canonical e o KDE não é novidade, e com a redução evidente da presença do GNOME no mais popular produto da empresa, será interessante observar que frutos futuros surgirão de uma eventual colaboração mais ativa dos desenvolvedores do Ubuntu e do KDE, mediada pelo Freedesktop.org e na continuidade de uma ausência ativa do GNOME. (via osnews.com)
Atualização: o ericodc postou nos comentários abaixo um link para um longo post de David Neary expondo o “lado GNOME” da questão.
Eu li esse post do ASeigo hoje de manhã.
O que ele narra sobre o novo padrão para o Tray e afins é bizarro. Segundo ele, o pessoal do KDE criou e submeteu a Freedesktop, gente do GNOME sugeriu mudanças, algumas aceitas, outras não, melhorias… Enfim, cooperação.
No final, o Gnome resolveu criar uma para uso próprio.
Gnome anda muito estranho, birrinha de não usar nada que não seja exclusivo ? Será influência do criador, o famoso MVP da Microsoft? De repente ele está incutindo o espírito de impedir cooperação e interoperabilidade.
Seria legal se algum brasileiro que participe do desenvolvimento do Gnome pudesse esclarecer.
Daqui a pouco vamos ter somente “kubuntu”… se o pessoal do Ubuntu continuar com essa problemática. Ruim para o Gnome que pode peder uma distro forte que usa ele como base.
“Daqui a pouco vamos ter somente “kubuntu”… se o pessoal do Ubuntu continuar com essa problemática. Ruim para o Gnome que pode peder uma distro forte que usa ele como base.”
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Quem dera que fosse assim :(
Pobre Kubuntu, tão longe do Ubuntu, tão perto dos Satux da vida!!!
@Brivaldo Jr
Se mudar vai continuar Ubuntu, só que com KDE. E a versão do Gnome será a Gubuntu! Hehehehe
Poxa, isso me entristece muito. Eu gosto muito do Gnome. Eu acho mais confortável e mais orgânico que o KDE. Mesmo o gnome atual e desatualizado eu o considero melhor de trabalhar que o KDE.
Eu gostaria muito que acabassem com esses egos inflados e voltassem ao espírito livre do software livre. Acho extremamente desnecessária essas brigas.
Eu também não me acostumo com o KDE, é bonito etc ,mas cheio de informação, que fico perdido e confuso.Já usei o KDE novo no PC-BSD.
Não sei, acho o KDE mais completo, mas o GNOME é muito mais fácil de usar, já que a interface tende a ser mais descritiva e as fontes e botões maiores e mais fáceis de enxergar.
Eu já imaginava isso e disse que o Ubuntu tem razões interessantes para fazer projetos externos fora do GNOME. Não é simplesmente querer o copyright tudo para ele e fazer dinheiro.
Não sei o que influência certa rigidez do GNOME. Espero que não seja a Red Hat influenciando isto.
a resposta da gnome foundation http://blogs.gnome.org/bolsh/2011/03/11/lessons-learned/ .
O pior dessas brigas é que joga por terra as chances de um mínimo de padronização entre os projetos e dificulta muito a interoperabilidade entre eles. Por isso que os apps do Linux são muito menos integrados entre si do que nas outras plataformas.
Sou da opinião do tenchi quanto às vantagens de cada um dos ambientes, me dou bem com os dois e acho uma concorrência saudável. Mas muita coisa poderia ser mais integrada entre eles e sem um deles o freedesktop.org perde todo o esforço.
Pra mim tanto faz Gnome ou KDE, o que vier eu tô pegando — até XFCE vai. Não existe “bissexual” pra quem curte os dois sexos? Deveria existir um nome pra quem é eclético quanto a ambientes de janelas livres.
@Patola
Concordo com você (ainda que eu considere sua figura de linguagem deveras estranha, amigo… hehehe)
O sistema é o importante, a interface gráfica é um mero recurso para chegar a ele. Eu sempre mantenho mais de uma interface gráfica instalada e muitas vezes uso até UIs diferentes em sessões diferentes, quando faz sentido (um KDE e uma interface mais leve como o BlackBox, WM ou XFCE, normalmente). Infelizmente, aplicativos “otimizados” para uma dada UI me dão dor de cabeça, carregando bibliotecas cuja funcionalidade é coberta por bibliotecas da interface atual que já estão carregadas.
Particularmente não sou muito fã do Gnome hj em dia, por motivos vários.
Mas a matéria não fala das qualidades técnicas da UI Gnome. Fala de um projeto livre que não tem sido bem conduzido. E isso é triste.
É, Microsoft, você pode dormir tranquila, que do lado do Linux nã0 vai sair nada que possa te incomodar…
Eu testei ambos (Unity e Gnome Shell) e sinceramente achei ambos uma porcaria, o Gnome mais ainda. Estou usando atualmente o LXDE (Lubuntu 11.04 alpha 3) pela simplicidade e leveza do sistema.
Cubo? Janelas gelatinosas? :~~
Eu tb gostei do Lubuntu, comecei usando num EeePC Surf (em substituição àquele monstrinho desatualizado da Xandros) e dps chuchei o bixo no desktop. Para mim é uma das distros com melhor razão recursos x desempenho.
Agora podiam fazer uma faxina nesse projeto GNOME, a começar pelo cavalo de tróia mexicano que costuma posar de dono do bixo.
O XFCE so precisa de uma reforma visual: novos icones e temas. Eh o ambiente desktop com recursos mais bem implementados. Tem o melhor gerenciador de janelas, o melhor compositor, os melhores plugins para o painel.
@ Gustavo
O Xfce só tem 2 bugs irritantes: um que o xkb-plugin fica crescendo de tamanho sem parar (esse só quem usa dois ou mais mapas de teclado irá notar) e outro relacionado à área de transferência, onde a janela cujo conteúdo fora cortado ou copiado acaba por demorar mais a fechar.
Notei que o tumblerd (no 4.8) às vezes consome muita memória, mas não consegui descobrir qual o tipo de arquivo que causa este problema.
[gossip mode on]
O Júlio Monqueiro e o Roberto Bechlufft não gostam do Xfce, segundo uma postagem “antiga” que li por lá no hardware.com.br. Curiosamente o texto foi editado (removendo um diálogo deles), pois difere até do texto que foi usado na chamada do BR-Linux.
http://br-linux.org/2011/artigo-o-dia-em-que-instalei-o-lubuntu-no-meu-netbook/
Pelo menos alguém se deu conta de que o texto era ofensivo demais…
[gossip mode off]
Sobre os temas, o padrão que vem no Xubuntu é razoável, mas o usado na apresentação no Xfce.org realmente é muito feio. Atualmente tenho usado os ícones AwOken e o tema Coders Midnight Blue.
http://img18.imageshack.us/i/capturadetela2202201112.png/
“XFCE vai. Não existe “bissexual” pra quem curte os dois sexos? Deveria existir um nome pra quem é eclético quanto a ambientes de janelas livres.”
Guihomo?
Augusto,
Jeff Waugh elaborou uma série de respostas a essas críticas, incluindo um histórico sobre algumas discussões na lista de desenvolvedores do GNOME. Parece que a história não foi bem contada pela Canonical e o tom de acusação gerou problemas maiores. Lamento toda essa animosidade, pois acho que a Canonical precisa dos desenvolvedores do GNOME e vice-versa. Entre Canonical e GNOME existe ainda o projeto Debian, que não sei se tomará alguma posição (ou ficará dividido) nessa discussão.
Vladimir, eu atualizei a notícia com um link pra uma resposta do Dave Neary, tb
Augusto,
O link da atualização ficou com a marca br no fim.
O blog de Jeff Waugh chama-se “Be the signal”, está agregado no Planet GNOME e detalha alguns pontos do post de Dave Neary.
Tem razão, corrigi o link, obrigado!
Existem vários posts sobre o “lado Gnome” da história mas todos sem exceção falham em explicar porque a especificação da freedesktop.org não foi aceita e porque o gnome-shell internamente utiliza uma API própria e incompatível para solucionar o mesmo problema.
AS sugestões propostas pelo Gnome na fd.org foram aceitas com exceção de um conjunto violava a separação de conteúdo e visualização, que era uma das idéias básicas da especificação. Segundo o Gnome essa separação tornaria tudo impossível de ser implementado em aplicações reais. Um ano depois temos 3 implementações diferentes da spec (do KDE, Canonical e Cairo) e vários aplicativos KDE, Gnome e the 3rd parties portados. Mas o desenvolvedor responsável continua chamando a especificação uma “piada”…
A única razão técnica para a não aceitação do padrão já caiu por terra há muito tempo. Soma-se isso a completa falta de interesse do Gnome em implementar padrões (e até alguns casos em que viola padrões já em uso, como por exemplo nomes de icones) nos últimos 5 anos. É muito difícil interpretar isso como não sendo manifestação da síndrome NIH (Not Invented Here), no melhor dos casos.
Essa é uma questão completamente a parte da discussão “Ah, mas eu gosto mais do Gnome por x, y e z”. Existem muitos episódios documentados da falta de interesse do Gnome em criar e respeitar padrões e até agora o que vimos foram membros da comunidade dizendo que o problema é a Canonical, o Mark, o KDE, o Seigo, o E17 e o papa, mas nunca o Gnome
O Ubuntu tinha que abandonar mesmo o Gnome, o KDE é bem mais customizável, tem Widgets nativos bem legais, alternador de papéis-de -parede por padrão, uns retoques básicos, estava mais legal que qualquer Mac.
Gnome tem que ficar sempre remendando para parecer minimamente atraente aos olhos, mas são só remendos, ícones feios, feios mesmo e nem me venham com estilização artísticas de ícones, aqueles ícones infantis e berrantes são horríveis, duas barras na tela só para ocupar espaço extra.
“duas barras na tela só para ocupar espaço extra.”
Isso também não me convence, tanto que uso a inferior oculta.
Hummm Patola… Usando esse nick eu até desconfiava, meu patolão!!!!
Firmo
“Existem vários posts sobre o “lado Gnome” da história mas todos sem exceção falham em explicar porque a especificação da freedesktop.org não foi aceita e porque o gnome-shell internamente utiliza uma API própria e incompatível para solucionar o mesmo problema.”
Além disso, alguns dos posts, inclusive o do David Neary, começam a descambar para o lado pessoal, ofendendo o Aaron Seigo. O Neary até disse que depois ia escrever um post especial no estilo “vou contar quem ele é” e várias outras insinuações sobre disse-me-disse.
Pois, no tempo que leio o blog do Seigo, sempre o vejo falando sobre integração. Vez por outra ele larga uma crítica, mas nunca vi falar de forma pessoal, ou generalizando o Gnome.
Já preferia o KDE pelo visual e pela inovação feita. Agora creio ter mais uma razão não técnica para não gostar do Gnome.