Google dribla bloqueio à rede no Egito e cria acesso ao Twitter via fone
Texto do G1:
O Google anunciou nesta segunda-feira (31) a criação do serviço @speak2tweet (“fale para tuitar”), integrado à rede de microblog Twitter. O programa grava mensagens deixadas na caixa postal de um telefone internacional e posta o conteúdo no Twitter usando a hashtag “#egypt”, junto a um link para o arquivo de áudio.
O speak2tweet foi criado a partir de uma cooperação com os engenheiros do Google e da SayNow, uma empresa que integra serviços de voz e redes sociais que a gigante de buscas adquiriu na semana passada.
Todos os provedores do Egito foram desconectados da rede, o que significa que o país está sem internet. Redes de comunicação analógica, como a telefonia comum e faxes, continuam funcionando. O serviço do Google requer apenas uma chamada internacional e, portanto, deve estar disponível para os egípcios.
O Google diz esperar que a ferramenta “ajude as pessoas do Egito a permanecerem conectadas nesse momento muito difícil”. (via g1.globo.com)
Tá, mas eu não entendi uma coisa: com esse serviço, os egípcios poderão postar coisas no twitter, mas como as lerão se não tem internet? O mesmo serviço tem algum leitor que dita o que estiver escrito no twitter?
Eu li a reportagem mas não achei muito claro. Então eu pergunto: se os egípcios podem postar mas não podem ler, para que serve o serviço? Será que é alguma esperança de ter ajuda internacional?
Meu entendimento é que assim os cidadãos que estão lá atrás da Cortina de Areia podem voltar a informar a pessoas que estão fora de lá sobre situações, acontecimentos e planos, para que isso chegue a organizações que operam fora do Egito e podem usar os canais ainda abertos (incluindo TVs por satélite, e a própria telefonia) e os que o governo egípcio ainda não conseguiu bloquear com eficácia (diria “clandestinos”) para divulgar aos demais egípcios e coordenar ações.
Não é, como bem observas, um recurso para divulgar diretamente informações entre os egípcios, mas sim para permitir que o cidadão comum volte a ter um canal para fazer chegar as informações a quem está tentando agir (ou mesmo acompanhar) a partir de fora.
Se vai ser eficaz eu não sei, mas é interessante observar o quanto pode ser difícil a um governo isolado aplicar censura a meios tecnológicos hoje, quando não tem meios de exercer pressão contra os grandes players da Internet.
Se o governo do Egito puder forçar as operadoras a bloquearem ligações para o número, então essa “ajuda” não servirá para muita coisa.
No mais, é uma ótima forma de a Google fazer propaganda do seu novo sistema para converter fala-em-texto.
Logo os egípcios vão ter que começar a usar AX.25 e internet via rádio amador para se comunicar…
Com tantos acontecimentos estranhos pelo mundo, vai servindo de experiência para nós, caso aconteça algo parecido por aqui… Não, eu acredito no nosso Brasil e estas coisas não vão acontecer por aqui… Se não um monte de gente vão cometer o suicídio…
E Internet via satélite? Será que não tem gente usando? :D
@Daniel
internet via rádio
Isso me lembra do filme Transformers, onde o que salva todo mundo é o velho e bom código morse.
Imagina, fazer um tweet usando o telex.
Sem contar que com a restrição de banda que essa tecnologia do google impõe, o twitter se mostra a única ferramenta de comunicação viável para os egipícios hoje.
Nunca 140 caracteres valeram tanto.
mesmo no código morse sempre se cai no problema de ter de alguma forma usar redes governamentais ou de empresas, sensíveis a pressões governamentais.
Outra coisa, o comportamento das grandes empresas americanas é sempre interessante, em países interessantes para o governo americano sempre se cria algo, como quando google habilitou o farsi durante a crise pós-eleitoral no irã, nunca vi nada parecido ser ofertado aos palestinos.
Mas de quqlquer forma a luta dos egipcios deve ser apoiada mesmo.
“Outra coisa, o comportamento das grandes empresas americanas é sempre interessante, em países interessantes para o governo americano sempre se cria algo, como quando google habilitou o farsi durante a crise pós-eleitoral no irã, nunca vi nada parecido ser ofertado aos palestinos.”
@erico, concordo em gênero, número e grau com a sua afirmação… É exatamente isso que ocorre…
Google se aproveitando da desgraça alheia para fazer propaganda do sistema de fala!!