Google negociando com operadoras dos EUA para dificultar uso de celulares Android como modem 3G
A prática do tethering, ou compartilhamento da conexão de dados do celular com um computador ou tablet, é bastante desejada pelos usuários, mas incomoda o modelo de negócio das operadoras dos EUA, que têm planos especiais (leia-se: mais caros) para quem quer usar este tipo de serviço.
Não é de surpreender, portanto, que elas tentem pressionar de todas as formas contra os hacks e aplicativos que elas consideram “abusivos” por permitir que usuários de planos de dados contratualmente exclusivos para uso pelo celular façam este tipo de conexão, vulgarmente conhecida como “usar o celular como modem” (via USB ou Bluetooth) ou “usar o celular como roteador Wi-Fi”.
No Brasil a situação dos planos é diferente, mas nos EUA a pressão das operadoras aparentemente está chegando ao Google, que está operando em conjunto com elas para restringir determinados aplicativos do Android Market que permitiam oferecer capacidade de compartilhamento que excede a do plano de dados contratado. Caso interessante a ser acompanhado! (via osnews.com)
E tem gente que ainda acredita nos Ursinhos Carinhosos…
Sempre essa mesma palhaçada das operadoras, trabalhei no atendimento ao cliente da Vivo durante 2 anos, e sempre fizeram o possível para pisar no cliente. Que mal há em utilizar o celular como modem ou como roteador??? O cara já não está pagando para ter um consumo de dados?
O pessoal da área técnica dizia que a rede de celulares tem uma capacidade X de tráfego, onde o ideal, para o uso em computadores (modem e tals) seria venderem 50% desse X para haver margem de segurança, e no caso de celulares 3G a margem sobe para 90%. As operadoras trabalham com um cálculo que leva em consideração a quantidade de celulares 3G vendidos e de modens 3G vendidos, e esse calculo deduz que um usuário de celular utiliza 70% menos trafego de dados do que um usuário de modem. Só que com esses celulares que servem de modem o cálculo acaba indo por água a baixo…
Assim a única solução plausível seria abandonar o cálculo e trabalhar com uma margem de segurança de 50% (como se só houvessem modems 3G na rede) porém assim o negócio seria, talves, inviável.
Lamentável isso.
Problema mesmo são as fabricantes endurecendo para permitir ROMs alternativas.
Esse tipo de controle exigido deve ajudar a enterrar o Meego, permitiria muita liberdade para o usuário.
Faça como nossas operadores de internet fixa.
Traffic Shape neles!
Converso com um pessoal que mora nos EUA e eles dizem que a net cabeada é uma maravilha: barata, boa e no geral até bem justa.
Agora quando o assunto é 3G e afins a coisa muda de figura e a situação é tão caótica quanto aqui (se não pior…)
Aqui é menos pior… lá por ex o galaxy tab 1 nao faz nem ligaçoes… tentam capar os aparelhos ao maximo, e agora isso…
Cada vez mais o Android/Google vai se mostrando como é:
-Fim do acesso ao código fonte.
-Aplicativos ruins
-Versão pra tablets lançada às pressas pra competir com o iPad…
-Ação conjunta com as operadoras…
-Log da localização dos usuários (como a malvada Apple…)
E tem gente que ainda acredita em almoço grátis…
O lado legal é que, pelo fato de que o Android é aberto, pressões como essas não vão adiantar muito (e a Google, aliás, sabe muito bem disso).
Quem realmente quiser usar um phone Android como modem, vai fazer isso. Nem só de Google Market vive o Android. Eu não baixei meu rootkit pelo market, por exemplo.
Pra que comprar briga com as operadoras americanas sem necessidade? Deixa elas tentarem sacanagem com os usuarios e perderem popularidade com isso…
Não sei se foi intenção do autor da notícia, mas o fato não depõe realmente contra a Google, nesse caso.
A intenção do autor da notícia foi comunicar o conteúdo da mesma aos seus leitores.
Eu não estava falando de vc, Augusto. Falo da fonte original.
Ah, é que sobre a fonte original é difícil ter dúvida né?
O próprio título já deixa claro que o objetivo do autor de lá inclui apontar a contradição que vê entre o ato atual do Google e as suas declarações (e investimentos) anteriores à abertura do acesso ao bloco C do espectro de 700MHz nos EUA.
Para clareza reproduzo o título: “Google plays ball with carriers to kill tethering apps, violates spirit of the ‘open access’ it bid $4.6B to protect”
@luís:
1 – A disponibilidade do código 3.0, Imho, está atrasada apenas, com a desculpa da fragmentação.
2 – Assim como existem aplicativos ruins, existem os bons e muito bons. Liberdade de escolha prevê isso.
3 – Isso é questão dos fabricantes de hardware, não do sistema em si.
4 – Se vc quer evitar um processo nas ventas, deve respeitar legalmente as conquistas alheias legalmente obtidas, ainda que elas sejam ultrajantes. Lembra do conflito Orkut x MP no Brasil?
5 – A autorização do usuário em relação aos logs de localização é solicitada. A Apple tb faz isso (é curiosidade, não trollagem, pq eu realmente não sei).
Errata:
No meu último comentário, o item 5 é uma pergunta.
@Augusto:
«violando o espírito» ou dando a seus futuros concorrentes a corda necessária ao seus espaçamentos? ;-)
Vamos assistir. Eu trago a pipoca, vc traz o refri?
Errata (de novo… Argh!)
espaçamentos = enforcamentos
Como já escrevi no post, acho um caso interessante a ser acompanhado. Mas vejo o Android Market como uma parte importante da plataforma Android, e a remoção de aplicativos de lá que interessam ao consumidor e usuário merecem uma explicação bem clara e explícita, e não apenas a análise de terceiros (como a sua, ou a do autor do post original) com base em suposição. É essa explicação por parte do mantenedor que eu estou aguardando com interesse.
Acredito que a explicação seja devida ao autor da aplicação de tethering na ocasião em que sua app seja negada pelo market e não ao usuário consumidor. Como qualquer outra loja (assim como no mundo físico) o market tem o direito de vender ou não vender o que quiser, oras.
Discordo do conceito de que o Google Market seja parte integrante do sistema Android. Não há nenhuma dependência entre eles, assim como nenhum impedimento a usar outras lojas ou instalar aplicativos baixados de outras fontes.
Se isso ocorresse, sua posição se justificaria com certeza, mas não é o caso: o Google Android Market é apenas uma loja para dispositivos Android. A melhor até o momento, mas apenas isso.
Não acho que a explicação seja devida, mas sim que a situação a merece, como mencionei. Aguardo com interesse.
E sim, está bem claro para mim que você vê o Android Market como algo que não é parte integrante do sistema Android.
Só para reforçar meu comentário anterior, acredito que os leitores se interessem por uma aplicação gratuita disponível no Google Android Market intitulada «All App Stores», que leva o usuário a outras aplicações de loja concorrentes. A Google, obviamente, aceitou essa app.
Curioso é eu ter encontrado hoje, tb na loja da Google, um app que ensina fazer jailbreak em iPhones… :-)
Já pensou se a moda pega?
Nas conexões fixas… da “porta de casa” para dentro, faço o que quiser com a minha conexão e que essa conexão não seja propagada por mim para fora da minha residência.
O mesmo, ao meu ver, se aplica nas conexões 3g. Ora, se já estou pagando por um plano de acesso pelo meu celular, o que for feito com tal conexão é responsabilidade minha. Já existem roteadores wire-less que aceitam pegar a WAN de celulares/modens 3g.
Logo, à luz do nosso CDC e normas da Anatel, creio que tal proibição jamais “pegaria” no Brasil.
Apesar de todos os problemas, nossa legislação têm muitos avanços que a dos tais países “desenvolvidos” não tem.
O que está ocorrendo é natural: o Google criou o Android para ter seus anúncios e serviços nos smartphones, e ter controle sobre o produto. Outro objetivo era frear a tempo os planos da Apple de ‘entrar com tudo’ na parte de publicidade via iPhone. Foi competente nisso. Mas houve um preço a pagar.
Na pressa de ter um produto capaz de superar o iPhone, teve que levar em conta os altos custos e baixo poder computacional dos smartphones da época, o que levou a um kernel linux cercado de java por todos os lados. E teve que otimizar o engine java, e assim criou o Dalvik – o que, no tempo da Sun, não era um grande problema, mas agora…
Outra consequência do não uso do ambiente GNU se tornou patente com a necessidade de ‘segurar’ os fontes para que os fabricantes – e suas idéias ‘mirabolantes’ sobre interfaces e tivolização – não afugentassem os desenvolvedores. Com isso, agora está tendo que negociar o apoio ao Android da melhor forma possível para a sua sobrevivência do mesmo.
Agora que já existem smartphones capazes de rodar gnu/linux, a forma mais simples de sair dessa situação seria portar o dalvik, mas não creio que isso venha a ocorrer: o Google vai lutar para se manter ‘no controle’ enquanto puder.
Mas o fim é inevitável: não está longe o dia que poderemos comprar smartphones com Android e substituir por uma distro gnu/linux não controlada por fabricantes nem empresas de comunicação, como já fazemos hoje com os notebooks que vem com Windows.
Errata: para a
suasobrevivência do mesmo.Se o Google não aceitasse distribuir esta App que indica outras App Stores, teríamos mais uma situação merecedora de uma explicação clara e objetiva sobre o motivo, na minha opinião.
Mas essa sua redução ao critério de exclusividade, embora interessante em si, não muda a importância que o Android Market tem para a plataforma Android, nem o interesse em acompanhar o que o seu mantenedor faz, e as informações que apresenta a respeito – não importando, para isso, se ele é “parte importante” ou “complemento importante”.
@Augusto:
IMHO, para o autor da app, uma satisfação é devida sim: ele pagou a taxa que lhe permite postar suas apps no Market e merece saber tintim por tintim os motivos pelos quais qualquer uma delas foi negada/removida.
@Paulo:
Vc está coberto de razão. Ainda bem que a leis norte- americanas e seus lobbys não pegam por aqui, mas as nossas operadoras têm seus meios de te lesar tb (traffic-shapping e cobrança diferenciada se um tethering é detectado).
@Mauro:
O Android não nasceu amarrado com os anúncios e serviços Google tanto quanto não está amarrado ao Market. Teria sido muito simples amarrar o usuário, mas isso não foi feito (o insucesso do netbook deles provou não ser o caminho certo).
No futuro, poderemos substituir o Android que vem no aparelho por outra ROM customizada do jeito que a gente quiser, sem o controle de ninguém… Ei! Isso já é possível hoje!
Não vejo necessidade de gnu-linux em meu tablet. Aliás, às vezes penso em Android-linux no meu desktop…
@Augusto:
«Mas essa sua redução ao critério de exclusividade, embora interessante em si, não muda a importância que o Android Market tem para a plataforma Android, nem o interesse em acompanhar o que o seu mantenedor faz, e as informações que apresenta a respeito – não importando, para isso, se ele é “parte importante” ou “complemento importante”.»
Pra mim isso muda o foco da notícia de «sistema Android» para «Android Market» e evidencia a diferença entre os dois escopos.
No primeiro, a notícia me preocuparia muito. Como se trata do segundo escopo, eu posso dizer «e daí? É só uma loja de apps, existem outras.
Mas quanto ao interess em acompanhar, sim: ele é mútuo. Como eu disse antes, deixa que eu levo a pipoca. :)
WTF?!
quando empresas vão se cansar de implementar restrições artificiais a tecnologias que podem tudo, hein?
@Foobob:
Never! :-)
Mas as operadoras, governos, gravadoras e corporações são livres para tentar, certo? ;-)
Nessas horas os usuários têm que mostrar sua força processando as operadoras de telefonia e fugindo de celulares vendidos de forma casada com planos.
Se o celular é feito para acessar a rede de dados, eles não podem ficar limitando que tipo de dados posso trafegar e muito menos usar isso como forma de eliminar a concorrência.
Pelo que entendi do texto, existe um plano para quem for usar para outros fins que não o celular.
Qual a discussão?
Se você quer só acessar pelo celular paga um plano, se quer algo mais, paga outro.
O que há de errado nisto?
Por analogia (eu acho) … isso me fez lembrar a questão dos pontos digitais adicionais de tv por assinatura. Você tem direito ao acesso à tv paga. Mas se quiser espalhar o sinal para outras TVs tem que pagar pela “manutenção” dos decodificadores extras.
Porém, no caso em foco, não temos que pagar por hardware extra vindo das operadoras. Logo, isso é um tremendo absurdo. Como já disse antes… já paguei pelo plano e, a partir do celular, o que eu fizer com os dados é de minha responsabilidade.
@charles … parece até que você nunca usou celular como modem ou como hotspot wifi.
Outra analogia… (espero que seja mais certa que a anterior) – você compra um bolo e é obrigado a comer o bolo sozinho. Se quiser dividir o bolo pra sua família, você terá que pagar mais caro pelo mesmo bolo! Pode isso?
O Android é uma plataforma tão proprietária quanto o iPhone. Todo esse blah blah blah de “Carrega uma ROM nova”, na verdade, não rola bem assim. Você ainda precisa de uma ROM para o seu celular, varias das ROMS “livres” ao serem instaladas removem features do aparelho. Não sou especialista em Android, mas já lí relatos que isto seria causado por falta de drivers.
Aonde está a LIBERDADE nisso? Você é livre pra andar por aí com um dispositivo meio funcional, porque não conseguiram instalar alguns dispositivos?
Os lucros da google com esse Sistema vão muito além dos sonhos mais loucos do Steve Jobs. Só naquele sistema de coleta de dados de localização, o google vai só melhorando o Maps, captando as redes Wifi para serem usadas quando os GPSs não sincronizam.
E as buscas na localidade? Saber o que é mais procurado em cada localidade é muito vantajoso. Oferecer anúncios bem localizados assim, é um produto muito lucrativo. Quem oferece esse lucro pra eles são os usuários do sistema deles.
“Mas o Market é uma loja, e não é parte do sistema!”. Oras, pode não ser uma parte integrante, pode ser proprietária, mas em comparação com o resto do lixo que são as outras app stores, e pela quase exclusiva atenção que recebe de desenvolvedores, ela se torna o padrão de facto.
Eu acho que é mais do que na hora das pessoas encararem os fatos: Android tem que ser encarado como uma opção de compra idêntica à um iPhone. Compare preços, qualidade, opiniões dos consumidores e opte pelo que se encaixar para você, mas não coloque na balança o critério liberdade.
Eu uso meu celular como roteador para o notebook quase todo santo dia. Se tirarem essa feature pra mim. Será uma grande frustração
@Spif:
Numa única coisa eu concordo com você: lendo seus comentários vc deu a entender que não é «especialista» em Android e pelo visto nem em software livre. Estude um pouco mais sobre o tema e, quando estiver realmente mais informado, voltamos a conversar.
Não vou nem tentar te responder pq, fracamente, nem saberia por onde começar. Fica pra próxima
@Igor:
Não se preocupa, cara. Ninguém vai tirar a feature, nem pode. A questão foi que a loja da google nos EUA está estudando não vender mais aplicações pra isso. Pra quem mora lá, seria só questão de baixar de outra loja. Aqui no Brasil, nem isso.