Gentoo, uma ótima distribuição em queda
Post interessante do Pablo Hess; começa assim:
Há algum tempo eu já queria escrever sobre a minha querida distribuição GNU/Linux Gentoo. A recente notícia sobre o abandono da documentação em português foi o empurrão que faltava para escrever este post.
Chamado de “Slackware para donas de casa” e, pior ainda, “Slackware para donas de casa com tempo sobrando”, o Gentoo foi criado pelo americano Daniel Robbins, contribuidor assíduo e de longa data do IBM developerWorks (confira seus interessantes artigos) e ex-desenvolvedor do FreeBSD, e seu nome remete à espécie de pinguim Pygoscelis papua, a mais veloz nadadora de todas, cujo nome vulgar em inglês é Gentoo penguin.
Com o objetivo de integrar tecnologias interessantes do FreeBSD ao GNU/Linux, principalmente o sistema de pacotes Ports, o Gentoo acabou tornando-se uma meta-distribuição — isto é, um conjunto de softwares adequados à criação de distribuições GNU/Linux. Por realizar a compilação de todos os pacotes com os parâmetros desejados no GCC — leia-se otimizações específicas para o processador em uso — acreditava-se que o Gentoo seria capaz de superar a velocidade de todas as demais distribuições GNU/Linux, o que nem sempre se confirma (mas às vezes sim).
Quando alcançou a qualidade necessária para dispor de um público mais numeroso (por volta de 2004), o Gentoo chegou a desfrutar de um intenso crescimento com relação a sua base instalada — conforme noticiou a NetCraft com relação a servidores web.
Quando comecei a usar o Gentoo, em 2003, ele tinha poucos usuários, mas sua comunidade era verdadeiramente empenhada em promover a (meta-)distribuição. Devido à necessidade de administrar o sistema no baixo nível e com auxílio da excelente documentação, posso dizer que boa parte do que eu sei sobre GNU/Linux aprendi com o simples uso do Gentoo. (…) (via IBM DeveloperWorks)
Gentoo está em queda desde que o Ubuntu surgiu. Naqueles anos de 2002, 2003.. ele foi uma febre mas poucos suportam uma instalação tão demorada.
O Arch Linux parece ter herdado o status de distro dos usuarios avancados.
Cheguei a instalar o Gentoo no meu laptop, mas devido a um defeito de fábrica em série dos HP (DV6000 a DV9000 – placa de rede wireless para de funcionar repentinamente), resolvi retornar para o Ubuntu, pois ficava difícil de saber se o problema havia voltado ou se eu havia configurado alguma coisa errada, já que nessa distro tudo tem que ser configurado na raça.
Estou pensando em trocar de laptop, pois já não aguento mais ter que ficar mandando pra a assistência técnica de tempos em tempos, e nesse novo pretendo voltar ao Gentoo.
Lembro que demorei dois dias pra instalar Gentoo. Mas foi uma experiência fascinante, e usá-lo me deu um bom insight sobre funcionamento de distros linux…
Por não ser muito prático, acabei abandonando e voltando pro Ubuntu (depois de um passeio por Slackware, openSUSE, etc…)
@Peterson, disse tudo. É uma distro legal, dá pra brincar para aprender. Mas eu tb, quando comecei a ficar mais tempo compilando atualização de openoffice/firefox/gimp do que usando, troquei para uma distro mais pratica.
Amigo, particularmente não tenho experiência com Gentoo, mas… conhecendo sua filosofia rolling-release recomendaria ao menos uma semana de uso do Arch Linux. Utilizo o Arch a dois anos e nunca antes estive tão satisfeito com uma distro.
Eu usei o gentoo por mais ou menos um ano da minha vida, eu tinha um desktop poderoso e tinha tempo pra compilar. Isso foi na época do lançamento do kde 4. O gentoo já estava em cada. Com divisões na equipe. Um dos fundadores ia e voltava ao projeto. Estes e os fatores da praticidade me fizeram deixar de usar a mesma e passei para o arch. Depois para o ubuntu depois para o kubuntu :)
Li o artigo, e senti uma certa ironia na resposta a pergunta “Mas compilar é tão importante assim?”.
A resposta é “Não. Ao menos pessoalmente eu não acho. Confesso que eu preferiria que os empacotadores da minha distribuição entrassem na minha mente e viajassem no tempo para descobrir quais recursos eu desejo e vou precisar em cada um dos pacotes que instalo.”
Mas o fato é que as distros binárias fazem exatamente isso: pegam os recursos mais comumente usados.
Compilar é tão importante? Se você tiver tempo, e achar que teve bastante ganho de performance, talvez você sinta que valeu a pena, e isso é o que importa.
Mas eu (ou seja, minha opinião, meu cotidiano, quase sem tempo pra ir na casa do pedrinho) gosto da praticidade dos pacotes binários, já que CPU e RAM pra qualquer micro com menos de 2 anos de uso não são problema.
O Gentoo é um tipo de distribuição que sempre apoiei existir justamente porque tem um propósito bem diferente pra um público bem diferente.
Não a uso porque quero alguma coisa mais prática, por isso não me considero público alvo do Gentoo. O nicho dele é pequeno mesmo, são usuários avançados que gostam desse nível de controle.
E esse nicho talvez esteja encolhendo, por consequência, o mercado do Gentoo.
ainda existe? Espero poder usá-la em versão mobile no meu smartphone… depois de 2 meses compilando… LOLZ
Li o texto Pablo, e apesar de admirar o Gentoo, Arch Linux e Sabayon, no meu dia-a-dia demando por velocidade nos processos e simplicidade na administração de sistemas, mesmo se eu perder um pouco de desempenho em comparação com outras distros mais usadas.
>)
@Rael, alguns parágrafos acima tem isto:
Eu também acho que os empacotadores das principais distribuições fazem um trabalho fantasticamente bom. Porém, eles não têm como agradar a todos. E eu me considero um dos poucos que não se satisfazem com as escolhas padrão.
@marcosalex, o que me surpreende é nenhuma empresa ter usado o Gentoo como base pra um sistema “Enterprise” completa como RHEL ou SLES. Ele é praticamente a ferramenta perfeita pra isso: o fabricante pega os pacotes, compila e distribui somente em formato binário, e somente aqueles pacotes que desejar. É bem prático: até eu conseguiria fazer. Por isso me surpreendo por nenhuma empresa ter usado isso de forma abrangente até o momento.
http://forums.gentoo.org/viewtopic-t-831532-start-0.html
O que eu sempre lembro de engraçado do Gentoo, é esta thread no fórum deles, de um usuário que fala que o live dvd não possui “botão instalar”:
As respostas são diversas como estas:
- Something tells me there will be no install button in another few years …
- Yeah, if he wants an install button, then he should use Sabayon
- Windows has a nice install button.
OU ainda esta
#!/bin/bash
DIALOG=${DIALOG=dialog}
$DIALOG –title ” Have Fun” –clear
–yesno “Hello , do you want to install Gentoo?” 10 30
case $? in
0)
URL=”http://www.gentoo.org/doc/en/handbook/”
[[ -x $BROWSER ]] && exec “$BROWSER” “$URL”
path=$(which xdg-open || which gnome-open) && exec “$path” “$URL”
echo “Can’t find browser”
;;
1)
echo “No chosen.”;;
255)
echo “ESC pressed.”;;
esac
———
hehehehehehehehehhe
Já usei o Gentoo. A instalação default, e sem o clássico “emerge world”. Não me comoveu, mas parece ser uma distro bem bacana para quem quer um aprendizado mais pesado de Linux.
Eu encontrei o meio termo que precisava no arch, depois de instalado e configurado é “just works” ao mesmo tempo que não fica no meio do caminho, o que possibilita tanta customização quanto o gentoo.
Lembrando que alem da compilaçao, portage, personalizaçao, total controle, o Gentoo tem varias outras particularidades como Gentoo/*BSD, catalyst, Gentoo Alt. Alem de ser uma das poucas distros linux com suporte a varias arquiteturas de nicho como alpha, sparc, superH, ppc, ppc64 entre outras. Por essas e outras admiro e uso ele.
Eu tb utilizo o Arch , facil de instalar (sem interface gráfica) muito rapido e o mais importante: sai do geito que eu quero…
instala tudo com uns 5 comandos
pacman -S gnome gnome-extras xorg xorg-servers gstreamer0.10-plugins ffmpeg mplayr vlc libpulse
depois de customizado, é so dar um pacman -Q e pegar a lista de pacotes…
no próximo, use a lista para instalar o resto em 10 minutos…
Eu vi o arch funcionar onde outros nao conseguiram, tipo em um Eeepc 900..
ficou bala…. e a cliente satisfeita….
O título do artigo original é um flame bait né? Fui lá esperando ver algo que realmente indicasse queda do gentoo mas a única coisa é a tal do abandono por parte dos tradutores brasileiros.
E é engraçado como nego insiste nesse negócio de compilação. Digamos assim, demora bem menos esperar compilar do que ficar procurando as dependências “na mão” quando o gerenciador de pacotes não é capaz de instalar determinado programa da forma que você precisa.
A instalação inicial é realmente demorada mas passado isso é simplesmente a distribuição mais prática que eu já usei. E ainda assim a instalação inicial, do zero até um desktop, pode ser feita a partir de outro linux (live cd por exemplo) sem impedir que você use o pc. Esperar compilar não é nada comparado com o ganho de não precisar instalar nada “na mão”.
Pelo menos o Sabayon continua bombando na distrowatch.
Por que Slackware para donas de casa? Não entendi o sentido da piada.
@Jeremias, “Slackware para donas de casa” foi uma definição que ouvi há alguns anos. O sentido seria: no Slackware, você compila manualmente todos os pacotes (e respectivas dependências) que já não existam em versão binária para a distribuição. No Gentoo, você também compila os pacotes, mas tem um sistema que faz isso pra você, inclusive compilando as próprias dependências dos pacotes.
Por isso o “Slackware para donas de casa”, creio.
Bah, usei o Gentoo durante um ano e meio, se não me engano. Justamente entre 2005 e 2006. Posso dizer que minha vida com o Linux é dividida em A.G. e D.G. (Antes e Depois do Gentoo) tamanho o conhecimento que adquiri usando ele. Valeu pelo artigo, um grande abraço!
Uso o Gentoo desde 2004 em todos os meus computadores e sempre estive muito satisfeito com a distro. Algo que não concordo é com a afirmação de que compilar toma seu tempo. É completamente errado afirmar isso a menos que você precise de 100% de CPU o tempo todo, coisa que poucos precisam. Portanto compilar não toma seu tempo mas o tempo de CPU, coisa bem diferente! Coisa que a gente nem sempre precisa. Quando instalei o Gentoo pela primeira vez eu tinha um Athlon 1.4GHz (single core) e isso tomou tempo, uns 3 dias, mas atualizando quase todos os dias o tempo de compilação era de alguns minutos na maioria das vezes (exceto quando vinha um novo KDE, Firefox, etc). Isso rodava em background sem nenhum problema. Lembro de assistir filmes em DVD no meu computador sem problemas enquanto compilava os pacotes.
Com o poder computacional de hoje é bobagem falar em perder tempo compilando. Hoje eu tenho um notebook que comprei há 3 anos, dual core, 2 GHz, 4 GB de memória, HD lento de 5400 RPM Sata 1.5Gb/s. Compilo tudo o que preciso fazendo outras tarefas sem problema. Neste momento estou “ocupado”compilando o mplayer.
Uso o Gentoo em outro notebook no trabalho e em dois HD externos onde boot uma outra máquina via USB 2.0.
A vantagem do Gentoo vai além de ter uma máquina “customizada”, você também aprende a administrar um sistema passo-a-passo. Para isso precisa de um pouco te tempo, paciência e leitura. Mas depois é praticamente tudo automático. E para quem é programador ele é simplesmente o mais prático.
PS: O mplayer já compilou.
Sou fã do Gen, mas não gosto quando os pacotes da árvore estável da erro de compilação. >.<
Eu também uso o gentoo desde 2005, fui pouco depois da conectiva ser vendida, adoro a forma do gentoo trabalhar e foi paixão a primeira vista, e acho o mesmo bem mais facil do que o slackware (pelos menos as vesões em que testei naquela época) a performace também é surpreendente, mas o lado ruim é o processo de compilar que demora um pouco, mas nem tanto assim depois que aprende a agilizar a otimização do gentoo de 4 dias de compilação caiu pra 1 dia e meio.